sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

OS TRES NIVEIS DA VERDADEIRA VISÃO ESPIRITUAL





Os Níveis da nossa visão

Ver é uma dádiva, a respeito do milagre da visão, certo cientista escreveu: “ O olho é um instrumento maravilhoso, semelhante a um telescópio de alta qualidade, com uma lente, um foco ajustável, diafragma variável para controlar a quantidade de luz, e as correções ópticas para ajustar a projeção esférica e cromática” (1)
Jesus no Capitulo 9 de João cura um cego de nascença, entre tantos milagres registrados nas escrituras, a visão em seu funcionamento normal já é um maravilho milagre, há uma conexão entre as coisas criadas e a nossa visão, uma harmonia entre as flores e o nosso cérebro, por exemplo,  tudo isso é muito maravilhoso, qualquer pesquisa sobre esse assunto, nos surpreende sempre!

Mas além da visão normal, comum a todos os viventes que enxergam as coisas naturais, a bíblia fala sobre níveis de visão, há uma quantidade muito grande de passagens nas escrituras que falam sobre diversos níveis de visão, e gostaria de falar algo sobre isso. Vamos tomar como texto, o livro de Isaias Capitulo 6, pois é ali que encontramos esses níveis de visão. Classificados de forma simples, podemos distinguir por essa ordem : Visão espiritual elevada, visão interior verdadeira, e visão natural equilibrada.  Esses são aspectos plenos de uma vida cristã bem sucedida, um cristão maduro desenvolve esses três níveis de visão,  a jornada de um peregrino cristão só pode ser eficiente, quando ele enxerga nos três níveis.
Isaías diz: "Todas as nossas justiças, como trapo da imundícia". Esta afirmação fez Charles Spurgeon comentar: "Irmãos, se nossas justiças são tão ruins assim, imaginem nossas injustiças!"
A primeira visão, é básica, a primeira que desejo  tratar, é a visão interior. A visão de nós mesmos. Em Isaías 6:5 O profeta consegue enxergar a sua condição de pobre pecador, naquela [época ele não tinha a luz do evangelho da graça de Deus, hoje nós temos. A bíblia nos retrata como nevoa, vapor, e como pecadores. Essa não é uma visão muito otimista do homem, mas ela é basilar, porque a graça triunfante de Deus vem, quando o homem arranca do seu coração o orgulho a rebelião e a auto-suficiência.  Não somos muito promissores sem a bondade de Deus. A nossa condição de homem interior é um deserto, que precisa ser semeado com as virtudes de Deus, Deus nunca fará habitação em nós, se o coração não se tornar jardim, porém o homem é um poço de entulhos, algo precisa ser feito, e sem uma entrega absoluta ao Senhor, essa varredura e essa limpeza não pode ser feita. Por isso vimos Isaias clamando: “Ai de mim pois estou perdido” é um reconhecimento difícil, que desaloja o nosso orgulho, que destrona o nosso ego, e nos faz sentir pobres e desamparados, quase que desesperados. Essa é uma  visão do coração do homem. Sim, podemos aceitar o fato de que pode-se encontrar coisas boas dentro do coração do homem, mas o que são nossas coisas boas, quando a luz da santidade de Deus brilha diante da nossa face? “E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus” (Exodo 3:6). Todas as nossas qualidades terrenas são de peculiaridades terrenas. Elas podem ser niveladas de homem para homem, mas há coisas adormecidas no coração dos homens, que quando despertam no seu interior, produzem horrores. Povos pacíficos em época de pás, cometem horrores em época de guerra. O mal adormecido em um homem supostamente bom, é tão perigoso quanto o mal ativo desperta em um homem mal. A grande necessidade de um cristão, é ver o quanto ele tem de Cristo dentro de si, as realidades de Cristo dentro de um homem, as virtudes e o caráter de Cristo e a própria pessoa de Cristo no coração do homem. Todos temos a tendência de achar defeitos nos outros, a visão de dentro de nós é distorcida, a cegueira interior é algo terrível. Somente quando enxergamos a nossa condição, o real estado de nosso ser, teremos a iniciativa de apelarmos para a misericórdia divina. Uma mente cativa a Cristo, como ensinou Paulo, um coração amando a Deus com todas as forças, um pensamento cativado por Deus, enxergamos isso dentro de nós? Se a luz do evangelho da glória de Deus se acende, em nosso coração, o que enxergamos é um gigante ego, livre, solto dentro de nós, e ali está ele, buscando o aplauso dos homens, buscando a glória, buscando a fama, buscando o reconhecimento, buscando elogios, buscando a satisfação egoísta.
Olhamos para a vida de Paulo, e então vimos como ele olha para dentro de si, e vê a si mesmo como um homem crucificado (Galatas 2:20) Como esse lado de dentro está alicerçado  numa realidade tratada pela cruz, só uma cruz reservada para nosso eu, concede espaço dentro de nós para que Cristo viva lá dentro de nós. Essa é a visão interna coerente. Porque nada somos sem Ele, a bíblia propõe que uma vida só tem pleno significado quando Deus regenera a nossa vida e passa a ocupar o espaço interior, e nesse espaço ocorre as mais terríveis batalhas, pois o ego nunca quer perder o trono, assim vimos essa batalha do nosso eu, vimos nosso ego querendo dominar, nossa natureza carnal querendo predominar sobre os assuntos espirituais. O ego odeia a cruz, ama o pecado, não aqueles pecados hediondos, como tentamos classificar, mas aqueles pecados de natureza interior, que se escondem sob disfarces, como a inveja, o orgulho, o ódio, a mentira etc. Nossa base de ação é o coração, quando olhamos para ele, sem os efeitos da cruz, o que vimos, transforma-se numa reação de susto “Ai de mim”. Esse sentimento de repulsa de si mesmo, é algo raro, só os verdadeiros santos conseguem enxergar com franqueza as coisas internas e contrastá-la com a santidade da glória do Altíssimo.
