quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

UMA RESPOSTA CRISTÃ AO MOVIMENTO WOKE


 

C. J. Jacinto

 

 

O termo Woke, que significa 'acordado' ou 'desperto', refere-se a uma cultura que teve suas origens nos Estados Unidos na década de 1960. Inicialmente alicerçada no movimento pelos direitos civis da época, essa cultura expandiu-se para incorporar expressões progressistas, caracterizadas por uma notável orientação política, representando uma voz do progressismo de viés esquerdista de nossos dias.

 Em outras palavras, a cultura woke se se converteu, em essência, em uma vertente de índole progressista, intimamente atrelada a determinados partidos de esquerda e correntes pós-modernas.  Contudo, o movimento exibe características peculiares. Entre elas, destaca-se a promoção de uma forma de tribalismo. Para detalhar, enumero algumas de suas particularidades:

 Em primeiro lugar, a categorização racial com uma ênfase desproporcional na identidade. Em segundo lugar, o policiamento da linguagem, com a imposição de novos termos e neologismos.
Em terceiro lugar, a cultura do cancelamento, manifestada na tendência de desqualificar indivíduos sem diálogo e na prática de boicotes a artistas e figuras públicas. Em quarto lugar, a adoção de uma visão binária e unilateral, que freqüentemente se traduz em preconceito com relação aos que opinam diferente embora tentem se apossar de uma luta social contra preconceitos.  Esses aspectos, em conjunto, indicam uma subordinação a uma doutrinação ideológica, desprovida de diálogo e avessa à aceitação de perspectivas divergentes. Trata-se, portanto, de um manifesto com uma acentuada propensão ao empoderamento, tanto político quanto ideológico, que se revela como uma genuína apostasia moral.
 Paulo, em uma de suas epístolas, discorre sobre um movimento de cunho moral, político e social. Nesse ensejo, ele profetizou que os derradeiros tempos seriam marcados por severas dificuldades. O movimento woke, por sua vez, insere-se com exatidão nesses padrões de decadência que caracterizam os últimos dias e os tempos desafiadores que ora vivenciamos O movimento, portanto, representa um desafio significativo à nossa democracia e, em particular, aos cristãos. Inicialmente, a liberdade de expressão é posta em risco e combatida por meios de reações quanto a discórdia de suas pautas. A conduta de seus membros, em muitos casos, demonstra falta de abertura para diferentes opiniões. Há uma postura de intolerância, com resistência ao diálogo. Ademais, observa-se a disposição de silenciar aqueles que divergem de seus ideais e das doutrinas que defendem.
 Outra ameaça reside na imposição de neologismos. Estes, ao criarem novas palavras ou atribuírem significados relativos a conceitos, em detrimento de seus sentidos absolutos, promovem uma interpretação flexível. Essa tendência, ao dilatar o entendimento de expressões, favorece a ascensão do relativismo moral, tornando-o uma norma subjacente que caracteriza qualquer movimento ideológico ou social de caráter progressista pós-moderno.

 Embora o uso de neologismos seja recorrente, observa-se que sua aplicação se intensifica em regimes autoritários e intolerantes. Estes, ao se oporem a qualquer dissidência, buscam impor sua visão de mundo como única e sua ideologia como verdade absoluta. O recurso aos neologismos, portanto, serve como instrumento para reinterpretar conceitos, abandonar os princípios absolutos e consolidar o relativismo moral. Em suma, a utilização de neologismos é uma prática comum a todos os regimes intolerantes. Ademais, é imperativo considerar outra característica notável do movimento woke: uma moralidade relativista e subjetiva que, segundo observações, pode minar a estrutura social e dissolver os valores tradicionais da família e da sociedade. Em vista disso, é possível inferir que o movimento apresenta elementos que divergem dos princípios cristãos e bíblicos, sugerindo uma oposição aos ensinamentos religiosos tradicionais. Conseqüentemente, parece evidente que o movimento woke também encontra suas origens ou influencias em uma esfera espiritual, possivelmente por causa de sua tendências e aspectos puramente anticristão. Além da tendência de minimizar a responsabilidade individual e promover um empoderamento coletivo, observa-se uma consequente diminuição da responsabilização pessoal pelos próprios atos. De acordo com a visão apresentada, os atos são agora interpretados como manifestações de um grupo, uma coletividade. Essa inclinação, portanto, revela-se prejudicial. A Bíblia Sagrada, por sua vez, enfatiza a importância da responsabilidade individual, um princípio fundamental contido em suas páginas, como será demonstrado a seguir.


