sábado, 28 de fevereiro de 2015

O PERIGO DA NEGLIGENCIA





Paulo adverte em II Timoteo 2: 4 e 5, que aquele que se alista para a guerra, não se embaraça com os negócios dessa vida, quando termina a sua carreira, fecha com chave de ouro o seu ministério, ele pronuncia que combateu o bom combate acabou a careira e guardou a fé. (II Timoteo  4:7)
Estamos em guerra, mas não vou me deter na questão da batalha, senão na condição em que nos encontramos para enfrentar as lutas no campo da batalha espiritual. Creio que é aqui que o cristão enfrenta o grande perigo. Não tomamos a posição de um verdadeiro soldado, por isso, as coisas não estão indo bem pra muita gente que freqüenta igreja e que já está muito tempo professando a fé cristã, mas que continua dominada por embaraços e por uma vida de dormência espiritual.
A negligencia a esse assunto, nos leva para uma condição de perigo constante, a guerra cósmica em que estamos inseridos, não é de assunto de vida ou morte, é mais do que isso, envolve não somente o tempo, mas também a dimensão espiritual e eterna.  Envolve o destino de muitas almas, a maioria delas, do nosso próprio convívio social.
Não somos chamados para viver uma vida cristã superficial, em uma guerra, não existe tal coisa como superficialidade.  O combate exige muita atenção, muito cuidado, muita sobriedade, é algo intenso, a luta, pois implica uma preservação da própria vida, e uma luta intensa por destruir o inimigo, e de preservar a própria. Essa idéia reforça o texto bíblico, porque quem está com os pés entrelaçados não pode correr. Veja a luta de inseto preso aos fios colantes da teia de uma aranha,  tudo em torno do inseto gira no esforço em potencial para se livrar da armadilha mortal da teia da aranha. Muitos esforços dispendiosos que usamos na vida, tem objetivos seculares e secundários, e quando o assunto é o Reino de Deus, sempre tratamos como algo secundário, a visão artificial da vida sempre tende a nos levar para conceitos errados com relação a nossa existência.
Embaraçado, alguém que tem um andar atrapalhado, não pode correr a carreira, não está livre, está com seus pés entrelaçados pelos fios temporários do materialismo, os negócios dessa vida detém muita gente que professa o cristianismo. Uma vez que os pés não estejam livres, não pode combater o bom combate.
Nós não combatemos segundo a carne, por isso, em primeiro lugar, não podemos ser negligentes com relação a vida espiritual, ela ocupa o centro da vida cristã. Uma vida rendida ao Senhor, uma vida intima com Deus, uma vida de oração e consagração, tudo isso é fundamental para a vida cristã. Nos dias que estamos vivendo, com esse intenso barulho da civilização moderna, precisamos nos retirar. Não estou defendendo um estilo de vida monástico, não é isso! Estou falando sobre a importância de nos desligarmos desse mundo, de sua tecnologia de ponta, do materialismo e do consumismo manipulativo, para nos entregarmos a uma vida de devoção mais profunda com Deus. Nesses tempos de correrias, precisamos frear nossa ação, e permanecer retirado, como Cristo fez muitas vezes, para poder enfrentar as batalhas mais acirradas, os confrontos mais fortes, Cristo precisava de preparo espiritual, muitas vezes se retirou para lugares solitários para ter contato com DEUS PAI, e é disso que nos precisamos hoje. Não ter esse principio como de máxima importância para a vida devocional e espiritual, é perder a fonte condutora do poder espiritual, que nos faz fortes para enfrentar a grande batalha espiritual, que acontece no palco da existência humana nesses últimos tempos. Em segundo lugar, se faz negligente o homem que uma vez, tenha se decidido a Cristo, trate as coisas espirituais como elas não fossem de suprema importância, a vida espiritual do cristão que combate, é uma vida disciplinar. Como um soldado valente também é!  Não se embaraça, mas tem seu caminho livre, isto é. Corre a carreira que lhe está proposta. Sabe de suas responsabilidades, e do seio campo de ação. A batalha pela fé que uma vez foi dada aos santos, ocupa seu lugar supremo no coração do homem espiritual, se assim, não for, ele em hipótese alguma pode ser um homem espiritual. É dessa forma que um soldado se faz evidente por sua capacidade de discernir as coisas, ele conhece suas armas, sabe manejá-las, não é como uma criança que não faz idéia do perigo de uma arma, existe a arte do manejo, o conhecimento de uma arma não pode ser superficial, assim como também deve conhecer sobre as estratégias de combate e de defesa. Tudo isso é de suma importância. Há quem não veja importância numa vida  completamente entregue ao Senhor, há quem não encontre qualquer valor em gastar muitas horas orando, se dedicando aos prolongados jejuns, quando na verdade Cristo classifica certas castas de demônios que só podem ser combatidas com jejum e oração. Uma vez que dá pouco ou nenhum valor para a piedade com jejuns e orações, torna-se inapto, tal pessoa para o combate espiritual, justamente por causa de certos aspectos comuns ao inimigo, que exige preparo adequado para o confronto.
A negligencia e a prevaricação precisam ser completamente erradicadas da vida de um bom cristão, isso é essencial, para o progresso e para a maturidade. O autor aos Hebreus, no final do capitulo 5 menciona o problema de alguns irmãos não suportarem o alimento sólido. Porque? Eram meninos, eram atrasados, atrapalhados e embaraçados na vida espiritual. A negligencia nos faz viver uma vida sem responsabilidade e sem atenção devida as coisas de Deus.
Talvez a vida de Eli e seus dois filho sirvam de exemplo, de como a negligencia pode levar um cristão a sofrer terríveis conseqüências, Ofni e Finéias não tinham temor a Deus, faziam as coisas sem amor e sem respeito devido ao sagrado, Eli negligenciou na parte disciplinar, não aplicando disciplina aos seus filhos, e no final todos os três sofreram as conseqüências. Saul no final da sua carreira também acabou sendo negligente, e cometeu torpezas e desvarios, exerceu oficio espiritual não autorizado e consultou uma médium ocultista. Esses são exemplos claros de homens negligentes, que tiveram uma visão espiritual muito superficial, e tal coisa lhe serviu de empecilhos para o equilíbrio na vida devocional e espiritual.

