domingo, 28 de novembro de 2021

Sola Scriptura

 

Ouvi dizer das “cem provas bíblicas contra a Sola Scriptura” o óbvio da contradição é que para negar a autoridade suficiente das Escrituras, se faça uso delas para isso. Isso é uma contrariedade exposta, pois se a bíblia é usada para dar a Palavra final em certos assuntos, e se faz uso dela para isso, torna-se notável o fato de que é uma contradição provar pela autoridade da Bíblia de modo “Stricto Sensu” que ela não é uma autoridade absoluta em questões de fé e pratica. Moral da historia: Se a Palavra de Deus não é a verdade (João 17:17) podemos usá-la de modo a apenas defender nosso ponto de vista, como fez o diabo citando o salmo 91 na tentação em Mateus 4:1 a 11. A autoridade das Escrituras na visão satânica apenas seria o consentimento sobrenatural dela ser uma realidade para tentar induzir Cristo a contradizê-la. (C. J. Jacinto)

 

A obra de Cristo é o único lugar de repouso verdadeiro para a consciência, a pessoa de Cristo é o único objeto de afeição para satisfazer o coração e a Sua Palavra é o único guia verdadeiro para o caminho do céu

(Charles Machintosh)

 

 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Frases Edificantes






 

Sobre o Valor do Eterno

 Desprender-se dos bens terrenos e apegar-se completamente a Cristo, e quando partimos desta vida levaremos consigo a posse do que é mais valioso e eterno



Clavio J. Jacinto

Sobre Felicidade e Posses

 A felicidade que  depende de posses é falsa, só é verdadeira aquela que se desprende das coisas temporais e dá a devida importância aquelas que são valorizadas pela admiração.


C. J. Jacinto

Sobre Humildade no Coração

 A Grandeza de um coração é proporcional ao tamanho da humildade que ele cultiva dentro de si mesmo


Clavio J. Jacinto

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Pensamentos Extraido de Sermões

 

 

 

 

 

Um homem sensato não se considera melhor do os outros homens, porém procura viver de modo a não ser pior do qualquer um deles

O custo da sinceridade é alto, evitar pessoas falsas é um caminho de coragem, pois será sempre a direção em que encontramos poucas pessoas

Confiar em si mesmo só é algo sensato, quando nosso coração antes, confia totalmente em Deus, a submissão completa do eu ao Senhor, é uma garantia de sensatez

A paciência é uma espécie de esperança mais nobre, pois é capaz de crer na existência das rosas, ainda que os ramos só apresentem espinhos

Mediocridade é o egoísmo em ação, quanto mais uma alma se reduz dentro de si para satisfazer suas paixões, mais infame ela será.



CLAVIO J JACINTO

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

A VIDA CRISTÃ VENCEDORA - Watchman Nee

 

A VIDA CRISTÃ REVELADA NA BÍBLIA

 

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. (Efésios 1:3)

 

A EXPERIÊNCIA DO FRACASSO

Quando fomos salvos, a graça de Deus encheu de gozo nosso coração. Naquela época, nossa vida encheu-se de esperança e achamos que desde aquele momento todos os nossos pecados ficariam sob nossos pés. Pensamos que dali em diante poderíamos vencer tudo. No momento de nossa salvação acreditamos que não havia nenhuma tentação tão grande que não pudéssemos vencer, nem dificuldades que não pudéssemos superar. Nosso futuro estava cheio de esperança gloriosa. Pela primeira vez, experimentamos a paz do perdão e o aroma do gozo. Nessa ocasião era muito agradável e fácil ter comunhão com Deus. Sentíamo-nos cheios de gozo e felicidade. Até o céu estava mais perto de nós. Nada nos parecia impossível. Nessa época achávamos que cada dia seria um dia de vitória.