Uma característica marcante desse movimento é a polarização radical de sentimentos. A divergência de opiniões e a contestação de seus ideais não são toleradas, gerando um sentimento de aversão. Essa intolerância se manifesta a partir do momento em que uma pessoa se posiciona contrariamente às suas idéias e as critica. Indivíduos pertencentes a esse grupo de militância demonstram, em geral, intolerância e aversão acentuada por aqueles que divergem de suas convicções.
 A motivação central desse movimento, em suma, induz seus participantes e apoiadores atados em uma forte influência ideológica, utilizar as idéias controvertidas como ferramenta política para promover agendas progressistas e pós-modernas. Atualmente, o movimento woke demonstra uma clara afinidade com a esquerda e com a desconstrução moral, característica de tendências modernas. Essas correntes buscam idealizar uma nova forma de humanidade e de sociedade, desvinculada dos valores judaico-cristãos. Em sua militância, empregam freqüentemente o discurso de ódio e a doutrinação ideológica. Para obter apoio e continuar suas atividades, procuram alianças ou associações com partidos políticos que compartilham seus posicionamentos ou ideologias similares.
 A composição do grupo demonstra uma postura de rejeição e ataque às tradições e instituições estabelecidas, com foco particular naquelas associadas aos valores religiosos, como a igreja e a família, que são frequentemente identificadas com a tradição judaico-cristã. Adicionalmente, o grupo parece divergir de interpretações históricas consolidadas, buscando promover uma reestruturação social que reflita seus ideais políticos e de militância. Essa postura se manifesta em um ativismo enérgico e crescente, com o movimento ganhando visibilidade nos tempos recentes.

O que a cultura woke e seus seguidores e defensores desejam é legitimação de comportamento em face da opinião dos discordantes, e caso contrario a reação é a intolerância por parte deles. Eles não estão se importando com justiça social coisa nenhuma! Você nunca verá a grosso modo, grupos militantes woke lutando contra a perseguição religiosa fazendo frente contra grupos terroristas que matam cristãos, embora seja fato de que os cristãos sejam o grupo religioso mais perseguidos m nossos dias. Cerca de 16 cristãos morrem por dia no mundo e quando há guerra civil em países islâmicos, o massacre sempre é evidente, o que ocorre agora (2025) em alguns países na Africa é uma prova irrefutável. Mas grupos progressistas estão apenas lutando pelos seus direitos ou daqueles que estão inseridos na sua “cultura” são seletivos e por isso o uso de dois pesos e duas medidas é ineviavel.


Uma resposta bíblica, primeiramente, ao relativismo moral. O profeta Isaías, em seu livro, capítulo 5, versículo 20, profere juízo contra os defensores do relativismo moral: "Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal." Essa inversão de valores é considerada abominação aos olhos do Senhor, e o juízo divino se estenderá sobre aqueles que a sustentam. Jesus, em Mateus, capítulo 5, versículo 37, afirma: "Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não. O que passar disto é de procedência maligna." Desta forma, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento sustentam a existência de valores morais absolutos, em oposição ao relativismo moral.
 Em relação à oposição à Igreja Cristã, instituição que, conforme a crença, foi estabelecida por Deus, podemos observar em Atos, capítulo 9, versículo 4, que, no momento em que Paulo perseguia os cristãos, ele, na verdade, perseguia a Cristo. As palavras de Jesus a Paulo no caminho de Damasco revelam essa conexão: "Saulo, Saulo, por que me persegues?". Portanto, a partir dessas palavras, depreende-se que qualquer movimento, seja político ou ideológico, que se oponha à Igreja de Cristo, manifesta oposição ao próprio Cristo. Assim, por meio dessa passagem, compreendemos que opor-se à Igreja é o mesmo que opor-se a Cristo. E é exatamente isso que o movimento woke faz de modo direto ou indireto.

