Como uma Denominação Solapa a
Autoridade das Escrituras e Torna-se Uma Seita Intolerante.
As divisões fracionadas que o protestantismo
evangélico sofre hoje, tem suas origens no pentecostalismo. Antes do advento do
movimento pentecostal não havia muitas divisões, depois do advento pentecostal,
outros movimentos surgiram influenciados
por ele, Os filhos manifestos, o movimento de renovação nas igrejas históricas,
o neopentecostalismo, a renovação carismática, etc. Hoje vimos uma verdadeira
“pulverização” do movimento evangélico carismático, há uma constelação infinita
de novos grupos, seitas, denominações e ministérios criados por homens, nem
sempre com boas intenções e cada vez mais distantes do cristianismo bíblico.
Falo por experiência própria, muitos
lideres “fundadores” de ministérios, não entendem praticamente nada de
teologia, não conhecem nem mesmo as doutrinas básicas da fé cristã, não
conseguem fazer nem mesmo uma boa exegese dos textos mais simples da bíblia.
Alguns são verdadeiros coronéis e na pior dos modelos ditadores. Isso é ruim, é
uma lastima, para não dizer uma vergonha. Eu também me envolvi com muitos
movimentos ditos “evangélicos carismáticos” as experiências não são nada agradáveis. Não afirmo isso com alegria, mas
com muita tristeza no coração. A minha desconfiança veio a partir da leitura de
bons livros e um estudo mais perspicaz das sagradas Escrituras e do
cristianismo histórico, livros como “A Sedução do Cristianismo e Escapando da
Sedução” de Dave Hunt, De alguma forma esses livros trouxeram uma desconfiança
para com o mundo evangélico carismático atual e seus clichês espirituais e suas
manias religiosas. Logo em seguida, “Cristianismo em Crise” de Hank Hanegraaff,
também ajudou a nutrir essa desconfiança.
Rever conceitos, refletir,
pesquisar e estudar as Escrituras sempre foram caminhos que trilhei com
dedicação. Mesmo sem muito apoio, sempre
prossegui de forma independente. O que aprendi desejo compartilhar para ajudar
e esclarecer alguns. Grande parte das “denominações” e “ministérios” que
conheci, solapam a autoridade das escrituras de forma clara e aberta, mesmo que
seus lideres não percebam isto e as pessoas envolvidas não percebam tal coisa.
A falta de discernimento hoje é muito grande, lideres são “divinizados” e não
podem ser questionados. O mundo evangélico carismático está cheio de “micro-papas”, possuem os mesmos atributos
dos apóstolos da Nova Reforma Apostólica, contato direto com o céu e recebem
suas revelações direto do “trono da
graça”. A bíblia é a autoridade final em
questões de fé e pratica de uma verdadeira igreja. Por favor, se deixarmos os
absolutos das Escrituras, entraremos no campo minado do subjetivismo e do
relativismo espiritual. Sem um leme que nos direcione, qualquer sentido pode
ser do ponto de vista humano, um caminho
certo. (Provérbios 14:12)Sem um prumo que padronize e determine a vida cristã, cairemos em serias
armadilhas e haverá sérios desvios da sã doutrina e da coerência, para a
cegueira espiritual e para o fanatismo.
Em 1978, vários lideres cristãos
nos EUA se reuniram com o propósito de defenderem a autoridade das Escrituras, desse
movimento surgiu a “Declaração de Chicago Sobre Entrância Bíblica” esse documento é um manifesto contra o
liberalismo teológico, seu texto vai além, pois o reconhecimento das Escrituras
como autoridade final é uma questão crucial para determinar a legitimidade de
uma igreja evangélica. A grande maioria dos movimentos evangélicos modernos
desvia-se completamente disso. Um dos problemas mais sérios é a invenção de escritos
documentais anexados a certos movimentos sectários esses documentos tornam-se em pé de igualdade
com as Escrituras, ou até acima das escrituras. Um exemplo claro é o RI
(Regimento Interno) de algumas igrejas cristãs. O RI é tão altissonante, que
quebrar as regras contidas nele é tão severo quanto um crime hediondo, mas se o
pecado praticado estiver fora dele (mas dentro da bíblia) é praticamente
ignorado. O RI é a autoridade maior do que a bíblia, e, aliás, se os princípios
já estão nas Escrituras, então porque um RI?
