Pelo menos durante cinco vezes,
Cristo se dirigiu aos discípulos e os chamou de homens de pequena fé (Mateus
6:30, 8:26, 14:31 16:8 e Lucas 12:28). Traço característica de pessoas que
estavam dentro do convívio diário com o Senhor e de alguma forma, estavam ligados pelo fio condutor de um bom
relacionamento. Ser chamado de “homem de
pequena fé”, mesmo diante da presença daquele que era o Verbo que se fez carne,
é de fato uma péssima classificação, pois revela a natureza Arida das
incertezas de seus seguidores, que mesmo presenciando coisas espantosas, não
somente em termos doutrinários, mas também práticos, pareciam sucumbir ao
lamaçal da desconfiança. O que chama a
atenção, porém, é que uma historia dentro das Escrituras, narra a epopéia
espiritual de uma estrangeira e pagã, uma mulher Cananéia, que de certo modo, mesmo que a intenção de
Cristo não seja ofensiva, tratou-a de modo a classificá-la como
“Cachorrinhos”. Sei que mesmo dentro de
todo o contexto do Novo Testamento, Cristo nunca usou de preconceito, e de
certa forma, foi o jardineiro que se voltou mais para a floresta das nações do
que para o Jardim judaico, embora tenha crescido nos campos de Jerusalém. Jesus
disse para a mulher Cananéia: “Grande é a tua fé”(Mateus 15:28). Enquanto que
há gente chegada ao mestre, que é de pequena fé, uma estrangeira que pouco se
relaciona com Cristo é chamada de
“mulher de uma grande fé”. Isso não é maravilhoso? Não se engane, há pelo menos três tipos de
vida espiritual no Novo Testamento, o primeiro são os de pequena fé. Gente
dúbia, superficial, que mesmo diante da possibilidade de mostrar muito amor e
muita confiança, mergulha na ansiedade e nas preocupações da vida, teme o
futuro e tem testemunho fraco, desconfia das próprias convicções e é tardio
para crescer na vida espiritual. Há os de grande fé, que mesmo diante de uma
situação difícil, ainda que passando por momentos de crises, onde os centos
controversiais sopram querendo derrubar as quatro paredes da vida, ainda sim está
na áurea paz de uma atmosfera celeste, porque sabe que está próximo ao Deus
Soberano e coloca na grandeza de Deus a sua pequena e fraca confiança, e ela
cresce, porque em assuntos espirituais, é o Senhor que dá o crescimento. Agora
me deixe falar sobre outro nível, e é este: “Acaso quando vier o filho do homem
se achará fé na terra? (Lucas 18:8) É a pior de todas as condições. Quando a fé
verdadeira é substituída por uma falsificada, Pois daí vem a falsa esperança e
o falso evangelho. E creio que no contexto profético, as paixões desse mundo e
o conforto e o materialismo convidam sempre os cristãos para devotarem-se até a
alma ao mais terrível de todos os ídolos que é Mamom. A apostasia semeia falsos
conceitos espirituais e produzem uma falsa fé, que é praticamente nula aos
olhos de Deus, e esses ventos dos mais crassos erros vem semeando as mais
nefastas distorções a respeito da fé, banindo completamente o seu verdadeiro
significado bíblico do coração humano. E nós estamos inseridos nesse campo
minado, nesse fogo cruzado contra a sã doutrina e a ortodoxia. Sejamos
vigilantes, pois os dias são confusos.
Clavio J. Jacinto
Nenhum comentário:
Postar um comentário