Paulo adverte em II Timoteo 2: 4
e 5, que aquele que se alista para a guerra, não se embaraça com os negócios
dessa vida, quando termina a sua carreira, fecha com chave de ouro o seu
ministério, ele pronuncia que combateu o bom combate acabou a careira e guardou
a fé. (II Timoteo 4:7)
Estamos em guerra, mas não vou me
deter na questão da batalha, senão na condição em que nos encontramos para
enfrentar as lutas no campo da batalha espiritual. Creio que é aqui que o
cristão enfrenta o grande perigo. Não tomamos a posição de um verdadeiro soldado,
por isso, as coisas não estão indo bem pra muita gente que freqüenta igreja e
que já está muito tempo professando a fé cristã, mas que continua dominada por
embaraços e por uma vida de dormência espiritual.
A negligencia a esse assunto, nos
leva para uma condição de perigo constante, a guerra cósmica em que estamos
inseridos, não é de assunto de vida ou morte, é mais do que isso, envolve não
somente o tempo, mas também a dimensão espiritual e eterna. Envolve o destino de muitas almas, a maioria
delas, do nosso próprio convívio social.
Não somos chamados para viver uma
vida cristã superficial, em uma guerra, não existe tal coisa como
superficialidade. O combate exige muita
atenção, muito cuidado, muita sobriedade, é algo intenso, a luta, pois implica
uma preservação da própria vida, e uma luta intensa por destruir o inimigo, e
de preservar a própria. Essa idéia reforça o texto bíblico, porque quem está
com os pés entrelaçados não pode correr. Veja a luta de inseto preso aos fios
colantes da teia de uma aranha, tudo em
torno do inseto gira no esforço em potencial para se livrar da armadilha mortal
da teia da aranha. Muitos esforços dispendiosos que usamos na vida, tem
objetivos seculares e secundários, e quando o assunto é o Reino de Deus, sempre
tratamos como algo secundário, a visão artificial da vida sempre tende a nos
levar para conceitos errados com relação a nossa existência.
Embaraçado, alguém que tem um
andar atrapalhado, não pode correr a carreira, não está livre, está com seus
pés entrelaçados pelos fios temporários do materialismo, os negócios dessa vida
detém muita gente que professa o cristianismo. Uma vez que os pés não estejam
livres, não pode combater o bom combate.
Nós não combatemos segundo a
carne, por isso, em primeiro lugar, não podemos ser negligentes com relação a
vida espiritual, ela ocupa o centro da vida cristã. Uma vida rendida ao Senhor,
uma vida intima com Deus, uma vida de oração e consagração, tudo isso é
fundamental para a vida cristã. Nos dias que estamos vivendo, com esse intenso
barulho da civilização moderna, precisamos nos retirar. Não estou defendendo um
estilo de vida monástico, não é isso! Estou falando sobre a importância de nos
desligarmos desse mundo, de sua tecnologia de ponta, do materialismo e do
consumismo manipulativo, para nos entregarmos a uma vida de devoção mais
profunda com Deus. Nesses tempos de correrias, precisamos frear nossa ação, e
permanecer retirado, como Cristo fez muitas vezes, para poder enfrentar as
batalhas mais acirradas, os confrontos mais fortes, Cristo precisava de preparo
espiritual, muitas vezes se retirou para lugares solitários para ter contato
com DEUS PAI, e é disso que nos precisamos hoje. Não ter esse principio como de
máxima importância para a vida devocional e espiritual, é perder a fonte
condutora do poder espiritual, que nos faz fortes para enfrentar a grande
batalha espiritual, que acontece no palco da existência humana nesses últimos
tempos. Em segundo lugar, se faz negligente o homem que uma vez, tenha se
decidido a Cristo, trate as coisas espirituais como elas não fossem de suprema
importância, a vida espiritual do cristão que combate, é uma vida disciplinar.
