Dias trabalhosos
Paulo advertiu a
respeito dos últimos tempos, ele nos falou sobre dias trabalhosos (II Timóteo
3:1) todo o contexto fala sobre o aumento considerável de pecados pessoais, ou
seja, as pessoas desses últimos dias seriam caracterizadas por pecados pessoais
ligados ao egocentrismo. Há um fato comum aos nossos dias, as pessoas
estão ficando cada vez mais
individualistas. As novas tecnologias tem contribuído muito para a formação de
uma sociedade com prisões invisíveis.
Que esse é um tempo onde
se promove a auto-adoração, não há duvidas nenhuma. Toda uma cultura está
sobrecarregada de mensagens que divinizam o homem. Que centralizam o sucesso e
o êxito e o consumismo, como formas de experimentar a felicidade. Há todo um
culto direcionado ao sexo e a sensualidade, e é isso que embriaga o homem
moderno, até o ponto de extremo torpor.
As novelas, os filmes modernos, a moda extravagante e a literatura tem
contribuído muito para promover essas tendências nocivas.
Também percebemos ser
esse tempo, onde se promove o ocultismo sob as suas mais variadas formas, ao
mesmo tempo em que se percebe um ataque sutil contra as verdades do
cristianismo. O ocultismo virou cultura,
e por isso pode ser promovido nas escolas, e incentivado a leitura de livros
desse gênero. Desde a década de 1980 tem surgido um interesse muito grande
pelas ciências ocultas, e o movimento nova era que teve grande florescimento na
década de 1990 ajudou a promover toda sorte de praticas ocultistas. A nova era
semeou todas as praticas espiritualistas do oriente, e ajudou a difundir toda a
sorte de praticas místicas e espiritualistas do ocidente, o resultado pode ser
visto desde uma visão ampla, como a popularização do ocultismo em nossos dias.
A igreja está inserida
nesse contexto de trevas espirituais. Nosso mundo está submergindo em um
individualismo, porque é necessário que algo assim aconteça, para que as
profecias tenham seu cabal cumprimento. A grande pergunta no entanto é: como
escapar desse aspiral decadente, que faz a humanidade descer aos antros da
egolatria?
Cada vez mais olhamos
pra a igreja evangélica moderna que caiu na terrível armadilha de inventar um
deus utilitário, que satisfaça seus desejos pessoais e egoístas. Além disso, os
dias atuais estão traçados por uma idolatria sutil, porque esse mesmo deus
inventado, também é um deus que pode tolerar os mais terríveis pecados na
comunidade cristã atual. Salvo as exceções, nosso mundo religioso é um mundo
confuso, num contexto evangélico moderno, a confusão é predominante.
O egocentrismo é
basicamente carnal. Os impulsos do ego humano é traçar uma meta de satisfação
pessoal a todo o custo, sem se importar com qualquer coisa que difere dessa
meta carnal. Por isso mesmo, não há uma ênfase sobre que tipo de altar se pode
adorar, a ênfase é adorar. Assim como predomina a tolice de que a doutrina não
importa, o que importa é o amor. Desde que isso é uma famigerada heresia, de
pensar que o Deus bíblico tolera o pecado, porque ele é amoroso, então as
pessoas tem sido enganada por causa de duas condições: a primeira é que estão
famintas por algo que traga satisfação espiritual, a outra é porque não usam
qualquer critério, e se deixam enganar por qualquer coisa. Aqui está o cerne da
questão: desde que isso traga satisfação, não importa se realmente seja a
verdade. Muitas pessoas estão frequentando um culto, não porque estão
interessadas em saber se isso corresponde a vontade de Deus, mas simplesmente
porque isso vai corresponder aos anseios pessoais. Isso é egolatria camuflada,
é engano. Agora vejamos algo interessante, todo um ambiente religioso foi
desenvolvido a fim de fazer com essa armadilha seja de tal modo sutil, que
engane muitas pessoas de forma tão eficaz, que elas se tornam completamente
dependentes do sistema. Você não vê com frequência pessoas saindo do calabouço
da apostasia para trilhar o caminho estreito da sã doutrina. Elas não estão
interessadas em perder o “esplendor” religioso, porque isso funciona como uma
espécie de droga espiritual que amortece a sensibilidade. Tomamos por exemplo,
a forma como a divindade fala por meio de seus supostos profetas. O
impressionismo causado pela manifestação de “carismas” manifestados em supostos
profetas, apóstolos, pastores ou lideres super-espiritualizados. Essas
manifestações dão uma leve sensação de segurança, de que não se é vitima de um
engodo espiritual. O “assim diz o
senhor” pode causar um impacto sobre quem ouve e não tem discernimento da
verdadeira procedência de um carisma, ou de uma mensagem ou uma manifestação
espiritual. Pelo fato do discernimento espiritual não ser algo muito exercido
ou procurado em nossos dias, o engano se alastra de forma terrível.
