Os Níveis da nossa visão
Ver é uma dádiva, a respeito do milagre da visão, certo
cientista escreveu: “ O olho é um instrumento maravilhoso, semelhante a um
telescópio de alta qualidade, com uma lente, um foco ajustável, diafragma
variável para controlar a quantidade de luz, e as correções ópticas para
ajustar a projeção esférica e cromática” (1)
Jesus no Capitulo 9 de João cura um cego de nascença, entre
tantos milagres registrados nas escrituras, a visão em seu funcionamento normal
já é um maravilho milagre, há uma conexão entre as coisas criadas e a nossa
visão, uma harmonia entre as flores e o nosso cérebro, por exemplo, tudo isso é muito maravilhoso, qualquer
pesquisa sobre esse assunto, nos surpreende sempre!
Mas além da visão normal, comum a
todos os viventes que enxergam as coisas naturais, a bíblia fala sobre níveis
de visão, há uma quantidade muito grande de passagens nas escrituras que falam
sobre diversos níveis de visão, e gostaria de falar algo sobre isso. Vamos
tomar como texto, o livro de Isaias Capitulo 6, pois é ali que encontramos
esses níveis de visão. Classificados de forma simples, podemos distinguir por
essa ordem : Visão espiritual elevada, visão interior verdadeira, e visão
natural equilibrada. Esses são aspectos
plenos de uma vida cristã bem sucedida, um cristão maduro desenvolve esses três
níveis de visão, a jornada de um
peregrino cristão só pode ser eficiente, quando ele enxerga nos três níveis.
“Isaías diz: "Todas as nossas justiças, como trapo da
imundícia". Esta afirmação fez Charles Spurgeon comentar: "Irmãos, se
nossas justiças são tão ruins assim, imaginem nossas injustiças!"
A primeira visão, é básica, a
primeira que desejo tratar, é a visão
interior. A visão de nós mesmos. Em Isaías 6:5 O profeta consegue enxergar a
sua condição de pobre pecador, naquela [época ele não tinha a luz do evangelho
da graça de Deus, hoje nós temos. A bíblia nos retrata como nevoa, vapor, e
como pecadores. Essa não é uma visão muito otimista do homem, mas ela é
basilar, porque a graça triunfante de Deus vem, quando o homem arranca do seu
coração o orgulho a rebelião e a auto-suficiência. Não somos muito promissores sem a bondade de
Deus. A nossa condição de homem interior é um deserto, que precisa ser semeado
com as virtudes de Deus, Deus nunca fará habitação em nós, se o coração não se
tornar jardim, porém o homem é um poço de entulhos, algo precisa ser feito, e
sem uma entrega absoluta ao Senhor, essa varredura e essa limpeza não pode ser
feita. Por isso vimos Isaias clamando: “Ai de mim pois estou perdido” é um
reconhecimento difícil, que desaloja o nosso orgulho, que destrona o nosso ego,
e nos faz sentir pobres e desamparados, quase que desesperados. Essa é uma visão do coração do homem. Sim, podemos aceitar
o fato de que pode-se encontrar coisas boas dentro do coração do homem, mas o
que são nossas coisas boas, quando a luz da santidade de Deus brilha diante da
nossa face? “E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus”
(Exodo 3:6). Todas as nossas qualidades terrenas são de peculiaridades
terrenas. Elas podem ser niveladas de homem para homem, mas há coisas
adormecidas no coração dos homens, que quando despertam no seu interior,
produzem horrores. Povos pacíficos em época de pás, cometem horrores em época
de guerra. O mal adormecido em um homem supostamente bom, é tão perigoso quanto
o mal ativo desperta em um homem mal. A grande necessidade de um cristão, é ver
o quanto ele tem de Cristo dentro de si, as realidades de Cristo dentro de um homem,
as virtudes e o caráter de Cristo e a própria pessoa de Cristo no coração do
homem. Todos temos a tendência de achar defeitos nos outros, a visão de dentro
de nós é distorcida, a cegueira interior é algo terrível. Somente quando
enxergamos a nossa condição, o real estado de nosso ser, teremos a iniciativa
de apelarmos para a misericórdia divina. Uma mente cativa a Cristo, como
ensinou Paulo, um coração amando a Deus com todas as forças, um pensamento
cativado por Deus, enxergamos isso dentro de nós? Se a luz do evangelho da
glória de Deus se acende, em nosso coração, o que enxergamos é um gigante ego,
livre, solto dentro de nós, e ali está ele, buscando o aplauso dos homens,
buscando a glória, buscando a fama, buscando o reconhecimento, buscando elogios,
buscando a satisfação egoísta.
