quinta-feira, 9 de julho de 2015

O SACRIFICIO DE CRISTO COMO MODELO DE VIDA ESPIRITUAL



“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vos também” (Joao 13:15)
Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (I Pedro 2:21)

1-Todos precisamos de um modelo de vida, com relação a vida e piedade, isso não é diferente. A vida de Cristo é um exemplo perfeito de vida espiritual elevada. Por isso, devemos estar atentos aos exemplos que Cristo dá nas escrituras, e através deles podemos aperfeiçoar a nossa vida e o nosso caráter. Estejamos atento aos detalhes, pois  encontramos em Cristo, todas as riquezas espirituais para vivermos uma vida abundante. Ele mesmo prometeu essa vida de riquezas espirituais, devemos crer nisso como fato, e a questão é entrar pela fé nessa dimensão, e vivenciar de modo pratico, essa realidade em nossa vida diária.
2- Todos precisamos antes, entender que cada cristão verdadeiro é um discípulo de Cristo, e um discípulo segue seu mestre, esse seguir abrange uma totalidade de ideias, todos os ideias de Cristo eram elevados, e os ideais do verdadeiro cristão são também ideais elevados, porque eles segue o seu Mestre em todas as coisas.
3-A palavra  exemplo, traduzida do grego para o português, em I Pedro 2:21 é Hupogrammos, e significa literalmente fazer uma copia de uma escrita, ou tirar uma copia padrão, a força do significado está na questão da identidade, deve ser o mais parecido possivel. Essa é a força de expressão bíblica, relativa a Cristo como nosso exemplo. Os cristãos no mundo, são a multiplicação do caráter de Cristo nesse mundo. Somos cópias autorizadas do original. A nossa natureza espiritual, sempre vai refletir de fato, de quem somos cópias.
4- Em João 13:15 a palavra traduzida como “exemplo” é hypodeigma, e significa um padrão. O que é um padrão? É um modelo a ser copiado, um exemplo a ser seguido, é a qualidade maior onde pode ser refletido no caráter dos outros. Como um padrão é algo fixo, com valores  determinados, como um prumo, que tem o padrão da retidão e do equilíbrio, assim é Cristo para cada cristão. Um padrão, um exemplo definitivo e atemporal.
5-Cristo é o exemplo do homem espiritual perfeito, seu modelo é a base de um homem celeste vivendo uma vida terrestre. Seus padrões são elevados, exemplos que devem ser seguidos por aqueles que nasceram do alto, as características das virtudes de Cristo  se encaixam muito bem num coração que tem percepção da sua vocação e seu chamamento celestial.
6- Em Romanos 8:29 encontramos a base fundamental do sentido da vida de piedade. A vida cristã tem um modelo e tem um propósito. Deus Pai quer que sejamos semelhantes ao seu Filho amado. A imagem, no sentido de Romanos 8:29, denota uma semelhança de caráter e de virtudes. Cristo é a perfeição do homem. Quando Deus criou o homem, o padrão era Cristo. Por isso temos um primeiro Adão, que falhou no propósito divino, e temos então um segundo, que cumpriu esse propósito divino. Aqui está algo que muitos não percebem, que Cristo é o Eterno redentor, mas também ele é o perfeito exemplo. Muitas vezes os pregadores falham quando  anunciam Cristo como Salvador, mas não tratam de ensinar que Cristo é um modelo perfeito de uma pessoa salva.
7- A humildade. (Filipenses 2:5 a 8) Cristo foi um exemplo de humildade, no sentido mais literal dessa virtude. nEle não havia resquícios de orgulho, não havia sinais de arrogância. Ele era humilde. Não construiu um império religioso, pregou dentro dos limites da terra santa, teve um auge de popularidade, mas pouco a pouco essa popularidade foi diminuindo, até ficar num circulo limitado a alguns seguidores, a maioria amedrontado por causa das circunstâncias. Mas ali esta o Cristo histórico. N a força da sua humildade, Ele deixa o exemplo, de que a verdadeira grandeza está no amor, na resignação, na paciência, na bondade para com o próximo, na vida de piedade que funciona, num contato com aquelas pessoas carentes, muitas vezes intocáveis aos olhos da sociedade caída. Ali está o homem que não tinha desejos usurpadores dentro do coração. Que não alimentava sentimentos de egoísmo extremo, ao ponto de buscar a fama e os aplausos dos homens. Era um homem simples, tão simples e tão humildade, que estava fora da igreja mais arrogante do Novo Testamento: Laodicéia. Lá no texto de Apocalipse 3:20 ele clama, eis que estou a porta e bato. Pelo seu modelo humilde, como pessoa que era, cheia de sabedoria e simplicidade, não subiria nos púlpitos modernos, pois seria impedido, suas vestes simples, seu trajar humilde impediria sua aproximação aos glamorosos religiosos de nossa cristandade. Sem mais palavras...