 A postura cristã, diante da discordância, não é a coerção ou o ódio àqueles que se opõem à mensagem ou aos pontos de vista defendidos. Conforme as Escrituras, a orientação é clara: em Tito 3:10, a exortação é para evitar aqueles que persistem em erros e heresias, após advertências.  

 Nem Jesus Cristo, nem o apóstolo Paulo, preconizaram o ódio as pessoas em face da divergência de ideias, mesmo que estas contrariem os ensinamentos do cristianismo.

 Em 1 Pedro 3:15, a recomendação é responder com mansidão e respeito àqueles que buscam a razão da fé cristã. O cristão não é chamado a odiar, mas a amar e, conforme o Sermão da Montanha, a orar até mesmo pelos inimigos. O próprio Cristo, na cruz, exemplificou esse amor incondicional, reconciliando o mundo com Deus, apesar da oposição de todos os pecadores.

A resposta cristã, portanto, é a mansidão, o temor e a busca pela reconciliação. Em caso de persistência no erro, após as devidas advertências, a atitude a ser tomada, conforme Tito 3:10, é evitar o contato com aqueles que se mantêm irredutíveis.

A passagem bíblica de 2 Timóteo, capítulo 3, versículos 1 a 4, descreve os tempos difíceis que precederão o fim, caracterizados por uma sociedade com comportamentos que se afastam dos princípios morais. Paulo adverte sobre uma geração que, por egoísmo, se tornará amante de si mesma, orgulhosa, blasfemadora, desobediente aos pais, ingrata, profana, sem controle, cruel, indiferente aos outros, traidora, implacável, arrogante e mais afeiçoada aos prazeres do que a Deus. No que concerne à instituição familiar, Jesus a estabeleceu e defendeu, conforme se observa em Mateus, capítulo 19, versículos 5 e 6.

 Em relação ao coletivismo defendido pelo movimento woke, a Bíblia, em Romanos, capítulo 14, versículo 12, estabelece de forma inequívoca a responsabilidade individual. O apóstolo Paulo adverte que cada um prestará contas de si mesmo a Deus. Portanto, essa passagem bíblica evidencia que o ser humano será pessoalmente responsabilizado por suas ações perante o Senhor. Assim, o ensinamento bíblico enfatiza a responsabilidade pessoal como um valor fundamental, explicitamente demonstrado nas Escrituras. Que estejamos vigilantes em relação às tendências perniciosas de nossa época. Freqüentemente disfarçadas sob a roupagem da justiça social, essas tendências, em sua essência, contrariam os valores bíblicos e se opõem aos princípios judaico-cristãos, constituindo-se, portanto, em um instrumento do mundo contra a Igreja de Cristo. Estejamos conscientes e preparados não apenas para enfrentar, mas também para perseverar diante dessas inclinações que caracterizam a nossa era, marcada pela proliferação da iniqüidade, conforme advertiu o Senhor Jesus acerca do fim dos tempos.

 

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Livreto: Percepção Espiritual – Como Obter?

 

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Livreto: Potestades das Trevas Como é e Como Opera

 

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Discernimento Espiritual: O Antídoto Contra o Engano Religioso de Nossos Dias


 

C. J. Jacinto

 

Introdução: Um Cenário Espiritualmente Crítico

Vivemos uma era em que a confusão espiritual reina dentro de muitas igrejas. O que antes era considerado heresia agora é visto como inovação espiritual. Sinais e maravilhas, experiências emocionais e vozes interiores passaram a substituir a sã doutrina como critérios de verdade. A falta de discernimento tornou-se uma epidemia silenciosa que ameaça a integridade do evangelho.

Mas por que isso está acontecendo? E como o cristão verdadeiro pode resistir a esse tsunami de engano?


1. A Epidemia da Falta de Discernimento

A maioria dos cristãos contemporâneos tem negligenciado o exercício do discernimento espiritual. Muitos aceitam o erro misturado com a verdade sem a menor suspeita. Como resultado, tornam-se presas fáceis de falsos mestres, sendo seduzidos por discursos doces, experiências emocionais e promessas de milagres.