Devemos atentar pra
outro fato, muitos tem medo. Medo da verdade, medo de ser discriminado por
causa da verdade, medo de perder amigos e sofrer perseguição por causa da
verdade. Aqui está algo que preciso dizer. Sempre que se tem medo de se tomar
uma decisão em favor da verdade, não se ama a DEUS suficiente nem se tem um
verdadeiro afeto pelas coisas sagradas. Se não estivermos dispostos a sofrer
por causa evangelho, tampouco seremos digno de viver nele. Tudo porém está
centrado no eu. Não quero sofrer, não quero perder, não quero ser perseguido,
não quero perder a reputação. A grande
religião que engana, disfarça e monta um palco. As luzes e os holofotes estão
direcionados a você. As musicas cantam pra você, o pedestal é seu. O santuário
é desfile de “vencedores”, os degraus estão diante de seus olhos: suba e chegue
no topo. Não há espaço para a humildade e o quebrantamento, para a santidade e
a separação do mundo no pseudo evangelho. Ele arrasta multidões para os
templos, sem contudo leva-los para um lugar onde se adora em espírito e em
verdade, onde Cristo seja o centro, as Escrituras os conselhos de Deus, a
reverencia seja uma marca distinta, o pudor seja um selo de santidade, e DEUS
seja soberano e os homens meros servos da dependência divina. Isso soa muito
arcaico. A maior parte dos crentes modernos quer um deus que os obedeça, não um
DEUS para obedecer. Esses são os dias difíceis, homens amantes de si mesmo, que
construíram um deus segundo os seus próprios caprichos e desejos, esse não é
menos falso do que aqueles deuses que os primitivos cristãos detestaram e
confrontaram, nos primeiros séculos da igreja cristã, quando homens imperadores
eram considerados como divindades, que o povo tinha que venerar, prestar culto
e honras. Pratica que os cristãos da era apostólica se opuseram com tamanha
ousadia, que tiveram que pagar com o preço de suas próprias vidas, para não se
prostrarem a esses deuses falidos e falsos. O DEUS bíblico é Soberano, Santo e
Justo, é por meio dele que nos movemos e existimos. Não há como ter um senso de
grandeza e glória do verdadeiro DEUS, sem antes ter uma humildade verdadeira e
um reconhecimento das nossas limitações perante Ele.
Vivemos na era da
satisfação egoísta, muitos procuram o cristianismo moderno, em busca do prazer
e da satisfação pessoal. Não são atraídos pela mensagem da cruz, ou porque
estão se arrependendo de seus pecados. Em hipótese alguma. A palavra “pecado e
pecador” são evitadas. O cerne da
mensagem contemporânea é de pregadores egocêntricos pra pessoas egocêntricas. Elas querem ouvir
tudo o que desejam ouvir. Vincent Cheung, no livro A Luz Das Nossas
Mentes, ensina: “ Não devemos dar as
pessoas o que elas desejam, visto que desejam coisas erradas, devemos dizer a
elas, o que a escritura ordena que elas desejem.” Porque estamos vivendo esses tempos tão
difíceis, as pessoas estão sendo atraídas por um engodo maligno. Seguir um
cristianismo para se livrar da dor, do sofrimento, ganhar muito dinheiro, ter
um carro novo, a casa dos sonhos, ter a resolução de seus problemas
psicológicos e achar um motivo de nutrir uma autoestima. Um chamado ao arrependimento soa estranho aos
ouvidos de cristãos modernos. Os templos
estão cheio de pessoas que ouvem a todo o instante que elas estão salvas, mas
que na realidade nunca reconheceram que eram pecadoras e se arrependeram de
seus pecados. Você não ouve isso dos
pregadores modernos. Por quê? Tal mensagem fere a autoestima das pessoas. Não
se trata o pecado como se fosse pecado, substitui-se por uma expressão menos
rude como “doença” ou “problema” e quase sempre a culpa dos nossos erros, é
atribuída ao diabo. A demonologia de muitos grupos neopentecostais é estranha
as escrituras, porque livra o homem de seus erros e de seus pecados. O homem é
uma vitima inocente, os responsáveis por
todo o caos no mundo são os demônios. Isso não é verdade, tendo em vista que o
homem carnal produz as obras da carne, justamente porque ele é um pecador, e
será responsável por seus crimes, delitos e pecados perante um DEUS justo, que
o julgará por suas ações e incredulidade. Portanto a doutrina do pecado e um
chamado ao arrependimento são necessários hoje, não importa se as pessoas
gostem ou não de tal mensagem. Nunca devemos formular estratégias para atrair
pecadores ao evangelho, evitando qualquer tipo de termo que o confronte ou
cause insultos e afrontas. A mensagem
precisa ser doce, emotiva e com boa dose de psicologia, a fim de não confrontar
o pecador com a santidade de Deus e a necessidade da conversão. É essa
mentalidade que predomina hoje nos pregadores e tele-evangelistas.
