“Quando entrardes na cidade,
encontrareis um homem levando um pote de água”(Lucas 22:10). Uma cena incomum,
um homem incomum, uma atividade comum. Um homem andando pelas ruas de Jerusalém
com um cântaro de água. Não era algo freqüente, e então tal homem torna-se a
referencia de Cristo. Você talvez nunca tenha ouvido falar sobre ipseidade,
este é um termo filosófico, é a soma das características de um homem incomum,
virtudes especiais de uma pessoa, que a tornam diferentes de todas as outras.
Aquele homem com um cântaro de águas percorria o caminho da diferença, a
atividade era comum, quem estava fazendo não. No Antigo Testamento, alguém
notou que Eliseu era um homem santo de Deus, os judeus notaram que o rosto de
Moisés resplandecia, os amigos de Enoque perceberam que ele tinha desaparecido
sem deixar rastros, alguns inimigos da fé cristã notaram que Estevão tinha
rosto de anjo, os nativos da ilha de Malta perceberam que Paulo era imune ao
veneno das serpentes, João batista vestia-se de roupas feitas de pelos de
camelo e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre, Abel ofereceu uma oferta
mais preciosa ao Senhor, Abraão teve a ousadia de ofertar seu próprio Filho ao
Senhor, José suportou todas as contrariedades com paciência, Daniel dormiu
confortavelmente entre leões famintos. Em Jerusalém um homem levava um cântaro
de água, essa era a diferença, porque mulheres eram responsáveis por essa
atividade. Ninguém sabe quem é este homem, ele é anônimo nas paginas das
Escrituras, mas sua atividade era incomum. Em Atos 9:36 a 42, vimos que Dorcas
com uma agulha, exercia uma atividade especial. Ela era especial porque todas
as viúvas choravam e mostravam os vestidos que Dorcas tinha feito quando ainda
estava viva. Hoje em dia, há ima grande necessidade de homens que sejam
diferentes, almas que sejam luz e sal, num mundo escuro que se corrompe.
Precisamos de homens dispostos a ser diferentes, a serem santos. Sim! Nosso
mundo carece de homens transformados pelo evangelho, que representem os valores
do Reino de Deus, que estejam sustentados pelo cetro da equidade do Senhor.
Homens incomuns, no meio de uma geração acostumada com a iniqüidade, alienadas
pelos valores mundanos. Homens que sejam luminares espirituais em meio a
escuridão espiritual. Para sermos incomuns, temos que viver foram do comum, e
enquanto que a civilização está sendo corroída desde os fundamentos pelos
excessos do pecado, a homem santo torna-se incomum porque não se conforma com
esse século. Viver para Deus, em consagração ao Senhor, com o coração voltado
para as realidades espirituais, é viver uma vida incomum. A maioria opta pelos fins que justificam os meios, adaptam-se aos conceitos
relativistas da nossa era. Mesmo confessando a fé cristã, a maioria faz parte
do clube da religião comum, a empreitada da fé consiste em adaptar-se a moda
vigente, seria humilhante demais subjugar-se a vontade divina no meio da
cultura das delicias hedonistas que cimentam a sociedade materialista. O culto
do prazer é a moda, e até a fé cristã foi contaminada pelo “Sentir-se bem a
qualquer custo”, ter uma experiência religiosa prazerosa é um degrau exigido
para nutrir o sentimento de ser especial. Mas carregar um cântaro de água e ser
exposto aos olhos alheios é algo muito pobre de sentimentos de honras sociais.
E então? Você, Afinal de contas é
incomum? A santidade as vezes parece ser ridícula aos olhos da filosofia
humana, desprezível aos conceitos humanistas, inaceitável aos valores do mundo,
porém, é uma exigência básica aos que desejam viver pelas veredas do evangelho,
que sejam diferentes, que sejam incomuns, que sejam santos. (Clavio J. Jacinto)
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