Essa visão de nossa fragilidade e de nossas falhas nos remete para os braços de Deus, é na condição de ser pobres de espíritos que entramos na dispensa das riquezas de Cristo.  Por isso Isaias clamou “Ai de mim!” essa angustia por causa de nossa fragilidade e da nossa condição humana nos força a prostrar-se diante do Todo-Poderoso. Isso é uma questão de visão para dentro de nós mesmos. Quando Ele passa a ser nosso tesouro, nossa vida, nossa esperança, enfim Cristo tudo em todos. “O começo da grandeza é ser pequeno, o acréscimo da grandeza é ser menos, e a perfeição da grandeza é ser nada” (Moody)
A chave que abre os tesouros da vida espiritual, é o nosso esvaziamento, é quando nos aproximamos diante de Deus com o nosso coração vazio das coisas terrenas que ele nos enche com as celestiais. Precisamos entender isso com profundidade, nossa riqueza é a própria presença de Cristo, mas Ele nunca se fará presente dentro de nós se não olharmos para nós mesmos, e reconhecemos todas as nossas misérias. De fato ele também nunca será a nossa riqueza completa, se ainda retivermos nosso valores carnais. “Ai de mim” é um sentimento de miséria, de reconhecimento de que a nossa justiça é trapo de imundície, que em nossa carne não habita bem algum, que o nosso coração é enganoso, olhamos para dentro e vimos tudo isso, e então passamos a  confiar em Deus e não em nós mesmos, nos méritos da obra da Cruz e não nas liturgias externas de uma religião morta. “Quando alguém dá uma boa olhada no espelho de Deus, não encontrará ali as faltas dos outros: tem coisas demais a ver em si mesmo”(D. L. Moody)
Quem decide viver para a glória de Deus, precisa deixar de procurar glória para si mesmo!
“Habito no meio de um povo de impuros lábios” (Isaias 6:5) Isaias olha não somente ao seu interior, mas também ao seu redor, estamos olhando para o mundo, mas o que vimos nele? Será que ele nos cativa? Paulo fala de uma geração perversa (Colossenses 2:5) João diz que esse mundo jaz no maligno e Cristo afirmou que esse mundo não tem parte com Ele. Essa é a janela do Novo testamento, pelo qual podemos contemplar o mundo tal como é.   Há um texto de Aiden Tozer, cujo o titulo é: “Esse mundo um lugar de lazer ou um campo de batalha?” Esse precioso artigo de Tozer reflete bem, como devemos olhar para esse mundo. Há outras janelas, uma dessas é o Livro do Mártires de John Fox. Poe essas janelas encontramos a realidade das coisas. Não uma mera ilusão. O mundo é o oposto dos valores do reino de Deus, Estamos diante de um fato, o mundo foi opositor ferrenho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Olhamos para o lado de fora de nós mesmos. Uma sociedade que carrega o estigma de seus próprios crimes, somente de 1900 a 1950 duas guerras mundiais e outras atividades bélicas, mataram mais de 80.000.000 de pessoas, nossa sociedade é um mar de sangue e sofrimento. É o nosso mundo. É verdade que a tecnologia e os últimos tempos mudaram o estilo de vida de muita gente, mas as guerras e o pecado ainda estão em plena atividade nesse mundo cruel. Temos chorado pelo estado lastimável da igreja moderna? Veja como o cristianismo está dividido, como o mundanismo influenciou o estilo de vida da igreja, e como a apostasia avançou. A nossa cultura é a cultura da morte, da permissividade, da iniquidade multiplicada, Como podemos permanecer na passividade diante de tudo isso, só se formos cegos. Nenhum homem que recebe verdadeira luz celestial, fica passivo diante de um mundo maligno. É hora de despertamos do sono, “ai de mim, porque habito em meio...”.
 A visão exterior, enxergando a realidade a nossa volta, mesmo que seja tão dura, quase que inacreditável, Elias lamentou sua solidão, a impressão que ele tinha, é que todos a sua volta estavam prostrando-se  aos pés de Baal. É verdade, que o Senhor afirmou que havia ainda sete mil que não estavam praticando idolatria, cultuando a Baal, porém a visão de Elias, era uma visão desesperada. Seu lamento era uma ferida no cerne de sua alma, ele enxergava a condição espiritual da sociedade a sua volta. E você, o que está enxergando?
O mundo nos cativa, a babilônia tem seus atrativas, sua prosperidade é admirável, seu comercio é magnífico, sua opulência é grandiosa, mas ela é babilônia, como ela se infiltra, cativa, engana, influencia e contamina o coração dos homens! Ela é terrivelmente poderosa e cativante, seu poder de hipnotizar é revolucionário, você não enxerga isso? Falta-lhe visão! A nossa volta, o mundanismo acelera sua devastação, a babilônia derrama seu vinho embriagante, o veneno do pecado se alastra, a nova tolerância, o hedonismo, o materialismo, o consumismo desenfreado, o egoísmo, a egolatria são fenômenos que se ampliam em escala global. Esse é nosso mundo moderno. O que estamos vendo? O que a igreja está vendo?  Ai de mim...Onde se houve esse grito agonizante? O olhar desesperado, dos que contemplam um mundo que insulta a Deus, reforça a sua rebeldia contra o Criador, aperfeiçoa as suas blasfêmias contra o Santíssimo.