“O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento.” (Oséias 4:6)


2. O Perigo de Basear a Verdade em Resultados

O pragmatismo, ou seja, julgar algo como verdadeiro apenas porque "funciona", é um erro teológico grave. Nem tudo o que aparenta dar certo vem de Deus.

  • Milagres não autenticam doutrina. Em Deuteronômio 13:1-5, Deus alerta que até sinais e maravilhas podem ser realizados por falsos profetas como teste de fidelidade. Isso revela que a verdade não se mede pelo sobrenatural, mas pela conformidade com as Escrituras.

3. A Falsa Fé Baseada em Milagres Visíveis

Foi inventada uma fé que depende de milagres visíveis para se afirmar como verdadeira. Essa pseudo-fé contrasta com a fé bíblica:

  • A fé bíblica crê sem ver. (João 20:29)
  • A falsa fé precisa ver para crer.

Essa inversão é uma armadilha sutil que leva muitos à apostasia, ainda que frequentem igrejas e tenham cargos religiosos. A fé não é validada por emoções ou sinais, mas por sua fidelidade à Palavra.


4. A Igreja Moderna Está Com a Imunidade Espiritual Baixa

As igrejas atuais, em grande parte, estão seduzidas pelo brilho dos sinais e maravilhas, ignorando completamente os alertas bíblicos sobre o engano espiritual. Correm pelas veredas da apostasia com um sorriso nos lábios, encantadas com experiências religiosas que jamais foram aprovadas pela Escritura.

Essa debilidade doutrinária reflete uma fé doente, desnutrida da Palavra, incapaz de resistir ao espírito do erro que opera com intensidade cada vez maior.


5. O Misticismo e a Armadilha das Emoções

O sentimentalismo virou o novo evangelho. Se algo “faz bem”, se emociona, se inspira, então deve ser de Deus — dizem muitos. Mas o ocultismo há muito tempo já entendeu como manipular emoções e produzir experiências de êxtase.

  • Espiritualistas e ocultistas também têm visões, sensações de paz, luz e iluminação. Mas isso nunca foi critério de verdade.
  • Satanás pode usar bons sentimentos para aprisionar corações no erro — como um veneno doce.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto...” (Jeremias 17:9)


6. A Confusão Entre Intuição e a Voz de Deus

Outro grande erro é confundir intuição psicológica com a voz do Espírito Santo. O Senhor pode sim nos orientar interiormente (Romanos 8:16), mas o problema está na ausência de discernimento.

  • Muitos consideram qualquer impressão interior como “a voz de Deus”.
  • Espíritos enganadores usam essa brecha para semear heresias e decisões desastrosas.

O teste bíblico é: “Provai os espíritos” (1 João 4:1). Isso exige conhecimento doutrinário, não apenas sensibilidade emocional.


7. A Palavra: A Única Base da Verdade Espiritual

Jesus declarou: “A tua palavra é a verdade” (João 17:17). Não há outra fonte segura. Nenhuma experiência, nenhuma voz, nenhum milagre pode substituir a autoridade das Escrituras.

  • A Bíblia é lâmpada (Salmo 119:105)
  • É viva e eficaz (Hebreus 4:12)
  • É o fundamento da fé genuína (Romanos 10:17)

8. Como Tornar-se Imune ao Engano Espiritual

Diante de tudo isso, como o cristão pode se proteger do engano?

1. Teste os espíritos com a Bíblia como padrão (1 João 4:1-6)
2. Estude e pratique a Palavra com zelo (Tiago 1:21-27)
3. Aprofunde-se nas doutrinas fundamentais do evangelho
4. Valorize a pregação expositiva e frequente igrejas centradas na Escritura
5. Esteja sempre alerta: o engano é sutil e crescente


Conclusão: A Urgência do Discernimento Bíblico

O mundo espiritual está repleto de falsificações. Satanás não precisa arrancar a Bíblia das mãos dos cristãos — basta substituí-la por experiências agradáveis, intuições não testadas e sinais impressionantes.

A maior necessidade da igreja atual não é mais emoção, nem mais milagres, mas mais discernimento, mais Palavra, mais doutrina e mais temor do Senhor.

