“Porque eu vos dei o
exemplo, para que, como eu fiz, façais vos também” (Joao 13:15)
“Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós,
deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (I Pedro 2:21)
1-Todos precisamos de um modelo de vida, com relação a vida e piedade,
isso não é diferente. A vida de Cristo é um exemplo perfeito de vida espiritual
elevada. Por isso, devemos estar atentos aos exemplos que Cristo dá nas escrituras,
e através deles podemos aperfeiçoar a nossa vida e o nosso caráter. Estejamos
atento aos detalhes, pois encontramos em
Cristo, todas as riquezas espirituais para vivermos uma vida abundante. Ele
mesmo prometeu essa vida de riquezas espirituais, devemos crer nisso como fato,
e a questão é entrar pela fé nessa dimensão, e vivenciar de modo pratico, essa
realidade em nossa vida diária.
2- Todos precisamos antes, entender que cada cristão verdadeiro é um
discípulo de Cristo, e um discípulo segue seu mestre, esse seguir abrange uma
totalidade de ideias, todos os ideias de Cristo eram elevados, e os ideais do
verdadeiro cristão são também ideais elevados, porque eles segue o seu Mestre
em todas as coisas.
3-A palavra exemplo, traduzida do
grego para o português, em I Pedro 2:21 é Hupogrammos, e significa literalmente
fazer uma copia de uma escrita, ou tirar uma copia padrão, a força do
significado está na questão da identidade, deve ser o mais parecido possivel.
Essa é a força de expressão bíblica, relativa a Cristo como nosso exemplo. Os
cristãos no mundo, são a multiplicação do caráter de Cristo nesse mundo. Somos
cópias autorizadas do original. A nossa natureza espiritual, sempre vai
refletir de fato, de quem somos cópias.
4- Em João 13:15 a palavra traduzida como “exemplo” é hypodeigma, e
significa um padrão. O que é um padrão? É um modelo a ser copiado, um exemplo a
ser seguido, é a qualidade maior onde pode ser refletido no caráter dos outros.
Como um padrão é algo fixo, com valores
determinados, como um prumo, que tem o padrão da retidão e do
equilíbrio, assim é Cristo para cada cristão. Um padrão, um exemplo definitivo
e atemporal.
5-Cristo é o exemplo do homem espiritual perfeito, seu modelo é a base de
um homem celeste vivendo uma vida terrestre. Seus padrões são elevados,
exemplos que devem ser seguidos por aqueles que nasceram do alto, as
características das virtudes de Cristo
se encaixam muito bem num coração que tem percepção da sua vocação e seu
chamamento celestial.
6- Em Romanos 8:29 encontramos a base fundamental do sentido da vida de
piedade. A vida cristã tem um modelo e tem um propósito. Deus Pai quer que
sejamos semelhantes ao seu Filho amado. A imagem, no sentido de Romanos 8:29,
denota uma semelhança de caráter e de virtudes. Cristo é a perfeição do homem.
Quando Deus criou o homem, o padrão era Cristo. Por isso temos um primeiro
Adão, que falhou no propósito divino, e temos então um segundo, que cumpriu
esse propósito divino. Aqui está algo que muitos não percebem, que Cristo é o Eterno
redentor, mas também ele é o perfeito exemplo. Muitas vezes os pregadores
falham quando anunciam Cristo como
Salvador, mas não tratam de ensinar que Cristo é um modelo perfeito de uma
pessoa salva.
7- A humildade. (Filipenses 2:5 a 8) Cristo foi um exemplo de humildade,
no sentido mais literal dessa virtude. nEle não havia resquícios de orgulho,
não havia sinais de arrogância. Ele era humilde. Não construiu um império
religioso, pregou dentro dos limites da terra santa, teve um auge de
popularidade, mas pouco a pouco essa popularidade foi diminuindo, até ficar num
circulo limitado a alguns seguidores, a maioria amedrontado por causa das
circunstâncias. Mas ali esta o Cristo histórico. N a força da sua humildade,
Ele deixa o exemplo, de que a verdadeira grandeza está no amor, na resignação,
na paciência, na bondade para com o próximo, na vida de piedade que funciona,
num contato com aquelas pessoas carentes, muitas vezes intocáveis aos olhos da
sociedade caída. Ali está o homem que não tinha desejos usurpadores dentro do
coração. Que não alimentava sentimentos de egoísmo extremo, ao ponto de buscar
a fama e os aplausos dos homens. Era um homem simples, tão simples e tão
humildade, que estava fora da igreja mais arrogante do Novo Testamento:
Laodicéia. Lá no texto de Apocalipse 3:20 ele clama, eis que estou a porta e
bato. Pelo seu modelo humilde, como pessoa que era, cheia de sabedoria e
simplicidade, não subiria nos púlpitos modernos, pois seria impedido, suas
vestes simples, seu trajar humilde impediria sua aproximação aos glamorosos
religiosos de nossa cristandade. Sem mais palavras...
O modelo da vida espiritual de Cristo está centrado no bem estar do
próximo e não no conforto e no êxito pessoal
8- Sendo obediente- (Filipenses
2:8) A obediência é uma sujeição aos mandamentos, regras, princípios e leis.
