quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Critérios: Bases para a Excelência Espiritual


Ano passado, eu preguei um sermão sobre a virtude de ser um cristão criterioso. Tomei como exemplo a Igreja de Éfeso; os cristãos dessa igreja puseram à prova os que afirmavam ser apóstolos, mas foram desmascarados, pois eram falsários (Apocalipse 2:2). Ser criterioso é ser nobre, como os bereianos (Atos 17:11). A base para a excelência espiritual a nível pessoal é ter um critério exigente. Tudo na vida segue essa regra, e a vida cristã não é uma exceção!

A propósito, nem sempre o que ensino tem um efeito. A Palavra de Deus não é a regra para a maioria dos evangélicos que conheço. Depois de meu sermão, as coisas até pioraram, fatos que comprovam a indisposição de pagar o preço para viver a verdade e amá-la, pois, se o Espírito Santo lança uma luz sobre um tema fundamental, a reação do cristão genuíno é submeter-se a essa verdade.

Hoje em dia, precisamos de critérios! É uma excelência inegociável. Dois mil anos se passaram, e as coisas pioraram muito. Como poderíamos, então, ser indiferentes quanto a isso?

Os cristãos de Éfeso foram elogiados pelo Senhor, pois puseram à prova alguns que se autointitulavam apóstolos, mas eram enganadores. Discernimento espiritual é uma bússola necessária para o peregrino que atravessa os dias difíceis.

Quais conselhos dou, tomando como padrão Apocalipse 2:2? A essência normativa da passagem revela que os cristãos de Éfeso eram criteriosos, sabiam discernir o que era fato e o que era engano. Esse critério nos conduz para uma excelência pelos seguintes motivos:

1- Iremos escolher que tipo de música devemos ouvir e cantar. A música gospel está carregada de heresias, egocentrismo e humanismo, sendo mais voltada para a emoção do que para a adoração. A música cristã vem perdendo sua sacralidade para satisfazer cristãos carnais; o que interessa é o sucesso. Raramente se é criterioso o suficiente para cantar para louvar a Deus e induzir os ouvintes à adoração. A decadência da música cristã contemporânea a transformou em entretenimento. Presenciei cultos em que a música ocupa cerca de 80% do tempo, deixando os cristãos cansados e sem desejo pela Palavra de Deus. Um cristão criterioso canta e ouve hinos espirituais, atentando para o caráter sacro da música, evitando elementos estranhos no culto.

2- O tipo de pregador que procuramos ouvir. Esse é um critério importantíssimo. Hoje, há uma enxurrada de pregadores ruins, hereges e apóstatas. As redes sociais abriram espaço para todo tipo de pregação, e a maioria dos pregadores segue tendências da moda. Há um profissionalismo e técnicas de persuasão, manipulação e hipnose para distrair, emocionar e convencer os ouvintes. Pregadores bíblicos, consagrados à pregação expositiva e textual, são poucos, assim como são raros os que desejam ouvi-los. Ouvir um bom pregador é receber bom alimento espiritual; ouvir pregadores ruins é abrir o coração para o espírito do erro.

3- A qualidade da igreja que frequentamos. Esse é um critério essencial, pois uma igreja bíblica terá pregadores bíblicos e músicas de adoração. Escolher um bom lugar para congregar é fundamental. No entanto, é difícil encontrar uma igreja que mantenha esses padrões. Muitas vezes, apenas pequenos grupos preservam a doutrina pura. Um cristão criterioso prefere frequentar um pequeno rebanho a estar em uma multidão envolvida em "fogo estranho".

4- O tipo de literatura que lemos. Devemos ser criteriosos ao escolher livros religiosos. Assim como bons livros edificam, livros ruins podem arruinar a fé. Muitas seitas oferecem literatura gratuita para espalhar doutrinas erradas. Além disso, o mercado evangélico prioriza o lucro, não a sã doutrina. A falta de critério torna o mercado editorial deficiente e até perigoso.

5- A tradução da Bíblia que utilizamos. Poucos discutem esse assunto, mas é importante. Existem versões diluídas, modernistas e influenciadas pela alta crítica, até mesmo pelo movimento Nova Era. Pequenas omissões podem dar margem a interpretações equivocadas.

6- O tipo de cristãos com quem temos comunhão e amizade. Um cristão criterioso evita hereges (Tito 3:10). Assim como na saúde física, a influência negativa contamina mais do que a positiva. Cristãos espiritualmente saudáveis são a melhor escolha para amizades.

7- O tipo de roupas que vestimos. O mundo promove o erotismo, mas o cristão deve promover a santidade. Isso não é legalismo, mas prudência e coerência. Vestir-se para a glória de Deus é essencial.

Conclusão: Um cristão criterioso é aquele que encontrou a glória do Evangelho e caminha na luz da verdade, rumo à excelência espiritual e ao dia perfeito.

