“Mas tu sê sóbrio
em tudo” (II Timóteo 4:5)
Sobriedade
significa moderação e equilíbrio, as vezes é aplicado a uma pessoa não
alcoolizada. Num sentido bíblico, é a condição espiritual de quem tem
discernimento equilibrado, tem visão clara que conduz a uma percepção
cuidadosa. A sobriedade é uma condição fundamental para a vida cristã. Ela nos
permite enxergar a realidade como de fato é. É o contrario da ilusão, que induz
o coração a acreditar em fabulas ou em coisas irracionais. A sobriedade permite
que as coisas sejam vista com moderação, e concede a possibilidade de fazermos
julgamentos com equidade e reta justiça. É fato inquestionável que poucos
cristãos tem sobriedade. Na vida cristã, muitos se emprenham por caminhos
obscuros que trazem confusão ao invés de esclarecimentos. Uma pessoa não sóbria,
adultera a própria realidade, e engana-se a si mesma. Entre muitos novos
convertidos ou em pessoas que professa uma fé, sem moderação, acaba se
desequilibrando e provocando uma serie de contradições, normalmente isso acaba
trazendo sérios conflitos para todos a sua volta. Certa vez ouvi de certo
cristão que toda a doença procede do diabo, e que era inconcebível que um
cristão ficasse doente. Para outros, a falta de sobriedade leva-os para um
terreno perigoso. Uma vez que nutre-se um fé na fé, ou tece uma crença mística de
que estão isentos de sofrimento ou tribulações, acabam decepcionados quando
surgem problemas pessoais. Outra forma de falta de sobriedade está na falta
de equilíbrio quando trata-se de
isentar-se de qualquer tipo de responsabilidades quando o assunto é pecado. Ao
invés de tomar o cuidado para verificar com dedicação o que as escrituras falam
sobre a natureza humana, colocam a culpa de todos os males pessoais em demônios.
Assim inventaram boas desculpas para justificarem atos pecaminosos. Se cair em adultério,
então foi um “espírito de adultério”, se foi um vicio, como o alcoolismo, então
a culpa foi do “espírito da cachaça”. Atribui-se as responsabilidades, as
influenciam malignas, “espírito de inveja” “espírito de fofoca” etc. quando na
verdade trata-se de obras da carne. O pecado pode ser produzido dentro do nosso
coração e a responsabilidade é do homem que peca, as ações procedem de um
coração maligno. O homem é responsável pelos mais nefandos pecados, isso é algo
certo. Alguns se isentam das responsabilidades pessoais e transferem a culpa
aos espíritos malignos. Não estou afirmando que os espíritos imundos e o
próprio diabo não interferem na vida dos homens. Sabemos que há casos em que o
diabo de fato sugestiona o pecado no coração do homem, mas nem sempre isso
ocorre. O homem tem a semente maligna do pecado dentro do próprio coração, e
por isso peca com ou sem a influencia demoníaca. A sobriedade traz equilíbrio a
fé. Uma fé equilibrada consegue ver as coisas em seu devido lugar. Sobriedade
produz discernimento e moderação. As escrituras nos exortam a sermos sóbrios em
tudo. Em todas as áreas de nossa vida, podem ser aplicada essa virtude
fundamental. Quando somos sóbrios, sabemos que direção devemos tomar, temos
responsabilidades em nossas ações e em nossas decisões. A falta de sobriedade
produz consequências devastadoras na vida espiritual. Nossa caminhada será
segura se formos sóbrios. Nossa percepção será acurada quando estivermos sóbrios,
então é muito importante que cultivemos a sobriedade, pois ela permite que
tenhamos discernimento espiritual e então possamos viver nesse presente século com
piedade e sobriedade.
Pr Clavio J. Jacinto
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