Entretanto, essa maravilhosa condição não durou muito e essa maravilhosa esperança não se fez realidade. Os pecados que críamos que haviam passado ou que havíamos vencido, de repente retornaram. Pensávamos que os havíamos deixado para trás, mas voltaram. Nosso antigo mau gênio retornou; o orgulho voltou e nossa inveja surgiu outra vez. Talvez tentássemos ler a Bíblia, mas era inútil. Talvez orássemos, mas esse doce sabor já não havia mais. Aquele zelo que tínhamos pelas almas perdidas havia-se desvanecido. O amor começou a minguar. Alguns assuntos, sim, haviam sido solucionados, mas outros não os pudemos resolver. Nossa canção diária tornou-se uma canção de derrota e não de vitória. Em nossa vida cotidiana experimentamos mais fracassos que vitórias. Começamos a sentir um grande vazio interior. Ao comparar-nos com Paulo, João, Pedro e outros cristãos do primeiro século, concluíamos que havia uma grande diferença entre a experiência deles e a nossa. Não podíamos ajudar os outros. Podíamos somente falar do aspecto vitorioso de nossa experiência. Não conseguíamos falar-lhes daquilo em que havíamos fracassado. Achávamos que os dias de vitória eram poucos, e que os dias de fracasso eram numerosos. Vivíamos diariamente na miséria. Essa é a experiência comum de muitos cristãos.

Quando fomos salvos, pensamos que já que nossos pecados haviam sido perdoados, nunca retornariam. Achamos que a paz e o gozo experimentados permaneceriam sempre conosco. Lamentavelmente, os pecados e as tentações voltaram. As experiências elevadas tornaram-se poucas e as experiências baixas tornaram-se constantes. Houve menos momentos de gozo e os momentos tristes tornaram-se mais freqüentes. Nessa situação experimentamos duas coisas: de um lado as tentações, o orgulho, a inveja, e o mau gênio voltaram; e de outro, esforçamo-nos para nos reprimir. Assim que esses pecados retornam, esforçamo-nos para refreá-los e impedir que se manifestem. Os que conseguem refrear-se, acham que venceram, e os que não conseguem, vivem num círculo vicioso de fracasso, vitória, pecado e remorso. Como conseqüência, caem num desânimo profundo. Pouco depois de ser salvos, reprimem seus pecados de modo consciente ou resignam-se pensando que a vitória é impossível. Tornam-se negativistas e se desanimam. De um lado, experimentam alguma vitória; mas de outro, experimentam muitos fracassos. Quando conseguem refrear-se, seus pecados são detidos temporariamente; mas quando caem cedem ao inevitável destino de cometer pecados.

Irmãos e irmãs, gostaria de lhes fazer uma pergunta diante de Deus. Quando o Senhor Jesus foi à cruz, esperava que tivéssemos a experiência que temos hoje? Quando foi crucificado, Ele sabia que nossa vida seria vitoriosa num dia e derrotada no dia seguinte? Sabia que seríamos vitoriosos pela manhã e derrotados à noite? Será que Suas realizações na cruz são insuficientes para fazer com que O sirvamos em santidade e justiça? Será que Ele derramou Seu sangue na cruz com a finalidade de livrar-nos somente do castigo do inferno, mas não da dor do pecado? Será possível que o Seu sangue derramado na cruz é suficiente só para nos salvar da dor do pecado no futuro, sem nos salvar da dor do pecado no presente? Oh! irmãos e irmãs, não posso evitar dizer "Aleluia!" O Senhor de fato realizou tudo na cruz! Na cruz Ele não só colocou um fim à dor do inferno, mas também à dor do pecado. Ele não apenas lembrou-se da dor do castigo do pecado, mas também da dor do poder do pecado. Ele preparou um caminho de salvação para nós, que nos capacita a viver na terra da mesma maneira que Ele viveu. Irmãos e irmãs, Cristo não acabou só com o sofrimento do inferno, mas também com o sofrimento do pecado. Em outras palavras, Sua obra redentora não nos deu a posição e a base para sermos salvos apenas de maneira superficial, mas também para que fôssemos salvos plenamente. Não temos de viver da maneira que vivemos hoje. Temos de dizer: "Aleluia!" Porque há um evangelho para os pecadores e também um evangelho para os "cristãos pecadores". O evangelho aos cristãos pecadores se prega da mesma maneira que a cruz nos foi pregada antes. Aleluia! Hoje há um evangelho para os cristãos pecadores.

 

A VIDA CRISTÃ QUE DEUS ORDENOU

Na mensagem anterior vimos em que consiste nossa própria experiência. Gostaríamos hoje de falar sobre o tipo de vida que Deus ordenou para o cristão. De acordo com Deus, que tipo de vida um cristão deve levar? Não nos referimos aqui a cristãos mais experimentados, mas a todos os cristãos, os que foram salvos e regenerados e receberam a vida eterna. Que tipo de vida devem levar? Somente depois de sabermos isso é que veremos o que nos falta. Que a Bíblia diz acerca da vida cristã? Examinemos alguns trechos da Bíblia.

