Autoestima ou fé
em DEUS?
“
E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada
dia a sua cruz, e siga-me” (Lucas 9:23)
Um
conceito comum em nossos dias: a autoestima, ou amar-se a si mesmo. A primeira
vista parece algo inocente e legitimo, mas que trás alguns perigos escondidos
nesse conceito psicológico. Os amantes de si mesmos estão enquadrados como
gente que caracterizaria os tempos difíceis dos últimos dias, como bem descreve
Paulo em II Timoteo 3:1. A autoestima a princípio foi desenvolvida para pessoas
não cristãs. Como podem amar-se a si mesmas, pessoas que não aceitam a graça e
salvação de Deus, já é por si mesma uma contradição sem precedentes na historia
do comportamento humano. Na verdade, os homens pecadores amam seus pecados e
suas paixões. E por estarem ligados e apegados com afinco a esse mundo que
passa, amam sem medida esse mundo passageiro. São amantes desse mundo, e por
amarem demasiadamente um mundo que lhes concede os prazeres carnais, também
amam o ego que se nutre desses prazeres mundanos. A autoestima centraliza o eu,
como se tivesse uma necessidade suprema de receber todo o amor. Por isso mesmo,
em condições normais, por natureza, o homem pecador já nutre por si mesmo um
amor muito grande. Eis porque persegue a fama, os aplausos, as riquezas e o
sucesso. Porque isso nutre o eu, e o eleva aos patamares da auto-idolatria.
Mas a autoestima é algo inocente e bom? Isso é
do ponto de vista do cristianismo, é algo correto? Jesus conhece muito bem a
natureza do homem caído, conhece muito bem a natureza do velho Adão. Já no
começo do mundo, vimos como a reação de Caim agir contra seu irmão, foi por
causa do sentimento de desprezo e inferioridade que “nutriu” dentro do seu
coração. Não havia humildade e mansidão
em Caim, ele era demasiadamente egocêntrico, e não tinha humildade suficiente
para corrigir seu modelo de sacrifício, para ser aceito na mesma medida em que
foi aceita a oferta de seu irmão Abel. A autoestima é uma fagulha que acende o
fogo do orgulho no coração do homem. Amar-se a si mesmo, está fora da agenda de
Cristo, em Mateus 22:37 o foco do nosso amor deve ser DEUS, e em seguida o
nosso próximo, e com relação a nós mesmos é “negar-se a si mesmo e carregar a
cruz”. Jesus mesmo afirma que quem a amar a sua vida, perde ela. Talvez a
primeira vista isso pareça tão difícil de compreender. Pois nos leva a seguinte
pergunta: então devo odiar a minha vida? Não exatamente. A escrituras são
completas em si mesma, e ensina muito, nos dá conselhos e regras para uma vida
equilibrada. Somos convocados a amar muito a DEUS e a amar muito o nosso
próximo, e nossos irmãos. Com relação a vida em comunhão com nossos irmãos,
devemos estar até mesmo preparado apara morrer por eles (I João 3:16) e é
impossível a vida de mártir, sem um verdadeiro desprendimento do amor a si
mesmo. Uma vez que um dos instintos naturais do homem é a auto-preservação, não é de admirar que
esse instinto seja um reflexo pelo seu amor a si mesmo. Há um caso digno de
nota nas escrituras: Davi. Ao confrontar
Golias, eles enfrentou um gigante da autoestima. Golias confiava demasiadamente
em si mesmo, nutria uma estima muito
grande por si. Mas Davi, era o desprezado, o menor da casa, ele poderia ter
todos os motivos para ter uma espécie de depressão espiritual, na vida real,
Davi era o ultimo da casa em sentido literal, assim como José do Egito, pelo
fato de sofrer desprezo. A autoestima de
ambos não foi abalado, simplesmente porque não tinham. Aqui podemos perceber
que confiar no Senhor é melhor do que confiar em si mesmo. Amar a Deus é melhor
do que amar a si mesmo.
Bem!
