quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O EVANGELICO FORA DA MODA





“Se voce está a procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo”
C. S. Lewis

“Quem quiser seguir a pós mim, tome a sua cruz, negue-se a si mesmo e siga-me”
Jesus Cristo

 Ser “evangélico” hoje, está na moda, isso é evidente, que a religião evangélica oriunda do protestantismo está na moda. O neopentecostalismo não somente promove essa novidade, mas também tem sido o principal multiplicador do esfacelamento do cristianismo. Estamos vivendo uma verdadeira confusão. Mas tenho certeza disso: ser evangélico é a moda do momento. Por esse crucial motivo, existe o evangélico da moda e o evangélico fora da moda. Me chamou a atenção minha ultima viagem de uma para outra cidade aqui em minha região, vi as margens da estrada, a novidade do momento, outrora era um deposito ou uma fabrica, agora na fachada, uma nova denominação, um novo “ministério” ou como diz a minha esposa “mais uma...” Quando cheguei no meu destino, na rua em que entrei, quase de frente uma a outra, mais dois novos “ministérios”, o movimento  neopentecostal pulverizou, esfacelou a igreja evangélica moderna, pensar logicamente de acordo com as escrituras, me levou a conclusão de que isso não é um “mover do Espírito Santo” porque se fosse, haveria muita unidade e não muitas divisões. (I Corintios 1:10 a 13 e Judas 1:19) A pulverização dos evangélicos é a prova conclusiva de que não é o Espírito Santo quem está promovendo todas essas divisões e todas as inovações doutrinarias estranhas as paginas do Novo Testamento.
O evangélico moderno existe, porque a raiz do problema se encontra em parte no movimento pentecostal brasileiro, que deu toda a ênfase aos dons, e ignorou quase que completamente o fruto do Espírito Santo. O misticismo e a má teologia também cooperaram na consequência dessa confusão religiosa. Assim, um erro evidente, ficou a tona: desde que alguém manifeste qualquer tipo de experiência metafísica, isso é uma prova definitiva de que é um verdadeiro cristão! Esse é um erro cujas consequências são enormes. Como podemos ver hoje. Assim uma geração de insubmissos, carnais, promotores de engano, mercantilistas, egocêntricos, irreconciliáveis, egoístas, incultos, rebeldes, tem emergido do cenário da confusão, criando assim novos “ministérios”. Criando um perfil definitivo para o evangélico da moda, este é um religioso excêntrico em busca constante de experiências emocionais. (Mais amigos dos deleites do que de Deus II Timóteo 3;4 e amigos do mundo I Joao 2;15)  A ênfase seria unir o util ao agradável, criar uma religião nova, que seja tanto cristã quanto mundana.  Uma espécie de reformulação dos conceitos cristãos antigos, um abandono à ética neotestamentaria, para criar uma religião psicológica e emotiva, totalmente alicerçada no misticismo, não na teologia e na sã doutrina, não nos ensinos de Cristo, mas na experiência de uma metafísica doente, completamente alheia aos ensinos das escrituras.  Alguns meses atrás, ouvi em alto e bom som, um fundador de um desses “ministérios” neopentecostais modernos, ele afirmou, que  pessoalmente não estava interessado em estudar a bíblia, mas em ser cheio do Espírito Santo, essa declaração mostra as aberrações dessa nova religião, a moda do dia, uma rejeição as escrituras, ora devemos entender que um cristão cheio do Espírito Santo, é antes de tudo um cristão cheio da verdade das escrituras, porque a Bíblia declara que o Espírito é a verdade (I João 5:6)
As ramificações multiplicadas de forma tão desordenada no neopentecostalismo não deveria ser classificada como crescimento da igreja cristã. Essas ramificações multiplicadas, tem por evidencia causar divisões no corpo de Cristo, promover confusão doutrinaria, promover o misticismo, o humanismo, a antropolatria (culto a personalidade) a psicologia, o transe psicodélico,a hipnose, o que se oferece hoje é um espaço para um pecador tornar-se um “evangélico” sem precisar passar pelos processos exigidos nas escrituras: arrependimento dos pecados, conversão, regeneração, santificação, separação do mundo, piedade com contentamento não conformismo com esse século etc.(II Corintios 5:17, Efesios 4:17 a 32 etc) Ao invés disso, usa-se um ardil religioso, estratagemas versáteis, pregações e musicas antropocêntricas, misticismo experiencial, ritmos musicais e condições ambientais para produzir hipnose, transe e sentimentos de bem estar.  