segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Orar com orações breves


No contexto de nossa cultura verbosa, é significativo ouvir os monges do deserto nos aconselhando a não usar palavras em excesso: “Perguntaram ao aba Macário: ‘Como se deve rezar?’ O ancião respondeu: ‘Não há, em absoluto, necessidade de fazer longos discursos; basta estender a mão e dizer: Senhor, como queres e como sabes, tem misericórdia. E se o conflito ficar mais ameaçador, dizer: Senhor, ajuda. Ele sabe muito bem do que precisamos e nos mostra sua misericórdia’”. João Clímaco é ainda mais explícito: “Quando rezares, não procures expressar-te em palavras extravagantes pois, quase sempre, são as frases simples e repetitivas de uma criancinha que o nosso Pai do céu acha mais irresistíveis. Não te esforces em muito falar, para que a busca de palavras não te distraia a mente da oração. Uma única frase nos lábios do colector de impostos foi suficiente para lhe alcançar a misericórdia divina; um pedido humilde feito com fé foi suficiente para salvar o bom ladrão. A tagarelice na oração sujeita a mente à fantasia e à dissipação; por sua natureza, as palavras simples tendem a concentrar a atenção. Quando encontrares satisfação ou contrição em determinada palavra da tua oração, para nesse ponto”

 Henri Nouwen
 A Espiritualidade do Deserto e o Ministério Contemporâneo

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