 

 

Uma Vida Livre de Todos os Pecados

Mateus 1:21 diz: "Ela dará à luz um filho, e O chamarás pelo nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados".

Recentemente, quando estive em Chefoo e Pequim, alguns irmãos comentavam que antes eles gostavam muito de chamar ao Senhor de "o Cristo", mas agora gostavam de chamá-Lo de "Jesus, meu Salvador". Ele é chamado de Jesus porque "salva Seu povo dos pecados deles". Recebemos a Jesus como Salvador e obtivemos a graça do perdão. Agradeçamos e louvemos ao Senhor porque agora Jesus é nosso Salvador e porque nossos pecados já foram perdoados. Mas que fez Jesus por nós? "Ele salvará o Seu povo dos seus pecados". Isso é o que Deus ordenou; é o que Cristo realizou. O que importa agora é se continuamos vivendo no pecado ou se fomos libertados dele.

Nosso mau gênio está nos atormentando? Continuamos atados aos nossos pecados e enredados pelos nossos pensamentos?

Somos tão orgulhosos e tão egoístas como antes? Continuamos sendo os mesmos ou já fomos libertados do pecado? Muitas vezes dei o seguinte exemplo: há diferença entre uma bóia e um barco salva-vidas. Quando um homem cai na água e alguém lhe atira uma bóia, ele não se afogará se se agarrar a ela, porém não sairá da água. Não afundará, todavia não poderá sair da água.

Não estará morto, porém também não estará vivendo. O barco salva-vidas é diferente. Ao entrar no barco salva-vidas, a pessoa que estava em perigo de afogar-se sai da água. A salvação que o Senhor nos proveu não é a salvação da bóia, mas a do barco. Ele não irá até a metade do caminho deixando-nos entre a vida e a morte. Ele salvará o Seu povo dos seus pecados. Ele não nos deixa nos pecados. Portanto, a salvação descrita na Bíblia nos salva do pecado. Apesar disso, mesmo que já tenhamos crido, não somos salvos do pecado; ainda vivemos nele. Por acaso a Bíblia está equivocada? Não, não há nada equivocado na Bíblia; é nossa experiência que está equivocada.

Que outra coisa fez Jesus quando veio a nós? Que diz a Bíblia a respeito de Sua obra? Vamos prosseguir.

 

Uma Vida que Tem Comunhão íntima com Deus

Lucas 1:69 diz: "E nos suscitou um chifre de salvação na casa de Davi, Seu servo". Os versículos 74 e 75 dizem: "De conceder-nos que, livres da mão de inimigos, O servíssemos sem temor, em santidade e justiça perante Ele, todos os nossos dias". Deus suscitou para nós um chifre de salvação na casa de Davi. Já temos esse chifre. Que fez esse chifre de salvação por nós e até que ponto nos livrou? Ele nos livrou da mão de nossos inimigos. Que tipo de vida Ele deseja que vivamos depois de libertados? Depois de libertados da mão de nossos inimigos, será que Ele está somente interessado em que O sirvamos em santidade e justiça? É só isso que Ele deseja? Se é assim, nós O serviremos em santidade e justiça apenas algumas vezes. Mas agradeçamos e louvemos ao Senhor porque Sua Palavra diz que devemos servi-Lo em santidade e justiça todos os nossos dias. Devemos servir em santidade e justiça enquanto vivermos. Esse é o tipo de vida que Deus ordenou para nós. Devemos servi-Lo em santidade e justiça todos os nossos dias. É claro que para vergonha nossa temos de admitir que não O temos servido em santidade e justiça todos os nossos dias, mesmo que Deus já nos tenha libertado da mão de nossos inimigos. Ou o que a Bíblia diz está errado ou é nossa experiência que está. A única maneira de nossa experiência estar correta é a Bíblia estar errada. Antes eu me perguntava que tipo de vida a Bíblia espera de um cristão. De acordo com ela, todo aquele que é salvo deve servir ao Senhor em santidade e justiça todos os seus dias. Se a Bíblia estiver errada, nossa experiência poderá ser justificada; mas se ela não está errada, então é nossa experiência que deve estar.