Olhamos para a vida de Paulo, e
então vimos como ele olha para dentro de si, e vê a si mesmo como um homem
crucificado (Galatas 2:20) Como esse lado de dentro está alicerçado numa realidade tratada pela cruz, só uma cruz
reservada para nosso eu, concede espaço dentro de nós para que Cristo viva lá
dentro de nós. Essa é a visão interna coerente. Porque nada somos sem Ele, a
bíblia propõe que uma vida só tem pleno significado quando Deus regenera a
nossa vida e passa a ocupar o espaço interior, e nesse espaço ocorre as mais
terríveis batalhas, pois o ego nunca quer perder o trono, assim vimos essa
batalha do nosso eu, vimos nosso ego querendo dominar, nossa natureza carnal
querendo predominar sobre os assuntos espirituais. O ego odeia a cruz, ama o
pecado, não aqueles pecados hediondos, como tentamos classificar, mas aqueles
pecados de natureza interior, que se escondem sob disfarces, como a inveja, o
orgulho, o ódio, a mentira etc. Nossa base de ação é o coração, quando olhamos
para ele, sem os efeitos da cruz, o que vimos, transforma-se numa reação de
susto “Ai de mim”. Esse sentimento de repulsa de si mesmo, é algo raro, só os
verdadeiros santos conseguem enxergar com franqueza as coisas internas e contrastá-la
com a santidade da glória do Altíssimo.
Essa visão de nossa fragilidade e
de nossas falhas nos remete para os braços de Deus, é na condição de ser pobres
de espíritos que entramos na dispensa das riquezas de Cristo. Por isso Isaias clamou “Ai de mim!” essa
angustia por causa de nossa fragilidade e da nossa condição humana nos força a
prostrar-se diante do Todo-Poderoso. Isso é uma questão de visão para dentro de
nós mesmos. Quando Ele passa a ser nosso tesouro, nossa vida, nossa esperança,
enfim Cristo tudo em todos. “O começo da grandeza é ser pequeno, o acréscimo da
grandeza é ser menos, e a perfeição da grandeza é ser nada” (Moody)
A chave que abre os tesouros da
vida espiritual, é o nosso esvaziamento, é quando nos aproximamos diante de
Deus com o nosso coração vazio das coisas terrenas que ele nos enche com as
celestiais. Precisamos entender isso com profundidade, nossa riqueza é a própria
presença de Cristo, mas Ele nunca se fará presente dentro de nós se não
olharmos para nós mesmos, e reconhecemos todas as nossas misérias. De fato ele
também nunca será a nossa riqueza completa, se ainda retivermos nosso valores
carnais. “Ai de mim” é um sentimento de miséria, de reconhecimento de que a
nossa justiça é trapo de imundície, que em nossa carne não habita bem algum,
que o nosso coração é enganoso, olhamos para dentro e vimos tudo isso, e então
passamos a confiar em Deus e não em nós
mesmos, nos méritos da obra da Cruz e não nas liturgias externas de uma
religião morta. “Quando alguém dá uma boa olhada no espelho de Deus, não
encontrará ali as faltas dos outros: tem coisas demais a ver em si mesmo”(D. L.
