A história de Jonas é uma história
de descidas, antes de ser uma história de restauração. Ela começa com uma
chamada, bem no começo do livro, o Senhor chama por Jonas, filho de Amitai, e
então dá as coordenadas da sua missão.
Clamar contra a cidade de Ninive, capital da Assíria. Conhecidos por
requintes de crueldade, esfolando vivos seus inimigos e praticando toda sorte
de atrocidades aos derrotados em batalhas, eram os Assírios, alvo dos mistérios
da misericórdia de DEUS. Mas Jonas tinha um modo particular de ver as coisas.
Ele se levantou, e desce a Jope, cidade portuária, para ir em direção oposta,
contrária aos decretos do Altíssimo. A primeira descida de Jonas para Jope, é
antes de tudo, uma descida para a desobediência religiosa. Jonas não negou a
sua missão. Com certeza foi ministrar seus dons proféticos, para um povo menos
cruel, e na visão dele, como mais merecedor de misericórdia. Afinal de contas,
Tarsis também era uma cidade gentílica, e seus habitantes estavam perdidos.
A reação de Jonas é digna de uma
analise, tendo em vista que ele queria servir a DEUS ao seu próprio modo. Não
lhe interessava o que DEUS queria, para Jonas, era inaceitável o que DEUS
determinava. Nínive não! Esse é um caminho perigoso, é um caminho difícil.
Tarsis é mais fácil.
Muitos são como Jonas, querem
servir a DEUS pelo caminho mais fácil. Assim, mesmo adotando uma fé em Deus e
tomando uma direção oposta, não querem a direção da cruz, não querem a direção
da santidade, não querem a direção da separação do mundo, não querem obedecer
incondicionalmente a DEUS. Portanto a
direção que tomam não é para o alto, mas
uma descida. Nessa direção é preciso
racionalizar, colocar lógica nos ideais da apostasia pessoal. Se a direção for Nínive, há o risco de ser
morto, encarcerado, zombado, mutilado. Que conceito vão aos assírios ter, de um
homem solitário, estrangeiro, em terra alheia, gritando para os ninivitas sobre
um juízo que o Deus de Israel irá trazer
aos ninivitas? Como você pode ver, foi possível fazer uma estrutura racional e
lógica para não ir a Nínive. Além disso poderia ter Jonas ainda sucumbido a
tentação de se omitir a ir para Nínive, contando que a sua omissão, traria juízo
certeiro sobre a cidade gentílica, e então seria um modo de sob um ponto de
vista humano, varrer os ninivitas da face da terra. Ou seja: será bem feito
para eles, mereciam, pois eram os terrores da antiguidade. Isso livraria os
israelistas de correrem o risco de serem alvos desse povo belicoso.
Racionalmente, havia justificativas de sobras para Jonas não ir. Humanamente
parece tudo muito certo, Jonas teria bons motivos para não obedecer. É exatamente
o que acontece com grande parte dos evangélicos de hoje. Raciocinam com base em
argumentos cuja aparência parece ser revestida de piedade, mas que no fundo é
uma mentira descarada, uma desobediência com aparências de piedade, é uma
malignidade que assola o coração daqueles que não querem obedecer a DEUS. Estamos vendo disso, aos montes hoje em
dia.
A segunda descida, ao navio,
mostra que Jonas escolheu um caminho fácil para obedecer. Hoje ouvimos muitos
argumentos contra os princípios bíblicos, principalmente com relação a
castidade, ao pudor e ao tipo de vestes que o cristão deve usar. Ao invés de
escolherem obedecer sem restrições, os Jonas modernos, raciocinam com base na
falsa piedade: classificando tais coisas de legalismo, ou argumentando que Deus
só quer o coração. Admiro-me como as coisas falsas são tão poderosas par
anestesiarem a consciência dessa gente que ouve a voz de Deus, sabe a direção
que deveria tomar, mas toma um caminho contrario, pensando que ainda
estaria dentro do plano de Deus. O
engano religioso atinge mais profundo o coração e causa danos irreparáveis
no destino daqueles que não estão
dispostos a darem meia volta. Que tragédia! Jonas desce ao navio e novamente em
seu processo de descer, vai para o porão do navio dormir. O lugar é escuro, é
um lugar de carga, de ambiente mais confortável, embora seja um lugar
fisicamente obscuro. Atinge assim a visão de Jonas. Sua visão está agora limitada
a um compartimento e escolhe entrar no
mundo da dormência. Meu DEUS!
Quando DEUS resolve intervir
nessa rebelião pessoal, manda uma tempestade cruel, e coloca em risco todos os
integrantes daquela viagem. Veja bem, um
homem errado em seus conceitos e em sua teologia, coloca em risco a vida de
muita gente. Imagine quantas pessoas estão sendo enganadas por lideres que não
qualificam de desobediência, aquelas coisas que aos olhos humanos parecem tão
certas, mas que são claramente reprovadas por Deus! Quando um líder prega e ensina que o povo
deve andar em direção contrária ao que
DEUS determinou, milhares de pessoas vão descer ao sheol, aos lugares
mais obscuros do mundo espiritual, muitos desses para um destino irreversível.
O caminho contrario a vontade de DEUS pode ter um percurso fácil, pode ter
momentos fantasiosos, mas terá um destino trágico. Creio que você entende todas
essas colocações que estou fazendo.
A história de Jonas tem uma
conversão de direção, porque DEUS atuou de uma forma radical. Nem sempre as
coisas são assim. O profeta resolveu fugir da face do Senhor, não
significa que ele abandonou a fé, continuou como um homem distinto dentre os demais no navio. Em Jonas 1:8 ele faz uma confissão pessoal, diz que é Hebreu e teme ao
SENHOR. Mesmo diante dessa confissão, suas atitudes eram contrarias a sua fé. Temer a DEUS e não obedecer a DEUS é algo um tanto desconcertante. Assim vimos que a
reação dos que andam em direção oposta a
vontade de Deus, podem reclamar uma identificação como pertencendo ao povo de DEUS ou como
crente no DEUS altíssimo. Porém a
direção é contraria a vontade do DEUS
que assume crer e confiar. Toda a estrutura cristã confessional transforma-se
em ruínas, se o alicerce não for a obediência.
Amado leitor, não importa o
quanto você confesse amar, temer e crer em DEUS, se a sua direção não condiz
com a vontade de DEUS, você corre perigo. Você pode dizer, que o caminho da
ortodoxia cristã, é um caminho antiquado, que os valores éticos judaico-cristãos
estão ultrapassados, você pode argumentar que os ensinos bíblicos relativos a
santidade, separação do mundo, negação do eu, pudor, castidade, mortificação da
carne etc. , são difíceis de serem aplicados, você pode argumentar, desenvolver
a lógica, para argumentar contra tudo isso, e viver um cristianismo
completamente mundanizado, mas lembre-se que isso é a direção contraria a
vontade de DEUS. A direção que Deus determina vai contra a nossa visão de ver
as coisas. Ela não foca o temporário mas o eterno. A direção de Deus é
contraria aos valores do sistema cósmico
caído. Deus padroniza a sua direção, o mundo também padroniza seus falsos caminhos. O caminho de DEUS é um
caminho seguro, mas os caminhos do mundo são pedras sobre areia movediça, mesmo
que os pés do homem que anda fora da direção de Deus pareçam firmes na pedra,
mas as pedras dos caminhos da desobediência não estão firmes no chão....e em
todas essas coisas que tenho exposto, você
escolhe a direção.
Pr Clavio Juvenal Jacinto
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