 

Uma Vida que Tem Plena Satisfação no Senhor

João 4:14 diz: "Aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der, de modo nenhum terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que Eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna". Quão preciosas são essas palavras! Elas não se referem a um tipo de cristão em particular. Não dizem que só os que têm recebido graça especial do Senhor é que podem ter uma fonte de água que jorre para a vida eterna. O Senhor disse isso à mulher samaritana, alguém que Ele não conhecia. Disse-lhe que se ela cresse, receberia água viva. Essa água seria nela uma fonte a jorrar para a vida eterna. Irmãos e irmãs, que significa ter sede ? Se alguém tem sede significa que não está satisfeito. Os que bebem da água que o Senhor lhes dá jamais terão sede. Agradeçamos e louvemos ao Senhor! Um cristão é alguém que não apenas se conforma com a situação, mas está sempre satisfeito. Não é suficiente que o cristão se conforme, porque o que Deus nos dá satisfaz-nos eternamente. Mas quantas vezes temos caminhado nas grandes avenidas comerciais sem sentir-nos sedentos? Temos sede ao caminhar diante das grandes lojas? Se desejamos isto ou aquilo, por acaso isso não é ter sede? Porventura temos sede quando olhamos nossos colegas e companheiros de estudo e invejamos o que eles têm? Mesmo assim, o Senhor disse: "Aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der, de modo nenhum terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que Eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna". O que Ele nos dá é um tipo de vida; porém, o que experimentamos é diferente. O Senhor nos disse que Ele é tudo que necessitamos, mas nós dizemos que Ele não é suficiente. Precisamos de outras coisas para poder ficar satisfeitos, mas Ele diz que Ele nos basta. É o que recebemos do Senhor que está errado ou é nossa experiência que está errada? Um dos dois deve estar errado. Não é possível que o Senhor emita para nós um cheque sem fundos. O que Ele promete, Ele certamente dará. Nossa experiência passada é expressa nas palavras de um hino: "Antes meio salvo"

 (Hinos 253, estrofe 2). Por que o Senhor disse que o crente jamais terá sede? Porque é diferente em seu interior. Em seu interior há novas exigências e novas satisfações. Irmãos e irmãs, vivemos diante de Deus e O servimos em santidade e justiça todos os nossos dias? Vivemos diante de Deus cada dia em santidade e justiça como disse o sacerdote Zacarias em Lucas 1:75? Temos algo que jorra do nosso interior constantemente e satisfaz a sede de outros? Em chinês existe a expressão wu-wei, que significa "não fazer nada". Os cristãos devem ser os que não pedem nada. Podemos dizer que o Senhor é suficiente para nós. Será que estamos satisfeitos unicamente com o Senhor? Estamos de fato satisfeitos somente com o Senhor Jesus? Se não estamos, isso indica que algo anda errado em nosso viver.

 

Uma Vida que Contagia os Outros

João 7:37e38diz: "No último dia, o grande dia da festa, pôs-se em pé Jesus e clamou: Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva". Do interior de quem fluirão rios de água viva? Não fluirão somente dos cristãos especiais ou dos apóstolos Paulo, Pedro e João, mas de todos os que crêem, de homens comuns como nós. É do interior de homens comuns como nós que fluirão rios de água viva. Quando as pessoas têm contato conosco, devem encontrar satisfação e deixar de ter sede. Tive uma amiga que, com o simples contato que tinha com as pessoas, fazia com que percebessem a vaidade do mundo, a tolice da ambição e a insipidez da avareza. É possível que naquela ocasião alguém se sentisse insatisfeito por alguma coisa. Porém, tão logo tinha contato com ela, percebia que o Senhor é suficiente e satisfaz. Por outro lado, talvez alguém estivesse contente com algo, mas quando tinha contato com ela, descobria que aquilo não tinha valor. O Senhor disse que quem crê Nele, de seu interior fluirão rios de água viva. Essa deve ser a experiência regular pertinente a todos os cristãos comuns. Não estou falando da experiência de cristãos especiais, mas da experiência de todos os cristãos em geral. Irmãos e irmãs, quando os outros se relacionam conosco eles deixam de ter sede ou permanecem sedentos? Se os outros se queixam de seus sofrimentos e nós também, se outros se sentem tristes e nós fazemos o mesmo, e se outros confessam seus fracassos e nós os nossos, então já não somos rios de água viva mas um árido deserto. Faremos secar até a erva verde de outros. Quando isso acontece conosco, alguém está errado: ou Deus ou nós. Mas, uma vez que Deus não pode errar, sem dúvida nós é que estamos errados.