Moody)
Quem decide viver para a glória
de Deus, precisa deixar de procurar glória para si mesmo!
“Habito no meio de um povo de
impuros lábios” (Isaias 6:5) Isaias olha não somente ao seu interior, mas
também ao seu redor, estamos olhando para o mundo, mas o que vimos nele? Será
que ele nos cativa? Paulo fala de uma geração perversa (Colossenses 2:5) João
diz que esse mundo jaz no maligno e Cristo afirmou que esse mundo não tem parte
com Ele. Essa é a janela do Novo testamento, pelo qual podemos contemplar o
mundo tal como é. Há um texto de Aiden
Tozer, cujo o titulo é: “Esse mundo um lugar de lazer ou um campo de batalha?”
Esse precioso artigo de Tozer reflete bem, como devemos olhar para esse mundo.
Há outras janelas, uma dessas é o Livro do Mártires de John Fox. Poe essas
janelas encontramos a realidade das coisas. Não uma mera ilusão. O mundo é o
oposto dos valores do reino de Deus, Estamos diante de um fato, o mundo foi
opositor ferrenho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Olhamos para o lado de fora de
nós mesmos. Uma sociedade que carrega o estigma de seus próprios crimes,
somente de 1900 a 1950 duas guerras mundiais e outras atividades bélicas,
mataram mais de 80.000.000 de pessoas, nossa sociedade é um mar de sangue e
sofrimento. É o nosso mundo. É verdade que a tecnologia e os últimos tempos
mudaram o estilo de vida de muita gente, mas as guerras e o pecado ainda estão
em plena atividade nesse mundo cruel. Temos chorado pelo estado lastimável da
igreja moderna? Veja como o cristianismo está dividido, como o mundanismo
influenciou o estilo de vida da igreja, e como a apostasia avançou. A nossa
cultura é a cultura da morte, da permissividade, da iniquidade multiplicada,
Como podemos permanecer na passividade diante de tudo isso, só se formos cegos.
Nenhum homem que recebe verdadeira luz celestial, fica passivo diante de um
mundo maligno. É hora de despertamos do sono, “ai de mim, porque habito em
meio...”.
A visão exterior, enxergando a realidade a
nossa volta, mesmo que seja tão dura, quase que inacreditável, Elias lamentou
sua solidão, a impressão que ele tinha, é que todos a sua volta estavam
prostrando-se aos pés de Baal. É verdade,
que o Senhor afirmou que havia ainda sete mil que não estavam praticando
idolatria, cultuando a Baal, porém a visão de Elias, era uma visão desesperada.
Seu lamento era uma ferida no cerne de sua alma, ele enxergava a condição
espiritual da sociedade a sua volta. E você, o que está enxergando?
O mundo nos cativa, a babilônia
tem seus atrativas, sua prosperidade é admirável, seu comercio é magnífico, sua
opulência é grandiosa, mas ela é babilônia, como ela se infiltra, cativa,
engana, influencia e contamina o coração dos homens! Ela é terrivelmente
poderosa e cativante, seu poder de hipnotizar é revolucionário, você não
enxerga isso? Falta-lhe visão! A nossa volta, o mundanismo acelera sua
devastação, a babilônia derrama seu vinho embriagante, o veneno do pecado se
alastra, a nova tolerância, o hedonismo, o materialismo, o consumismo
desenfreado, o egoísmo, a egolatria são fenômenos que se ampliam em escala
global. Esse é nosso mundo moderno. O que estamos vendo? O que a igreja está
vendo? Ai de mim...Onde se houve esse
grito agonizante? O olhar desesperado, dos que contemplam um mundo que insulta
a Deus, reforça a sua rebeldia contra o Criador, aperfeiçoa as suas blasfêmias
contra o Santíssimo.