Segue um exemplo, uma igreja “ultraconservadora” registra no seu RI que
uma mulher não deve usar saias com fendas. Se o RI for transgredido, o
transgressor é punido, mesmo que, o que
a bíblia ensina é que a mulher se vista
com pudor (I Timóteo 2:9) e esse deve ser o padrão bíblico: com pudor, uma
mulher pode vestir-se com pudor como determina a bíblia, mas se o RI determina
algo a mais, então o RI determina o que é certo e o que é errado, solapa a
autoridade das Escrituras e torna-se um acréscimo a elas. O que não apenas é um
erro, mas pecado. Mas o problema não termina ai. O RI é um verdadeiro promotor
de hipocrisia e de injustiça. Porque os Ris contem tantas regras de punição
sobre coisas exteriores, e deixa de fora qualquer punição para pecados
interiores, como inveja, luxuria, orgulho. Porque não há punição para falsos
profetas (o movimento pente-carismatico está cheio deles) ou para murmuração,
mentiras, ódio, rancor, etc.? Porque
certos pecados são punidos e outros omissos? Certo RI pode conter a regra
simples de que a mulher não deve usar “botas de franjas” a transgressão segue a
punição (Disciplina). O argumento é que isso é mundano, sejamos sinceros, o
tipo de hierarquia que muitos pentecostais carismáticos sustentam é puro
mundanismo e isso está claramente
descrito por Jesus Cristo em
Mateus 20:25 e 26. Seus lideres imitam os príncipes desse mundo, liderando de
forma condenada por Cristo. E agora?. Sim o RI
determina o que é errado, não a bíblia. Conheço gente que vive a regra
de um RI, mas compra e não paga, é transgressor, porque acima de tudo é infiel
aos contratos. (Romanos 1:31) e
transgride o ensino de Cristo do sim, sim e do não. Porque tais coisas
acontecem? Porque regimentos internos estão acima da bíblia, devem ser tomados
ao pé da letra, já as transgressões bíblicas devem ser ignoradas e levadas para
“debaixo do tapete” eu mesmo vi com meus próprios olhos como essas coisas são
tratadas. Vi como certos indivíduos
conseguem cometer pecados sérios como jogar um irmão contra o outro e promover
partidarismo dentro das congregações e ficar completamente impune, porque não
havia tal coisa no RI e a bíblia? Era apenas fachada, nunca autoridade final em
questões de fé, pratica, doutrina e disciplina. Isso é um pecado grave!
Compromete todo o sistema. As seitas fazem isso, além da bíblia precisa existir
outra autoridade, um acréscimo em detrimento a uma suficiência. Isso é um erro,
um erro muito grave que vai custar a eternidade de muitas almas. Fuja de
igrejas que colocam documentos humanos, revelações, visões extrabiblicas acima
das escrituras, elas são caminhos de erro. Fuja de igrejas cujo seus lideres
são manipuladores, que usam de documentos extra-biblicos para promover
terrorismo psicológico e desviar as almas do evangelho. Tais lideres pretendem
ser intocáveis, podem passar por cima da autoridade das Escrituras, pisar seus
preceitos, pois se acham infalíveis
quando assumem púlpitos, crêem esses ditadores religiosos serem dotados de uma “unção especial”, verdadeiros césares religiosos, possuídos
pela pompa do orgulho de sustentarem títulos pomposos que os colocam acima da
humanidade comum: os “leigos”. Quando na verdade o Novo Testamento ensina o sacerdócio
universal de todos os santos (temas que tais não gostam de pregar)
Por incrível que pareça,
Regimentos internos tornam-se, em algumas igrejas, a autoridade suprema para classificar pecadinhos
e pecadões. Não a bíblia, mas um documento extra, determina o que se pode fazer
ou não. Se um RI é baseado na bíblia, então que necessidade tem? Se a bíblia já
define o que é certo e o que é errado? Ora, usando um RI para controlar
pessoas, uma igreja acaba cometendo o delito de usar dois pessoas e duas
medidas. Pune alguém por desrespeitar o
Regimento Interno, mas não pune com
mesma medida se outra pessoa quebra um princípio que está na bíblia mas
não está no RI. Uma mentira pode ser classificada como um pecadinho, a inveja
segue essa mesma regra de classificação. Outros precisam ser punidos. Havia uma
época que ouvir radio era pecado, quem dizia isso? O regimento interno e não a bíblia.