O modelo da vida espiritual de Cristo está centrado no bem estar do próximo e não no conforto e no êxito pessoal

8- Sendo obediente- (Filipenses 2:8) A obediência é uma sujeição aos mandamentos, regras, princípios e leis. Tudo nessa vida e na vida espiritual funcionam por leis, regras e princípios. A maior ilusão do homem sem Deus é pensar que se livrando da fé, da crença, da religião, da bíblia etc. Ele se livra das leis. Essa é uma ilusão que muitos ditos sábios alimentam, mas são ignorantes. Tudo funciona através de leis. Veja você mesmo, como todo o homem que vive nesse mundo precisa respeitar leis naturais (que na verdade foram criadas por Deus).  Ninguém em são juízo, sobe ao terraço e um prédio de quarenta andares e abrindo os braços se joga na tentativa de voar. Porque a lei da gravidade precisa ser respeitada! Nenhum incrédulo anarquista em são juízo ousa deitar-se em uma chapa de aço incandescente, ou tomar uma dose letal de veneno mortífero. Porque? Porque haverá reações consequentes a isso. Porque há leis e princípios que funcionam por trás das coisas. Não há ninguém que esteja livre das leis nesse mundo. O mais materialista dos homens não pode avançar em sinal vermelho,  não faz uma viagem por uma rodovia prosseguindo em contramão, não permanece uma hora debaixo da água sem respirar, não mata a sede com água fervendo, não corta a língua e depois costura com uma agulha, nenhum incrédulo faz isso. Porque existem leis na vida, nossa existência e nosso mundo está cercado de leis, regras e princípios que precisam ser respeitados.  Hoje, certos cristãos parecem que nutrem uma aversão por leis, mas viver sem lei, é uma ilusão. Todos aqueles que querem viver sem lei nesse mundo, acabam vivendo na cela de uma penitenciaria. Essa é a realidade da vida, incontestável esse fato. Mas Jesus nos traz um modelo de obediência, Jesus fala em Mateus que Ele não veio destruir a lei, mas cumprir. Isso é exemplo de obediência singela. Porque na medida  em que uma pessoa segue os princípios e os conselhos de Deus, contido nas escrituras, ele passa ater uma vida mais elevada. Quando Cristo nos deixa o exemplo de obediência, de sujeição. Ele deixa um modelo de vida espiritual verdadeiro. Não há hipocrisia nas ações de Cristo. Seu modelo de espiritualidade é autentico transparente e exemplar.
9- Servo- “Esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Filipenses 2:7). A vida cristã é uma vida de serviço.  O estilo de vida cristã cuja a mobilidade se limita ao caminho religioso da casa para a igreja e da igreja para casa, é um modelo falso e falido, é a apostasia mais refinada que existe, quase imperceptível. O grande engano da maioria dos chamados cristãos é pensarem que frequentando cultos aos domingos ou indo com frequência para a igreja, são cristãos verdadeiros. Não estou minimizando aqui a importância da frequência aos cultos, em hipótese alguma, reforço apenas a informação que de ser cristão não consiste apenas de frequência aos cultos para ouvir sermões. A vida cristã é um caminho de serviço ao próximo, não é um caminho de realização pessoal, senão antes um caminho para ajudar os outros em suas necessidades. Soa revolucionário isso? Mas essa é a essência da vida de Cristo. Ele está chorando com a irmã de Lazaro, Ele está alimentando uma grande multidão, Ele está lavando os pés dos discípulos, Ele está ensinando nas sinagogas, Ele está orando com os discípulos mais chegados, Ele está se envolvendo afetuosamente com crianças, ele está atento aos humildes, como a viúva pobre que lança sua pequena quantia na arca do tesouro, etc. Aqui está um homem servo, inserido nas dores da humanidade, num relacionamento profundo com o sofrimento do homem. Hoje precisamos de mais lideres servos. Lideres que não estão interessados no sucesso, na fama, no lucro, no Status, no glamour, mas no sacrifício, na comunhão com a dor alheia. Lideres e cristãos que trilhem o caminho estreito da vida ativa a favor dos outros, não nos interesses pessoais, cristãos que estejam dispostos a fazer a vontade de Deus e não a vontade própria. Cristo entra na senda da humilhação, esse é um caminho difícil, porque exige a mortificação de nosso egoísmo, não é um caminho muito atrativo. Mas nos conduz para as mais ricas experiências com Deus, é o caminho que o próprio Salvador trilhou quando viveu aqui nesse mundo. Seu modelo de relacionamento servil com o proximo é um exemplo maravilhoso. É lastimável ver que muitos reduzem o cristianismo a frequência a um templo duas ou três vezes por semana, e enganosamente pensem que isso é fazer a vontade de Deus e exercer a verdadeira vida espiritual com Cristo. Nada pode ser tão enganoso. Somos chamados ao serviço, a mobilidade, quanto mais carecemos dessas características distintas que haviam em Cristo, mais iremos nos parecer com os fariseus e escribas. Que tinham um conhecimento supérfluo, porque não eram ativos na vida de serviço e misericórdia.
10- Sentimentos- “O mesmo sentimento” (Filipenses 2:5) O sentimento é um assunto amplo, Cristo sentia, não significa isso, que Ele tinha sensibilidade sentimental somente, pois o sentir é algo muito mais amplo, ele inclui muitos setores da nossa sensibilidade. Cristo sentia por exemplo necessidade de orar, a intercessão era um assunto vital na vida de Cristo, a vida de oração e comunhão com seu Pai celestial era um campo muito explorado na vida devocional do nosso amado Salvador. Cristo orava, passava noites em oração, subia aos montes para orar, ensinou aos discípulos uma vida de oração, a oração era um assunto vital em sua vida, era uma pratica constante na sua vida terrena, e mesmo depois de subir ao Céu e ficar a destra do Todo-Poderoso, Cristo ainda assim mesmo continua intercedendo pelos cristãos. Nem mesmo o tempo e a ascensão de Cristo, deram fim ao seu ministério intercessor, daí porque podemos ver o quanto é importante a intercessão feita com lagrimas e clamor em nossos dias, a favor do nosso próximo, Porque Cristo tem sido um constante exemplo de vida de oração. Compaixão. Outro sentimento abundante na vida do Senhor. A compaixão era um marco na vida e ministério de Cristo, Ele tem compaixão dos leprosos, Ele tem compaixão dos mais vis pecadores, Ele tem compaixão dos famintos e desamparados, das crianças e das mulheres pecadoras, gente estigmatizada por uma sociedade que desenvolveu uma religiosidade sem sentimentos, fria, formalista e destituída de vida espiritual. Como nosso cristianismo está longe de Cristo, nesta perspectiva. Outro dia, estava conversando com alguém a respeito de assunto de finanças, e disse, que tenho uma formação espiritual diferente. Onde exerço meu ministério pastoral, faço o contrario da maioria dos pastores. Se um pobre entrar na nossa congregação, com uma necessidade, nosso foco não é arrancar ofertas dele, mas estudar a possibilidade de lhe conceder uma oferta. Quantas igrejas e ministros agem assim em nossos dias? Porque estou agindo assim? Porque meu exemplo é Cristo. Jesus nunca se interessou por dinheiro de ninguém, nunca cobrou por suas curas e pregações, não ministrava para angariar fundos monetários, não pedia o dinheiro dos pobres, não tinha interesse nos bens materiais alheios, tanto é que o foco do seu relacionamento eram os pobres, gente que não tinha bens em abundancia, pessoas que eram literalmente pobres. Foi desse centro relacional que fluiu seu ministério.