Tudo a nossa volta está envolto
por um manto de pecado, quando Adão pecou, ele perdeu o direito de domínio, foi
expulso do Éden, e começou a formar uma civilização rebelde, com todas as suas
estruturas independentes. Na tentação de Cristo, descrita em Mateus 4, vimos
como Satanás oferece a Cristo, os reinos desse mundo e a glória deles. Sem
dúvida, oferta tentadora, imagine essa oferta sendo dada aos cristãos ávidos
por prosperidades e riquezas! Mas Cristo tem outra visão, em Apocalipse 11:15
os reinos desse mundo, são transferidos para Cristo, o inimigo que ofereceu lá
na tentação esses reinos que estavam sob seu domínio, agora sofre a sua queda e
a sua perda. O sistema atual é anticristão, não se enganem! Olhem para a
ciência, nunca penetrou tão profundamente nos mistérios maravilhoso da
natureza, mas a ciência nega a existência de um criador, veja como os sábios
desse mundo agem diante das circunstâncias diversas, se encontrarem um vírus em
um planeta distante, irão celebrar uma festa por terem encontrado vida em outro
planeta, mas não consideram como vida, um feto
que vai ser vitima de um aborto. Defendem filhotes de tartarugas e outro
animais, mais são indiferentes com relação ao aborto, há uma inversão de
valores, e os valores cristãos estão sendo rejeitados por leis, menosprezados e
classificados como intolerantes. Tudo a nossa volta está em processo contínuo
de decadência espiritual. Isso é denunciado por Paulo que adverte que nos
últimos dias, seriam de tempos trabalhosos e difíceis.
“Em nada, a não ser no céu, vale
a pena colocar nosso coração” (Richard Baxter)
a visão que temos do mundo a nossa volta, determina a nossa postura espiritual.
Se esperamos nele, se confiamos nele, se ajustamos nossas crenças de acordo com
seus valores, se amamos ele, se nos apegamos a ele, então de fato, estamos indo
contra o cristianismo. A corrente da fé cristã é contraria as torrentes do
mundo. Talvez seja isso que faça o cristianismo ser como caminho apertado e
porta estreita. Tudo no mundo tem um encantamento, desde a babilônia de
apocalipse 18 até as atividades espirituais e religiosas. Quando Paulo fala a
respeito de Satanás, adverte que ele se transfigura em anjo de luz (II
Corintios 11:14) o contexto diz que seus obreiros se transfiguram em obreiros
de justiça. Aqui está a questão do disfarce, do engano. A percepção do cristão
precisa ser verdadeira, se ele deseja de fato enxergar o perigo por trás do
disfarce, o engano por trás do cintilar, as sombras infernais por trás de uma
falsa luz. Há uma mudança de identidade nas coisas satânicas, e isso desafia a
nossa percepção espiritual. A maneira como vimos o mundo, afeta nosso
relacionamento com Deus. Quando vimos um mundo a nossa volta que é egoísta,
materialista, consumista, sensual, idolatra, rebelde etc. Tudo isso deve servir
como uma motivação um desejo sincero de nos apegarmos mais e mais a Deus e
buscar mais e mais o seu Reino. Não os falidos valores de um mundo caído, mas
as virtudes de um Cristo Santo, devem moldar o nosso caráter. Em João 17:15 Jesus
roga ao Pai em favor de seus seguidores, e Ele pede ao Pai que não tire os
santos do mundo, mas que os livre do mal. E que nesse momento, possamos ser
livres do mal do mundo, de seus enganos, de suas seduções, que nunca venhamos
apoiar sua rebelião, se conformar com seus estilos decadentes e seus valores
enganosos. (Romanos 12:1 e 2)
Por ultimo, e é lógico, essa é a
visão que amplia todas as outras, deixei por ultimo, simplesmente não porque
seja a menos importante, mas por ser a principal. Porque só teremos uma visão
clara do mundo e de nós mesmos, quando a glória da santidade de Deus brilha
diante da nossa face. Isaias afirma ter visto um alto e sublime trono, e ele
viu o Senhor assentado sobre este trono. A visão que temos do Senhor, isso
determina a nossa conduta na vida espiritual. Ver ao Senhor é tudo, é a direção, é a razão,
é a base da própria vida, Jesus afirmou que os puros de coração serão bem
aventurados porque eles verão a Deus(Mateus 5:8) Tendo uma visão verdadeira de
um Deus verdadeiro, a nossa vida treme na base da nossa própria existência.