É tempo de vigilância. É tempo de retorno às Escrituras. É tempo de romper com o falso evangelho que se disfarça de luz.

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Como Adquirir Conhecimento e Inteligência Espiritual

Como Adquirir Conhecimento e Inteligência Espiritual

 

C. J. Jacinto

 

“O Amor aos princípios leva à formação de um cristão completo” (Thomas Watson)

 

Ao escrever sua epístola aos Colossenses, Paulo expressa alegria pela propagação da verdade evangélica em Colossos. Muitos dos que ouviram o Evangelho professaram fé em Cristo, reconhecendo-o como Senhor e Salvador. O apóstolo aborda temas relacionados à sabedoria e ao conhecimento espiritual. Observa-se, contudo, uma ênfase sobre a importância dessa qualificação para que aqueles que foram redimidos pelo Evangelho experimentem um aprofundamento do conhecimento espiritual, a fim de viver a realidade evangélica em sua vida cotidiana.


A obtenção de um conhecimento espiritual completo demanda um relacionamento e uma compreensão precisa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. No contexto da Epístola aos Colossenses, Paulo apresenta uma análise aprofundada de Jesus Cristo, desde sua encarnação até sua plena manifestação. Nós, que abraçamos o Evangelho, devemos buscar uma compreensão integral da pessoa e da obra de Cristo. A doutrina cristã, em particular, é de suma importância. Acredito que cada cristão deve se manter informado sobre a ortodoxia. O cristianismo, contudo, distingue-se de outras religiões por fundamentar a verdade em uma pessoa, e não em um sistema de crenças. A compreensão de Jesus como a própria encarnação da verdade, e não apenas detentor dela, é essencial para um relacionamento transformador com o Senhor.

“Não devemos somente ter as verdades do Evangelho, a plenitude da vida cristã e a sua forma autentica de vida é um relacionamento com o Cristo Vivo. Mais do que um conjunto de crenças devemos ter um relacionamento intimo o Senhor revelado nas Escrituras.”


Em Colossenses, capítulo 1, versículo 9, o apóstolo Paulo aborda a importância do conhecimento e da compreensão espiritual. Acredito que um cristão pode aspirar a atingir essa profundidade de sabedoria e espiritualidade. Desta forma, este artigo propõe explorar os meios pelos quais um cristão pode alcançar esse nível espiritual, caracterizado por um conhecimento bíblico sólido, uma compreensão aprofundada do Evangelho e um relacionamento mais íntimo com o Senhor.

Em Tiago, capítulo 3, versículo 15, o apóstolo descreve uma sabedoria terrena, sensual e demoníaca. Esta sabedoria caracteriza o homem natural, que, conforme Paulo afirma em 1ª Coríntios, capítulo 2, versículo 14, não compreende as coisas do Espírito. Em 2ª Coríntios, capítulo 4, Paulo menciona que o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, a fim de que a luz do evangelho não resplandeça. Similarmente, em Efésios, capítulo 2, versículo 2, o Espírito deste século é descrito como operando nos filhos da desobediência. Consequentemente, no seu estado natural, os indivíduos se encontram espiritualmente destituídos, carentes de conhecimento e discernimento espiritual. Embora possam possuir capacidades intelectuais elevadas, permanecem cegos para as verdades espirituais.
Consequentemente, o ser humano em sua condição natural carece tanto de discernimento quanto de compreensão espiritual. A menos que o Espírito Santo conceda revelação ao homem, este permanecerá em ignorância indefinidamente. A iluminação espiritual é, portanto, reservada àqueles que foram resgatados pelo Senhor, os que experimentaram o novo nascimento.
No capítulo 4 do Evangelho de Mateus, na narrativa da Tentação, observa-se um ponto relevante: Satanás, na tentativa de levar o Senhor ao pecado, utilizou as Escrituras. Ter familiaridade com as Escrituras, conhecer algumas passagens e narrativas bíblicas, não equivale a possuir discernimento espiritual. Conhecimento e sabedoria espiritual são distintos. A compreensão espiritual é própria daqueles que foram redimidos, que são preenchidos pelo Espírito Santo, e resgatados pelo Senhor. Somente os redimidos possuem ou podem alcançar esse conhecimento e discernimento espiritual.
Em Romanos, capítulo 12, versículos 1 e 2, Paulo exorta os irmãos, com base na misericórdia divina, a que ofereçam seus corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o culto racional. Exorta-os também a não se conformarem com os padrões deste mundo, mas a serem transformados pela renovação da mente, para que possam discernir a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Neste espaço, apresentamos o roteiro para a sabedoria e a compreensão espiritual. Por meio destas palavras, Paulo nos guia na jornada que devemos trilhar para alcançar o conhecimento pleno de Deus e uma profunda compreensão dos assuntos espirituais.