 

 

Uma Vida Livre do Poder do Pecado

Vejamos o que acontece no livro de Atos. O versículo 26 do capítulo três diz: "Tendo Deus ressuscitado o seu Servo, enviou-o primeiramente a vós outros para vos abençoar, no sentido de que cada um se aparte das suas perversidades". A mensagem que Pedro deu no pórtico do templo ainda fala de nossa condição hoje. O que o Senhor Jesus realizou é mais do que suficiente para libertar-nos do pecado. O cristão deve ter a experiência básica de ser libertado do pecado. Como cristãos devemos, pelo menos, vencer os pecados conhecidos. Pode ser que não vençamos os pecados que não conhecemos. Mas devemos vencer por meio do Senhor todos os pecados que conhecemos. Talvez estejamos encurralados por muitos pecados que nos têm atormentado por anos. Pelo poder do Senhor, devemos vencer todos esses pecados. Esse é o modelo bíblico. O normal é que apenas ocasionalmente um homem seja vencido por alguma transgressão. Mas nossa experiência é que só  ocasionalmente vencemos. Quão anormal é nossa experiência!

Romanos 6:1-2 diz: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?" Todo o que creu no Senhor Jesus e tornou-se cristão, morreu para o pecado. Ninguém que tenha crido no Senhor Jesus e tenha se tornado cristão deve continuar vivendo no pecado. Mas como sabemos que estamos mortos para o pecado? O versículo seguinte dá-nos a resposta.

O versículo 3 diz: "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte?" Em outras palavras, todos os que foram batizados e são salvos estão mortos para o pecado. Quando uma pessoa é batizada, ela morre em Cristo Jesus.

O versículo 4 diz: "Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida". Esse deve ser o viver diário de cada cristão. Todos os que foram batizados devem andar em novidade de vida. Esse não é um versículo dirigido só a um grupo especial de cristãos, mas a todos os cristãos, aos salvos e batizados. Todos fomos batizados; portanto, todos devemos andar em novidade de vida. Essa é a experiência que Deus ordenou para cada cristão. Será que andamos em novidade de vida?

Romanos 6:14 diz: "Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei e sim da graça". Eu valorizo muito esse versículo. Quem não está debaixo da lei, e, sim, da graça? Acaso Andrew Murray foi o único? Ou só Paulo, Pedro e João o foram? Não são todos os que creram que não estão debaixo da lei, e, sim, da graça? Quantos dos presentes aqui estão debaixo da graça? Agradecemos e louvamos ao Senhor porque estamos debaixo da graça. Nenhum de nós está debaixo da lei.

Há, porém, outra oração antes dessa: "O pecado não terá domínio sobre vós". Agradecemos e louvamos ao Senhor porque o pecado não terá mais domínio sobre nós. Agradecemos e louvamos ao Senhor porque a vitória não é a experiência de um grupo especial de cristãos. Agradecemos e louvamos ao Senhor porque a vitória é a experiência de cristãos comuns. Agradecemos e louvamos ao Senhor porque todo cristão salvo está debaixo da graça. Quando fui salvo, vi esse versículo e ele teve muito valor para mim. Percebi que havia experimentado muitas vitórias e vencido muitos pecados. Percebi que Deus me havia concedido Sua graça. Mas ainda havia um pecado que me dominava. De fato, alguns pecados constantemente voltavam a visitar-me. Isso era como a experiência que tive um dia com um irmão. Encontrei-me com ele na rua e o saudei de longe. Em seguida entrei em uma loja para comprar algo. Quando saí, ele vinha em minha direção e o saudei mais uma vez. Logo depois, entrei em outra loja e comprei outro artigo. Quando saí, voltei a encontrar-me com ele e o saudei de novo. Ao virar a outra rua, encontrei-me mais uma vez com ele e tornei a saudá-lo. Cruzei uma segunda rua, e ao encontrar-nos de novo, voltei a saudá-lo. Assim, encontrei-me com esse irmão e o saudei cinco vezes naquele dia. Encontramo-nos com o pecado da mesma forma que me encontrei com esse irmão. Parece que o pecado vem ao nosso encontro de propósito. Sempre encontramos com ele; é como se nos estivesse seguindo constantemente. Para alguns é o seu mau humor que continuamente os segue; para outros é o orgulho e a inveja. Parece que a preguiça segue a alguns e a mentira a outros. Pode ser que alguém sempre tenha um espírito implacável, enquanto outro é atormentado continuamente por desejos vis ou pelo egoísmo. Alguns vêem-se acossados com freqüência por pensamentos impuros, enquanto outros experimentam desejos concupiscentes cada momento. Parece que todos têm pelo menos um pecado que sempre os persegue. Tive alguns pecados que me atormentavam continuamente. Tive de reconhecer que o pecado tinha domínio sobre mim. Deus disse que o pecado não teria domínio sobre mim, mas tive de confessar que algo estava errado comigo. Tive de confessar que o erro estava em mim e não na Palavra de Deus. Se vivemos uma vida de derrota, precisamos lembrar-nos que não foi isso o que Deus ordenou para nós. Temos de entender que Deus não tem a intenção de que o pecado tenha domínio sobre nós. Sua palavra diz que o pecado não terá domínio sobre nós!