Tudo nessa vida e na vida espiritual funcionam por leis, regras e princípios. A
maior ilusão do homem sem Deus é pensar que se livrando da fé, da crença, da
religião, da bíblia etc. Ele se livra das leis. Essa é uma ilusão que muitos
ditos sábios alimentam, mas são ignorantes. Tudo funciona através de leis. Veja
você mesmo, como todo o homem que vive nesse mundo precisa respeitar leis
naturais (que na verdade foram criadas por Deus). Ninguém em são juízo, sobe ao terraço e um
prédio de quarenta andares e abrindo os braços se joga na tentativa de voar. Porque
a lei da gravidade precisa ser respeitada! Nenhum incrédulo anarquista em são
juízo ousa deitar-se em uma chapa de aço incandescente, ou tomar uma dose letal
de veneno mortífero. Porque? Porque haverá reações consequentes a isso. Porque
há leis e princípios que funcionam por trás das coisas. Não há ninguém que
esteja livre das leis nesse mundo. O mais materialista dos homens não pode
avançar em sinal vermelho, não faz uma
viagem por uma rodovia prosseguindo em contramão, não permanece uma hora
debaixo da água sem respirar, não mata a sede com água fervendo, não corta a
língua e depois costura com uma agulha, nenhum incrédulo faz isso. Porque
existem leis na vida, nossa existência e nosso mundo está cercado de leis,
regras e princípios que precisam ser respeitados. Hoje, certos cristãos parecem que nutrem uma
aversão por leis, mas viver sem lei, é uma ilusão. Todos aqueles que querem
viver sem lei nesse mundo, acabam vivendo na cela de uma penitenciaria. Essa é
a realidade da vida, incontestável esse fato. Mas Jesus nos traz um modelo de
obediência, Jesus fala em Mateus que Ele não veio destruir a lei, mas cumprir.
Isso é exemplo de obediência singela. Porque na medida em que uma pessoa segue os princípios e os
conselhos de Deus, contido nas escrituras, ele passa ater uma vida mais
elevada. Quando Cristo nos deixa o exemplo de obediência, de sujeição. Ele
deixa um modelo de vida espiritual verdadeiro. Não há hipocrisia nas ações de
Cristo. Seu modelo de espiritualidade é autentico transparente e exemplar.
9- Servo- “Esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo” (Filipenses 2:7). A vida cristã é uma vida de
serviço. O estilo de vida cristã cuja a
mobilidade se limita ao caminho religioso da casa para a igreja e da igreja
para casa, é um modelo falso e falido, é a apostasia mais refinada que existe,
quase imperceptível. O grande engano da maioria dos chamados cristãos é
pensarem que frequentando cultos aos domingos ou indo com frequência para a
igreja, são cristãos verdadeiros. Não estou minimizando aqui a importância da
frequência aos cultos, em hipótese alguma, reforço apenas a informação que de
ser cristão não consiste apenas de frequência aos cultos para ouvir sermões. A
vida cristã é um caminho de serviço ao próximo, não é um caminho de realização
pessoal, senão antes um caminho para ajudar os outros em suas necessidades. Soa
revolucionário isso? Mas essa é a essência da vida de Cristo. Ele está chorando
com a irmã de Lazaro, Ele está alimentando uma grande multidão, Ele está
lavando os pés dos discípulos, Ele está ensinando nas sinagogas, Ele está
orando com os discípulos mais chegados, Ele está se envolvendo afetuosamente
com crianças, ele está atento aos humildes, como a viúva pobre que lança sua
pequena quantia na arca do tesouro, etc. Aqui está um homem servo, inserido nas
dores da humanidade, num relacionamento profundo com o sofrimento do homem.
Hoje precisamos de mais lideres servos. Lideres que não estão interessados no
sucesso, na fama, no lucro, no Status, no glamour, mas no sacrifício, na
comunhão com a dor alheia. Lideres e cristãos que trilhem o caminho estreito da
vida ativa a favor dos outros, não nos interesses pessoais, cristãos que
estejam dispostos a fazer a vontade de Deus e não a vontade própria. Cristo
entra na senda da humilhação, esse é um caminho difícil, porque exige a
mortificação de nosso egoísmo, não é um caminho muito atrativo. Mas nos conduz
para as mais ricas experiências com Deus, é o caminho que o próprio Salvador
trilhou quando viveu aqui nesse mundo. Seu modelo de relacionamento servil com
o proximo é um exemplo maravilhoso. É lastimável ver que muitos reduzem o
cristianismo a frequência a um templo duas ou três vezes por semana, e
enganosamente pensem que isso é fazer a vontade de Deus e exercer a verdadeira
vida espiritual com Cristo. Nada pode ser tão enganoso. Somos chamados ao
serviço, a mobilidade, quanto mais carecemos dessas características distintas
que haviam em Cristo, mais iremos nos parecer com os fariseus e escribas. Que
tinham um conhecimento supérfluo, porque não eram ativos na vida de serviço e
misericórdia.
10- Sentimentos- “O mesmo
sentimento” (Filipenses 2:5) O sentimento é um assunto amplo, Cristo sentia,
não significa isso, que Ele tinha sensibilidade sentimental somente, pois o
sentir é algo muito mais amplo, ele inclui muitos setores da nossa
sensibilidade. Cristo sentia por exemplo necessidade de orar, a intercessão era
um assunto vital na vida de Cristo, a vida de oração e comunhão com seu Pai
celestial era um campo muito explorado na vida devocional do nosso amado
Salvador. Cristo orava, passava noites em oração, subia aos montes para orar,
ensinou aos discípulos uma vida de oração, a oração era um assunto vital em sua
vida, era uma pratica constante na sua vida terrena, e mesmo depois de subir ao
Céu e ficar a destra do Todo-Poderoso, Cristo ainda assim mesmo continua
intercedendo pelos cristãos. Nem mesmo o tempo e a ascensão de Cristo, deram
fim ao seu ministério intercessor, daí porque podemos ver o quanto é importante
a intercessão feita com lagrimas e clamor em nossos dias, a favor do nosso
próximo, Porque Cristo tem sido um constante exemplo de vida de oração.