Tudo a nossa volta está envolto por um manto de pecado, quando Adão pecou, ele perdeu o direito de domínio, foi expulso do Éden, e começou a formar uma civilização rebelde, com todas as suas estruturas independentes. Na tentação de Cristo, descrita em Mateus 4, vimos como Satanás oferece a Cristo, os reinos desse mundo e a glória deles. Sem dúvida, oferta tentadora, imagine essa oferta sendo dada aos cristãos ávidos por prosperidades e riquezas! Mas Cristo tem outra visão, em Apocalipse 11:15 os reinos desse mundo, são transferidos para Cristo, o inimigo que ofereceu lá na tentação esses reinos que estavam sob seu domínio, agora sofre a sua queda e a sua perda. O sistema atual é anticristão, não se enganem! Olhem para a ciência, nunca penetrou tão profundamente nos mistérios maravilhoso da natureza, mas a ciência nega a existência de um criador, veja como os sábios desse mundo agem diante das circunstâncias diversas, se encontrarem um vírus em um planeta distante, irão celebrar uma festa por terem encontrado vida em outro planeta, mas não consideram como vida, um feto  que vai ser vitima de um aborto. Defendem filhotes de tartarugas e outro animais, mais são indiferentes com relação ao aborto, há uma inversão de valores, e os valores cristãos estão sendo rejeitados por leis, menosprezados e classificados como intolerantes. Tudo a nossa volta está em processo contínuo de decadência espiritual. Isso é denunciado por Paulo que adverte que nos últimos dias, seriam de tempos trabalhosos e difíceis.
“Em nada, a não ser no céu, vale a pena colocar  nosso coração” (Richard Baxter) a visão que temos do mundo a nossa volta, determina a nossa postura espiritual. Se esperamos nele, se confiamos nele, se ajustamos nossas crenças de acordo com seus valores, se amamos ele, se nos apegamos a ele, então de fato, estamos indo contra o cristianismo. A corrente da fé cristã é contraria as torrentes do mundo. Talvez seja isso que faça o cristianismo ser como caminho apertado e porta estreita. Tudo no mundo tem um encantamento, desde a babilônia de apocalipse 18 até as atividades espirituais e religiosas. Quando Paulo fala a respeito de Satanás, adverte que ele se transfigura em anjo de luz (II Corintios 11:14) o contexto diz que seus obreiros se transfiguram em obreiros de justiça. Aqui está a questão do disfarce, do engano. A percepção do cristão precisa ser verdadeira, se ele deseja de fato enxergar o perigo por trás do disfarce, o engano por trás do cintilar, as sombras infernais por trás de uma falsa luz. Há uma mudança de identidade nas coisas satânicas, e isso desafia a nossa percepção espiritual. A maneira como vimos o mundo, afeta nosso relacionamento com Deus. Quando vimos um mundo a nossa volta que é egoísta, materialista, consumista, sensual, idolatra, rebelde etc. Tudo isso deve servir como uma motivação um desejo sincero de nos apegarmos mais e mais a Deus e buscar mais e mais o seu Reino. Não os falidos valores de um mundo caído, mas as virtudes de um Cristo Santo, devem moldar o nosso caráter. Em João 17:15 Jesus roga ao Pai em favor de seus seguidores, e Ele pede ao Pai que não tire os santos do mundo, mas que os livre do mal. E que nesse momento, possamos ser livres do mal do mundo, de seus enganos, de suas seduções, que nunca venhamos apoiar sua rebelião, se conformar com seus estilos decadentes e seus valores enganosos. (Romanos 12:1 e 2)
Por ultimo, e é lógico, essa é a visão que amplia todas as outras, deixei por ultimo, simplesmente não porque seja a menos importante, mas por ser a principal. Porque só teremos uma visão clara do mundo e de nós mesmos, quando a glória da santidade de Deus brilha diante da nossa face. Isaias afirma ter visto um alto e sublime trono, e ele viu o Senhor assentado sobre este trono. A visão que temos do Senhor, isso determina a nossa conduta na vida espiritual.  Ver ao Senhor é tudo, é a direção, é a razão, é a base da própria vida, Jesus afirmou que os puros de coração serão bem aventurados porque eles verão a Deus(Mateus 5:8) Tendo uma visão verdadeira de um Deus verdadeiro, a nossa vida treme na base da nossa própria existência. Estaremos vendo a realidade que sustenta todas as outras realidades, bem como a realidade que criou todas as outras realidades, e  também a realidade suprema que ordena todas as coisas. A santidade de Deus é puríssima, não é a toa que em Apocalipse, os adoradores clamem três vezes santo, essa glória foi vista por Moisés no monte, por Cristo na transfiguração, e João na Ilha de Patmos, e  quando uma pessoa tem um conceito elevado do Deus que está acima de todas as coisas, vem sobre o seu coração, perfeito respeito, elevado temor, verdadeira adoração.  “A verdadeira piedade nunca se separa do temor de Deus.” (William S. Plumer). Quando temos uma visão clara de quem Deus é, a nossa conduta muda radicalmente. Essa visão que temos das coisas santas, e do Deus santo, modifica nosso modo de ver, altera nossos conceitos e valores. Isaias viu coisas santas, um trono, um manto, viu seres santos, serafins, e viu o próprio Deus, O Santíssimo.  Só depois de ele ver a Majestade e a Gloria de Deus e o Deus de toda a verdadeira glória, sua visão do mundo a sua volta e do seu mundo interior foi alterada. A luz da glória de Deus revela a verdadeiro caráter das coisas. O mundo é apenas um mundo passageiro, as civilizações emergem, prosperam caem e desaparecem, o homem é como uma neblina passageira, é como uma erva, mas o nosso Deus é a coluna que sustenta todas as coisas, não é admirável a proclamação do salmista quando diz “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.”(Salmos 90:2) Nele não há mudança e nem sombra de variação (Tiago 1:17)


