sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Falso profeta


Gritas no cais da desordem que serás, mas não fostes
Em prognósticos errastes a datação e chegastes ao limiar
Como fóssil em terras sem lei, o fútil ao vinho e difamar
O nome sagrado a quem reténs a falsa e confusa inspiração
Não caíram as montanhas sobre ti, por teus erros
Que dá pátria do hades, inferes o teu próprio desterro
Como algodão ao vento que retorna ao pobre deserto
Em babel confusão, danças na condição de réu incerto
E digas à fantasia que será mais impura e verdadeira
Nos átrios da loucura o transitivo berço do fanatismo
Se nas caladas do fel, tuas palavras confusas vaticinando
A predição do blefe, o fim do teu mundo e o cinismo
Ai daqueles que te seguem por ardilosa cegueira
No clamor falso e a fraude de teus místicos sentimentos
Vai em retumbantes gritos de pseudo clamores
Pois do engano pariu no ermo os mais amargos relentos
Que do êxtase de falsos fogos de artifícios espirituais
Espreita-te na mata como serpente descalça e selvagem
Nas palavras que hipnotizam, ai de teus pobres seguidores
Dilacerados no estreito do abismo, em vendavais voragens
Tens a lua fria na noite de tuas sombras mais tímidas
Na sinfonia das apólices dessas sinistras e tantas falhas
Como ébrio em tinturas de seda e o coice da navalha
As fabulas que apagaram a tua décima e memorável centelha
Desce do furacão e apaga o teu pobre espetáculo
Põe em ti a ultima vaidade que ainda pouco resta
Porque teus erros perpetuados ainda são muito mais pesados
Para carregares tão vil fardo de tantas vezes ser falso profeta.
Vi acesa a lâmpada que revela arte de teu claustro
Entre as lapides destiladas na lamina que singela teu enterro
Pois que vagando por terras e campos feridos e sem astros
Perturbastes a terra e invocastes o espírito do erro
Clavio J. Jacinto

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