Ainda temos um outro exemplo em II Samuel 6, quando Davi negligenciou as ordens claras do transporte da arca, os levitas deveriam levar, mas ao invés disso, a arca foi transportada por carro de bois, e acabou provocando a morte de Uzá.  As vezes querem arrumar desculpas, fazer as coisas de nosso jeito, achamos que a nossa razão tem o mesmo nível de autoridade que as ordens e os estatutos de Deus, queremos as coisas do nosso jeito, como Davi quis fazer do seu jeito, tirando a responsabilidade do transporte da Arca dos levitas e dando aos bois essa tarefa. Eis ai um caso típico de negligencia que se repete a todo o tempo, mesmo em nossos dias. Queremos fazer as coisas de nosso jeito, mas isso é desobediência. No Novo Testamento também temos um caso de negligencia  generalizada, em Mateus 25 na parábola das dez virgens, cinco delas eram imprudentes, tinham as imprudentes todas as características comuns com as prudentes, menos o fato de que não havia óleo em abundancia, e então um atraso do noivo, fez com que elas percebessem que havia essa falta, isso foi fatal para elas. Uma vida caracterizada por negligencias, pode afetar completamente a nossa vida, nosso destino, nossa família, nossa fé e nossa eternidade.
Vimos grandes desvios doutrinários em nosso tempo, por causa da negligencia generalizada, mas essa não deve ser a nossa realidade pessoal, não deve ser a nossa posição. Devemos firmar nossos passos no Senhor,  desenvolver um zelo pelas coisas espirituais, amar mais a Cristo e estabelecer princípios rígidos para nós mesmos,a  fim de controlar nossos impulsos naturais que querem lutar contra as coisas espirituais. No final das contas, a negligencia traz uma serie de conseqüências terríveis, e precisamos lutar contra ela, erradica-la completamente da nossa vida, pois isso redundará em uma vida frutífera e abençoada.


Pr Clavio Juvenal Jacinto
Igreja Evangelica Caminho da Paz
Paulo Lopes SC

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