Agora podemos encarar um fato do ponto de vista espiritual: é amando e confiando
em Deus, que realmente estaremos conduzindo a nossa vida por uma senda de
verdadeira felicidade e sentido de existência. Amar a Deus e não a si
mesmo. O Senhor sempre vai retribuir
esse amor por nós, e é isso que torna a vida valiosa. Não é amando a nós
mesmos, que a nossa vida ganha verdadeiro sentido de existência, mas quando
amamos a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso
pensamento. Nosso ego quer ser o senhor
na da nossa vida. Ele quer comandar, tomar a direção de definir o que devemos
ou o que não devemos fazer, quer ter o controle da nossa vida. Se nosso eu é
fortalecido por uma estima, então ganha força, e torna-se o senhor da vida, e
Jesus disse que não podemos servir a dois senhores. (Mateus 6:24)
Amar
a Cristo e não a nós mesmos, é viver a plenitude da vida, porque sendo nós alvo
do amor de Cristo, também somos amado por Ele, de forma plena, e cumpre-se em
nós, a condição evidente de uma vida
regenerada.
Amar
a Cristo e não a nós mesmos, porque o amor do Senhor por nós é infinito,
enquanto que o amor por nós pode se acabar com uma decepção da vida. Confiar
plenamente em Deus nos dá segurança eterna, mas amar a nós mesmo não nos dá
segurança permanente.
Amar
se a si mesmo, é conflitante, principalmente para não regenerados, porque já
não se pode apelar para doutrinas bíblicas, como pecado e sua gravidade, e para
a maldição eterna. O destino dos não salvos choca-se completamente com o
sentimento dos não salvos em amarem-se a si mesmos.
Amar-se
a si mesmo é conflitante porque ela exalta o nosso ego, e distorce a visão das
coisas. Nunca devemos dar uma ênfase maior a nós mesmos, em detrimento ao nosso
afeto ao Senhor. Porque isso desequilibra completamente a vida espiritual.
Viver
o verdadeiro evangelho nos coloca em situação de risco, o chamado radical do
evangelho não da espaço para a autoestima.
Porque a bíblia condena a vaidade, condena o orgulho, condena a confiança nos homens, condena a
idolatria. Para satisfazer as condições de autoestima, temos que inverter as
regras do reino de Deus. Angariar fama, e tesouros aqui na terra, não confessar
que somos pecadores e dependentes da graça e da misericórdia de Deus, não
confessar nossas falhas e defeitos, lutar pelo primeiro lugar nos recintos
sagrados, buscar o sucesso e a fama e os aplausos, porque isso nutre a nossa
estima e faz solidificar a nossa confiança em
si mesmo.
Cristo
nos deixou bons exemplos que confrontam a doutrina psicológica da autoestima:
Imagine Cristo na cruz, sofrendo a vergonha e o desprezo dos homens. Vimos
marcas de autoestima em fariseus e escribas, que confiavam na própria piedade
doentia, e cultuavam a si mesmos, de tal forma que alimentavam um orgulho muito
grande e uma confiança exagerada em suas obras religiosas. Cristo nos deixou o
exemplo, lavando os pés dos discípulos naquela noite, antes da sua paixão
sofredora na cruz.
Tiago
nos convida a humilhar-se perante o Senhor (Tiago 4:10) quebrantamento e
humilhação podem ser sustentados por um sentimento de autoestima? Em hipótese
alguma. A vida de humildade, a vida de quebrantamento e humilhação perante o
Senhor, precede de uma vida humilde, que
reconhece as próprias falhas, limitações e defeitos, e que depende da
graça e da misericórdia de DEUSA para viver cada minuto aqui nesse mundo.
“Porque,
qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á: mas qualquer que, por amor
de mim perder a sua vida, a salvará” (Lucas 9:24)
“De
todas as coisas que irão nos surpreender na manhã da ressurreição, está, creio
eu, é a que mais causará surpresa: que amamos tão pouco a Cristo durante nossa
vida” (J . C. Ryle)
“O amor por nós, é um ladrão que
rouba o amor que devíamos ter por Deus”
Pr Clavio Juvenal Jacinto
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