Amor. Ah Cristo tinha amor! Seu amor nunca comprometeu a verdade, era um amor equilibrado, sadio, mas Ele tinha amor.  Não amor ao dinheiro, não amor ambicioso, não amor egoísta, mas um amor altruísta. Todos conhecemos I Coríntios 13, entendemos a importância e as virtudes do amor por essa janela das escrituras. Mas I Coríntios 13, escrito por Paulo, teve como modelo a vida e a obra de Cristo, se Paulo não tivesse um encontro com Cristo no caminho de Damasco, se não tivesse se convertido ao Evangelho, nunca teria escrito I Coríntios 13, não teria o Espírito de cristo para o inspirar a escrever I Coríntios 13. Quando esse fato fundamentar  o nosso entendimento sobre I Coríntios 13, então iremos ler essa passagem sobre o amor, de outra forma.  Dias atrás um irmão em Cristo comentou sobre a individualidade egoísta dos cristãos modernos, ele me explicou que em décadas anteriores, os cristãos se preocupavam uns com os outros. Havia um relacionamento orgânico do corpo de Cristo, uns oravam pelos outros, cada um assistia na necessidade dos outros, e que hoje, o cristão vive isolado no seu individualismo egoísta.  Isso foi dito por um ancião com muitos anos de fé, que sofre por ver uma igreja que tolera um Golias gigantesco chamado egoísmo, que anda livre nas igrejas modernas, esse monstro moral é alimentado pelos próprios cristãos egocêntricos, humanistas, individualistas, orgulhosos, vaidosos, que não amam de verdade. O único amor que alimentam é um amor doentio e interesseiro, cujo foco é a satisfação pessoal egoísta em detrimento aos demais. Por causa disso, há tanta insensibilidade dentro da cristandade moderna. Quando a sensibilidade se perpetua dentro do coração,a iniquidade ganha força, e quando a iniquidade se fortalece, o amor diminui, se esfria e morre. Mas Cristo tinha amor, tinha amor pela verdade, tinha amor pelos pobres, amava a simplicidade, amava a obediência, amava de verdade, era um amor altruísta, um Amor puro. Na verdade, não há outro homem que tenha passado por esse mundo, que tenha promovido um amor mais puro e mais elevado do que Cristo, Cristo é perfeito nesse sentido de amar.  Seu ato voluntario do sacrifício da cruz é impulsionado por um amor profundo e verdadeiro, e se não fosse assim , jamais teria a coragem de enfrentar os horrores da cruz. Há cruz de Cristo e sacrifício do Cristo da cruz difere de qualquer outra crucificação que já existiu. Os outros que foram crucificados, foram punidos por seus crimes hediondos, foram forçados a condenação da cruz, por causa de seus delitos. Mas Cristo foi voluntario por causa dos delitos dos outros. Aqui está a diferença central no sacrifício de Cristo. Sua morte foi redentora, foi expiatória, havia um elemento espiritual poderoso no sacrifício de Cristo na Cruz, havia a propiciação pelos nosso pecados. Então no âmago dessa entrega de Cristo, havia o seu amor, a cruz em si com o sacrifício terrível, não revela a essência de um amor divino, mostra sim a gravidade do pecado. É na entrega  de Cristo, como vitima, como substituição, como oferta de redenção por nós, é nessa atitude que reside, que está o amor de Deus. Não há qualquer amor na cruz em si mesma, não há qualquer amor no sofrimento da crucificação, o amor está no crucificado que se entregou e morreu por nós, pagando com o preço de seu próprio sangue a nossa redenção. Louvado seja o nome de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que esse amor seja o nosso modelo perene, que esse amor possa marcar a nossa vida espiritual, que esse amor possa crescer dentro de nós, um amor que nos faça parecer mais com Cristo em todos os ambitos de nossa vida.
Zelo. Havia em Cristo um zelo pelas coisas santas, pelo menos duas vezes Cristo expulsa os mercantilistas do templo, essa era uma reação de quem tinha zelo e não ódio. Porque Cristo sabia que as coisas tem seu valor espiritual, e não podem ser rebaixadas a níveis comuns. Aqui está algo que nunca devemos esquecer, e que a vida e o exemplo de Cristo nos remeta sempre para uma vida de zelo pelas coisas santas e pelas coisas espirituais. Quando o assunto é cristianismo, precisamos ter critérios, não há algo que mereça tanto nossa atenção, nossa fidelidade, nosso amor, nosso zelo e nosso repeito do que tudo o que diz respeito a vida cristã. Não pensar e rever nossos conceitos relativos ao culto, adoração e vida devocional, é optar por seguir o mesmo nível de vida espiritual de Ofni e Finéias, é optar pelo exemplo ímpio de Nadabe e Abiu, assim vimos também o mal exemplo de Uzá com relação ao tratamento feito com a Arca da Aliança. O respeito, o zelo e o temor, eram sentimentos nobres, e Cristo cultivou isso, e não poderia deixar de ser menos que isso! Esse é um exemplo digno. O amor nunca é sinônimo de tolerância as coisas erradas. Tolerancia com respeito as coisas erradas é iniquidade.
