domingo, 5 de janeiro de 2025

OS TENTÁCULOS DA BESTA

 

OS TENTÁCULOS DA BESTA


A Ameaça do Desconstrucionismo

 

Autor: C. J. Jacinto

 

Um movimento emergente surgiu nas últimas décadas e vem ganhando terreno de forma desproporcional: trata-se do movimento de desconstrução da fé cristã. Creio que seu impulso inicial se deu com o movimento Nova Era a partir da década de 1980, mas foi apenas nos últimos anos que ganhou força colossal. A desconstrução da fé cristã não ocorre apenas fora da cristandade. Embora o mundo e a cultura inserida nele sejam antagônicos à fé cristã, essa desconstrução acontece também dentro da própria cristandade. Talvez essa seja a etapa final e mais nociva no processo que culmina na “era do anticristo”.

O mundo jaz no maligno, e Cristo já advertira seus seguidores sobre o ódio que o mundo nutre por Ele. Durante séculos, de certa forma, a cultura judaico-cristã moldou o mundo ocidental. Agora, esses pilares estão sendo corroídos com a participação ou permissividade de cristãos. Essa é uma questão delicada: falsos cristãos estão “martelando” os fundamentos da fé cristã, enquanto outros, em estado de sonolência espiritual, ignoram — ou pior, favorecem — essa desconstrução.

“A maior parte dos cristãos atuais não possui discernimento suficiente para perceber a guerra cultural cujo propósito é destruir os valores cristãos tradicionais e opor-se tenazmente às doutrinas fundamentais da fé cristã.”

As origens desse movimento anticristão remontam, como mencionado, ao movimento Nova Era. Por meio dele, a tese e a antítese foram conciliadas, generalizações foram estabelecidas e uma nova espécie de ecumenismo foi desenvolvida. Este ecumenismo cria uma utopia alternativa sob as bases de um holismo sincrético e religioso, reduzindo a verdade a níveis meramente pessoais e negando o conceito de “absolutos”.

Na sequência, outros movimentos ganharam força: o feminismo, o pós-modernismo, a teoria crítica das raças e modalidades pragmáticas de revisionismo tornaram-se tentáculos furiosos atacando o cristianismo histórico. Essa é a mais devastadora corrente de apostasia escatológica, infiltrando-se em todos os segmentos da sociedade. Por meio dessas ideologias, faz-se um ataque crítico, desproporcional e desonesto contra a fé cristã bíblica.

“O desconstrucionismo tenta apresentar uma imagem subjetiva de Deus, afastando-se das narrativas bíblicas tradicionais de um Deus Santo, justo, Salvador e Juiz, substituindo-O por uma nova divindade complacente com o pecado e cúmplice dos pecadores.”

A Atuação do Espírito do Anticristo


Como percebemos a atuação acentuada do espírito do anticristo em nossos dias? Através da negação. Satanás, a antiga serpente, negou o imperativo divino no Jardim do Éden. Deus disse: “Certamente morrerás” (Gênesis 2:17). A serpente satânica negou e desconstruiu essa verdade: “Certamente não morrerás” (Gênesis 3:4). Esse princípio de desconstrução pela negação persiste até o fim dos tempos (1 João 2:22).

Hoje, o advérbio de negação está em toda parte, contra a Palavra de Deus e as doutrinas do cristianismo bíblico:

  • “Não existe inferno.”
  • “A Bíblia não é a Palavra inspirada de Deus.”
  • “Não existem absolutos.”
  • “Não há gêneros definidos, mas neutros.”
  • “Jesus não é o único caminho.”
  • “Não preciso me congregar para viver a fé cristã.”

Essa tendência é devastadora. A desconstrução infecta gerações inteiras de cristãos, enquanto líderes descomprometidos com absolutos morais e doutrinários permanecem inertes. Satanás não engana se apresentando como um dragão que cospe fogo, mas como um anjo de luz que se transfigura. Sua mensagem quase sempre soa suave, oferecendo um “não” contra a Palavra de Deus e contra os mandamentos das Escrituras.

Cristandade Inclusiva e Relativismo


A cristandade atual tornou-se "inclusiva", adaptando-se ao sistema anticristão e aceitando tendências anômalas produzidas pela desconstrução. Essa aceitação visa garantir segurança e aprovação do mundo.

O desconstrucionismo, apoiado pelo pós-modernismo, rejeita um Deus santo e justo. Falar sobre um Deus que pune o pecado tornou-se ofensivo e é cada vez mais evitado nos púlpitos modernos. Os desconstrucionistas defendem uma divindade amorosa que tolera o pecado, a mornidão e a apostasia — um ídolo criado para substituir o Deus bíblico.

O Risco da Passividade


O Salmo 11:3 faz uma pergunta vital: “Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?”

A diluição da fé cristã, a mornidão espiritual e a falta de compromisso com as verdades divinas produzem um estado de letargia mortal. Essa superficialidade gera cristãos religiosos que, como Paulo descreveu a Tito: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra” (Tito 1:16).

 

 

 

 

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