Pessoas eram punidas por quebrarem as regras do RI, porque ele era a autoridade
final em questões de fé e pratica. Esse problema é antigo, Jesus repreende
severamente os fariseus por colocarem suas tradições em pé de igualdade ou
acima das Escrituras (Mateus 15:6) Eu não estou dizendo que um regimento
interno é algo errado, não! Mas é um erro grave, digo gravíssimo, colocar um RI
ou qualquer documento em pé de igualdade com a
bíblia ou uma autoridade maior do que a bíblia. Eu já fui testemunha
ocular, vi certos lideres ignorarem completamente um mandamento bíblico, e
imporem pesadas disciplinas em quem desobedecia a uma regra do RI. Porque isso
ocorre, porque esses acréscimos a palavra de Deus? É porque a Bíblia não é suficiente e nem
mesmo a autoridade final. A bíblia condena tal coisa (Veja Apocalipse 22:18) Um
acréscimo á bíblia é um pecado grave. Usurpara a autoridade das Escrituras é um
pecado grave. Por isso mesmo deveríamos estar bem atentos ao que ocorre em
certas igrejas, quando ocorrem revelações extra-biblicas que ultrapassam os
limites do Canon sagrado ou são acrescentados documentos e livros que ficam em
pé de igualdade com a bíblia sagrada. Essa é a forma das seitas mais severas
atuarem nesse mundo. A crença na insuficiência das Escrituras é um modo de crer
que o Espírito santo não fez uma obra perfeita ao inspirar os 66 livros, nem
foi competente para inspirar os escritores bíblicos a colocarem todas as
informações necessárias para o bom andamento da igreja e de todos os cristãos.
A gravidade de tal idéia torna-se muito perigosa, tão ridícula e perniciosa,
que muitas pessoas cegas, acabam acreditando que seguir religiosamente um regimento
interno é a única maneira de se salvar.
É a única maneira de provar ser um verdadeiro salvo. Assim crêem de tal
forma, que certos grupos acreditam que os que não seguem as normas
denominacionais de sua denominação, contida no RI que defendem com unhas e
dentes de forma camuflada, não são salvos. Vi fatos horríveis, candidatos ao
batismo, são confrontados com o Regimento Interno, devem obedecer a eles, não a
bíblia. Aos candidatos de certos grupos é apresentado as normas do RI, e não as
Sagradas Escrituras. É dessa forma que vimos como se abre o caminho para a mais
tenebrosa hipocrisia. É correto crer que sendo toda a Escritura inspirada por
Deus (II Timóteo 3:16) todas as escrituras precisam ser observadas e não alguns
regulamentos. É um erro dar uma ênfase a certos princípios bíblicos e ignorar
outros. Trata-se de outro evangelho que produz pseudo- cristãos. A bíblia no
seu todo “Toda a Escritura” e não somente uma meia dúzia de preceitos. Eu
poderia citar um numero enorme de deveres e mandamentos que são
importantíssimos e não se leva em consideração hoje, porque a maioria deles são
de ordem interior. Mas olhe bem, um estudo de Mateus 23 mostra como os
hipócritas fariseus davam uma ênfase doentia ao exterior e nem se preocupavam
com o interior, inventaram rituais para observação religiosa que os fazia
distinguir entre os demais. Eram verdadeiros sepulcros caiados. Eu sinceramente
nunca vi lideres disciplinando ou exigindo disciplina para membros que
quebrassem certos mandamentos ou cometessem certos pecados como “Olhar para uma
mulher com intenção impura”(Mateus 5:28) ansiedade (Mateus 6:25 a 36) não
perdoar o próximo (Mateus 6:14) não cumprimentar os que não professam a mesma
fé ((Mateus 5:47) a lista pode torna-se quase infinita. Isso é só um exemplo claro, de que a bíblia