Leia o Texto integral em;

www.heresiolandia.blogspot.com

 

 

domingo, 5 de janeiro de 2025

OS TENTÁCULOS DA BESTA

 

OS TENTÁCULOS DA BESTA


A Ameaça do Desconstrucionismo

 

Autor: C. J. Jacinto

 

Um movimento emergente surgiu nas últimas décadas e vem ganhando terreno de forma desproporcional: trata-se do movimento de desconstrução da fé cristã. Creio que seu impulso inicial se deu com o movimento Nova Era a partir da década de 1980, mas foi apenas nos últimos anos que ganhou força colossal. A desconstrução da fé cristã não ocorre apenas fora da cristandade. Embora o mundo e a cultura inserida nele sejam antagônicos à fé cristã, essa desconstrução acontece também dentro da própria cristandade. Talvez essa seja a etapa final e mais nociva no processo que culmina na “era do anticristo”.

O mundo jaz no maligno, e Cristo já advertira seus seguidores sobre o ódio que o mundo nutre por Ele. Durante séculos, de certa forma, a cultura judaico-cristã moldou o mundo ocidental. Agora, esses pilares estão sendo corroídos com a participação ou permissividade de cristãos. Essa é uma questão delicada: falsos cristãos estão “martelando” os fundamentos da fé cristã, enquanto outros, em estado de sonolência espiritual, ignoram — ou pior, favorecem — essa desconstrução.

“A maior parte dos cristãos atuais não possui discernimento suficiente para perceber a guerra cultural cujo propósito é destruir os valores cristãos tradicionais e opor-se tenazmente às doutrinas fundamentais da fé cristã.”

As origens desse movimento anticristão remontam, como mencionado, ao movimento Nova Era. Por meio dele, a tese e a antítese foram conciliadas, generalizações foram estabelecidas e uma nova espécie de ecumenismo foi desenvolvida. Este ecumenismo cria uma utopia alternativa sob as bases de um holismo sincrético e religioso, reduzindo a verdade a níveis meramente pessoais e negando o conceito de “absolutos”.

Na sequência, outros movimentos ganharam força: o feminismo, o pós-modernismo, a teoria crítica das raças e modalidades pragmáticas de revisionismo tornaram-se tentáculos furiosos atacando o cristianismo histórico. Essa é a mais devastadora corrente de apostasia escatológica, infiltrando-se em todos os segmentos da sociedade. Por meio dessas ideologias, faz-se um ataque crítico, desproporcional e desonesto contra a fé cristã bíblica.

“O desconstrucionismo tenta apresentar uma imagem subjetiva de Deus, afastando-se das narrativas bíblicas tradicionais de um Deus Santo, justo, Salvador e Juiz, substituindo-O por uma nova divindade complacente com o pecado e cúmplice dos pecadores.”

A Atuação do Espírito do Anticristo


Como percebemos a atuação acentuada do espírito do anticristo em nossos dias? Através da negação. Satanás, a antiga serpente, negou o imperativo divino no Jardim do Éden. Deus disse: “Certamente morrerás” (Gênesis 2:17). A serpente satânica negou e desconstruiu essa verdade: “Certamente não morrerás” (Gênesis 3:4). Esse princípio de desconstrução pela negação persiste até o fim dos tempos (1 João 2:22).

Hoje, o advérbio de negação está em toda parte, contra a Palavra de Deus e as doutrinas do cristianismo bíblico:

  • “Não existe inferno.”
  • “A Bíblia não é a Palavra inspirada de Deus.”
  • “Não existem absolutos.”
  • “Não há gêneros definidos, mas neutros.”
  • “Jesus não é o único caminho.”
  • “Não preciso me congregar para viver a fé cristã.”

Essa tendência é devastadora. A desconstrução infecta gerações inteiras de cristãos, enquanto líderes descomprometidos com absolutos morais e doutrinários permanecem inertes. Satanás não engana se apresentando como um dragão que cospe fogo, mas como um anjo de luz que se transfigura. Sua mensagem quase sempre soa suave, oferecendo um “não” contra a Palavra de Deus e contra os mandamentos das Escrituras.

Cristandade Inclusiva e Relativismo


A cristandade atual tornou-se "inclusiva", adaptando-se ao sistema anticristão e aceitando tendências anômalas produzidas pela desconstrução. Essa aceitação visa garantir segurança e aprovação do mundo.

O desconstrucionismo, apoiado pelo pós-modernismo, rejeita um Deus santo e justo. Falar sobre um Deus que pune o pecado tornou-se ofensivo e é cada vez mais evitado nos púlpitos modernos. Os desconstrucionistas defendem uma divindade amorosa que tolera o pecado, a mornidão e a apostasia — um ídolo criado para substituir o Deus bíblico.

O Risco da Passividade


O Salmo 11:3 faz uma pergunta vital: “Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?”

A diluição da fé cristã, a mornidão espiritual e a falta de compromisso com as verdades divinas produzem um estado de letargia mortal. Essa superficialidade gera cristãos religiosos que, como Paulo descreveu a Tito: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra” (Tito 1:16).

 

 

 

 

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