"O pensamento espiritual consiste em dirigir a mente ativamente às coisas espirituais, amar essas coisas e encontrar nelas verdadeira satisfação." (John Owen)


Devemos entender que o culto racional implica na compreensão do objeto de nossa adoração. Assim, um dos primeiros requisitos para a inteligência e o conhecimento espiritual é o reconhecimento pleno da soberania e majestade de Deus. A ausência de reverência a Deus no momento do culto o invalida como um ato de adoração racional.


Nutrir uma profunda e sagrada reverência, concebendo Deus em Sua excelsa grandeza e conhecendo todos os Seus atributos. Reconhecemos Deus como a Majestade Suprema, soberana sobre o universo e toda a criação. É imperativo nutrir uma altíssima estima por Deus e cultivar um profundo temor reverencial por nosso Senhor, o Criador de todas as coisas. Consequentemente, se não cultivarmos essa elevada concepção de Deus e a devida reverência por Sua Pessoa, o Deus Pai Todo-Poderoso, o Deus Trino, não progrediremos no conhecimento, na sabedoria e na experiência espiritual. Ao contrário, demonstraremos insensatez.


Portanto, não devemos transformar nossos cultos em eventos espetaculares, adaptando-os aos padrões seculares, de modo a convertê-los em ambientes de entretenimento. Essa abordagem contraria os princípios que regem o culto, conforme estabelecido no Antigo e no Novo Testamento. O culto deve ser um espaço de reverência, temor e, acima de tudo, de aprendizado. Nele, busca-se compreender a soberania, a majestade e os atributos de Deus, demonstrando-Lhe grande respeito e devoção.
Prosseguindo, avancemos para a próxima fase. Paulo nos exorta a não nos conformarmos com este mundo, mas a sermos transformados pela renovação da nossa mente.

Compreendemos, portanto, que a transformação por meio da renovação da mente é condicionada pela nossa disposição em não nos conformarmos com este mundo. Justificamos essa postura com as palavras do apóstolo João, que afirma que o mundo está sob o poder do maligno. Somos, então, peregrinos nesta terra. Não podemos nos render às inclinações mundanas deste século perverso, pois elas estão sob a influência e o controle do espírito do erro, o espírito do anticristo. Consequentemente, observamos atualmente uma clara atuação do mundo na desconstrução dos valores do Evangelho e dos princípios judaico-cristãos. O cristão, portanto, posiciona-se em oposição a essas tendências malignas deste século. Somente quando a nossa mente é renovada pela transformação, nosso entendimento é capaz de discernir qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. O homem espiritual, dotado de discernimento e conhecimento espiritual, reconhece essa vontade e está disposto a cumpri-la.


Portanto, é imperativo que nos submetamos à vontade divina, conforme Paulo instruiu em Filipenses, capítulo 2, começando no versículo 13. Nesse trecho, lê-se: "Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Fazei tudo sem murmurações nem contendas". O versículo 15 ressalta a importância de sermos "irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo". Esta "geração corrompida e perversa" refere-se ao mundo, ao qual não devemos nos conformar. Pelo contrário, devemos priorizar a vontade de Deus, adotando-a como princípio fundamental para nossas vidas, e resistir às influências mundanas, que são, por sua vez, influenciadas por Satanás, o deus deste século.