Tudo isso traça um perfil dessa nova moda religiosa. Assim entendemos que do evangélico da moda, se exige apenas a fidelidade as reuniões, dízimos e ofertas e submissão cega ao seu líder (Quase sempre sem nenhum fundamento teológico e bíblico para exercer uma liderança espiritual).  Um evangélico moderno, qualquer um pode ser, tudo é permitido, você pode ter ídolos como cantores e pregadores, pode ser sensual e promover o erotismo, pode banalizar o casamento, o evangélico da moda, continua assistindo o Big Brother Brasil, continua comprando e não pagando, joga no jogo do bicho, megasena e loterias e quer ficar rico, ainda mente, trapaceia, imita atores de novelas, usa roupas apertadas e sexy, para eles, não há nada de errado com o errado. O pecado é banalizado e o egoísmo é promovido.transformaram a graça de Deus em dissolução(Judas 1:4)Para o evangélico da moda, a fé cristã é uma festa, não uma batalha (Judas 1:3 com II Timoteo 4:7) o evangelico da moda é promotor dos artistas gospel , pregadores e cantores de famas que cobram cachês enormes para fazerem seus shows, transformando santuários em danceterias,e ambientes inspirados em casas noturnas, o evangélico da moda quer pular e se emocionar, não se santificar e obedecer, não quer se submeter a nenhum tipo de mortificação, não quer em hipótese alguma ser considerado como um estrangeiro nesse mundo.(Hebreus 11:14, Filipenses 3;20 e I Pedro 2:11) Na mística degenerada do evangélico da moda, é inaceitável ser diferente do mundo, pois isso soa como algo terrivelmente antiquado e radical. O grande engano esta em uma confiança cega, eles estão sentido uma experiência metafísica e mística às vezes muito agradável, sinal que supostamente comprovaria  que o Deus das Escrituras, opera no nível da mais extrema carnal idade, da mesma forma que opera em  um ambiente dramaticamente consagrado. Estão resolutos, de que o misticismo experiencial é uma prova que corrobora a aprovação divina. Assim, usam o pragmatismo, os fins justificam os meios. O que vale é a experiência, não a sã doutrina, o evangélico da moda foi atraído pelo hedonismo, não sofrer mais, pelo materialismo, ficar rico, pela mágica de ter todos os seus problemas resolvidos. Os defensores dessa nova religião, argumentam que o evangélico da moda não deve abandonar todos os pecados, só alguns. Não deve ser muito santo, para não tornarem-se fanáticos e legalistas, basta serem um pouco santo e um pouco carnal. Assim, as mulheres, por exemplo, não são incentivadas a imitarem as mulheres santas do passado, isso seria muito radical e opressor, imagine, as evangélicas da moda imitando as esposas dos grandes pregadores do passado! Imagine as evangélicas modernas imitando as irmãs do movimento puritano! Imagine as evangélicas da moda imitando a modéstia da Suzana Wesley, mãe de John Wesley! Isso nunca! Seria radical de mais! Preferem imitar Marilyn Monroe, sexy, sensual e erótica. Com o rosto carregado de maquiagem pesada, preferem imitar as atrizes de novelas diabólicas da globo, ou as atrizes carnais de Hollywood, as santas mulheres do passado foram muito legalistas,na concepção da nova religião evangélica, por isso para os evangélicos da moda, a referencia moral são os cantores e as cantoras de funk, as atrizes e os atores que promovem o adultério e banalizam o casamento, que usam roupas extravagantes, sensuais, custas e apertadas, a referencia é o próprio mundo.(Romanos 12:1 e 2) Eu repito; o evangélico da moda é um religioso excêntrico em busca de experiências emocionais. Não está interessado na verdade, nem em obedecer às escrituras, ou é um escravo da sua própria opinião, ou é manipulado pela má teologia dos outros. Vive e defende  cegamente uma religião que promova  suas vaidades. O evangélico da moda nãoé conduzido,  para a obediência as escrituras,mas para a permissividade produzida por uma graça estranha as paginas das escrituras. (Judas 1:4 com Tito 2:11 a 15) Por isso há tantos apóstolos, tantos pastores, tantos visionários, tantos artistas de púlpitos, tanta gente brincando de religião, fazendo coisas espantosas e ridículas, a ignorância as escrituras é a mãe de todas as heresias.Tudo isso fez emergir da cristandade uma geração de religiosos que misturam a sensualidade com a espiritualidade, ao invés de separar o sagrado do profano, misturaram ambos para vivenciarem de forma extrema a religião do prazer de não negarem-se a si mesmos.(Oseias 11:7). A força da carne portanto produz fortes sentimentos de uma espiritualidade espúria, mas que é inegavelmente muito parecida com experiências espirituais autenticas.
O cristão fora da moda
