segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A Vida Cristã e o Amor Celestial

O amor é a palavra mais mal compreendida de nosso mundo. Entre cristãos, parece ser ainda mais mal compreendida. As experiencias  me mostraram o quanto é vago e passivo são os cristãos modernos com relação ao amor. Amor como em sua essência mais profunda e seu significado mais concreto, não significa em hipótese alguma um sentimento bonito ou algo mais ou meno parecido a isso.
 Eu recordo de muitas vezes ouvir os mais lindos sermões sobre o amor, porém o pregador nunca demostrou na pratica um amor verdadeiro, tal como o significado da palavra exige. A maior vê o amor como um sentimento elevado, uma compaixão sentimental e romântica por uma pessoa em estado de miséria.
 Mas isso não define o amor, sentimentos não são definições exatas e verdadeiras sobre o amor, não o amor bíblico, o amor na sua forma mais pura e no seu conceito mais elevado, é e sempre será ação pura movido por misericórdia e graça.
 Amor em seu significado amplo e precioso pode ser observado nos ensinos de Cristo, por exemplo na parábola  do bom samaritano, onde vimos de forma tão clara, como o sistema religioso representado pelo sacerdote e o levita, estava apenas limitado aos sentimento compassivos presos dentro de um coração duro. Eu não duvido que eles tenham olhado de forma compassiva para o pobre homem ferido na beira do caminho. Não duvido que tenha brotado do coração de pedra algumas gotas de misericórdia. Mas não passou disso! Mas o homem samaritano concretizou a força do verdadeiro amor em suas atitudes, eu gosto muito de uma expressão de Peter Kreeft, pois ele descreve o amor nessas palavras: "O próprio amor não pode receber o amor como passividade, apenas o difunde como uma atividade. Deus é amor em ação, não amor em sonhos. Os sentimentos são como sonhos: fáceis, passivos, espontâneos. Ágape é duro e precioso como um diamante."(1)
 A lógica do amor verdadeiro é que tudo se concretiza dentro de uma ação revolucionaria. Agape, não é um amor que nasce no mundo caído, nem é o produto da filosofia do homem desviado do Eden. O que vimos hoje, não reflete nada mais do que meros sentimentos, achamos que na medida em que temos irmãos como amigos, isso é amor. Achamos que da mesma forma como temos um sentimento por nosso filhos, esse deve ser o nosso sentimento pela verdade, achamo que como temos uma atração erótica por nossas esposas, então essa deve ser a atração que devemos ter pelo evangelho. Buscamos as formas mais rasas de significados para então entendermos as coisas divinas. E com isso, pasmem, encontramos tanta gente querendo ser espiritual! A manifestação de Deus Pai em Mateus 4;43 revela como e de que maneira o Pai ama ao Filho. Ali o amor descrito é o Agape. Não podemos seguir outro rumo, amar no conceito divino exige o sacrifício de dar seu Eterno Filho por nós pobres pecadores. (João 3:16)  Aqui então tomamos o fio da meada, para compreendermos que amor como Deus quer nos dá, e como em nós deve expressar é um amor que tenha a imagem e semelhança do amor divino, pois se as escrituras afirma que Deus é amor, então fomos nós criados a semelhança desse amor.
Não pretendemo diminuir aqui o valor do amor Filio ou qualquer outro amor. Porém jamais devemos equiparar nosso sentimentos humanos e comuns, com o amor de Deus. O amor divino, ainda que dentro de nós é um amor de sacrifício, é um amor destituído de interesses egoístas, é um amor elevado ao padrão do caráter de Deus. e por si essa descrição já coloca o amor de tal forma em um lugar muito mais elevado do que nossos próprios sentimentos. Veja bem , faz algumas semanas que li a biografia de Amy Carmichael, a missionaria Cristã Irlandesa que deu a sua vida pelo povo hindu. Movida por um amor ativo, ela vai entregar-se ao trabalho missionário e vai gastar toda a sua vida lá na Índia. Esse é o começo para termos uma bela compreensão do amor na sua força e da influencia que ele exerce no nosso coração transformado.
 C. S. Lewis disse que o sentimento humano vem e vai, mas o amor de Deus não, o amor divino é um amor eterno, é mais profundo. Paulo em Romanos 5;8 fala desse amor de forma clara, Cristo morre por nós, sendo nós ainda pecadores. A mobilidade desse verdadeiro amor, é amplo no caminho do sacrifício e da ação.
Precisamos agir dentro desse padrão, os meros sentimentalismo rasos que encontramos muitas vezes dentro da atual cristandade não define em hipótese alguma o verdadeiro amor.




(1) http://peterkreeft.com/topics/love.htm

Clavio J. Jacinto

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Footer Left Content