Compaixão. Outro sentimento abundante na vida do Senhor. A compaixão era um
marco na vida e ministério de Cristo, Ele tem compaixão dos leprosos, Ele tem
compaixão dos mais vis pecadores, Ele tem compaixão dos famintos e
desamparados, das crianças e das mulheres pecadoras, gente estigmatizada por
uma sociedade que desenvolveu uma religiosidade sem sentimentos, fria,
formalista e destituída de vida espiritual. Como nosso cristianismo está longe
de Cristo, nesta perspectiva. Outro dia, estava conversando com alguém a
respeito de assunto de finanças, e disse, que tenho uma formação espiritual
diferente. Onde exerço meu ministério pastoral, faço o contrario da maioria dos
pastores. Se um pobre entrar na nossa congregação, com uma necessidade, nosso
foco não é arrancar ofertas dele, mas estudar a possibilidade de lhe conceder
uma oferta. Quantas igrejas e ministros agem assim em nossos dias? Porque estou
agindo assim? Porque meu exemplo é Cristo. Jesus nunca se interessou por
dinheiro de ninguém, nunca cobrou por suas curas e pregações, não ministrava
para angariar fundos monetários, não pedia o dinheiro dos pobres, não tinha
interesse nos bens materiais alheios, tanto é que o foco do seu relacionamento
eram os pobres, gente que não tinha bens em abundancia, pessoas que eram
literalmente pobres. Foi desse centro relacional que fluiu seu ministério.
Amor. Ah Cristo tinha amor! Seu
amor nunca comprometeu a verdade, era um amor equilibrado, sadio, mas Ele tinha
amor. Não amor ao dinheiro, não amor
ambicioso, não amor egoísta, mas um amor altruísta. Todos conhecemos I Coríntios
13, entendemos a importância e as virtudes do amor por essa janela das
escrituras. Mas I Coríntios 13, escrito por Paulo, teve como modelo a vida e a
obra de Cristo, se Paulo não tivesse um encontro com Cristo no caminho de
Damasco, se não tivesse se convertido ao Evangelho, nunca teria escrito I Coríntios
13, não teria o Espírito de cristo para o inspirar a escrever I Coríntios 13.
Quando esse fato fundamentar o nosso
entendimento sobre I Coríntios 13, então iremos ler essa passagem sobre o amor,
de outra forma. Dias atrás um irmão em
Cristo comentou sobre a individualidade egoísta dos cristãos modernos, ele me
explicou que em décadas anteriores, os cristãos se preocupavam uns com os
outros. Havia um relacionamento orgânico do corpo de Cristo, uns oravam pelos
outros, cada um assistia na necessidade dos outros, e que hoje, o cristão vive
isolado no seu individualismo egoísta.
Isso foi dito por um ancião com muitos anos de fé, que sofre por ver uma
igreja que tolera um Golias gigantesco chamado egoísmo, que anda livre nas
igrejas modernas, esse monstro moral é alimentado pelos próprios cristãos
egocêntricos, humanistas, individualistas, orgulhosos, vaidosos, que não amam
de verdade. O único amor que alimentam é um amor doentio e interesseiro, cujo
foco é a satisfação pessoal egoísta em detrimento aos demais. Por causa disso,
há tanta insensibilidade dentro da cristandade moderna. Quando a sensibilidade
se perpetua dentro do coração,a iniquidade ganha força, e quando a iniquidade
se fortalece, o amor diminui, se esfria e morre. Mas Cristo tinha amor, tinha
amor pela verdade, tinha amor pelos pobres, amava a simplicidade, amava a
obediência, amava de verdade, era um amor altruísta, um Amor puro. Na verdade,
não há outro homem que tenha passado por esse mundo, que tenha promovido um
amor mais puro e mais elevado do que Cristo, Cristo é perfeito nesse sentido de
amar. Seu ato voluntario do sacrifício
da cruz é impulsionado por um amor profundo e verdadeiro, e se não fosse assim
, jamais teria a coragem de enfrentar os horrores da cruz. Há cruz de Cristo e
sacrifício do Cristo da cruz difere de qualquer outra crucificação que já
existiu. Os outros que foram crucificados, foram punidos por seus crimes
hediondos, foram forçados a condenação da cruz, por causa de seus delitos. Mas
Cristo foi voluntario por causa dos delitos dos outros. Aqui está a diferença
central no sacrifício de Cristo. Sua morte foi redentora, foi expiatória, havia
um elemento espiritual poderoso no sacrifício de Cristo na Cruz, havia a
propiciação pelos nosso pecados. Então no âmago dessa entrega de Cristo, havia
o seu amor, a cruz em si com o sacrifício terrível, não revela a essência de um
amor divino, mostra sim a gravidade do pecado. É na entrega de Cristo, como vitima, como substituição, como
oferta de redenção por nós, é nessa atitude que reside, que está o amor de
Deus. Não há qualquer amor na cruz em si mesma, não há qualquer amor no
sofrimento da crucificação, o amor está no crucificado que se entregou e morreu
por nós, pagando com o preço de seu próprio sangue a nossa redenção. Louvado
seja o nome de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que esse amor seja o nosso
modelo perene, que esse amor possa marcar a nossa vida espiritual, que esse
amor possa crescer dentro de nós, um amor que nos faça parecer mais com Cristo
em todos os ambitos de nossa vida.
Zelo. Havia em Cristo um zelo
pelas coisas santas, pelo menos duas vezes Cristo expulsa os mercantilistas do
templo, essa era uma reação de quem tinha zelo e não ódio. Porque Cristo sabia
que as coisas tem seu valor espiritual, e não podem ser rebaixadas a níveis
comuns. Aqui está algo que nunca devemos esquecer, e que a vida e o exemplo de
Cristo nos remeta sempre para uma vida de zelo pelas coisas santas e pelas
coisas espirituais. Quando o assunto é cristianismo, precisamos ter critérios,
não há algo que mereça tanto nossa atenção, nossa fidelidade, nosso amor, nosso
zelo e nosso repeito do que tudo o que diz respeito a vida cristã. Não pensar e
rever nossos conceitos relativos ao culto, adoração e vida devocional, é optar
por seguir o mesmo nível de vida espiritual de Ofni e Finéias, é optar pelo
exemplo ímpio de Nadabe e Abiu, assim vimos também o mal exemplo de Uzá com
relação ao tratamento feito com a Arca da Aliança. O respeito, o zelo e o
temor, eram sentimentos nobres, e Cristo cultivou isso, e não poderia deixar de
ser menos que isso! Esse é um exemplo digno. O amor nunca é sinônimo de
tolerância as coisas erradas. Tolerancia com respeito as coisas erradas é
iniquidade.