Portanto, não devemos transformar nossos cultos em eventos espetaculares ou adaptá-los às tendências seculares, desvirtuando sua natureza sagrada para fins de entretenimento. Tal abordagem contradiz os princípios estabelecidos para a adoração, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. O culto deve ser um espaço de reverência, temor e aprendizado, onde se busca compreender a soberania, a majestade e os atributos divinos, demonstrando profundo respeito a Deus.

O autor da Epístola aos Hebreus instrui que devemos servir a Deus com temor, reverência e santidade, pois essa é a maneira correta de proceder. Atualmente, observa-se uma tendência, por parte de alguns, em priorizar emoções e experiências extáticas, bem como comportamentos incomuns, que não edificam o cristão nem o aproximam da realidade de servir, cultuar e adorar o Deus vivo e verdadeiro.


Portanto, devemos submeter-nos à vontade de Deus, conforme Paulo expôs em Filipenses, capítulo 2, a partir do versículo 13, que afirma: "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade". Prosseguindo, o texto adverte: "fazei tudo sem murmurações nem contendas". O versículo 15 destaca a importância de sermos "irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo". Essa "geração corrompida e perversa" refere-se ao mundo ao qual não devemos nos conformar. Ao invés disso, devemos priorizar a vontade de Deus, adotando-a como princípio norteador de nossas vidas e opondo-nos às tendências mundanas influenciadas por Satanás, o deus deste século.



A não conformidade com este século incita-nos ao impulso e à vontade consagrada de buscar o espiritual, aquilo que é eterno e que perdura indefinidamente. O homem de Deus, deveras consagrado e que não se molda aos padrões deste mundo, encontra em sua fé consolo e sabedoria inesgotável. Ademais, ele cultivará uma profunda comunhão com outros servos de Deus, igualmente devotados, que possuem o coração voltado para o transcendente e mantêm uma estreita relação com o Senhor. Estes, por sua vez, são mananciais de sapiência, imbuídos e plenos do Espírito Santo, dedicados a uma vida de piedade, consagração e um profundo anseio por um conhecimento espiritual superior. Com zelo e devoção notáveis, aprofundam-se nos princípios bíblicos, no estudo das Sagradas Escrituras e no relacionamento íntimo com o Altíssimo. Indivíduos dessa envergadura, seja aqueles que no passado legaram seus ensinamentos por escrito, seja os que subsistem no presente, são dignos de serem procurados. Aqueles que almejam uma compreensão e uma inteligência espiritual robustas encontrarão neles não apenas uma fonte de inspiração, mas um verdadeiro tesouro ao qual podem acessar. Pois, por meio de seu relacionamento com Deus, suas profundas devoções, e a minuciosa pesquisa e estudo das Escrituras – frutos de meditações profundas –, esses homens descobriram no vasto oceano das Sagradas Escrituras e na comunhão com o Criador tesouros inestimáveis, aptos a serem compartilhados.


Para além do convívio com homens piedosos e de seus escritos, essas obras espirituais, intrinsecamente profundas e ricas em tesouros, representam a fonte inesgotável da qual um homem de Deus pode extrair vasta sabedoria, legada por aqueles que dedicaram suas vidas a uma íntima comunhão com o Criador e ao discernimento das verdades espirituais.

Revela-se de primordial importância cultivar uma íntima comunhão com o Espírito Santo. Afinal, foi Ele quem inspirou a redação das Sagradas Escrituras, concedendo aos hagiógrafos, como Paulo, a inspiração para registrar a mensagem divina. Essa mesma presença, operando em nós, faculta-nos uma compreensão espiritual e profunda dos textos sagrados. Essa ininterrupta comunhão com o Espírito, que reside em nosso interior, dota-nos da capacidade de discernir as verdades e as profundezas da grandiosa e inestimável Bíblia Sagrada.

Torna-se, destarte, imperativo manter essa comunhão com o Espírito Santo, buscando Sua contínua orientação e iluminação. Conforme as palavras do próprio Cristo, o Espírito Santo, o Consolador, nos guiaria e nos ensinaria toda a verdade.