Romanos 8:1 diz: "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". Já falei muitas vezes sobre a palavra condenação. Há uns vinte anos uma pessoa encontrou uns manuscritos antigos e descobriu que essa palavra tinha dois significados. Um se usa num contexto civil e o outro num contexto judicial. Conforme a aplicação civil, pode-se traduzir por "incapacidade". Portanto, esse versículo pode ser traduzido por "Agora, pois, já nenhuma incapacidade há para os que estão em Cristo Jesus". Quão maravilhoso isso é! Para quem foi escrito esse versículo? Apenas para John Wesley? ou somente para Martinho Lutero ou para Hudson Taylor? Que diz a Bíblia? Ela diz: "Agora, pois, já nenhuma incapacidade há para os que estão em Cristo Jesus". Quem são esses? Os cristãos. Um cristão é uma pessoa que está em Cristo Jesus, e nenhum cristão deve ser encontrado numa condição de impotência.

O versículo 2 diz: "Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte". Repetirei uma centena de vezes que não são somente cristãos especiais que são libertados da lei do pecado e da morte. Todo cristão deve ser libertado da lei do pecado e da morte. Que significa ser incapaz? 1 )e acordo com Romanos 7 significa fazer o que você detesta e não conseguir fazer o que você quer. É descobrir que "o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo". A incapacidade eqüivale a impotência para se fazer alguma coisa. A história de muitos cristãos está repleta de constantes decisões e de descumprir tais decisões. Continuamente decidem fazer algo e continuamente fracassam. Mas louvemos ao Senhor porque a Palavra de Deus diz que já nenhum cristão é incapaz.

Que é uma lei? É um fenômeno que acontece sempre da mesma maneira. Uma lei existe quando a mesma ação produz o mesmo resultado sob qualquer tipo de circunstância em que a ação se realize. Uma lei é um fenômeno constante; é uma tendência invariável, uma condição que continuamente se repete. Por exemplo, temos a lei da gravidade. Sempre que um objeto cai, a gravidade o atrai para o solo. A força gravitacional é uma lei. Para algumas pessoas, perder a calma é uma lei. Talvez tentem controlar-se uma ou duas vezes, mas na terceira se alterarão. Na quarta vez, perderão a calma. Isso acontece com todos os irmãos.

Talvez você consiga controlar-se no princípio, mas por fim explodirá. Cada vez que a tentação vier, o mesmo resultado se repetirá. Podemos observar que o mesmo acontece com o orgulho. Quando os outros falam bem de você, é possível que você não se comova. Mas, quando o elogiam pela segunda vez, sua expressão mudará rapidamente e seu rosto resplandecerá. Uma lei produz o mesmo resultado quando o mesmo procedimento é repetido. O pecado se fez uma lei para nós. Muitos irmãos toleram certas coisas, mas quando alguém toca em determinado assunto com eles, então se alteram. Podem vencer muitas coisas, mas se irritam quando tocam outras coisas.

Para vencer a lei do pecado não são necessários cristãos especiais. Nenhum cristão deve ficar em sua incapacidade. Todos os cristãos podem ser libertados da lei do pecado. Os versículos anteriormente apresentados mostram-nos fatos, e não mandamentos. Todo cristão precisa experimentar isso. No entanto, nossa experiência não corresponde à Palavra de Deus. Quão triste isso é!