Sua santidade, sua majestade, seus atributos, sua glória, sua misericórdia, seu poder, todas essas coisas precisam estar abertas diante de nós. A janela da nossa vida deve estar aberta em direção ao trono de Deus, o motivo da nossa vida, o movimento espiritual, tudo deve estar em direção ao trono de Deus, todas as nossas perspectivas devem ser envolvidas com essa glória, todos os nossos anseios devem estar mergulhados nessa fonte de Luz que é o Senhor, e nele devemos nos mover. É tendo um conceito elevado do caráter e da pessoa de Deus, que iremos ter uma vida de visão ampla aqui nesse mundo. Devemos abrir nossas janelas, em direção ao alto, repito, abrir as comportas de nosso ser, em direção ao trono, nossa imaginação, nosso pensamento, nossa adoração, nossa reflexão, nosso coração, tudo em direção a Ele, ao Deus Trino e Uno. Se a luz do Trono, se a glória de Deus não ilumina a nossa trajetória de existência, ainda estamos no escuro, ainda vivemos e andamos no escuro.  Essa gloria majestosa se concretiza de forma plena na pessoa de Cristo, quando Ele diz ser a luz do mundo, não que Ele seja de propriedade do mundo, mas Ele a verdadeira luz que alumia aqueles que jazem no vale da sombra da morte. Há uma luz que possibilita o homem a caminhar com sabedoria, é a luz de Cristo, o Primogênito e Unigênito cheio de graça e verdade, Ele veio com a chama acesa da gloria e da majestade de seu Pai, podemos simplesmente olhar pela ampla porta que é Cristo, e ver Deus Pai por essa porta. “Eu vi um alto e sublime trono... Eu vi o Senhor” Foi a proclamação de Isaías, e a nossa? O que estamos vendo?