Estaremos vendo a realidade que sustenta todas as outras realidades, bem como a
realidade que criou todas as outras realidades, e também a realidade suprema que ordena todas
as coisas. A santidade de Deus é puríssima, não é a toa que em Apocalipse, os
adoradores clamem três vezes santo, essa glória foi vista por Moisés no monte,
por Cristo na transfiguração, e João na Ilha de Patmos, e quando uma pessoa tem um conceito elevado do
Deus que está acima de todas as coisas, vem sobre o seu coração, perfeito
respeito, elevado temor, verdadeira adoração.
“A verdadeira piedade nunca se separa do temor
de Deus.” (William S.
Plumer). Quando temos uma visão clara de quem Deus é, a nossa conduta muda
radicalmente. Essa visão que temos das coisas santas, e do Deus santo, modifica
nosso modo de ver, altera nossos conceitos e valores. Isaias viu coisas santas,
um trono, um manto, viu seres santos, serafins, e viu o próprio Deus, O
Santíssimo. Só depois de ele ver a
Majestade e a Gloria de Deus e o Deus de toda a verdadeira glória, sua visão do
mundo a sua volta e do seu mundo interior foi alterada. A luz da glória de Deus
revela a verdadeiro caráter das coisas. O mundo é apenas um mundo passageiro,
as civilizações emergem, prosperam caem e desaparecem, o homem é como uma
neblina passageira, é como uma erva, mas o nosso Deus é a coluna que sustenta
todas as coisas, não é admirável a proclamação do salmista quando diz “Antes que os montes nascessem, ou que tu
formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és
Deus.”(Salmos 90:2) Nele não há mudança e nem sombra de variação (Tiago 1:17)
Sua santidade, sua majestade,
seus atributos, sua glória, sua misericórdia, seu poder, todas essas coisas
precisam estar abertas diante de nós. A janela da nossa vida deve estar aberta
em direção ao trono de Deus, o motivo da nossa vida, o movimento espiritual,
tudo deve estar em direção ao trono de Deus, todas as nossas perspectivas devem
ser envolvidas com essa glória, todos os nossos anseios devem estar mergulhados
nessa fonte de Luz que é o Senhor, e nele devemos nos mover. É tendo um
conceito elevado do caráter e da pessoa de Deus, que iremos ter uma vida de
visão ampla aqui nesse mundo. Devemos abrir nossas janelas, em direção ao alto,
repito, abrir as comportas de nosso ser, em direção ao trono, nossa imaginação,
nosso pensamento, nossa adoração, nossa reflexão, nosso coração, tudo em
direção a Ele, ao Deus Trino e Uno. Se a luz do Trono, se a glória de Deus não
ilumina a nossa trajetória de existência, ainda estamos no escuro, ainda
vivemos e andamos no escuro. Essa gloria
majestosa se concretiza de forma plena na pessoa de Cristo, quando Ele diz ser
a luz do mundo, não que Ele seja de propriedade do mundo, mas Ele a verdadeira
luz que alumia aqueles que jazem no vale da sombra da morte. Há uma luz que
possibilita o homem a caminhar com sabedoria, é a luz de Cristo, o Primogênito
e Unigênito cheio de graça e verdade, Ele veio com a chama acesa da gloria e da
majestade de seu Pai, podemos simplesmente olhar pela ampla porta que é Cristo,
e ver Deus Pai por essa porta. “Eu vi um alto e sublime trono... Eu vi o
Senhor” Foi a proclamação de Isaías, e a nossa? O que estamos vendo?
