A
consciência é uma qualidade da mente, fornece ao homem possibilidades múltiplas como discernimento,
autocosciencia, senciência, sapiência etc. Segundo os evolucionistas é uma obra
do acaso. Fruto da evolução desenvolveu-se no homem e nos capacita a sermos
diferentes dos animais. Esse ápice da evolução seria obra do acaso, por
processos evolutivos, de acordo com os mecanismos da seleção natural, uma força
cega interagiu entre material e nada, produzindo complexidades. A consciência
seria uma dessas obras esplêndida do acaso acidental proposital. Como a consciência
é inerente ao estado mental de uma pessoa, e está associada a experiências
profundas de vida. As forças cegas do acaso ou da seleção natural não podem com
efeito ser responsáveis pela complexidade da mente, porque o acaso não tem
transcendentalidade para isso. Há uma falácia dentro da gestão do acaso. Alguns
ateus afirmam que o homem não cria nada, apenas dá forma às coisas criadas. Mas
uma nova forma é algo novo, o que transcende uma forma, é a inteligência que
pulsa dentro de uma consciência, e não podemos nunca aplicar esse principio ao
acaso. Vejamos como um projeto fica completamente falido se tomarmos todos os
componentes de um carro, e deixamos num pátio a céu aberto, a fim de que uma
força misteriosa impulsionada pelo acaso, dentro de alguns anos ajuste cada
peça em seu lugar para que possa formar um automóvel. Isso nunca ocorre. Mas se
um ser autoconsciente tiver uma base solida de conhecimento mecânico, pode
juntar as peças e organizar os componentes para que surja um carro. O acaso,
não pode formar uma consciência inteligente e complexa, porque esta supera
muito em prodígios e capacidades uma simples força cega. Se a seleção natural não pode ter consciência,
ela pode seguir uma única direção: acidental. A consciência é transcendente. A
mente impulsiona o homem ao discernimento, ou seja leva-nos para muitas
direções e múltiplas escolhas com analises profundas. (Jó 12:1 a 3) As escolhas
podem ser elevadas, elas transcendendem o natural e nos conduz para os picos da
vida espiritual (Salmos 19:14). Aqui entramos no campo da prodigalidade
múltipla. A consciência do homem é um milagre divino. Ela forma um amplo
espaço, um cosmos interno, onde o homem cria e amplia a própria idéia, formando
prodígios, como contos, poesias, musica etc. O acaso não é transcendente, é
acidental, atua por uma força cega, limitada pelas circunstâncias impostas
pelas limitações do nada. É injusta a acusação dos naturalistas, em afirmar que
o mente não cria, apenas organiza novas formas pela material preexistente,
porque é exatamente isso que faz a seleção natural com sua força cega: o acaso.
A consciência por sua vez se expande para a o que é bom (Atos 23:1) porém, no
acaso, tudo o que funciona é amoral. Então como pode a seleção natural produzir
a consciência? A superação da consciência e seus mecanismos tendem a
transcendência, trata-se de um fenômeno além dos limites do acaso e de um
mecanismo fechado e acidental. A consciência é tratável, ela pode ser pura (I Timóteo
3:9), porém não podemos atribuir isso ao relativismo do naturalismo. Como não
podemos tratar da consciência de forma tão vulgar como se fosse obra do acaso,
pois isso implica ter o acaso, forças transcendentais para criar algo tão
magnífico como a consciência e a mente, conclui-se que a consciência é um
milagre transcendental. Vai alem do natural. Expande-se para o magnífico, para
níveis elevados de sabedoria e ultrapassa todas as barreiras dos limites
comuns. A mente é uma fonte descomunal de idéias, e por ela, podemos conhecer a
grandeza de um Criador. Anos atrás li a obra de R. R Tolkien, O Senhor dos
Anéis, a principio, a analise do épico de Tolkien, seria para fins
apologéticos, mais tarde, independente do conteúdo espiritual que parece ter
fortes influencias ocultistas, O Senhor dos Anéis mostrou que Tolkien não achou
limites para a imaginação. Ultrapassou as fronteiras e criou um mundo
imaginário fantástico, aliás, o mais fantástico que conheço. A força da mente
gera esses prodígios, o homem é capaz de criar um mundo interno, e isso
torna-se expressivo na arte e na literatura, a poesia, a pintura, contos
historias. Isso pode ser observável de
forma clara quando lemos Os Irmãos Karamazov de Dotoievski ou na ilustre obra
de Saint Exupery: “O Pequeno Príncipe” ou ainda na fantástica obra de John
Bunyan: “O Peregrino”. O Ser consciente expande-se na existência, e contorna a
vida com o imaginário e através dele, transmite verdades profundas com eficácia
de transformação que vai muito além de uma obra do acaso. A consciência é base
sobre a qual a arte repousa, um jardim onde floresce a beleza da criatividade
humana, e muito mais além, é espaço sagrado em que repousa os méritos do
espírito transformado “E haverá estabilidade nos teus tempos, abundancia de
salvação, sabedoria e conhecimento, e o temor do Senhor será o seu
tesouro”(Isaías 33:6) É incompatível ao acaso criar algo que possa expandir-se
de forma tão imensa e intensa como a
criatividade humana. Aqui se estabelece o cerne do existencialismo real,
a consciência não é um produto genético do acaso, mas um espelho que reflete
realidades espirituais, e por isso mesmo a crença em Deus é universal, própria
do homem, enraizada no seu ser, não porque isso seria uma tendência natural,
mas pelo contrario, é plenamente espiritual.