Eu resolvi ser um evangélico fora da moda, eu e minha esposa, e tenho lutado para que minha família seja também de evangélicos fora da moda. Isso tem sido muito difícil, minha esposa tem cabelos longos e roupas que caracterizam sua distinção  (Não concordo com a moda andrógina) eu por exemplo, não faço presença em ambientes de banhos públicos, porque lá é o meio caminho da pornografia. (Apocalipse 16:15) Abandonei o sensacionalismo, resolvi ser diferente do mundo, a levar a serio as exortações e os ensinos das escrituras(Tito 2:1) como líder espiritual, resolvi fazer da minha ocupação, um ministério sem qualquer fim lucrativo, também resolvi, que sempre que tivesse  oportunidades em púlpitos(estão cada vez mais raras) falar sobre o pecado e arrependimento, fazer exposição das sagradas escrituras, e pregar sobre todo o conselho de Deus, (Atos20:27) tudo o que está fora da moda, eu resolvi pregar; a doutrina da cruz, a abnegação, a modéstia, a mortificação da carne, a vigilância integral, a piedade com contentamento, a tribulação que produz um peso de glória, a ilusão do mundo, o pudor, tenho pregado sobre outros assuntos de não menos importância, sem me importar com as consequências, resolvi não ser um líder que olhasse para as pessoas, como se fossem mercadorias, mas como almas preciosas, resolvi pregar o Cristo justo salvador, hoje advogado,amanhã juiz, um Cristo que ama, mas que também não se associa nem tampouco aprova  o pecado. Isso tem sido muito difícil, ser evangélico fora da moda, me fez um ser quase que alienígena na sociedade, taxado de radical, quadrado, antiquado, legalista, fanático, duro, puritano,etc. Mas de fato eu resolvi, mesmo a custa da solidão. Troquei meus hábitos literários, não  leio Benin Hinn, mas Jonathan Edwards, não mais Mary Baxter, mas Spurgeon, não mais escritores da geração “evangélicos da moda”  mas J. C. Ryle, Robert Culver, John Owen, não mais Hagin, mas Tozer, Richard Baxter, Horatius Bonar, Steve  Gallagher etc. Resolvi ser evangélico fora da moda, sem assistir Big Brother, novelas televisivas, estou sempre alheio a essas coisas, não sei quem é o campeão do campeonato brasileiro de futebol, pouco me importei com Copa do mundo, porque sei da politicagem mundana que envolve essas coisas. Não sei quais são os temas, das atuais novelas, Sou evangélico fora da moda, sempre me lembro das palavras de John Owen: “Se os cristãos fazem questão de imergir no mundo para aprender seus modos e ser dirigido por suas opiniões, serão carregados com eles para a perdição eterna” Sim, lembro-me sempre da exortação de Watchman Nee: “Se alguém crê no coração, mas não tem nenhuma atitude exterior, o mundo ainda o considerará parte dele”. Por estar fora de moda, as vezes tenho um sentimento de ser rejeitado pela cristandade, não sou um pregador popular, tenho que conviver com pessoas que não querem ouvir aquilo que Deus tem a dizer,(pelas escrituras Proverbios 13:13) pois estão a procura daquilo que elas querem ouvir. Tenho caminhado para uma vida de recolhimento intelectual, decepcionado com direção que a igreja evangélica brasileira tomou. Resolvi amar mais a bíblia, me apegar aos preceitos sagrados, estudar com mais dedicação, aplicar seus ensinos na minha vida, praticar seus conselhos. Viver a minha, ter cuidado de mim mesmo e da doutrina(I Timoteo 4:16)e ficar restrito ao púlpito da minha igreja, com uma parcela reduzida de cristãos fora da moda, que ainda querem ouvir algo substancial e real extraído das escrituras. Em um mundo religioso onde ser fora da moda, é optar pela rejeição do mundo e dos que estão associados a ele, até que o Senhor venha, o caminho é solitário. Porem, prossigo para o alvo...
Uma palavra final: Sei que existem homens de Deus sérios, igrejas serias e ministérios sérios, comprometidos com as escrituras, mesmo nesse cenário de confusão, creio em fanais em meio a cristandade apontando o caminho da cruz do Salvador, para levar as almas perdidas ao Salvador crucificado e ressurreto. Creio que muitos ainda são vozes solitárias em meio a esse turbilhão de vozes confusas e sem sentido. Creio no poder do Espírito Santo em reconduzir tanta gente confusa para um aprisco seguro, onde o evangelho não é negociado, mas proclamado, onde ainda há culto e não shows, onde Deus é o centro da adoração, não o homem, onde ainda há a unção de Deus e não técnicas psicológicas. Creio ma igreja do evangelho, e no evangelho da verdadeira igreja.

De todas as calamidades que têm visitado o mundo, a rendição do espírito humano a este mundo presente e a seus caminhos são, sem sombra de dúvida, a pior de todas.
A. W. Tozer


Pr Clavio Juvenal Jacinto

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