As bênçãos do Cristo que
perdoa. Outro fato sobre Cristo, como
exemplo de sentimento sadio, é seu modelo como homem que libera perdão, leia
Colossenses 3;13. Cristo perdoa, para deixar o exemplo que também devemos
perdoar nossos semelhantes. O perdão verdadeiro é algo muito difícil para um
coração egoísta. Só os humildes são livres para perdoar com facilidade. Porém,
hoje, vimos como tanta gente guarda rancores, bem escondido lá dentro do
coração. Absalão é um exemplo claro de alguém que escondeu dentro de si uma
amargura por Amnom, e nutriu essa amargura até o momento em que teve a
oportunidade de vingar-se, por causa da atitude infame e carnal de Amnom com
respeito a sua irmã Tamar. Absalão guardou seu rancor, seu ódio, a ofensa ficou
guardada dentro do seu homem interior, parece que Aitofel guardou rancor, um
estudo cuidadoso das escrituras nos leva um grau de parentesco entre Aitofel e
Urias, que Davi enviou para a frente da batalha para provocar a morte dele.
Quando absalão tentou usurpar o trono de Davi, então, talvez convenceu Aitofel
a vingar-se da morte de Urias, o que foi um momento oportuno para isso,
porque Aitofel nutriu uma amargura, um rancor, um ódio por Davi, sentimento
esse que estava escondido lá dentro do seu coração, e que ficou por muito
tempo, sendo alimentado de forma sutil, imperceptível, até o momento oportuno.
Não perdoar nos leva ao caminho da autodestruição, daí a importância do perdão
na vida cristã.
11-Tomando a forma (Filipenses
2:7) Cristo trabalha em cima das circunstancias, sabe administrar as
adversidades e as oportunidades, dá forma as coisas. Sujeita-se as condições e
sabe confrontar as situações. Veja seu confronto com o Diabo, Ele usa a palavra
de Deus, como arma de confronto. Isso numa perspectiva incrédula é um
escândalo, a bíblia como arma para derrotar a pessoa de Satanás e toda a sua
astucia voraz. É isso mesmo, os primeiros versículos de Mateus 4 revelam esse
confronto, e revelam como Cristo tinha uma intimidade com as escrituras e vence
o confronto usando a bíblia. Como pode isso ser assim? Aqui está a importância
da palavra de Deus, lembre-se do confronto entre Davi e Golias? Davi enfrenta o
enorme soldado com umas pedrinhas e uma funda, agora Jesus enfrenta o Tirano
dos séculos, com a Palavra de Deus. Cristo em outra ocasião enfrenta uma turba
religiosa que pegou no ato uma mulher em adultério, e então acusadores e
acusado estão ali diante dele, e Jesus sabe dar forma a situação, e faz com que
a misericórdia triunfe sobre o juízo. Em
outra ocasião o Mestre maravilhoso está
em uma festa de casamento, e no auge da
festa acaba o vinho. A bebida preciosa estava esgotada, num momento inoportuno
para o noivo, mas que vimos é Cristo transformando a situação, Ele está
revertendo o quadro drástico daquele momento, sabe lidar com a situação. O
problema não era particularmente dele, mas a sua ação resolve o problema,
porque sabe gerenciar uma crise numa celebração social. Isso é modelo exemplar de espiritualidade,
Cristo é o dono da benção, a causa de todas as bênçãos, e essas bênçãos é distribuída
nos momentos de crise, nos momentos de falta humana, nos momentos onde os
recursos são limitados, ali está o mestre, e não foge da situação. Nós muitas
vezes somos chamados para apaziguar situações, transformar momentos de intensa
amargura em vinho doce. Quantas vezes o sofrimento alheio, a dor alheia pode
ser amenizada quando nós agimos de forma amorosa. Muitos egoístas pensam que
agem como se a dor alheia não você própria pessoal deles, porém Cristo não agia
assim, ele era um humano em meio a humanidade, não era um ser isolado da
sociedade, ele estava mergulhado na humanidade, o Verbo se fez carne,
radicalmente carne, e está inserido na nossa dor e nos nossos problemas de
forma definitiva, para fazer com que as coisas mudem para melhor. Essa espiritualidade
era um chamado a reforma religiosa de uma sociedade formalizada pelo
esfriamento da devoção espiritual. Assim
as tempestades existenciais sopram sobre os homens, o mar da vida levanta suas
ondas intensas, mas no barco além de Cristo, estão os cristãos seus discípulos,
ao invés de ficarmos dormindo sustentando nossos sonhos egoístas e ilusórios
devemos clamar ao mestre para quês as bênçãos e a misericórdia de Deus alcancem
tantas vidas sofridas nesse mundo caído.