As bênçãos do Cristo que perdoa.  Outro fato sobre Cristo, como exemplo de sentimento sadio, é seu modelo como homem que libera perdão, leia Colossenses 3;13. Cristo perdoa, para deixar o exemplo que também devemos perdoar nossos semelhantes. O perdão verdadeiro é algo muito difícil para um coração egoísta. Só os humildes são livres para perdoar com facilidade. Porém, hoje, vimos como tanta gente guarda rancores, bem escondido lá dentro do coração. Absalão é um exemplo claro de alguém que escondeu dentro de si uma amargura por Amnom, e nutriu essa amargura até o momento em que teve a oportunidade de vingar-se, por causa da atitude infame e carnal de Amnom com respeito a sua irmã Tamar. Absalão guardou seu rancor, seu ódio, a ofensa ficou guardada dentro do seu homem interior, parece que Aitofel guardou rancor, um estudo cuidadoso das escrituras nos leva um grau de parentesco entre Aitofel e Urias, que Davi enviou para a frente da batalha para provocar a morte dele. Quando absalão tentou usurpar o trono de Davi, então, talvez convenceu  Aitofel  a vingar-se da morte de Urias, o que foi um momento oportuno para isso, porque Aitofel nutriu uma amargura, um rancor, um ódio por Davi, sentimento esse que estava escondido lá dentro do seu coração, e que ficou por muito tempo, sendo alimentado de forma sutil, imperceptível, até o momento oportuno. Não perdoar nos leva ao caminho da autodestruição, daí a importância do perdão na vida cristã.
11-Tomando a forma (Filipenses 2:7) Cristo trabalha em cima das circunstancias, sabe administrar as adversidades e as oportunidades, dá forma as coisas. Sujeita-se as condições e sabe confrontar as situações. Veja seu confronto com o Diabo, Ele usa a palavra de Deus, como arma de confronto. Isso numa perspectiva incrédula é um escândalo, a bíblia como arma para derrotar a pessoa de Satanás e toda a sua astucia voraz. É isso mesmo, os primeiros versículos de Mateus 4 revelam esse confronto, e revelam como Cristo tinha uma intimidade com as escrituras e vence o confronto usando a bíblia. Como pode isso ser assim? Aqui está a importância da palavra de Deus, lembre-se do confronto entre Davi e Golias? Davi enfrenta o enorme soldado com umas pedrinhas e uma funda, agora Jesus enfrenta o Tirano dos séculos, com a Palavra de Deus. Cristo em outra ocasião enfrenta uma turba religiosa que pegou no ato uma mulher em adultério, e então acusadores e acusado estão ali diante dele, e Jesus sabe dar forma a situação, e faz com que a misericórdia triunfe sobre o juízo.  Em outra ocasião o Mestre  maravilhoso está em uma festa de casamento, e  no auge da festa acaba o vinho. A bebida preciosa estava esgotada, num momento inoportuno para o noivo, mas que vimos é Cristo transformando a situação, Ele está revertendo o quadro drástico daquele momento, sabe lidar com a situação. O problema não era particularmente dele, mas a sua ação resolve o problema, porque sabe gerenciar uma crise numa celebração social.  Isso é modelo exemplar de espiritualidade, Cristo é o dono da benção, a causa de todas as bênçãos, e essas bênçãos é distribuída nos momentos de crise, nos momentos de falta humana, nos momentos onde os recursos são limitados, ali está o mestre, e não foge da situação. Nós muitas vezes somos chamados para apaziguar situações, transformar momentos de intensa amargura em vinho doce. Quantas vezes o sofrimento alheio, a dor alheia pode ser amenizada quando nós agimos de forma amorosa. Muitos egoístas pensam que agem como se a dor alheia não você própria pessoal deles, porém Cristo não agia assim, ele era um humano em meio a humanidade, não era um ser isolado da sociedade, ele estava mergulhado na humanidade, o Verbo se fez carne, radicalmente carne, e está inserido na nossa dor e nos nossos problemas de forma definitiva, para fazer com que as coisas mudem para melhor. Essa espiritualidade era um chamado a reforma religiosa de uma sociedade formalizada pelo esfriamento da devoção espiritual.  Assim as tempestades existenciais sopram sobre os homens, o mar da vida levanta suas ondas intensas, mas no barco além de Cristo, estão os cristãos seus discípulos, ao invés de ficarmos dormindo sustentando nossos sonhos egoístas e ilusórios devemos clamar ao mestre para quês as bênçãos e a misericórdia de Deus alcancem tantas vidas  sofridas nesse mundo caído.