Ao invés de firmar os
passos nas veredas antigas da mensagem cristã, muitos lideres e pregadores,
estão interessados no êxito pessoal, e para isso precisam apresentar uma
multidão, para provar que o ministério está sendo abençoado por DEUS. Um templo
cheio seria uma prova irrefutável da aprovação divina. É lógico que a verdade
não é estéril, mas devemos esquecer completamente do pragmatismo que assola a
mentalidade da liderança cristã moderna, devemos tomar o rumo da mensagem da
cruz. Se a verdade cristã ortodoxa não é
o caminho que apresentamos aos pecadores para se converterem, as conversões por
outra opção não será verdadeira. Jamais poderemos se esquecer disso. O homem
natural é afetado completamente pela sua natureza caída, e não pode perceber a
sua verdadeira condição espiritual, a menos que DEUS o revele. E isso só pode
acontecer quando pregamos o evangelho de maneira correta, tendo como alicerce,
o fato de que o homem é um pecador, e que Cristo morreu pelos seus pecados na
cruz do Calvário, a bíblia nos convoca
ao arrependimento sincero para que haja uma conversão verdadeira.
Um dos problemas da
pseudo-conversão, é o gigantismo do ego. Todas as vezes que um homem tenta
entrar na vida cristã, sem passar pelo novo nascimento, ele precisa construir
uma ideologia religiosa dentro de uma perspectiva das coisas que aparentam ser.
Assim a carne entra em ação, é preciso desenvolver algo que possa ser igualado,
imitado, que se pareça com o verdadeiro. Na verdadeira conversão existe a
mortificação da carne, na falsa conversão, a exaltação da carne. Na verdadeira
conversão, o espírito humano é fortalecido e orientado pelo Espírito de Deus,
na falsa conversão, o ego é fortalecido pela natureza caída que se encontra na
alma. O verdadeiro cristão produz os frutos do Espírito Santo, mas o falso
apenas imita, pela força da carne. Nesses últimos dias tem surgido uma geração de
pseudos convertidos, as igrejas estão cheias de gente que nunca nasceram de
novo. Basta observar que o comportamento evangélico moderno não é diferente do
comportamento mundano. A crise de identidade está exatamente no fato de que
muitos são atraídos por mensagens psicológicas, sofrem uma espécie de lavagem
cerebral, ou procuram uma religião de conveniência. Pregadores modernos dão ênfase
demasia sobre um “deus utilitarista” um “deus servo” que está a disposição e
nossos decretos é tornou-se escravo da nossa fé. A grande verdade é que toda
uma geração de evangélicos que condenava a idolatria pagã, e discordava dos
altares da idolatria do mundo perdido, agora fazem do coração um altar, para
cultuar um deus utilitário. Um deus que tolera as todas as iniquidades e está
pronto para realizar todos os desejos
materialistas e egoístas do homem.
Recentemente conversei
com um amigo e pastor do meu ministério, ele falava a respeito de um casal de
crentes, que fazia parte do rol de membros de sua congregação. Devido aos
problemas acarretados por faltas cometidas por esse irmão, meu amigo e pastor,
teve que entrar com um processo de correção. Quando esse membro percebeu que e
estava sendo repreendido e corrigido, desligou-se do ministério e foi procurar
abrigo em outra denominação que tolerava seus erros. Que sinal de convertido
tem um homem desse? Ele quer servir a Deus sem se sujeitar as normas e os princípios
das escrituras? Não quer obedecer a Deus? Esse é o engano fatal. Muitos estão
trilhando esse caminho. Nossa geração não suporta a correção. Querem servir a
Deus do jeito deles, de nada vale a vontade de Deus. O “faça-se a minha vontade”
predomina praticamente
em todos os corações que nunca experimentaram a regeneração.
Para que o amor aos
mandamentos e as leis divinas seja uma realidade, nosso ego tem que ser
mortificado, porque nosso ego odeia as leis e os princípios de Deus, não querem
se sujeitar a lei de Deus. A carne é inimiga, é combatente voraz das coisas
espirituais. Outro dia tive um problema na minha congregação, a falta de pudor
sempre promove a sensualidade e o erotismo dentro dos templos. Esse é um mal
devastador. Mas uma leve correção já trouxe consequências para todos. Por causa
de uma leve repreensão, e um pedido singelo para usar roupas mais apropriadas
para se portar de modo decente diante do santuário, foi um motivo suficiente
para que tal pessoa não voltasse mais para a igreja. Porque não se suporta hoje
a correção? Mesmo de forma branda, a maioria não suporta a correção. Porque? O ego
predomina, e o ego não gosta de ser corrigido, não gosta de ser sujeito a lei
de Deus, o ego precisa ter predomínio, eis porque tanta gente busca uma
religião de satisfação pessoal, ao invés de buscar um cristianismo que
glorifique a Deus fazendo a vontade de Deus. Tudo isso são características dos
dias trabalhosos.