Como um soldado valente também é! Não se
embaraça, mas tem seu caminho livre, isto é. Corre a carreira que lhe está
proposta. Sabe de suas responsabilidades, e do seio campo de ação. A batalha
pela fé que uma vez foi dada aos santos, ocupa seu lugar supremo no coração do
homem espiritual, se assim, não for, ele em hipótese alguma pode ser um homem
espiritual. É dessa forma que um soldado se faz evidente por sua capacidade de
discernir as coisas, ele conhece suas armas, sabe manejá-las, não é como uma
criança que não faz idéia do perigo de uma arma, existe a arte do manejo, o
conhecimento de uma arma não pode ser superficial, assim como também deve
conhecer sobre as estratégias de combate e de defesa. Tudo isso é de suma
importância. Há quem não veja importância numa vida completamente entregue ao Senhor, há quem não
encontre qualquer valor em gastar muitas horas orando, se dedicando aos
prolongados jejuns, quando na verdade Cristo classifica certas castas de
demônios que só podem ser combatidas com jejum e oração. Uma vez que dá pouco
ou nenhum valor para a piedade com jejuns e orações, torna-se inapto, tal
pessoa para o combate espiritual, justamente por causa de certos aspectos
comuns ao inimigo, que exige preparo adequado para o confronto.
A negligencia e a prevaricação
precisam ser completamente erradicadas da vida de um bom cristão, isso é
essencial, para o progresso e para a maturidade. O autor aos Hebreus, no final
do capitulo 5 menciona o problema de alguns irmãos não suportarem o alimento
sólido. Porque? Eram meninos, eram atrasados, atrapalhados e embaraçados na
vida espiritual. A negligencia nos faz viver uma vida sem responsabilidade e
sem atenção devida as coisas de Deus.
Talvez a vida de Eli e seus dois
filho sirvam de exemplo, de como a negligencia pode levar um cristão a sofrer terríveis
conseqüências, Ofni e Finéias não tinham temor a Deus, faziam as coisas sem
amor e sem respeito devido ao sagrado, Eli negligenciou na parte disciplinar,
não aplicando disciplina aos seus filhos, e no final todos os três sofreram as conseqüências.
Saul no final da sua carreira também acabou sendo negligente, e cometeu torpezas
e desvarios, exerceu oficio espiritual não autorizado e consultou uma médium
ocultista. Esses são exemplos claros de homens negligentes, que tiveram uma
visão espiritual muito superficial, e tal coisa lhe serviu de empecilhos para o
equilíbrio na vida devocional e espiritual.
Ainda temos um outro exemplo em
II Samuel 6, quando Davi negligenciou as ordens claras do transporte da arca,
os levitas deveriam levar, mas ao invés disso, a arca foi transportada por
carro de bois, e acabou provocando a morte de Uzá. As vezes querem arrumar desculpas, fazer as
coisas de nosso jeito, achamos que a nossa razão tem o mesmo nível de
autoridade que as ordens e os estatutos de Deus, queremos as coisas do nosso
jeito, como Davi quis fazer do seu jeito, tirando a responsabilidade do transporte
da Arca dos levitas e dando aos bois essa tarefa. Eis ai um caso típico de
negligencia que se repete a todo o tempo, mesmo em nossos dias. Queremos fazer
as coisas de nosso jeito, mas isso é desobediência. No Novo Testamento também temos
um caso de negligencia generalizada, em
Mateus 25 na parábola das dez virgens, cinco delas eram imprudentes, tinham as
imprudentes todas as características comuns com as prudentes, menos o fato de
que não havia óleo em abundancia, e então um atraso do noivo, fez com que elas
percebessem que havia essa falta, isso foi fatal para elas. Uma vida
caracterizada por negligencias, pode afetar completamente a nossa vida, nosso
destino, nossa família, nossa fé e nossa eternidade.
Vimos grandes desvios doutrinários
em nosso tempo, por causa da negligencia generalizada, mas essa não deve ser a
nossa realidade pessoal, não deve ser a nossa posição. Devemos firmar nossos
passos no Senhor, desenvolver um zelo
pelas coisas espirituais, amar mais a Cristo e estabelecer princípios rígidos para
nós mesmos,a fim de controlar nossos
impulsos naturais que querem lutar contra as coisas espirituais. No final das
contas, a negligencia traz uma serie de conseqüências terríveis, e precisamos
lutar contra ela, erradica-la completamente da nossa vida, pois isso redundará
em uma vida frutífera e abençoada.
Pr Clavio Juvenal Jacinto
Igreja Evangelica Caminho da Paz
Paulo Lopes SC
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