12-Não teve por usurpação (Filipenses
2:6) a história do homem caído é uma historia de conflitos, o problema da
humanidade é essencialmente espiritual. E nesse centro está a sede, a fome
voraz e doentia pela fama, pelo status, pelas glorias mundanas, a sede
incontrolável pelo poder, pelo dinheiro, pelas riquezas. Não houve ídolo tão
demoníaco e tão infernal na historia do homem sem Deus, quanto Mamom. Esse é o
ídolo cujo templo é o coração do homem, e o culto a mamom são liturgias
profanas que escapam a percepção nossa de cada dia. O consumismo desenfreado, a
inveja, a luxuria, o vicio, tudo isso são pecados alucinantes promovidos pelas
riquezas. Com certeza esse modo de ver as riquezas mundanas não é muito bem
visto por uma cristandade atolada no lamaçal do materialismo. A Liderança cristã
moderna, representa e é símbolo de um cargo com um bom salário e um bom
emprego, é garantia de posição privilegiada na maquina eclesiástica de nossos
dias finais. Você não enxerga isso? Milhões de pessoas nesse mundo, que
professam o cristianismo, estão numa mesma condição espiritual em que esteve
Ló, pecam com um relacionamento ilícito com as suas próprias filhas sem
perceber o delito, assim muitos hoje também pecam, mas não tem percepção da
gravidade de seus atos. Estão atormentados pelo susto da brevidade da vida e
embriagados pelo engano alheio. E essa condição terrível que se encontrava o
pobre Ló depois de fugir de Sodoma. Suas filhas deram-lhe vinho, e ele depois
de embriagado, dormiu com elas, coabitou com suas próprias filhas sem perceber
esse incesto. A embriaguez espiritual, mata a percepção, destrói o
discernimento espiritual. A luta do homem moderno é sustentar a sua própria
vaidade. Mas Cristo nos ensina a viver na simplicidade. A simplicidade é uma
condição de vida cuja visão espiritual tona-se transparente. Nada de fama,
aplausos, glamour, sucesso, impérios financeiros, nós não somos chamados para
ser estrelas de palco, somos chamados para ser luz no mundo. Não precisamos de
holofotes do mundo, para a jornada cristã seja feliz, precisamos sim, da glória
de Cristo, para que não sejamos tragados pelas vaidades do mundo. Mas isso não
é assim hoje. Queremos impressionar o
publico, queremos que os holofotes eclesiásticos e paraeclesiaisticos revelem
nosso sucesso, a nossa fama, o nosso êxito. Os cristãos parecem ser inimigos da
verdadeira humildade, o grande prodígio dessa geração é convencer a si mesmo de
forma tão eficiente de que são verdadeiro cristãos, que escapa a vista desses,
que o estilo de vida de Cristo é uma oposição completa aos seus estilos de vida
religiosa. Nada pode ser tão radical aos
olhos das mega estrelas do cenário gospel atual, do que um Cristo rebaixado,
fazendo papel de escravo e lavando os pés encardidos dos apóstolos. Essa
atitude é uma afronta ao estilo de liderança opulento dessa cristandade
moderna.
As motivações da liderança cristã moderna
estão completamente erradas, salva as raras exceções, elas estão completamente
fora do foco original. Poucos estão disposto a uma vida de sacrifício ao
próximo, poucos estão dispostos a serem últimos, todos querem ocupar o lugar de
destaque. A liderança exercida por Cristo e seu magnífico exemplo, bem como
todos os seus ensinos sobre o assunto discordam completamente com os modelos
atuais de liderança. O serviço sem lucro, o trabalho sem promoção humana, um
efetivo trabalho servil, descendo aos mais deploráveis estados da condição
miserável do homem, esse é o modelo de Cristo. Isso tudo está longe dos
aplausos e de plateias com holofotes coloridos, isso nem mesmo tem nada a ver
com púlpitos requintados e catedrais exuberantes, o púlpito, o cenario do
exercício espiritual de Cristo era lá onde encontramos os pobres e miseráveis,
ele tocava o que era religiosamente intocável. Era a religião forma e
organizada que se opunha fortemente contra essa descida de Cristo até os antros
mais obscuros do sofrimento humano para resgatar a dignidade de homens perdidos
e pecadores. A transformação do cristianismo em uma religião formalista, domingueira,
exercida por uma espiritualidade padronizada por frequência a lugares de
reuniões, comumente chamado de igrejas, está fora do foco original do
cristianismo inserido nas paginas do Novo Testamento. Não estou afirmando que
não é importante ter um lugar de culto e reunião fraternal, mas os pagãos tinha
isso, os judeus que rejeitavam Jesus tinha tudo isso. Os escribas tinha isso. O
simples fato de obter uma copia das escrituras e carregar ela debaixo dos
braços e Le-la com uma frequência razoável, embora de forma formal e
superficial, não faz cristãos verdadeiros. Nunca! Frequência aos templos não
faz uma pessoa tornar-se um cristão verdadeiro, bem como subir um púlpito
depois de passar alguns anos num seminário de formação eclesiástica faz dessa
pessoa um verdadeiro líder espiritual.
A direção do
coração do verdadeiro cristão é outra, completamente diferente do que o mundo
oferece. Tudo no mundo tende a gravitar ao redor de cada ego, cada homem na
visão egoísta do mundo é um pequeno universo, onde vários sois e estrelas
tendem a gravitar, cada um quer seu próprio espaço, ocupar o seu centro, e por
isso há tantas disputas e invejas. Satanás sabe tira proveito dessa fome
doentia que o home tem por poder, riquezas, fama, sucesso, honras, glórias e aplausos,
e quando um homem se liberta de todas essas necessidades desnecessárias, então
tal pessoa em Cristo passa a experimentar uma liberdade radical, e coisas
maravilhosas começam a acontecer em sua vida, porque ele trilha um caminho
abençoado por Cristo, não de admirar que nessa peregrinação, encontre as
pegadas de seu Mestre, porque Ele passou exatamente por ali, onde nós estamos
passando, as vezes tão solitário como foi solitário o caminho que andou Enoque.