12-Não teve por usurpação (Filipenses 2:6) a história do homem caído é uma historia de conflitos, o problema da humanidade é essencialmente espiritual. E nesse centro está a sede, a fome voraz e doentia pela fama, pelo status, pelas glorias mundanas, a sede incontrolável pelo poder, pelo dinheiro, pelas riquezas. Não houve ídolo tão demoníaco e tão infernal na historia do homem sem Deus, quanto Mamom. Esse é o ídolo cujo templo é o coração do homem, e o culto a mamom são liturgias profanas que escapam a percepção nossa de cada dia. O consumismo desenfreado, a inveja, a luxuria, o vicio, tudo isso são pecados alucinantes promovidos pelas riquezas. Com certeza esse modo de ver as riquezas mundanas não é muito bem visto por uma cristandade atolada no lamaçal do materialismo. A Liderança cristã moderna, representa e é símbolo de um cargo com um bom salário e um bom emprego, é garantia de posição privilegiada na maquina eclesiástica de nossos dias finais. Você não enxerga isso? Milhões de pessoas nesse mundo, que professam o cristianismo, estão numa mesma condição espiritual em que esteve Ló, pecam com um relacionamento ilícito com as suas próprias filhas sem perceber o delito, assim muitos hoje também pecam, mas não tem percepção da gravidade de seus atos. Estão atormentados pelo susto da brevidade da vida e embriagados pelo engano alheio. E essa condição terrível que se encontrava o pobre Ló depois de fugir de Sodoma. Suas filhas deram-lhe vinho, e ele depois de embriagado, dormiu com elas, coabitou com suas próprias filhas sem perceber esse incesto. A embriaguez espiritual, mata a percepção, destrói o discernimento espiritual. A luta do homem moderno é sustentar a sua própria vaidade. Mas Cristo nos ensina a viver na simplicidade. A simplicidade é uma condição de vida cuja visão espiritual tona-se transparente. Nada de fama, aplausos, glamour, sucesso, impérios financeiros, nós não somos chamados para ser estrelas de palco, somos chamados para ser luz no mundo. Não precisamos de holofotes do mundo, para a jornada cristã seja feliz, precisamos sim, da glória de Cristo, para que não sejamos tragados pelas vaidades do mundo. Mas isso não é assim hoje.  Queremos impressionar o publico, queremos que os holofotes eclesiásticos e paraeclesiaisticos revelem nosso sucesso, a nossa fama, o nosso êxito. Os cristãos parecem ser inimigos da verdadeira humildade, o grande prodígio dessa geração é convencer a si mesmo de forma tão eficiente de que são verdadeiro cristãos, que escapa a vista desses, que o estilo de vida de Cristo é uma oposição completa aos seus estilos de vida religiosa.  Nada pode ser tão radical aos olhos das mega estrelas do cenário gospel atual, do que um Cristo rebaixado, fazendo papel de escravo e lavando os pés encardidos dos apóstolos. Essa atitude é uma afronta ao estilo de liderança opulento dessa cristandade moderna.
 As motivações da liderança cristã moderna estão completamente erradas, salva as raras exceções, elas estão completamente fora do foco original. Poucos estão disposto a uma vida de sacrifício ao próximo, poucos estão dispostos a serem últimos, todos querem ocupar o lugar de destaque. A liderança exercida por Cristo e seu magnífico exemplo, bem como todos os seus ensinos sobre o assunto discordam completamente com os modelos atuais de liderança. O serviço sem lucro, o trabalho sem promoção humana, um efetivo trabalho servil, descendo aos mais deploráveis estados da condição miserável do homem, esse é o modelo de Cristo. Isso tudo está longe dos aplausos e de plateias com holofotes coloridos, isso nem mesmo tem nada a ver com púlpitos requintados e catedrais exuberantes, o púlpito, o cenario do exercício espiritual de Cristo era lá onde encontramos os pobres e miseráveis, ele tocava o que era religiosamente intocável. Era a religião forma e organizada que se opunha fortemente contra essa descida de Cristo até os antros mais obscuros do sofrimento humano para resgatar a dignidade de homens perdidos e pecadores. A transformação do cristianismo em uma religião formalista, domingueira, exercida por uma espiritualidade padronizada por frequência a lugares de reuniões, comumente chamado de igrejas, está fora do foco original do cristianismo inserido nas paginas do Novo Testamento. Não estou afirmando que não é importante ter um lugar de culto e reunião fraternal, mas os pagãos tinha isso, os judeus que rejeitavam Jesus tinha tudo isso. Os escribas tinha isso. O simples fato de obter uma copia das escrituras e carregar ela debaixo dos braços e Le-la com uma frequência  razoável, embora de forma formal e superficial, não faz cristãos verdadeiros. Nunca! Frequência aos templos não faz uma pessoa tornar-se um cristão verdadeiro, bem como subir um púlpito depois de passar alguns anos num seminário de formação eclesiástica faz dessa pessoa um verdadeiro líder espiritual.
A direção do coração do verdadeiro cristão é outra, completamente diferente do que o mundo oferece. Tudo no mundo tende a gravitar ao redor de cada ego, cada homem na visão egoísta do mundo é um pequeno universo, onde vários sois e estrelas tendem a gravitar, cada um quer seu próprio espaço, ocupar o seu centro, e por isso há tantas disputas e invejas. Satanás sabe tira proveito dessa fome doentia que o home tem por poder, riquezas, fama, sucesso, honras, glórias e aplausos, e quando um homem se liberta de todas essas necessidades desnecessárias, então tal pessoa em Cristo passa a experimentar uma liberdade radical, e coisas maravilhosas começam a acontecer em sua vida, porque ele trilha um caminho abençoado por Cristo, não de admirar que nessa peregrinação, encontre as pegadas de seu Mestre, porque Ele passou exatamente por ali, onde nós estamos passando, as vezes tão solitário como foi solitário o caminho que andou Enoque. Talvez lá naquele momento de silencio, num tempo fechado pela solidão e o ermo ocupado pelo silencio da ausência das multidões desesperadas pela fome da ilusão, lá onde Moises encontra a sara ardente, ou entre uma subida ao monte da transfiguração, onde Pedro, Tiago e João se desvinculam dos demais e sobem ao cume com o Mestre, e ali os céus se abrem, Deus revela sua glória, a experiência lá é mais profunda, mas não é um  cenário tumultuoso, cheio de expectativas e vislumbres humanos.  A vida cristã e algo pessoal, e muitas vezes nessa condição, Deus vem e visita, de forma inusitada, pois que Cristo nos convida a orar em secreto, num lugar fechado, no vale do anonimato, lugar onde não atrai os egoístas, nem mesmo cativa o coração dos orgulhosos e dos sedentos por aplausos e buscadores de glorias humanas. Não suba o palco, desça para os vales da humilhação. Porque nos palcos encontrarás os amigos que te abandonam quando perderes a tua glória ilusória, mas no vale Deus estará contigo em toda e qualquer situação, ainda que vale seja de sombra e morte. Então é tempo de despertamos para a realidade verdadeira, ter Cristo como modelo de vida espiritual, é um modelo correto de sermos verdadeiros cristãos.
