quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Não Devemos Julgar?

Há um velho jargão sustentado por uma geração de crentes superficiais, que é irritante por causa de sua repetição desproporcional quando o assunto é apologética: “não devemos julgar”. Esse pensamento é fundamento no texto isolado e descontextualizado de Mateus 7:1. A ideia de que alguém que se apresenta como pregador, pastor, profeta etc, seja um homem escolhido por Deus e que não deve ser censurado, denunciado ou criticado por que está promovendo coisas bizarras, mentiras e heresias, e que Deus é quem deve tratar com ele, é um pensamento completamente estranho ao Novo Testamento. Tanto Cristo, como também os apóstolos advertiram sobre o surgimento de falsos Profetas e Falsos doutores (Mateus 7:15, II Coríntios  11:13 e 14, II Pedro 2:1 etc) E Paulo em uma de suas epístolas denuncia Himeneu e Fileto, que corromperam a fé de muitos porque pregavam a heresia de que a ressurreição já tinha sido consumado. Da mesma forma a igreja de Éfeso rejeitou pessoas que afirmavam serem apóstolos. Os  cristãos dessa igreja colocou á prova esses pretensos apóstolos, e os achou mentirosos (Apocalipse 2:2) veja o texto, que Jesus Cristo elogia esses cristãos por tão nobre atitude de desmascarar os falsos apóstolos. Naquela época já existia critérios básicos para autenticar um ministério apostólico. Esse critério fundamental para autenticar um verdadeiro apostolo está em Atos 1:22 e 23, ali descobrimos que havia princípios para escolher um substituto para Judas Iscariotes. Com certeza, os irmãos da igreja de Éfeso usaram essas normas para discernir se tais apóstolos eram autênticos ou não. O resultado foi: “Pusestes a prova os que se dizem ser apóstolos e não o são, e tu os achastes mentirosos”. Havia discernimento e princípios naqueles irmãos. O jargão usado hoje, de que não devemos julgar porque não se pode “tocar em escolhido de Deus” é uma falácia espiritual. Primeiro porque Deus não escolhe ninguém para pregar heresias, Não escolhe ninguém para promover confusão e apostasia, não escolhe ninguém para estabelecer falsas doutrinas e ensinos distorcidos produtos de uma má exegese.  Deus não escolhe ninguém para opor-se a sã doutrina, Deus não escolhe ninguém para desmentir o que já está escrito e estabelecido nas Sagradas Escrituras.  Muitos falsos profetas e falsos doutores, pregadores heréticos são sustentados por cristãos que de forma irresponsável pegam um texto fora de contexto para defender o que Deus em sua própria Palavra denuncia e adverte. Partindo do próprio contexto de Mateus 7, entendemos que Jesus está se referindo ao julgamento hipócrita.  No mesmo capitulo, Jesus dá as regras para se estabelecer um julgamento correto: Pelos frutos se conhece uma arvore. O texto de Mateus 7:1 deve ser lido dentro das normas de uma exegese correta. Vimos por exemplo que em João 7:24 Jesus diz que devemos julgar, não segundo as aparências mais segundo a reta justiça. Paulo também afirma que os cristãos vão julgar o mundo e os anjos (I Coríntios 6:2) Os cristãos devem julgar questões doutrinarias (I Coríntios 11:13) e também deveria julgar as profecias (I Coríntios 14:23). Fica claro pelas Escrituras que um verdadeiro cristão deve exercer o discernimento espiritual e ter a responsabilidade de batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Denunciando falsos profetas ele estará alertando pessoas com menos percepção espiritual, a não caírem nos engôdos e nos enganos dos que promovem heresias de destruição.

Clavio J. Jacinto

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