quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Amor, Coragem e Verdade



Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam (Lucas 6:27)


Amor e ódio são sentimentos opostos, o mundo está cheio do ultimo, mesmo que a maior parte do ódio esteja silenciosamente alojada nos recônditos mais profundos do coração humano, ele ainda está lá, apenas um momento oportuno e ódio explode em ações e palavras, ferem o homem por dentro e por fora.
 A síntese da doutrina cristã é o amor, não é um amor frouxo, tolerante, como muitos defendem, o amor com características divinas levam aos caminhos mais radicais, vejamos por exemplo, como Deus amou ao mundo, entregando seu filho para morrer por nós, a consumação desse amor, foi uma morte por substituição penal na cruz, o amor de Deus, fez com que Cristo fizesse uma entrega absoluta por cada pecador ali no Calvário. O amor produz zelo intenso, pelo menos duas vezes, Jesus virou a mesa dos cambistas no templo, essa atitude radical se deu num momento de amor pelas coisas santas, sentimento comum em pessoas piedosas. Não existe amor pela verdade se não existe zelo por ela. Vimos como Paulo sofreu pelo evangelho, seu amor lhe conduziu ao estado de zelo extremo, por  isso em suas cartas vimos como faz defesa da fé cristã, corrige e exorta com firmeza e muita dedicação, porque o amor pelo evangelho, não tolera os erros e os desvios que obscurecem a sã doutrina. Alguns propõem uma especie de amor que tolere todas as coisas, mesmo os mais vis pecados, um amor que tolere todos os erros, mas o amor não pode ser deificado, ele é apenas uma virtude que deve andar sob a custódia dos princípios evangélicos. O amor reprova as coisas erradas, há uma reação contraria nas pessoas que amam de verdade, diante das coisas erradas. Aliás, grande parte dos cristãos modernos, ainda estão sob o jugo de um amor errado, amor as coisas terrenas. E quando se fala de amor, na perspectiva cristã, acham que a tolerância as coisas erradas, deve ser um principio que deve ser aplicado, assim adotam o silencio como regra, buscando artifícios filosóficos e sentimentais para não confrontarem o erro pela ótica do amor. Disse o apostolo amado, que Deus é amor, mas o amor de Deus não tolera a rebelião do homem. O amor que Deus quer que tenhamos é um amor heróico, tipo o de Elias, capaz de ficar firme na ortodoxia, quando todo o mundo desabava na apostasia. O amor a verdade, pode ofender aqueles que amam a mentira, e por isso mesmo, muitos lideres temem falar a verdade, justamente porque acham que uma palavra verdadeira, uma exortação bíblica, uma doutrina cristã que tenha elementos supostamente ofensivos ao  estilo de vida moderno, deve ser evitado. Assim vimos como tanta gente quer ajeitar as coisas, para conviver pacificamente com as coisas erradas, a fim de não ofender os outros. Não estou fazendo apologia aos conflitos, dissensões ou coisas dessa natureza, estou tratando de uma assunto primoroso, o amor. Mas o amor não nos leva para a tolerância silenciosa, o amor a verdade impulsionou João Batista a proclamar arrependimento e a opor-se a um casamento errado, portanto ser guiado pelo amor de Deus, não significa fazer silencio ou tornar-se neutro em questões éticas e doutrinarias. Chesterton certa vez escreveu: "A tolerância moderna é na verdade uma tirania, uma tirania porque é um silencio". A percepção espiritual sobre o amor não nos leva ao pacto com  o silencio, nem nos conduz a tolerância com as coisas erradas, mas ao zelo, a oposição ao engano, e isso se manifesta claramente em nossas atitudes.
Quando Jesus ensinou que deveríamos amar os nosso inimigos, não significa em hipótese alguma concordar com as opiniões e crenças deles, podemos refletir essa questão e uma ilustração simples. Um homem, ainda que nos odeie, está seguindo por um caminho cuja ponte está avariada e prestes a cair, quando passar o próximo caminhante, tudo ruirá. O que fazemos? advertimos ele sobre o perigo, e se ele nos ouvir, não cairá. Aqui está o amor não silencioso.A nossa reação será de cuidado para com alguém que nos odeia. mas como nos comportamos no caso de pessoas que adotam crenças erradas e estão indo para o inferno? ou pessoas que estão cometendo atos condenados pelas escrituras?
 Amar ao próximo, é apenas uma fase, a outra é amar ao inimigo como nosso próximo, aqui está um dos fundamentos do evangelho, e temos que partir da perspectiva de que o amor não tolera as coisas erradas. Há um dilema nesse assunto, todos nós chegamos naquela encruzilhada em que teremos que escolher o que falar, e haverá apenas duas opções, ou a mentira que engana, ou a verdade que ofende. O amor está sempre disposto a sofrer a perseguição pela verdade do que sofrer a reprovação divina por causa da omissão, e não se esqueça: Ame seus inimigos


Clavio J. Jacinto 


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