A polemica em torno da ideologia
de gênero tem sido um grande problema
apologético que envolve a fé cristã ortodoxa. Trata-se de uma crise de
identidade sexual, uma desconstrução dos pilares da moralidade judaica cristã.
Parece que a idéia surgiu em
torno das teorias de Lewis Henry Morgan,(1818-1881) Morgan foi um antropólogo
que fez pesquisas com povos tribais durante a vida, Morgan defendeu a idéia que
a instituição da família tradicional era algo errado, e assim como a religião
(possivelmente a cristã) causou problemas
a humanidade.
Simone de Beauvoir(1908-1986)
pode ser considerada como uma das principais profetas do feminismo da nossa
época. Ela acreditava que a mulher não nasce mulher. Essa imposição
(arbitraria?) é uma construção social. Não se trata de uma identidade genética
ou ética, mas uma construção cultural imposta pela sociedade.
As idéias do Antropólogo Lewis
Morgan foram assimiladas por Marx e Engels, e também promovidas por Herbert Marcuse
no Livro Eros e a civilização, e tais idéias tiveram um impacto enorme sobre
estudantes universitários, é provável que a revolução hippie da década de sessenta
tenha sido um legado desses ideais socialistas
e evolucionistas.
Por ser tratar de uma ideologia
de desconstrução, seus defensores
precisam usar métodos tipo “revolução psicológica” para reformular conceitos
tradicionais e dar novos significados, processam uma nova semântica, algo muito parecido com
o que Orwell chamou no seu clássico
“1984” de “novilingua”. Em seguida, promovem uma revolução pedagógica, uma manipulação da cultura e modificação de
comportamentos sociais
Em suma, devemos entender que
esse movimento é político na sua essência, mas age através de um espírito de
fanatismo, como se fosse o surgimento de uma religião alternativa para ser
implantada numa aldeia global, tem características puramente humanista e
evolucionista e completamente anticristãs. Ideologia de gênero é uma ação de
desconstrução social, e tem como alvo
destruição da família tradicional e faz forte oposição a religião
cristã.
Note que textos como Gênesis 1:27
opõe as idéias de Simone de Beauvoir e ideologia de gênero, na essência da
doutrina cristã está a distinção clássica e tradicional do homem e da mulher,
com suas respectivas distinções emocionais e biológicas, cada um formado para
desempenhar o papel na sociedade e na família. Um simples versículo bíblico é
suficiente para demonstrar a disparidade dessa ideia.

O antagonismo a uma moral judaico-cristã
é uma ressonância clara do espírito do anticristo, a destruição da família não
foge a regra, a fé cristã exalta o casamento monogâmico e promove um senso de
sacralidade a ele ”Venerado seja entre todos o matrimonio e o leito sem macula;
porem aos que se dão a prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará” (hebreus
13:4) Também desejo reiterar que na vida cristã autentica, não é o casamento
monogâmico uma opressão do esposo para com sua esposa, pois os dois serão uma
só carne (Genesis 2:24) e Cristo ensinou isso como uma verdade fundamental
(Mateus 19:4) é fundamento espiritual inabalável , a compreensão clara da fé
cristã nos remete para uma posição muito mais elevada com relação a homem e
mulher, distintos na natureza e no caráter, longe das idéias da psicologia
evolutiva, a espiritualidade cristã não
aceita o acaso e as teorias adjacentes dessa vertente que é basicamente
epicuristas. Os modernos materialistas apenas estão papagaiando o que Demócrito
e Epicuro já defendiam a séculos atrás. Na visão cristã, o homem não é um
animal autômato biológico movido por reações químicas no cérebro e por
instintos promovidos por estímulos respostas. Na cosmovisão cristã o homem é
criado à imagem e semelhança de Deus (Genesis 1:26 com Tiago 3:9) tem responsabilidades
morais, méritos e qualidades, o que Francis Schaeffer denominou como
hombridade.
A ideologia de gênero por isso
mesmo deve ser completamente rejeitada, é uma nova espécie de ”ismo”, embora
revestida falsamente de uma capa de ciência, é na verdade pura filosofia
racionalista alimentada pelo socialismo e pela teoria da evolução.