Talvez lá naquele momento de silencio, num tempo fechado pela solidão e o ermo
ocupado pelo silencio da ausência das multidões desesperadas pela fome da
ilusão, lá onde Moises encontra a sara ardente, ou entre uma subida ao monte da
transfiguração, onde Pedro, Tiago e João se desvinculam dos demais e sobem ao
cume com o Mestre, e ali os céus se abrem, Deus revela sua glória, a
experiência lá é mais profunda, mas não é um
cenário tumultuoso, cheio de expectativas e vislumbres humanos. A vida cristã e algo pessoal, e muitas vezes
nessa condição, Deus vem e visita, de forma inusitada, pois que Cristo nos
convida a orar em secreto, num lugar fechado, no vale do anonimato, lugar onde
não atrai os egoístas, nem mesmo cativa o coração dos orgulhosos e dos sedentos
por aplausos e buscadores de glorias humanas. Não suba o palco, desça para os
vales da humilhação. Porque nos palcos encontrarás os amigos que te abandonam
quando perderes a tua glória ilusória, mas no vale Deus estará contigo em toda
e qualquer situação, ainda que vale seja de sombra e morte. Então é tempo de
despertamos para a realidade verdadeira, ter Cristo como modelo de vida
espiritual, é um modelo correto de sermos verdadeiros cristãos.
13-Achando-se em
forma de homem (Filipenses 2:8) As escrituras afirmam que o Verbo se fez carne,
e que Cristo é o Emanuel, Deus conosco, Deus se fez homem em Cristo, para
perdoar homens que querem ser deuses. Desde o principio, o engano das trevas,
foi promover o pecado pela abertura de uma centelha de orgulho no coração do
homem “sereis como Deus” isso seria mais ou menos, uma proposta de elevação, de
homem mortal a homem divino. E então o
contrario da proposta do Diabo a Eva, Vem Cristo, de Deus imortal, torna-se
homem mortal. Há uma inversão completa, a redenção efetuou-se numa plenitude de
humilhação, enquanto que o Diabo quis lançar o homem pelo abismo da elevação do
orgulho. Nesses últimos dias, o ensino de que somos deuses, tem se popularizado
muito. Porém quando olhamos para Cristo, entendemos a nossa posição e o nosso
chamamento de outra forma. Não somos criaturas divinas, somos criaturas
redimidas para adorar ao Senhor. A
plenitude do entendimento do sentido da nossa existência, é aceitar o fato de
que fomos criados para adorar e servir a Deus. Esse é o exercício supremo de
cada homem redimido. Cristo vem como homem, se sujeita ao Pai que o enviou, e
então vive toda a sua vida dentro da
dimensão desse propósito. Não há outro foco, não há outra direção. Em
todo o tempo, em toda a oportunidade, em qualquer ocasião, Cristo está fazendo
a vontade do Pai. Esse é um exemplo de uma verdadeira vida espiritual. Há algo
interessante na vida de obediência de Cristo, porque sendo Ele submisso a
vontade de Deus Pai, por sua vida de total obediência, seu destino foi a coroa
de espinhos e a cruz, na economia escatológica dos redimidos, optamos pela
escola da obediência, para recebermos coroas e galardões. Não éramos
merecedores da redenção, a misericórdia e a graça de Deus, foram a causa
primaria e fundamental dessa tão grande salvação. Depois de salvos, somos
chamados ao serviço obediente, para após concluir nossa missão nessa vida,
recebermos os galardões que Ele dará para cada um segundo a sua obra. O exemplo
de submissão do Cristo homem, vivendo para a glória de Deus Pai, constitui-se a
obra prima da vida espiritual autentica. Atentamos para sua vida de devoção
obediente, a maioria dos cristãos olham para os grande feitos de Jesus, seus
milagres e maravilhas, mas se esquecem de observam com toda a atenção para a
vida submissa que Cristo teve aqui nesse mundo. Esse modelo, do Cristo homem,
Verbo que se fez carne, que fez morada entre os mortais, trás no seu centro, a
mensagem de que viver uma vida submissa em total obediência a Deus é muito mais
importante do que viver na ilusão de que somos pequenos deuses. Pois somos meras
criaturas caídas, que restauradas pela obra da redenção efetuada
definitivamente por Cristo na Cruz do Calvário, nos concede o direito de um
nascimento do alto e viver como nova criatura, como afirma Paulo em II
Coríntios 5;17, que se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas
se passaram, e tudo se fez novo. Mesmo depois de redimidos por Cristo, pelo seu
precioso sangue que foi derramado na cruz, ainda assim somos criaturas, somos
novas criaturas em Cristo Jesus. Não nos tornamos divinos, a redenção não torna
o homem divino. A redenção tornou o Divino em humano, mas não torna o humano em
divino. Essa é a ordem das coisas espirituais. Quando Cristo torna-se humano,
ele revela que ser humano é ser obediente. Cristo carrega consigo um exemplo perfeito
de verdadeira espiritualidade, a vida de Cristo carrega consigo um equilíbrio
maravilhoso entre a ação, o sentimento e o pensamento. Tudo é harmônico, e isso
faz com que Cristo faça transparecer diante de nossa percepção, um a
espiritualidade perfeita e avançada.
