Leitura II Coríntios 10:4 e 5
Paulo estava disputando a legitimidade
do seu apostolado, quando escreveu sua segunda carta aos coríntios. Era uma
defesa de sua própria integridade espiritual. Então dentro dessa esfera de
disputa, ele menciona as armas da luta na vida cristã. Completamente diferente
daquelas usada nos conflitos bélicos usada no império romano para conquistar e
subjugar os povos. Ele afirma “As armas da nossa milícia não são carnais”
Quanto a uma milícia, trata-se de um batalhão de soldados em direção ao
conflito, por não carnais, entendemos não ser por instintos e impulsos humanos,
a guerra é invisível e as armas são espirituais, não são armas humanas,
provenientes da natureza humana caída, mas “poderosas em Deus para a destruição
das fortalezas”. Elas são armas cujo poder eficaz procedem do Senhor dos exércitos
(Efésios 6:10 a 18) Hoje, a batalha espiritual se encontra no auge, e as
filosofias, sutilezas, especulações e sofismas são as armas mais poderosas do
diabo, para enganar, dominar, controlar e manipular os pecadores da nossa época.
Estamos cientes disso? Essas fortalezas filosóficas espirituais estão ganhando
proporções em nossos dias, elas precisam ser destruídas, porque elas lutam
contra o conhecimento de Deus, e promovem toda sorte de negação das coisas
sagradas. Esse é o espírito do anticristo que opera com muita eficácia em
nossos dias através dos ministros de injustiça de satanás.
Antes de prosseguir, desejo dar
uma ênfase sobre a nossa redenção em Cristo, porque através da obra de Cristo
na cruz, somos chamados para fora do sistema do mundo caído. A palavra “Eclésia”
tem um significado simples “Os chamados para fora” e aceitando ao chamado do
evangelho, somos chamados de “santos” ou seja separados (Grego Hagios) chamados
para fora e separados, é uma chamada para uma posição contra, oposta ao sistema
do mundo. Somos chamados para fora do mundo que jaz no maligno (I João 5:19) e
para separar-se dele. Tendo uma compreensão clara desse chamado e dessa
identificação, podemos prosseguir no assunto da batalha em que estamos
envolvidos, pois nossa posição também é oposição, contra o mundo e seus
sistemas falidos. Esse mundo e seus reinos, são dominados e comandados por satanás,
eles são oferecidos a Cristo na tentação (Mateus 4:7 e 8) porém Cristo rejeita
essa oferta, pois os reinos desse mundo serão tomados por vitoria sobre todo o império
das trevas e da morte (Hebreus 2:14 e Apocalipse 11:15)
As fortalezas precisam ser destruídas,
os muros, os obstáculos, as barreiras impostas pelo diabo, essas que impedem o
avanço da fé e do evangelho, do nosso crescimento espiritual e da propagação
das verdades fundamentais da fé cristã. A questão intima na vida de cada
cristão é que todo o pensamento deve ser libertado a escravidão da vontade diabólica
torna-se cativa á Cristo. Satanás opõe-se ao conhecimento espiritual genuíno,
ele se opõe de forma ferrenha contra tudo o que nos leva para mais próximo de
Cristo e mais próximo da verdade. Sua luta é central no campo da crença, pois ignorância
e crenças erradas são tentáculos que ele usa para manipular de forma eficaz a
humanidade, se assim não fosse ele não investiria tanto no campo do
espiritualismo e no campo do sobrenatural. Por outro lado, cada vez que nosso
pensamento vai cativo, em obediência a Cristo poderemos ser transformados diariamente
pelo evangelho, e teremos a ciência espiritual;
o conhecimento da vontade perfeita de Deus. A base da vida cristã é o
relacionamento com Cristo e a obediência ao evangelho. A obediência só pode ser
praticada pelo conhecimento das coisas divinas. As coisas divinas só tem sua
plena revelação nas Escrituras sagradas, elas são eficientes, de plena suficiência
e inerrante. Todo assunto relacionado às fortalezas do diabo, é que ele sempre
quer construir obstáculos para impedir o avanço da vida espiritual de cada
cristão, ele também impõe sobre os incrédulos uma terrível fortaleza para cegar
completamente o entendimento do incrédulo, para que a luz gloriosa do evangelho
não resplandeça sobre eles.