13-Achando-se em forma de homem (Filipenses 2:8) As escrituras afirmam que o Verbo se fez carne, e que Cristo é o Emanuel, Deus conosco, Deus se fez homem em Cristo, para perdoar homens que querem ser deuses. Desde o principio, o engano das trevas, foi promover o pecado pela abertura de uma centelha de orgulho no coração do homem “sereis como Deus” isso seria mais ou menos, uma proposta de elevação, de homem mortal a homem divino.  E então o contrario da proposta do Diabo a Eva, Vem Cristo, de Deus imortal, torna-se homem mortal. Há uma inversão completa, a redenção efetuou-se numa plenitude de humilhação, enquanto que o Diabo quis lançar o homem pelo abismo da elevação do orgulho. Nesses últimos dias, o ensino de que somos deuses, tem se popularizado muito. Porém quando olhamos para Cristo, entendemos a nossa posição e o nosso chamamento de outra forma. Não somos criaturas divinas, somos criaturas redimidas para adorar ao Senhor.  A plenitude do entendimento do sentido da nossa existência, é aceitar o fato de que fomos criados para adorar e servir a Deus. Esse é o exercício supremo de cada homem redimido. Cristo vem como homem, se sujeita ao Pai que o enviou, e então vive toda a sua vida dentro da  dimensão desse propósito. Não há outro foco, não há outra direção. Em todo o tempo, em toda a oportunidade, em qualquer ocasião, Cristo está fazendo a vontade do Pai. Esse é um exemplo de uma verdadeira vida espiritual. Há algo interessante na vida de obediência de Cristo, porque sendo Ele submisso a vontade de Deus Pai, por sua vida de total obediência, seu destino foi a coroa de espinhos e a cruz, na economia escatológica dos redimidos, optamos pela escola da obediência, para recebermos coroas e galardões. Não éramos merecedores da redenção, a misericórdia e a graça de Deus, foram a causa primaria e fundamental dessa tão grande salvação. Depois de salvos, somos chamados ao serviço obediente, para após concluir nossa missão nessa vida, recebermos os galardões que Ele dará para cada um segundo a sua obra. O exemplo de submissão do Cristo homem, vivendo para a glória de Deus Pai, constitui-se a obra prima da vida espiritual autentica. Atentamos para sua vida de devoção obediente, a maioria dos cristãos olham para os grande feitos de Jesus, seus milagres e maravilhas, mas se esquecem de observam com toda a atenção para a vida submissa que Cristo teve aqui nesse mundo. Esse modelo, do Cristo homem, Verbo que se fez carne, que fez morada entre os mortais, trás no seu centro, a mensagem de que viver uma vida submissa em total obediência a Deus é muito mais importante do que viver na ilusão de que somos pequenos deuses. Pois somos meras criaturas caídas, que restauradas pela obra da redenção efetuada definitivamente por Cristo na Cruz do Calvário, nos concede o direito de um nascimento do alto e viver como nova criatura, como afirma Paulo em II Coríntios 5;17, que se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas se passaram, e tudo se fez novo. Mesmo depois de redimidos por Cristo, pelo seu precioso sangue que foi derramado na cruz, ainda assim somos criaturas, somos novas criaturas em Cristo Jesus. Não nos tornamos divinos, a redenção não torna o homem divino. A redenção tornou o Divino em humano, mas não torna o humano em divino. Essa é a ordem das coisas espirituais. Quando Cristo torna-se humano, ele revela que ser humano é ser obediente. Cristo carrega consigo um exemplo perfeito de verdadeira espiritualidade, a vida de Cristo carrega consigo um equilíbrio maravilhoso entre a ação, o sentimento e o pensamento. Tudo é harmônico, e isso faz com que Cristo faça transparecer diante de nossa percepção, um a espiritualidade perfeita e avançada.