É verdade que de alguma forma, há
um desequilíbrio na consciência do homem, isso se explica pelo fato das
Escrituras incentivarem uma restauração (I Timóteo 4:12 e Hebreus 10:22) de
certa forma, sob o efeito do mal e do pecado, ela torna-se corrompida (Tito
1:15 e 16, Genesis 6:5, Atos 7:14, Romanos 1:19 e 20 etc) Mesmo assim isso
indica, que nessa condição, a mente ainda é extremamente prodigiosa. Acredito q eu forças espirituais
desencadearam uma rebelião contra a humanidade, descrita de forma clara em
Genesis 3 e confirmada em Apocalipse 12:9. Mesmo assim, diante de todas essas
revoluções opostas aos planos de Deus, o homem segue distinto, porque possui
tendências espirituais. A transcendência da sua fé, a inclinação para o
sagrado, ganha forma na vida cristã. Nós temos um espaço sagrado na consciência,
e através desse fato, as implicações na vida são reais. Não um mero produto do
acaso manipulando genes, a senda da psicologia evolutiva é um pântano de
subjetividades, uma mar de areia movediça onde todo o sentido real afunda-se
numa vida marginal sem sentido concreto. O acaso é um caminho de abismo
abstrato, e é para onde nossa sociedade está sendo arrastada, se a imagem de
Deus for eliminada da nossa consciência, então a tendência de que somos um acidente
simplesmente chegará no seu auge: a ruína da humanidade. É cômico e trágico,
mas se somos obra de um acaso, de meros acidentes naturais, por fim chegaremos
realmente ao resultado de um acidente: a destruição. Mas se de fato. Cremos que
a consciência é o espaço onde nasce a fé e cresce de forma a ampliar-se para
toda a existência influenciando toda a nossa maneira de viver (Veja Romanos
10:10) se cremos que a consciência é o campo fértil, onde a palavra de Deus
germina e cresce, então nascerá dentro de nós aquele jardim que perdemos fora
de nós, com a queda.
A consciência é um grito que não
pode ser sufocado, um testemunho interno que não pode ser ignorado, isso coloca
em risco a própria existência do homem, criado a imagem de Deus (Romanos 2:15).
Nunca podemos secularizar a consciência ao modo de classificá-la como um
fenômeno biológico. O cérebro não é só uma massa biológica. Ele é expansivo,
criativo, ascende ao nível elevado da arte e da inspiração. E metafísico e
penetra num universo mais profundo, o universo da inspiração, dos sentimentos, dos
ideais e da espiritualidade. Penetra no mistério da divindade, quando a alma
encontra a redenção em Cristo ela experimenta a unidade com Deus (I Coríntios
6:17) Há uma forma mais elevada e mais concreta de perceber e compreender as
coisas, tomamos como exemplo,o amor. O amor não é uma reação química, é um
sentimento de transformação pessoal. É uma virtude de poder duradouro, é uma
força que pode sustentar a justiça. Não é um fenômeno psicológico, porque o
amor se expande em ações e perpetua-se além do temporal. Também podemos falar
da inspiração, há um lado romântico da vida, a lógica da inspiração não pode
ser direcionada ao acaso, porque a inspiração eleva o homem para a transcendência
do que é mais sagrado. Virtudes não são meros produtos aleatórios de reações químicas,
são agentes de transformação que conecta fatos, experiências e realidade.
Criado a imagem e semelhança de um Deus pessoal, o homem torna-se humano, uma
pessoa, não um produto genético do acaso, mas um ser dotado de sensibilidade e consciência.
Essa consciência quando tem luz espiritual pura, produz a beleza das palavras
que moldam a profundidade da importância da vida do homem, encerra-se dentro do
Sermão da Montanha, o Divino e o Sagrado, nessa pureza de conhecimento que
transmitiu Cristo em seus ensinos. O sermão da montanha não é produto de uma
reação química no cérebro de um homem, é a fruto de um nível elevado de
sabedoria, o dom perfeito que vem do alto(Tiago 1:17) não é o efeito de
colapsos aleatórios produzidos pela mente biológica. Desejo citar
Nancy Pearcey, em seu magnífico livro “Verdade Absoluta” ela escreveu: “ A doutrina bíblica da imagem
de Deus proporciona base solida para a dignidade humana e a liberdade moral,
base esta que é compatível com o testemunho vivo da experiência humana.
Diferente dos psicólogo evolutivos, os cristãos vivem coerentemente com base em
sua cosmovisão, porque ela se ajusta ao mundo real”
Na visão cristã, a consciência
está alinhada ao espírito (Veja Romanos 9:1) somos a imagem de Deus, desde o
homem interior, essa imagem pode ficar danificada exteriormente, por causa da
queda e de nossas ações pecaminosas. Ela porem não perde suas características inerentes
na consciência. O acaso cego com seus acidentes evolutivos não pode alinhar a
conectividade da mente espiritual com uma verdadeira realidade. Se o acaso
transmuta reações químicas em pseudo realidades, o materialismo acaba cedendo
terreno para uma metafísica desconexa, para um misticismo obscuro, torna-se uma
religião do nada que por fim leva o sentido da existência humana para um
absoluto nada. A existência torna-se para o materialismo uma abundância de
coisas sem sentido, esse é o misticismo do nada. Não é de admirar que sendo céticos,
acabam cedendo espaço para desenvolver uma religiosidade secular, que entroniza a razão e canoniza as
reações químicas no cérebro humano. A nossa mente, ou nosso coração deve ter
essa consciência iluminada pela esperança verdadeira, a fé cristã nos remete a
isso “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e
enriquecidos da plenitude, para a inteligência, para conhecimento do mistério de
Deus e Pai, e de Cristo”(Colossenses 2:2)
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