Cristo morreu por nossos pecados.
(I Corintios 15:3) essa é a declaração de Paulo, o tema central da sua teologia. Cristo, e
somente Cristo veio morrer pelos nossos pecados, a obra perfeita foi realizada
por Ele, seu triunfo sobre a morte e o pecado, foi o marco que terá uma memória
eterna. “Em que temos a redenção pelo sangue, a saber,
a remissão dos pecados” (Colossenses 1:14) O testemunho do Novo Testamento é
muito claro. Esse deve ser o nosso grito angustiante, Cristo Jesus nosso
Salvador morreu pelos nossos pecados. Há na cruz uma dor profunda que partiu e
dilacerou a alma de Deus em Cristo. O sofrimento vergonhoso da cruz, para
trazer glória e incorrupção pelo evangelho “E que é manifesta agora pela
aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz
a vida e a incorrupção pelo evangelho” (2 Timóteo 1:10). A igreja pós moderna abandonou o conceito bíblico
do pecado, e quando o conceito bíblico do pecado é abandonado, a obra da cruz
perde o seu teor de profundidade. Não é sem causa que muitos estejam associando
a cruz com amor, quando na verdade a cruz é o símbolo de um juízo terrível contra
Cristo por causa de nossos pecados. Você não encontra nas Escrituras que a cruz
é uma expressão de amor, o amor ´de Deus está no Filho, não na cruz, e esse
amor se manifesta ao mundo, não porque merecemos, mas porque a graça de Deus se
manifestou. Todo o ódio justo de Deus,
toda repulsa que Ele tem contra o pecado, toda a sua ira por causa de nossas
abominações, foram jogadas sobre Cristo na Cruz “Cristo nos resgatou da
maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo
aquele que for pendurado no madeiro” (Gálatas 3:13) “Levando
ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que mortos para
o pecado, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas pisaduras fomos sarados”(I
Pedro 2:24). A cruz está o ápice da dor, do sofrimento, da vergonha, da ignomínia,
do vitupério, da agonia, da dilaceração, é pois o lugar mais abominável do universo, e Cristo esteve
lá, para fazer expiação pelos nossos pecados. “O qual se deu a si mesmo em
preço de redenção”(I Timóteo 2:6) Ele foi o preço do resgate, o preço pago foi elevadíssimo,
por isso mesmo, é inaceitável uma pregação do evangelho superficial, uma vida
cristã sem uma cosmovisão profunda da cruz, é uma teologia fracassada. A igreja
moderna carece desse testemunho vigoroso. Nós temos a redenção somente por
causa de Cristo, sua morte e ressurreição, e isso ele fez através da cruz. “Em
quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as
riquezas da sua graça”(Efésios 1:7) “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis,
como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por
tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como
de um cordeiro imaculado e incontaminado”(I Pedro 1:18 e 19). “E ele é a
propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos
de todo o mundo.”( 1
João 2:2)
O cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo veio na plenitude dos tempos, para morrer pelos nossos pecados.
O amor do Pai se manifestou em seu Filho, não na cruz que Ele suportou. A obra
de sacrifício redentor foi causada pelo amor, mas não houve nenhum sentimento
de amor na cruz. O que houve nela foi um sofrimento maldito, uma sentença terrível
que só Cristo poderia suportar. A cruz
simboliza a vergonha, a sentença do pecado. A cruz revela a gravidade nefasta
do pecado, não há romance na cruz. O
épico do Filho de Deus pode conter amor, quando lavou os pés dos discípulos,
pode revelar o mais puro amor na entrega incondicional a dor, mas o sofrimento
em si e as injurias malditas causadas pela cruz, não podem ser considerados
como reações de amor, elas são reações da rebeldia humana, a nossa rebelião
provocou todas as dores da cruz de Cristo. A cruz é mais ódio da humanidade, é
mais violência do pecado, é mais conseqüência de rebelião, e só um tratamento
tão radical pode conceder aos pobres e miseráveis pecadores, tamanho perdão.
Não compreender isso, nos remete para uma pregação fraca, para uma teologia
fraca e por fim para um fé superficial. Deus não derramou o amor por seu Filho La
na cruz, Deus derramou o seu juízo sobre o seu Filho por nossa causa. Entender isso
é importante, não entender a obra da redenção, a obra perfeita da cruz, gera um
cristianismo distorcido, uma anomalia espiritual. “Olhando para Jesus, autor e
consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto. Suportou a cruz,
desprezando a afronta, e assentou-se a destra do trono de Deus”(Hebreus 12:2)
Ele suportou a cruz, ele carregou os nosso pecados, suportou a sentença. Esse sacrifício
de Cristo tem um oceano de significados “E que, havendo por ele feito a paz
pelo seu sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as
coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus”(Colossenses
1:20 “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual
de alguma maneira nos era contraria, e a tirou do meio de nós, cravando-a na
cruz.”(Colossenses 2:14) A grande descida de Cristo aos sofrimentos humilhantes
da humilhação, em uma “cruz sublimis” ele desce a vergonha, a humilhação de uma morte tão vil “E, achado
na forma de homem. Humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte
de cruz”(Filipenses 2:8). Não há como
desviar-se do foco central do evangelho, fugir da mensagem da cruz é
apostatar-se, diminuir os méritos do sacrifício de Cristo na cruz é promover
outro evangelho, mesclar a perfeita obra de Cristo na cruz com nossos méritos religiosos
é promover um humanismo decadente. A graça é a graça no seu sentido mais
bendito, ou a nossa religião torna-se uma superstição humanista. “E, levando
ele ás costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se
chama Golgota”(João 19:17)
Não podemos diminuir a importância
da obra da cruz ou tentar dissolver seus significados profundos com nossos supostos
sentimentos compassivos. O homem pecador não tem moral para falar da misericórdia
e da justiça de Deus. Ele não tem méritos e nem discernimento próprio, para
buscar através de sua razão e sua emoção, os significados espirituais mais
profundos da obra da redenção realizadas por Cristo na Cruz. Se não fosse a
revelação divina, contida nas Sagradas Escrituras, estaríamos alheios e nunca poderíamos
alcançar uma compreensão maravilhosa da graça de Deus e do sacrifício de Cristo
na cruz. “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há
em Cristo Jesus” (Romanos 3:24) A expiação no sistema do sacrifício levitico
apontou para Cristo e a sua obra perfeita. Não podemos deixar de olhar para tão
maravilhosa graça, que se manifestou através de Cristo, nosso Senhor e Salvador
“O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e
purificar para si um povo seu zeloso e de boas obras” (Tito 2:13) A vida cristã
e a pregação cristã. O testemunho do cristão aponta apenas em direção da cruz,
lá no madeiro tenebroso Cristo suportou a nossa condenação, esse deve ser o
testemunho dos verdadeiros cristãos, esse deve ser o testemunho do
remanescente. “O qual se deu a si mesmo m preço de redenção por todos, para
servir de testemunho ao seu tempo”(I Timoteo 2:6)
A palavra traduzida "expiação" do
hebraico é כּפר (kâphar)
o que significa mais completamente,
perdoar um pecado pagando uma
penalidade.
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