Ezequiel viu essa glória e isso mudou a sua vida, João na ilha de Patmos viu essa glória e isso mudou a sua vida, o que muda em nós, depende da nossa visão, a visão de um Deus santo em lugares elevados, vai produzir em nosso coração, respeito, amor, temor, zelo, reverencia, e quanto mais vimos o poder de Deus, quanto mais compreendemos sobre sua soberania e misericórdia, mas entendemos o quanto carecemos e dependemos do Senhor.
Nós encontramos no livro do mesmo profeta, Isaías, no capitulo 57 e versículo 15, algo intensamente extraordinário: “Porque assim diz o Alto e Sublime, que habita na eternidade e cujo o nome é Santo. Num alto e santo lugar habito, como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos”.  Deus afirma se revelar, aqui está o segredo espiritual da plenitude. Nossa visão do Deus que se revela em Cristo, por meio de Cristo para toda a humanidade, e nessa revelação vem a luz, a luz da nossa condição, a luz que revela as possibilidades, e tudo isso no espaço e no tempo. É para nós.
 A maturidade cristã não se percorre por outra senda, quanto mais perfeita é nossa visão a respeito de Deus, quanto mais intenso for nosso amor por Ele, quando mais nos relacionamos com Ele, quanto maior for a intimidade, quanto mais profundo for o nosso mergulho no Senhor, mais enxergaremos a nossa própria condição e a condição desse mundo vil.  Então nosso coração buscará a aquilo que trará verdadeira saciedade, Só o Eterno pode nos dar a eternidade, Só que te é verdadeira água, pode saciar a sede da nossa alma, só quem é pão do Céu, pode saciar a nossa fome espiritual, só quem é perfeitamente belo, pode nos conduzir rumo a experiência de uma realidade perfeita.
A visão do Senhor, num alto e sublime trono, nos capacita a enxergar esse mundo como um lugar cheios de tronos rebeldes, foi por isso que Cristo se humilhou, até a morte e morte de Cruz. Houve muitas oportunidades de ascensão, Os judeus presumiram que ele poderia ser um rei que libertasse Israel do jugo romano, satanás oferece a ele todos os reinos desse mundo, mas nesse planeta cheio de altares profanos, cheio de reinos infecundos, cheio de tronos revestidos de rebelião contra o Altíssimo, Jesus vai ao caminho da cruz, sem perder a realeza e o poder. A resposta de Deus para um mundo rebelde e auto-suficiente é a cruz. A cruz é um insulto a religião humanista, é um insulto ao orgulho da filosofia, e até hoje é um escândalo para a mente exaltada do homem caído.  Creio que é isso que nos falta, uma visão verdadeira de um Deus verdadeira, para nos colocar frente a frente com a verdadeira verdade de nossa condição de pecadores e de um mundo caído e rebelde. Só essa visão nos remete para os pés da cruz, para um ato de rendição completa a Deus, e fará brotar o desejo de dependência e obediência ao Senhor, só então surgirá no nosso coração um amor forte, tão forte, que amaremos com um amor legitimo, amar a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso pensamento.
A igreja suspira por homens que se consideram sacrificáveis na batalha da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo. Tais homens estarão livres das compulsões que controlam os homens mais fracos. Não serão forçados a fazer as coisas pelo constrangimento das circunstâncias; sua única compulsão virá do íntimo e do alto. (2)


Pr Clavio Juvenal Jacinto







(2)    http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/27/Precisamos_Novamente_de_Homens_de_Deus

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