14-Obediente até
a morte (Filipenses 2:8) Estou dando uma ênfase sobre o estilo de vida
espiritual de Cristo, como servo obediente, porque hoje em dia, grande parte
dos cristãos tem noções erradas a respeito de Deus. A noção de um deus utilitarista está
enraizada no coração da cristandade. A arrogância de uma espiritualidade
doentia criou um ídolo mental, a crença num deus que existe para satisfazer os
desejos egoístas do homem. A inversão dos valores é muito evidente para
ignorarmos. Hoje muita gente está na igreja, em busca de um deus que possa
obedecer aos seus caprichos, realizar seus sonhos egoístas. Muitos buscam um
deus que possa suprir suas necessidades, que possa enriquece-los, que lhes deem vida boa e
sossegada. A visão de Um Deus pelo qual devemos servir, amar e submeter-se aos
seus mandamentos, está tornando-se cada vez mais uma teologia distante dos
conceitos modernos que a cristandade tem sobre um Deus. As novas crenças são os
novos produtos do mercado da fé. Um deus que deve sujeitar-se as nossas
determinações, que deve obedecer as nossas orações, até mesmo o conceito de
oração da maioria está errado. Acham que orar é dobrar o joelho e ordenar de
forma suave, para que Deus então cumpra as nossas ordens e determinações. É
lógico que a oração inclui a petição, sem duvida, mas sempre há um princpio que precisa ser
observado: na oração é a vontade de Deus que prevalece sobre a minha vontade, e
nunca a minha vontade que prevalece sobre a vontade de Deus. Lembramos do
ensino de nosso Bendito Salvador, que nos orientou que quando o assunto é a
oração, o centro da força espiritual deve ser “Seja feita a sua vontade assim
na terra como no Céu” geralmente queremos que a nossa vontade prevaleça como se
fosse a força mais poderosa do universo, força essa capaz de sobrepor a vontade
de Deus, e reverter a situação a nosso favor. Nada pode ser tão errado. Ao ser
obediente até a morte, numa sujeição completa a vontade de Deus, Cristo nos dá
um exemplo de como as coisas funcionam no nível espiritual. Devemos retornar a essência das coisas
verdadeiras, e começar a ter um relacionamento profundo com o Deus bíblico, o
verdadeiro Deus criador de todas as coisas e mantenedor de tudo. Assim vimos
como para Cristo, a obediência e a submissão a Deus Pai, era incondicional. Ele
estava ali, sendo obediente em qualquer situação. Mesmo nos vales da crise
emocional, ou na glória da transfiguração, havia um só nível de submissão. Voce
consegue perceber isso?
Quando
entendemos que Deus é soberano, significa que Ele manda em nossa vida, e que
devemos submissão a Ele, e não o contrario. Quando Cristo vive uma vida de
submissão a vontade do Pai, está transmitindo esses valores espirituais para
nós. Entender isso é imperativo. Deus não nos ouve para satisfazer nossa
vontade, pelo contrario ele que ouvir de nós um “Seja feita a tua vontade”.
Isso não é uma desmotivação para cessar nossa vida de oração, embora creia na
oração intercessória, e que muita gente pode ser abençoada através da nossa
intercessão, e que o Senhor pode nos conceder bênçãos através de nossas
petições, precisamos entender que Deus não é o nosso empregado, e que muita
gente se apropria de uma religião na tentativa de encontrar um deus assim. Toda
a vida de Cristo está fundamentada em uma cosmovisão completamente diferente,
para Cristo o Pai era soberano, e tinha uma vontade, e essa vontade era o foco
da ação de Cristo. Tudo em Cristo, tinha um centro, e esse centro era a vontade
do Pai, sua vida está impregnada dessa intenção, dessa vocação. Havia um só
sentido na vida espiritual do Mestre. E essa direção era fazer a vontade de seu
Pai que o enviou a esse mundo para morrer pelos pecadores.
15- Morte de
cruz (filipenses 2:8) A cruz é o centro do ministério da redenção, Cristo está
lá, a cruz está associada com Cristo, o mistério da cruz é o mistério de
Cristo, essa associação, é o ápice da redenção, a plenitude da misericórdia de
Deus está na morte expiatória de Cristo na cruz. Foi numa entrega completa pela
cruz, que Cristo fez-se todo suficiente para satisfazer todos os anseios da
alma humana desesperada pelo pecado. Jesus então nos convida a calcular o preço
do caminho espiritual verdadeiro, quem quiser seguir, deve tomar a cruz e
negar-se a si mesmo. Esse tema parece quase estranho em nosso meio. O tema da
cruz, não é de grande interesse, a teologia da cruz, parece ser antiquada,
arcaica e ultrapassada. Porém esse era o tema central dos pregadores
apostólicos, dos pioneiros apostólicos da igreja cristã nos primeiros séculos
da nossa era, Paulo por exemplo não tinha outro tema, sua mensagem era
profundamente cristologica, ele revela aos coríntios “ Porque nada me propus
saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (I Corintios 2:2) A
cruz eleva o Cordeiro de Deus ao sacrifício supremo da redenção. Nunca podemos
nos livrar da teologia da cruz, porque ela esta enraizada nas paginas do Novo
Testamento. A cruz é o remédio contra o egoísmo humano, com a cruz vem a
doutrina da mortificação da natureza carnal. Portanto a cruz emerge dentro da economia
da redenção como um altar em que o Cordeiro imaculado de Deus é imolado para
nos conceder perdão, salvação e libertação. Mas a cruz deixa um legado espiritual,
cujo efeito penetra na vida espiritual do discípulo autentico, entender isso é
vital, para Cristo a Cruz era o destino, para nós a cruz é um caminho, um
caminho em que o nosso ego é tratado, um caminho em que pode ser anulado os
efeitos nocivos de nossas paixões decadentes. A cruz trata da natureza
pecaminosa do homem, tanto no sentido espiritual como no sentido pratico.
Cristo passou por ela, morreu nela, derramou seu precioso sangue nela,
tornou-se a vitima que supriu todas as necessidades da justiça de Deus para
efetuar uma eterna redenção. A cruz deixa o legado, ela funciona, a redenção que
foi cumprida na cruz tem seu efeito perpetuado por cada homem que nasce de
novo. E a cruz ainda continua a tratar dos problemas do homem caído. Redenção
traz em si a restauração completa do homem. Quando Jesus toma o caminho da
cruz, nos ensina a renunciar a vontade do homem caído, pois a vontade do homem
caído desvia os olhos da cruz, mas cega o coração da maldição eterna, enquanto
que a cruz conduz um homem ao sofrimento, mas o transporta para a ressurreição
e para a ascensão. Esse é o caminho da cruz de Cristo. É pela cruz que
conhecemos a redenção que Deus concede aos homens, é pela cruz que conhecemos a
misericórdia do altíssimo. É pela cruz que conhecemos os efeitos devastadores
do pecado, é pela cruz que vimos a seriedade de uma transgressão, é pela cruz
que podemos entender o valor incalculável do perdão. É pela cruz que vimos o
quanto a natureza espiritual de um homem
caído e pecadora é abominável.