O mesmo Espírito Santo que inspirou os hagiógrafos na composição dos sessenta e seis livros da Bíblia, e que em nós habita, é a chave para uma compreensão transformadora. Uma íntima relação com Ele é o diferencial que capacita o leitor consagrado, aquele que, com devoção, reverência e diligência, se debruça sobre as Sagradas Escrituras. É Ele quem o capacitará a desvelar os inestimáveis tesouros ali contidos, enriquecendo a inteligência e aprofundando o conhecimento espiritual.



Compreendemos que o indivíduo redimido que se consagra ao Senhor, cultivando uma profunda intimidade com Deus, com as Sagradas Escrituras e com o Espírito Santo, seguindo a exortação de Efésios para não nos embriagarmos com vinho, mas nos enchermos do Espírito, uma vez pleno do Espírito Santo, dedicar-se-á às realidades espirituais, encontrando na Bíblia Sagrada um manancial inesgotável de tesouros que enriquecerão sua existência.

O homem piedoso, inteiramente consagrado a Deus, pode recorrer ao livro de Tiago e ali encontrar a promessa contida nos versículos 5 e 6 do capítulo 1: "Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura; e ser-lhe-á concedida. Peça, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento." Assim, o indivíduo consagrado a Deus solicitará com fé que lhe seja concedida sabedoria divina.

Recordamos que o sábio Salomão, no Antigo Testamento, ao se apresentar diante de Deus, optou pela sabedoria, e o Senhor, em Sua providência, concedeu-lha. O mesmo Deus que outorgou sabedoria a Salomão oferece-a agora a todos os Seus servos, aos homens consagrados e redimidos que a Ele se achegam e a pedem com fé, se dela necessitam.

O Deus de Salomão é o mesmo Deus que inspira Tiago. Portanto, cumpre-nos achegarmo-nos a Deus com fé genuína, com intimidade e com humildade, a fim de receber do Senhor toda a sabedoria indispensável para caminhar neste mundo com prudência, sensatez e discernimento, pois os dias são maus.

No Salmo 119:105, está escrito que a Palavra de Deus é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho. De fato, nestes tempos de obscuridade e trevas espirituais, visto que o mundo jaz sob o poder do maligno, essa verdade se torna ainda mais premente. A Bíblia Sagrada faz menção ao príncipe das trevas, o regente deste século; sobre o mundo adâmico, predominam profundas trevas espirituais. A humanidade, imersa nestas trevas e no vale da escuridão, carece da luz; todavia, o cristão é agraciado com a luz emanada da Palavra de Deus.

Essa luz deve ser mantida incessantemente acesa em nosso coração. A Palavra de Deus, assimilada em nosso íntimo e vivificada pela presença do Espírito Santo em nosso ser, constitui o combustível dessa luz espiritual. É, pois, imperativo incorporá-la em nosso coração e mente, estudando-a com profundo temor e reverência, da mesma forma que se nutre reverência pela habitação do Espírito Santo em nosso interior.

Devemos ter essa reverência, pois a Bíblia Sagrada adverte que não devemos entristecer o Espírito Santo, nem extinguir Sua presença em nosso íntimo. Por conseguinte, essa realidade espiritual deve ser abordada com o devido temor e a mais profunda reverência, assim como se cultiva reverência em nossos momentos de culto e adoração.

“A Palavra de Deus apela diretamente a profundidade da alma, como luz e como vida. É pura e perfeita, ela fala de toda a plenitude e perfeição dos conselhos de Deus, e através do estudo diário, apaixonado, microscópico e reverente das Escrituras, o Espírito do Senhor fala diretamente ao nosso coração”


Torna-se igualmente fundamental demonstrar reverência ao manusear a Bíblia, cultivando temor e oração ao nos aproximarmos da Santa Palavra do Senhor, dela sorvendo todo o manancial, e estudando-a com dedicação, carinho e amor. Assim como as palavras do Senhor Jesus devem ressoar em nosso coração, conforme Ele instruiu: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu ser."

Consequentemente, a plenitude da observância dessas palavras de Jesus manifesta-se naquele que devota amor ao Deus Pai, ao Deus Filho e ao Deus Espírito Santo, bem como à Palavra inerrante, infalível e inspirada do Senhor. Dessa forma, tudo o que é sagrado deve ser tratado com a mais elevada reverência e profundo temor.

 

 

 

 


 

 

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