Podemos prosseguir nesse campo de
ação do inimigo, e precisamos entender um segundo alvo de satanás. Tudo o que é
fonte de benção divina para um cristão, também é alvo de satanás. Sob este ângulo,
entendemos porque as filosofias satânicas disfarçadas de sabedoria terrena
investem tanto contra o lar, família, filhos e a igreja. É uma guerra cujos investimentos diabólicos é
de proporções inimagináveis. Mas, porém já não somos uma geração de crentes
vigilantes, não estamos com a nossa atenção voltada para a realidade de que
tudo o que é abençoado por Deus é alvo de satanás, porque o intento do tentador
é destruir aquilo que tem como base a característica e benevolente de Deus.
Somos abençoados? Sejamos também guardiães das bênçãos, porque elas se tornam
alvos de satanás.
Agora desejo finalizar esse
assunto de batalha com uma advertência mais séria. A questão da visão
espiritual. Vivemos numa época em que o pecado ganha significados muito
superficiais, é compreendido de forma muito rasa. O conceito que temos do
pecado hoje é muito superficial, isso se dá porque nossa visão de alguma forma
está afetada pelo diabo. Mesmo que seja fora de nossa consciência, a neblina do
inferno impede muitos cristão de verem a realidade seria do pecado. As Escrituras ensinam que o temor do Senhor é
odiar o mal (Provérbios 8:13). A
verdadeira vida espiritual consiste de paz com Deus e batalha contra o pecado.
A falsa vida espiritual ignora a vontade de Deus para que possa existir uma paz
com a natureza pecaminosa. Em II Samuel 11:1 a 2, Naás, o rei Amonita fez uma
proposta como condição de fazer uma aliança com o povo de Jabes Gielade, cada
homem capacitado para a guerra deveria ter o olho direito vazado. Isso era uma
armadilha sutil, pois tornaria esses homens inaptos para a guerra,
protegendo-se com o escudo com a mão esquerda, ficariam cegos em uma batalha intensa. Satanás faz isso hoje
em dia, quer arrancar nossa visão espiritual, para que não venhamos enxergar as
coisas em seu devido lugar, ele mantém vantagem tremenda onde existe falta de
visão espiritual. Devemos porem ter visão espiritual ampla, tal como o pai do
filho prodigo que viu seu filho quando este ainda estava longe. Uma visão
ampla, eficaz e potente.
As armas da nossa batalha são
espirituais, nesse caso, como vimos em Efesios 6:10 a 18, a arma defensiva é a
espada do espírito, a Palavra de Deus. Ela deve ser pregada,de forma correta,
não usando versões adulteradas, comum em nossos dias, a Verdadeira Palavra de
Deus, Fiel aos textos originais. A força e a visão de uma Eclésia, uma igreja
está na intensidade com que leem, estudam e ouvem a Palavra de Deus, cristãos
que tem uma firmeza doutrinaria e conhecimento correto das Escrituras, possuem
um martelo que destrói as fortalezas filosóficas e demoníacas, porque a palavra
de Deus é um martelo (Jeremias 27:29) Nesses ultimas dias, não haverá uma
vitoria no campo da vida espiritual, se a bíblia não ganhar proeminência e não
for autoridade suprema em todas as questões espirituais. Isso não soa muito bem
aos ouvidos de ministros modernistas e espiritualistas, que promovem a experiência,
o emocionalismo e o pragmatismo como estilo de vida espiritual. Os verdadeiros seguidores de Cristo, estarão
no centro da batalha dos últimos dias, eles serão santificados na verdade,
porque a Palavra de Deus é a verdade que santifica (João 17:17) A santificação
da igreja, a purificação da igreja e o poder da igreja, está na palavra de Deus
pregada de forma fiel e insistente “Para a santificar, purificando-a com a
lavagem da água pela palavra”(Efésios 5:26)
Assim como Paulo estava lutando
para legitimar o seu apostolado, cada cristão hoje é chamado para legitimar a
sua transformação pelo novo nascimento, e isso será feito quando tomamos nossas
armas espirituais e lutamos contra todas as fortalezas filosóficas e levamos nosso
pensamento em obediência completa a Cristo nosso Senhor e Salvador.
Clavio J. Jacinto
Nenhum comentário:
Postar um comentário