Hoje você raramente
ouve mensagens que os pecadores precisam ouvir, você ouve mensagem tipo engodo,
para atrair as pessoas para o evangelho. Assim como se usa entretenimento e
muita musica, ambiente estratégico para atrair pessoas ao evangelho, mas qual
evangelho? Essa é a questão essencial.
Que evangelho estamos pregando hoje? É o evangelho que salva alguns, ou o
evangelho que engana a maioria? Se a pregação
temática da cristandade moderna é falar aquilo que os perdidos gostam de ouvir,
se eles são atraídos aos templos, por motivos egoístas, como essa mensagem vai
transformar o caráter desses corações? Infelizmente estamos vivendo esses dias difíceis,
dias de engano, dias que confusão, dias trabalhosos.
Os amantes de si
mesmos, querem que o universo gravite em
torno de si mesmos. Lidei com gente que queria que tudo na igreja fosse do
jeito deles. Que tudo girasse em torno deles mesmos. Esse é o grande problema do falso convertido,
ele quer ser, sem se sujeitar, quer ser sem se humilhar, quer ser sem obedecer,
quer ser cristão sem servir a Cristo, quer ser cristão servindo a sua própria
opinião. Outro fator importante, é a questão da visão. O egocêntrico precisa
cobrir seus defeitos, olhando para o defeito dos outros. Como podemos ver, os
dias trabalhosos, serão sinalizado por gente avarenta, presunçosa, soberba,
orgulhosa, gente obstinada, amigas dos deleites. Paulo diz que elas tem aparência
de piedade, mas negam a eficácia dela. Uma imitação da não produz coisas
verdadeiras. Você coloca uma arvore artificial no jardim, mas ela nunca vai
produzir frutos. Só tem a aparência, mas não tem a essência vital., por isso
não pode produzir frutos. Assim também é p falso convertido, vai ter aparência,
mas nega a eficácia produtiva, uma vez que o princípio ativo de uma verdadeira
espiritualidade é produzir muitos frutos, você não verá isso num homem onde
predomina o ego. O ego é incapaz de produzir verdadeiros frutos espirituais.
O verdadeiro cristão
tem sua atenção e todos os afetos de seu coração para Deus, como descreve
Mateus 22:37. Ao lermos salmos 1 e 119, outra característica pode ser
observada, bem como na oração modelo, o Pai nosso, Onde Jesus centraliza a
vontade em Deus, com a frase “seja feita a Tua vontade” ou seja, o foco do amor
cristão é nos mandamentos de Deus. Deus e os seus mandamentos, era assim que
Jesus andava, e portanto Paulo afirma que aquele que não tem o espírito de
Cristo esse tal não é dele. Aquele que
ama a Deus de todo o coração, tem sua vida voltada para a obediência e os mais
elevados sentimentos ao Senhor, aquele que ama a Deus de verdade, ama os seus
mandamentos, os seus estatutos, ele não se importa quando é corrigido, pelo
contrario ele quer fazer a vontade de Deus, e a sua vida gira em torno dessa
visão, fazer a vontade de Deus, satisfazer a Deus, cumprir os mandamentos de
Deus, a verdadeira transformação espiritual conduz o homem nessa direção, ele é transformado no cerne de
seu ser, para servir a Deus em espirito e em verdade, quando a pessoa não quer
ser submissa, quando a pessoa não quer obedecer, quando a pessoa não se importa
quando aquilo que ela faz decide ou crer, é oposto ao que as escrituras
ensinam, quando não está disposta a ser corrigida, quando não quer andar no nível
em que as escrituras exigem que ande um filho de Deus, quando não quer se
sujeitar aos princípios da palavra de Deus, quando a pessoa teima em viver de
forma errada, mesmo diante dos mandamentos claros da palavra de Deus, então
essa pessoa cumpre as características de uma pessoa que ama a si mesma e não a Deus,
que crê em si mesma e não em Deus, que quer obedecer as suas opiniões e não a
palavra de Deus.
Que o Senhor possa
iluminar os olhos de nosso entendimento, que possa abrir o coração de cada
cristão sobre esse assunto, e possa conduzir os que estão enganados, por uma
vereda de justiça. Que a luz do evangelho da verdade possa refletir com total poder
no coração daquele que ler esse artigo.
Soli Deo Glória
Pr Clavio Juvenal Jacinto
Nenhum comentário:
Postar um comentário