14-Obediente até a morte (Filipenses 2:8) Estou dando uma ênfase sobre o estilo de vida espiritual de Cristo, como servo obediente, porque hoje em dia, grande parte dos cristãos tem noções erradas a respeito de Deus.  A noção de um deus utilitarista está enraizada no coração da cristandade. A arrogância de uma espiritualidade doentia criou um ídolo mental, a crença num deus que existe para satisfazer os desejos egoístas do homem. A inversão dos valores é muito evidente para ignorarmos. Hoje muita gente está na igreja, em busca de um deus que possa obedecer aos seus caprichos, realizar seus sonhos egoístas. Muitos buscam um deus que possa suprir suas necessidades, que possa  enriquece-los, que lhes deem vida boa e sossegada. A visão de Um Deus pelo qual devemos servir, amar e submeter-se aos seus mandamentos, está tornando-se cada vez mais uma teologia distante dos conceitos modernos que a cristandade tem sobre um Deus. As novas crenças são os novos produtos do mercado da fé. Um deus que deve sujeitar-se as nossas determinações, que deve obedecer as nossas orações, até mesmo o conceito de oração da maioria está errado. Acham que orar é dobrar o joelho e ordenar de forma suave, para que Deus então cumpra as nossas ordens e determinações. É lógico que a oração inclui a petição, sem duvida, mas  sempre há um princpio que precisa ser observado: na oração é a vontade de Deus que prevalece sobre a minha vontade, e nunca a minha vontade que prevalece sobre a vontade de Deus. Lembramos do ensino de nosso Bendito Salvador, que nos orientou que quando o assunto é a oração, o centro da força espiritual deve ser “Seja feita a sua vontade assim na terra como no Céu” geralmente queremos que a nossa vontade prevaleça como se fosse a força mais poderosa do universo, força essa capaz de sobrepor a vontade de Deus, e reverter a situação a nosso favor. Nada pode ser tão errado. Ao ser obediente até a morte, numa sujeição completa a vontade de Deus, Cristo nos dá um exemplo de como as coisas funcionam no nível espiritual.  Devemos retornar a essência das coisas verdadeiras, e começar a ter um relacionamento profundo com o Deus bíblico, o verdadeiro Deus criador de todas as coisas e mantenedor de tudo. Assim vimos como para Cristo, a obediência e a submissão a Deus Pai, era incondicional. Ele estava ali, sendo obediente em qualquer situação. Mesmo nos vales da crise emocional, ou na glória da transfiguração, havia um só nível de submissão. Voce consegue perceber isso?
Quando entendemos que Deus é soberano, significa que Ele manda em nossa vida, e que devemos submissão a Ele, e não o contrario. Quando Cristo vive uma vida de submissão a vontade do Pai, está transmitindo esses valores espirituais para nós. Entender isso é imperativo. Deus não nos ouve para satisfazer nossa vontade, pelo contrario ele que ouvir de nós um “Seja feita a tua vontade”. Isso não é uma desmotivação para cessar nossa vida de oração, embora creia na oração intercessória, e que muita gente pode ser abençoada através da nossa intercessão, e que o Senhor pode nos conceder bênçãos através de nossas petições, precisamos entender que Deus não é o nosso empregado, e que muita gente se apropria de uma religião na tentativa de encontrar um deus assim. Toda a vida de Cristo está fundamentada em uma cosmovisão completamente diferente, para Cristo o Pai era soberano, e tinha uma vontade, e essa vontade era o foco da ação de Cristo. Tudo em Cristo, tinha um centro, e esse centro era a vontade do Pai, sua vida está impregnada dessa intenção, dessa vocação. Havia um só sentido na vida espiritual do Mestre. E essa direção era fazer a vontade de seu Pai que o enviou a esse mundo para morrer pelos pecadores.
15- Morte de cruz (filipenses 2:8) A cruz é o centro do ministério da redenção, Cristo está lá, a cruz está associada com Cristo, o mistério da cruz é o mistério de Cristo, essa associação, é o ápice da redenção, a plenitude da misericórdia de Deus está na morte expiatória de Cristo na cruz. Foi numa entrega completa pela cruz, que Cristo fez-se todo suficiente para satisfazer todos os anseios da alma humana desesperada pelo pecado. Jesus então nos convida a calcular o preço do caminho espiritual verdadeiro, quem quiser seguir, deve tomar a cruz e negar-se a si mesmo. Esse tema parece quase estranho em nosso meio. O tema da cruz, não é de grande interesse, a teologia da cruz, parece ser antiquada, arcaica e ultrapassada. Porém esse era o tema central dos pregadores apostólicos, dos pioneiros apostólicos da igreja cristã nos primeiros séculos da nossa era, Paulo por exemplo não tinha outro tema, sua mensagem era profundamente cristologica, ele revela aos coríntios “ Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (I Corintios 2:2) A cruz eleva o Cordeiro de Deus ao sacrifício supremo da redenção. Nunca podemos nos livrar da teologia da cruz, porque ela esta enraizada nas paginas do Novo Testamento. A cruz é o remédio contra o egoísmo humano, com a cruz vem a doutrina da mortificação da natureza carnal. Portanto a cruz emerge dentro da economia da redenção como um altar em que o Cordeiro imaculado de Deus é imolado para nos conceder perdão, salvação e libertação. Mas a cruz deixa um legado espiritual, cujo efeito penetra na vida espiritual do discípulo autentico, entender isso é vital, para Cristo a Cruz era o destino, para nós a cruz é um caminho, um caminho em que o nosso ego é tratado, um caminho em que pode ser anulado os efeitos nocivos de nossas paixões decadentes. A cruz trata da natureza pecaminosa do homem, tanto no sentido espiritual como no sentido pratico. Cristo passou por ela, morreu nela, derramou seu precioso sangue nela, tornou-se a vitima que supriu todas as necessidades da justiça de Deus para efetuar uma eterna redenção. A cruz deixa o legado, ela funciona, a redenção que foi cumprida na cruz tem seu efeito perpetuado por cada homem que nasce de novo. E a cruz ainda continua a tratar dos problemas do homem caído. Redenção traz em si a restauração completa do homem. Quando Jesus toma o caminho da cruz, nos ensina a renunciar a vontade do homem caído, pois a vontade do homem caído desvia os olhos da cruz, mas cega o coração da maldição eterna, enquanto que a cruz conduz um homem ao sofrimento, mas o transporta para a ressurreição e para a ascensão. Esse é o caminho da cruz de Cristo. É pela cruz que conhecemos a redenção que Deus concede aos homens, é pela cruz que conhecemos a misericórdia do altíssimo. É pela cruz que conhecemos os efeitos devastadores do pecado, é pela cruz que vimos a seriedade de uma transgressão, é pela cruz que podemos entender o valor incalculável do perdão. É pela cruz que vimos o quanto  a natureza espiritual de um homem caído e pecadora é abominável.
