sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Ziziphus Spina Christi

Ziziphus Spina Christi

Perfurado a vida dolorosa desse mundo pobre
Cheio de rebeldes almas num vale de sombras angustias
Desce em degraus de tormentos, um santo
No paladar do amargo fel, Ele bebe
De todas as taças onde escoam nossas escórias.

Fardo a fronte de quem pregava o amor
Do rosto que sustentava a visão de todas  as misericórdias
Do berço a estrebaria, o feno e a palha fria
Uma coroa de opróbrio esfacelava a honra
A semente da injuria cravada na região frontal

Agulhas ímpias cravadas na carne
Imergem num batismo de violentas aflições
No rebaixamento de Rei eterno a mortal flagelado
Na face inundada  de saliva de seus carrascos
Levou consigo, meu atroz silencio e meus gritos vorazes

Rasgada a noite de todas as trevas
Oceano de escuridão que cobre tão insana infâmia
Uma coroa cravada em meu Rei
Consome toda a honra e devasta todo o respeito
Era eu quem devia estar lá.

Que cena cruel naquele tormento Calvário
As rosas se envergonham, por causa de seus espinhos
Num réu inocente, cravaram uma brutal coroa
Em honra de quem ia conquistar o império da morte
Depois de três dias, no repouso de uma brutal batalha

Os espinhos cruéis como rudes fios de navalhas
Um ardor da alma que a paixão derramou
Foi o Rei da nossa vergonha ao silencio do tumulo da terra
Depois das trevas a aurora eterna iluminou
Coroa de honra, pra ELE, que do pecado venceu a feroz guerra

Clavio J. Jacinto


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