De um ponto de
vista espiritual, não foram os pregos que pregaram Jesus Cristo, nosso
Salvador, na cruz do Calvário, e sim os nossos pecados. Assim podemos entender que
para que a misericórdia de Deus desse amplo amparo aos pecadores, Deus teve que
desamparar ao seu Filho Jesus Cristo,
Jesus entregou-se ao juízo de Deus na cruz, para que pela obra da Cruz pudéssemos
encontrar refugio na misericórdia de Deus.
O caminho da
cruz tornou-se um caminho de exemplo de vida espiritual por causa desses fatos,
logo que entendemos que por amar o homem, Deus deu seu Filho unigênito para
morrer por nós pobres pecadores, o evangelista João, também ensina que é por
esse amor, que podemos dar a vida pelos nossos irmãos. Essa alma da doutrina da
cruz, se encontra cravada na espiritualidade dos cristãos primitivos, pode ser
vista com clareza no martírio e na perseguição dos anabatistas, por exemplo,
quando morriam pela causa de Cristo, de forma corajosa e natural. Esse é o
caminho da cruz, a cruz revela as vaidades do pecado, revela a inimizade do
mundo, e nos faz confrontar essas coisas por causa de um amor que tudo pode
suportar por causa de Cristo.
Sendo este
caminho, o caminho de Cristo, as vezes nos esquecemos que ao proclamar ser Ele
o próprio caminho em João 14:6, esquecemos de olhar para Cristo na cruz, sendo
ele o Caminho pela cruz, e não fora dela. Alguns propuseram um caminho de
salvação e verdadeira espiritualidade fora da cruz, Pedro foi um desses, porém
foram duramente reprovados pelo Senhor, e
acusados de emprestarem a boca a satanás, quando se opuseram a forma
como Cristo faria sua obra redentora. Assim, já não olho para mim mesmo, mas
para Cristo, para a Cruz de Cristo, para o sangue de Cristo, para o sacrifício de
Cristo, para a ressurreição de Cristo e para a volta de Cristo. Jesus Cristo é
o foco da visão, da jornada e da consumação de todas as coisas. Mas tudo começa
pela cruz, não sem ela, mas através dela. Então posso concluir com muito acerto
que Deus nunca chama um homem para dar-lhe o céu, sem antes chama-lo para dar a
ele uma cruz. Creio que nesse mundo secular, nesse mundo sobrecarregado de egoísmo,
onde a luta terrível do homem, é a tentativa de conquistar as suas proprias
paixões, o homem espiritual olha para cruz, não uma cruz qualquer, mas para a
cruz de Cristo. Porque é pela sombra intensa do sacrifício violento de Cristo
na cruz, que brilha com toda a intensidade, a misericórdia de Deus, por nós
pecadores.
16- Houve também
em Cristo Jesus (Filipenses 2;5) O que houve em cristo Jesus que ilumina todo o
seu trajeto de existência por esse mundo caído? Sua luz. Ele brilha no vale da
sombra da morte, “A luz resplandece nas trevas” (João 1:5) Algo queimava pela
humanidade. A sua própria vida. Será que este exemplo nos constrange? Será que
esse exemplo é digno de ser imitado? Pois que em seus ensinos, Cristo afirmou
que seus seguidores eram a luz do mundo. E todas as vezes que olhamos para a
simbologia da luz dentro do contexto as das escrituras, devemos entender que as
lâmpadas naquela época ardiam por causa do óleo. É impossível arder-se sem se
consumir-se, e aqui estava a essência do sacrifício de Cristo. Quando somos
convocados a iluminar, esse processo é uma iluminação por sacrifício. A luz
revela, e confronta, provoca reações. Olhe para a vida de Cristo, os fariseus
reagem, os religiosos formais reagem, os hipócritas reagem, o diabo reage, os demônios
reagem, os filhos do diabo reagem, o império das trevas reage. A luz verdadeira
revela e expõe as coisas da maneira como elas de fato são. Isso provoca
confrontos e conflitos, onde a luz dos verdadeiros cristãos alumia, há reações.
Assim entendemos como é efetiva essa vida espiritual, porque quando Cristo
torna-se a luz que resplandece no vale da sombra da morte, quando a luz que é
Cristo, resplandece nas trevas, as trevas não prevalecem. Há um triunfo, desde
seu ministério até sua morte na cruz. Aqui
está um exemplo de vida espiritual completa. A luz que vai iluminando, ilumina
todos os setores da humanidade caída, irradia sua luz por todos os cantos, nem
mesmo as intenções mais escondidas dos homens conseguem escapar a esse irradiar
possante. O caminho do cristão é o caminho da luz, dá luz que vem de Cristo, e
que acende nosso fervor, nossa espiritualidade, nosso intelecto, nosso pensamento,
nosso coração, nossa alma, nossa devoção. Mas também é a luz que revela, que
confronta que denuncia. Cristo tem sido o exemplo maravilhoso de uma fé
verdadeira, tem sido o padrão do caráter de um homem elevado. É sublime, seu
exemplo de vida, a vida regida por principios celestes. O assunto é interminável, porque a vida de
Cristo não se limitou as paginas do Novo Testamento, mas se ampliou de uma
forma extraordinária, que dentro de um âmbito espiritual se idealizou
simbolicamente na igreja que é seu corpo. Houve de certa forma uma expansão, e
Jesus passa a morar dentro de cada verdadeiro cristão (João 14:23) Sua ascensão
é uma conquista e um domínio completo do espaço e do tempo, e então Ele mesmo
afirma estar conosco até a consumação das eras.
Autor:
Clavio Juvenal
Jacinto
(48) 9139-6010
CAIXA POSTAL 1
CEP 88490-000
PAULO LOPES SC
Igreja
Evangelica Caminho da Paz
Nenhum comentário:
Postar um comentário