De um ponto de vista espiritual, não foram os pregos que pregaram Jesus Cristo, nosso Salvador, na cruz do Calvário, e sim os  nossos pecados. Assim podemos entender que para que a misericórdia de Deus desse amplo amparo aos pecadores, Deus teve que desamparar ao seu Filho Jesus  Cristo, Jesus entregou-se ao juízo de Deus na cruz, para que pela obra da Cruz pudéssemos encontrar refugio na misericórdia de Deus.
O caminho da cruz tornou-se um caminho de exemplo de vida espiritual por causa desses fatos, logo que entendemos que por amar o homem, Deus deu seu Filho unigênito para morrer por nós pobres pecadores, o evangelista João, também ensina que é por esse amor, que podemos dar a vida pelos nossos irmãos. Essa alma da doutrina da cruz, se encontra cravada na espiritualidade dos cristãos primitivos, pode ser vista com clareza no martírio e na perseguição dos anabatistas, por exemplo, quando morriam pela causa de Cristo, de forma corajosa e natural. Esse é o caminho da cruz, a cruz revela as vaidades do pecado, revela a inimizade do mundo, e nos faz confrontar essas coisas por causa de um amor que tudo pode suportar por causa de Cristo.
Sendo este caminho, o caminho de Cristo, as vezes nos esquecemos que ao proclamar ser Ele o próprio caminho em João 14:6, esquecemos de olhar para Cristo na cruz, sendo ele o Caminho pela cruz, e não fora dela. Alguns propuseram um caminho de salvação e verdadeira espiritualidade fora da cruz, Pedro foi um desses, porém foram duramente reprovados pelo Senhor, e  acusados de emprestarem a boca a satanás, quando se opuseram a forma como Cristo faria sua obra redentora. Assim, já não olho para mim mesmo, mas para Cristo, para a Cruz de Cristo, para o sangue de Cristo, para o sacrifício de Cristo, para a ressurreição de Cristo e para a volta de Cristo. Jesus Cristo é o foco da visão, da jornada e da consumação de todas as coisas. Mas tudo começa pela cruz, não sem ela, mas através dela. Então posso concluir com muito acerto que Deus nunca chama um homem para dar-lhe o céu, sem antes chama-lo para dar a ele uma cruz. Creio que nesse mundo secular, nesse mundo sobrecarregado de egoísmo, onde a luta terrível do homem, é a tentativa de conquistar as suas proprias paixões, o homem espiritual olha para cruz, não uma cruz qualquer, mas para a cruz de Cristo. Porque é pela sombra intensa do sacrifício violento de Cristo na cruz, que brilha com toda a intensidade, a misericórdia de Deus, por nós pecadores.
16- Houve também em Cristo Jesus (Filipenses 2;5) O que houve em cristo Jesus que ilumina todo o seu trajeto de existência por esse mundo caído? Sua luz. Ele brilha no vale da sombra da morte, “A luz resplandece nas trevas” (João 1:5) Algo queimava pela humanidade. A sua própria vida. Será que este exemplo nos constrange? Será que esse exemplo é digno de ser imitado? Pois que em seus ensinos, Cristo afirmou que seus seguidores eram a luz do mundo. E todas as vezes que olhamos para a simbologia da luz dentro do contexto as das escrituras, devemos entender que as lâmpadas naquela época ardiam por causa do óleo. É impossível arder-se sem se consumir-se, e aqui estava a essência do sacrifício de Cristo. Quando somos convocados a iluminar, esse processo é uma iluminação por sacrifício. A luz revela, e confronta, provoca reações. Olhe para a vida de Cristo, os fariseus reagem, os religiosos formais reagem, os hipócritas reagem, o diabo reage, os demônios reagem, os filhos do diabo reagem, o império das trevas reage. A luz verdadeira revela e expõe as coisas da maneira como elas de fato são. Isso provoca confrontos e conflitos, onde a luz dos verdadeiros cristãos alumia, há reações. Assim entendemos como é efetiva essa vida espiritual, porque quando Cristo torna-se a luz que resplandece no vale da sombra da morte, quando a luz que é Cristo, resplandece nas trevas, as trevas não prevalecem. Há um triunfo, desde seu ministério até sua morte na cruz.  Aqui está um exemplo de vida espiritual completa. A luz que vai iluminando, ilumina todos os setores da humanidade caída, irradia sua luz por todos os cantos, nem mesmo as intenções mais escondidas dos homens conseguem escapar a esse irradiar possante. O caminho do cristão é o caminho da luz, dá luz que vem de Cristo, e que acende nosso fervor, nossa espiritualidade, nosso intelecto, nosso pensamento, nosso coração, nossa alma, nossa devoção. Mas também é a luz que revela, que confronta que denuncia. Cristo tem sido o exemplo maravilhoso de uma fé verdadeira, tem sido o padrão do caráter de um homem elevado. É sublime, seu exemplo de vida, a vida regida por principios celestes.  O assunto é interminável, porque a vida de Cristo não se limitou as paginas do Novo Testamento, mas se ampliou de uma forma extraordinária, que dentro de um âmbito espiritual se idealizou simbolicamente na igreja que é seu corpo. Houve de certa forma uma expansão, e Jesus passa a morar dentro de cada verdadeiro cristão (João 14:23) Sua ascensão é uma conquista e um domínio completo do espaço e do tempo, e então Ele mesmo afirma estar conosco até a consumação das eras.


Autor:
Clavio Juvenal Jacinto
(48) 9139-6010
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CEP 88490-000
PAULO LOPES SC

Igreja Evangelica Caminho da Paz

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