 

Uma Vida que Vence Toda a Circunstância

Romanos 8:35 diz: "Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?" O versículo 37 diz: "Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou". Oh! nosso Senhor, que nos amou, é mais que vencedor em todas essas coisas! Essa deve ser a experiência cristã; mas em nosso caso, nem sequer necessitamos que a tribulação ou a espada nos sobrevenha; assim que alguém nos olhe torto, perdemos o amor de Cristo. Porém, Paulo disse que ele em todas essas coisas era mais que vencedor. Essa deve ser a experiência normal de todos os cristãos. A experiência normal de um cristão deve ser a vitória; o anormal deve ser a derrota. Conforme o que Deus ordenou, todo cristão deve ser mais que vencedor. Toda vez que depararmos com tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo ou espada, não apenas devemos vencer, mas devemos ser mais que vencedores. Não importa se há dificuldades. Os não-cristãos podem pensar que os cristãos tornaram-se loucos. Aleluia, podem dizer, mas nós já não estamos preocupados com essas coisas e nelas somos mais que vencedores por causa do amor de Cristo. Glória ao Senhor! Essa deve ser a experiência de todo cristão; é a experiência que Deus nos designou. Mas qual é nossa verdadeira condição? A Bíblia não escondeu essas experiências de nós, mas nós muitas vezes não sabemos como entrar nelas. Antes mesmo de a tribulação se intensificar, já estamos gritando: "Preciso de paciência! Estou sofrendo!" Se encontramos o caminho para entrar nessa vida, seremos mais que vencedores em todas essas coisas.

Em 2 Coríntios 2:14 se diz: "Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento". A vida cristã não é uma vida que vence algumas vezes, e, em outras é derrotada; não é uma vida que vence pela manhã e é derrotada a tarde. A vida cristã vence constantemente. Se hoje deparamos com uma tentação e a vencemos, não devemos emocionar-nos ao ponto de não poder dormir à noite. A experiência de não vencer deve ser o anormal. Vencer deve ser normal e freqüente.

 

Uma Vida Capaz de Fazer o Bem

Efésios 2:10 diz: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas". Recordemos que Efésios 2:10 vem depois dos versículos 8 e 9. Nos versículos anteriores é dito que fomos sal vos pela graça e aqui nos é dito que somos Sua feitura (ou, obra-prima), criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas. Essa não é uma experiência especial somente para alguns cristãos, mas deve ser a experiência de todo o que foi salvo. Deus nos salva para que ficamos o bem. Nossas boas obras estão de acordo com o que Deus ordenou ou estamos sempre nos queixando ao fazer o bem? Suponha que você limpe o chão. É possível que enquanto esteja limpando se queixe de que só uma ou duas pessoas o ajudam e as demais não. Isso produzirá jactância ou murmuração. Isso não é fazer o bem. Toda boa obra de um cristão deve ser acompanhada de um gozo superabundante; não devemos ser avarentos, jactanciosos nem egoístas, mas generosos e prontos a dar. Seria lamentável que apenas os melhores cristãos pudessem fazer o bem. Deus designou que fazer o bem deve ser a experiência comum de todo cristão.

 

Uma Vida Cheia de Luz

João 8:12 diz: "De novo lhes falou Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem Me segue de modo nenhum andará nas trevas mas terá a luz da vida". Essa é a vida que Deus ordenou para o cristão. Os que podem permanecer afastados das trevas e caminham na luz da vida não são cristãos especiais. Nenhum cristão que segue a Cristo deve andar em trevas; pelo contrário, deve ter a luz da vida. Um cristão que está cheio de luz é simplesmente um cristão normal, enquanto um cristão que não tem a luz é um cristão anormal.

 

Uma Vida Completamente Santificada

Em 1 Tessalonicenses 5:23 se diz: "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo". Essa é a oração que o apóstolo fez pelos crentes tessalonicenses. Se ele disse "vos santifique em tudo", é claro que uma pessoa pode ser santificada em tudo. É possível não achar nenhum defeito em um cristão. Deus nos santificará em tudo e nos conservará íntegros e irrepreensíveis.

Estamos nos referindo à provisão que o Senhor deu ao cristão. A salvação efetuada pelo Senhor deu a cada cristão a capacidade de vencer o pecado completamente, de ser plenamente libertado da escravidão do pecado, de subjugá-lo e de ter comunhão com Deus sem estorvos. Essa é a vida que Deus ordenou para nós. Isso não é uma simples teoria, mas um fato, porque essa é a provisão do Senhor.

 


Watchman Nee

 

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