Ezequiel viu essa glória e isso
mudou a sua vida, João na ilha de Patmos viu essa glória e isso mudou a sua
vida, o que muda em nós, depende da nossa visão, a visão de um Deus santo em
lugares elevados, vai produzir em nosso coração, respeito, amor, temor, zelo,
reverencia, e quanto mais vimos o poder de Deus, quanto mais compreendemos
sobre sua soberania e misericórdia, mas entendemos o quanto carecemos e
dependemos do Senhor.
Nós encontramos no livro do mesmo
profeta, Isaías, no capitulo 57 e versículo 15, algo intensamente extraordinário:
“Porque assim diz o Alto e Sublime, que habita na eternidade e cujo o nome é
Santo. Num alto e santo lugar habito, como também com o contrito e abatido de
espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos
contritos”. Deus afirma se revelar, aqui
está o segredo espiritual da plenitude. Nossa visão do Deus que se revela em
Cristo, por meio de Cristo para toda a humanidade, e nessa revelação vem a luz,
a luz da nossa condição, a luz que revela as possibilidades, e tudo isso no
espaço e no tempo. É para nós.
A maturidade cristã não se percorre por outra
senda, quanto mais perfeita é nossa visão a respeito de Deus, quanto mais
intenso for nosso amor por Ele, quando mais nos relacionamos com Ele, quanto
maior for a intimidade, quanto mais profundo for o nosso mergulho no Senhor,
mais enxergaremos a nossa própria condição e a condição desse mundo vil. Então nosso coração buscará a aquilo que
trará verdadeira saciedade, Só o Eterno pode nos dar a eternidade, Só que te é
verdadeira água, pode saciar a sede da nossa alma, só quem é pão do Céu, pode
saciar a nossa fome espiritual, só quem é perfeitamente belo, pode nos conduzir
rumo a experiência de uma realidade perfeita.
A visão do Senhor, num alto e
sublime trono, nos capacita a enxergar esse mundo como um lugar cheios de
tronos rebeldes, foi por isso que Cristo se humilhou, até a morte e morte de
Cruz. Houve muitas oportunidades de ascensão, Os judeus presumiram que ele
poderia ser um rei que libertasse Israel do jugo romano, satanás oferece a ele
todos os reinos desse mundo, mas nesse planeta cheio de altares profanos, cheio
de reinos infecundos, cheio de tronos revestidos de rebelião contra o
Altíssimo, Jesus vai ao caminho da cruz, sem perder a realeza e o poder. A
resposta de Deus para um mundo rebelde e auto-suficiente é a cruz. A cruz é um
insulto a religião humanista, é um insulto ao orgulho da filosofia, e até hoje
é um escândalo para a mente exaltada do homem caído. Creio que é isso que nos falta, uma visão
verdadeira de um Deus verdadeira, para nos colocar frente a frente com a
verdadeira verdade de nossa condição de pecadores e de um mundo caído e
rebelde. Só essa visão nos remete para os pés da cruz, para um ato de rendição
completa a Deus, e fará brotar o desejo de dependência e obediência ao Senhor,
só então surgirá no nosso coração um amor forte, tão forte, que amaremos com um
amor legitimo, amar a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de
todo o nosso pensamento.
A igreja suspira por homens que se consideram sacrificáveis na batalha
da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque
já morreram para as seduções deste mundo. Tais homens estarão livres das
compulsões que controlam os homens mais fracos. Não serão forçados a fazer as
coisas pelo constrangimento das circunstâncias; sua única compulsão virá do
íntimo e do alto. (2)
Pr Clavio Juvenal Jacinto
(1)
Traduzido de: http://www.apologeticspress.org/apcontent.aspx?category=9&article=1412
(2)
http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/27/Precisamos_Novamente_de_Homens_de_Deus
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