sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

A MORTE DAS LAGRIMAS

Bem aventurados os que choram (Mateus 5:4) a vida do homem pós moderno é uma vida seca, os cristãos não vivem de forma diferente. A maior parte das lagrimas debulhadas hoje em dia, não passa de um subproduto de egos feridos.  A sociedade hedonista chorará quando a Babilônia for destruída com seus prazeres e suas delicias  "E sobre ela lamentarão e chorarão os mercadores da terra" e ainda "Chorarão e sobre ela prantearão.."(Apocalipse 18: 9 e 11) Que bela sensibilidade! esse é o mundo tão sensível quanto Esaú que chora a perda da benção, mas não chorou quando vendeu a primogenitura ((Gênesis 27:38). O deserto espiritual é a consequência da aridez espiritual.  Numa época em que o prazer e a diversão é uma medida de urgência religiosa, chorar não é algo muito estranho. Está fora de modo,essa é uma geração insensível quanto a sensibilidade e a santidade. Quase sempre as reações que vimos, correspondem ao egoismo e ao orgulho ferido e nada mais. Quando o homem moderno chora, ele não chora por causa dos outros, ele chora por si mesmo. Não por corque fez algo errado, mas porque as coisas deram erradas para ele, sua autoestima foi golpeada e a vitalidade de seu orgulho escoa pelas feridas causadas pela vida pecadora. Neemias chorou pelo povo em miséria (Neemias 1:4) José chorou por causa de seus irmãos (Genesis 27:38) Pedro chorou quando percebeu sua falsa coragem e sua pseudo piedade (Marcos 14:22) Jó chorava pelos aflitos (Jó 30:25)  Certa ocasião todo o povo de Deus chorou (Juizes 2:4) e Jesus chorou (João 11:35) hoje os cristãos não choram mais!. E porque não choramos? porque somos insensíveis. Dizemos com orgulho e muita pompa que vivemos um avivamento, mas as pessoas estão secas por dentro, o barulho que vimos é o produto de algo oco, vazio, isso é  a secura. Essa morte do sentimento, por si mesmo deveria ser motivo de choro numa alma humilde, mas não choramos. A espiritualidade autentica leva o cristão ao mar de lagrimas, porque ele vive em um mundo cheio de malignidades, imoralidades. Em todos os lugares o nome de Deus é blasfemado, um homem de Deus chora por cada escândalo contra o evangelho, ele chora porque cada aborto é um assassinato, chora porque os falsos profetas arrastam multidões para o inferno ao som delicioso de musica religiosa, chora porque o diabo inventou uma religião de bom paladar ao coração pecador, e sob o rotulo de evangelho, consegue manter sob custodia os olhos secos e os corações fechados a verdade divina. Eu não posso acreditar na espiritualidade de um homem que não chora perante tanta injustiça e diante da maldita corrupção que infesta nossa sociedade. Não consigo crer na santidade daqueles que olham com indiferença para uma igreja teatralizada , mundanizada, materialista e relativista. Não creio na fé daqueles que creem num deus utilitarista, num evangelho aguado numa religião divertida, e ainda ousam chamar isso de cristianismo! Não há choro em nossas reuniões, não há  choro em nosso quarto secreto, não há incenso de lagrimas em nossas intercessões, embora os bares, os prostíbulos, as sarjetas, as favelas, os presídios estejam abarrotadas de almas sangrando pelas feridas do pecado e acorrentadas pelos grilhões do inferno, estamos ocupados demais conosco para se lembrar e se preocupar com o próximo.  As lagrimas são o sangue da verdadeira espiritualidade, se ela flui, então há vida, este é o nosso sacrifício, derramar a nossa vida perante os miseráveis e os perdidos, chorar até mover o coração de Deus, como sinal de que somos verdadeiros cristãos diante dos olhos do Altíssimo.

Clavio J. Jacinto

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