por via das regras não é nada mais do que fachada, e se existe punição
disciplinar quando o RI é quebrado, mas não se aplica o mesmo quando os
mandamentos e preceitos da bíblia são quebrados, o que fica exposto é que o RI
é mais autoritário do que a bíblia, e os mandamentos de homens sobressaem sob
mandamentos de Deus, (Muitos preceitos em Regimentos internos de igrejas
legalistas, são doutrinas de homens, você não encontra certas proibições na
bíblia, somente em RIs)não é de admirar que eu tenha encontrado um numero muito
grande de hipócritas, falsos cristãos e gente que consegue sustentar duas caras
em certos movimentos dito “conservadores”. É com grande tristeza que afirmo
isso. Eu não estou me colocando ao lado de qualquer tipo de liberalismo
teológico, doutrinário ou seja o que for. Sou um conservador, sou
fundamentalista cristão, não tenho medo de afirmar isso. Creio na suficiência
das Escrituras e em cada regra, respeitando o contexto em que deve ser
aplicado. Creio na inerrancia das Escrituras, creio que Jesus Cristo veio em
carne, creio na inspiração plena das Escrituras, creio na morte substitutiva de
Cristo, creio na ressurreição literal, creio na ascensão física e no retorno
triunfante de Cristo, acima de tudo creio que Cristo deu mandamentos aos seus
seguidores (Atos 1:2) agora por favor, acrescentar algo as escrituras é um
erro, a bíblia e somente a bíblia deve ser nossa bussola ético espiritual
(Isaias 8:20). Quem faz acréscimos a
palavra de Deus e coloca esses acréscimos em pé de igualdade ou acima das
Escrituras é mentiroso, e o Mentiroso
não tem parte com Deus, à origem da mentira é o diabo e não Cristo (João 8:44)
leia a advertência de provérbios: “Toda a Palavra de Deus é pura, escudo para
os que confiam nele. Nada acrescentes as suas palavras, para que não te
repreendas e sejas achado mentiroso” (Provérbios 30:5)
No prefacio da declaração de
Chicago da Inerrancia Bíblica
A autoridade das Escrituras é um
tema chave para a igreja cristã, tanto desta quanto de qualquer outra época.
Aqueles que professam fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador são chamados a
demonstrar a realidade de seu discipulado cristão mediante obediência humilde e
fiel à Palavra escrita de Deus. Afastar-se das Escrituras, tanto em questões de
fé quanto em questões de conduta, é deslealdade para com nosso Mestre. Para que
haja uma compreensão plena e uma confissão correta da autoridade das Sagradas
Escrituras é essencial um reconhecimento da sua total veracidade e
confiabilidade.
O ultimo artigo da declaração
termina com essas palavras:
Artigo XIX
Afirmamos que uma confissão da
autoridade, infalibilidade e inerrância plenas das Escrituras são vitais para
uma correta compreensão da totalidade da fé cristã. Afirmamos ainda mais que
tal confissão deve conduzir a uma conformidade cada vez maior à imagem de
Cristo.
Negamos que tal confissão seja
necessária para a salvação. Contudo, negamos ainda mais que se possa rejeitar a
inerrância sem graves conseqüências, quer para o indivíduo quer para a Igreja.
Embora o propósito da Declaração de Chicago
não seja exatamente o problema exposto aqui, é bom ressaltar que de certa forma
eu vejo como muitos acréscimos ao Canon histórico da Bíblia comprometem a
pureza da fé cristã, e subornam a autoridade que só pertencem a ela. Que os
olhos do nosso entendimento estejam abertos
para nos desviarmos de tal maldade
Clavio J. Jacinto
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