Nota-se que já na década de 60º
psicólogo neozelandês tentou “construir o gênero” em um menino que teve
problemas nas partes genitais devido a uma cirurgia mal sucedida. Era a
oportunidade de “construir socialmente” um sexo, assim o menino Bruce Reimer,
através de uma mudança de sexo pelo método cirúrgico, cresceria sob a condição
de que nunca lhe seria dito que teria nascido um menino (Seu nome foi mudado
para Brenda). Essa desconstrução de um individuo não foi bem sucedida, pelo
contrario foi um desastre, e é claro, que se naquela época estava era uma
criança que estava perdendo a identidade( Conforme Genesis 1:27) hoje toda uma
geração está sendo bombardeada para que o futuro seja um campo disponível para
conquistas maiores, da revolução psicológica para a revolução social.

A família tradicional é um
vinculo perfeito com a vontade de Deus, claro que para a mentalidade
socialista, Deus não existe, muitos psicólogos e cientistas agora crêem na
religião do cérebro, a crença é apenas um dispositivo evolucionista (Dispensável
para o atual estado evolutivo) mas como descreve Andrew Nargoski em seu livro
“A batalha de Moscou” que o cadáver de Lenin, era objeto de idolatria na época
Stalinista, e que seu corpo foi
transportado para fora da capital soviética durante as ameaças da tomada
de Moscou pelos alemães na segunda guerra mundial. Celebra-se daí, no vácuo
deixado pela falta de religião, a auto-idolatria,a idolatria a cadáveres, ao
estado, a uma ideologia etc.
Paulo escreve as mais lindas
palavras sobre o casamento em Efésios 5:22 a 33 nessa passagem vimos a glória
da família na perspectiva cristã. Não há no casamento legitimo nenhuma opressão
de classes, opressão real existe em ditaduras intolerantes, onde o povo padece
pela falta de liberdade e acaba caindo num abismo obscuro de falta de sentido
existencial. É nessa sequencia de beleza e harmonia que nasce o Salvador,
Cristo Jesus. Pois dentro do relacionamento matrimonial vem o Filho de Deus, e
não fora dele. Ainda que nascido de modo virginal, ainda que concebido de
maneira sobrenatural, Ele vem por uma via legal, pelo terreno sagrado do santo
matrimonio, e um José e uma Maria, homem e mulher, uma família e um casamento,
é nesse ambiente sagrado inviolável e inegociável que nasce Cristo. A histporia
por si mesma é bela, longe dessa onda de erotização que ataca nossas crianças e
nossa sociedade. Longe da sensualidade que na verdade transforma o sexo como um
centro que canaliza as mais bizarras idéias e promove a “fêmeo objeto” Mulheres
e crianças vistas como alvo potencial de instrumento de satisfação
egoísta. Ainda nesse cenário de
horror, lembro de Peter Kreeft, no seu
Livro “Como Vencer a Guerra cultural”
ironiza em certa parte do livro, afirmando que quase sempre uma pessoa
intelectual está disposta em acreditar em um absurdo, assim descrevendo essa
ironia, Ele diz que das universidades saem pessoas com um titulo de mestrado
alimentando também idéias absurdas. Tem sentido isso, afinal nós olhamos para a
janela da vida e vimos como tanta gente intelectual acaba cedendo espaço para o
absurdo. Kreeft assume a preocupação
pessoal de estágios profundos de iniqüidade quando diz: “Há um pesadelo ainda
mais terrível do que ser perseguido pelo demônio ou do que ser capturado pelo
demônio. Este pesadelo é o de tornar-se um demônio. O horror que está fora de
sua alma já é suficientemente terrível, mas não é tão terrível quanto o horror
de está dentro dela.”
Assim da denominada cultura da
morte, que os conservadores denominam a chamada cultura do aborto, também passa
agora a ser também a cultura da morte moral, pois querem também destruir as bases que sustentam
a civilização ocidental, e passam também a ser a cultura do anticristo quando
promovem a destruição dos valores judaico-cristão.
Cristo fala sobre a humanidade
redimida, como a esposa do Cordeiro em Apocalipse 21:9 “Vem e mostrar-te-ei a
esposa, a mulher do Cordeiro” aqui está um principio eterno e inabalável, as
feministas não creem nisso, não enxergam na moral judaica cristã a elevação da
mulher como um símbolo místico de uma humanidade transformada e redimida. Alem
disso, o livro de Revelação, sustenta a eternidade do feminino e do masculino,
ainda que em graus mais elevados do que as coisas naturais. Mas essas
informações estão nas Escrituras, e a mulher como criação e o homem também,
possuem no seu escopo, uma identidade eterna e inabalável por si mesma,
pois perdurará para sempre essa
distinção que foi construída por Deus e que não pode ser destruída pelo
homem. Amém
Clavio J. Jacinto