“Se voce está a procura de uma religião que o deixe confortável,
definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo”
C. S. Lewis
“Quem quiser seguir a pós mim, tome a sua cruz, negue-se
a si mesmo e siga-me”
Jesus Cristo
Ser “evangélico” hoje, está na moda, isso é
evidente, que a religião evangélica oriunda do protestantismo está na moda. O neopentecostalismo
não somente promove essa novidade, mas também tem sido o principal
multiplicador do esfacelamento do cristianismo. Estamos vivendo uma verdadeira
confusão. Mas tenho certeza disso: ser evangélico é a moda do momento. Por esse
crucial motivo, existe o evangélico da moda e o evangélico fora da moda. Me
chamou a atenção minha ultima viagem de uma para outra cidade aqui em minha
região, vi as margens da estrada, a novidade do momento, outrora era um
deposito ou uma fabrica, agora na fachada, uma nova denominação, um novo “ministério”
ou como diz a minha esposa “mais uma...” Quando cheguei no meu destino, na rua
em que entrei, quase de frente uma a outra, mais dois novos “ministérios”, o
movimento neopentecostal pulverizou,
esfacelou a igreja evangélica moderna, pensar logicamente de acordo com as
escrituras, me levou a conclusão de que isso não é um “mover do Espírito Santo”
porque se fosse, haveria muita unidade e não muitas divisões. (I Corintios 1:10
a 13 e Judas 1:19) A pulverização dos evangélicos é a prova conclusiva de que
não é o Espírito Santo quem está promovendo todas essas divisões e todas as
inovações doutrinarias estranhas as paginas do Novo Testamento.
O evangélico moderno existe,
porque a raiz do problema se encontra em parte no movimento pentecostal
brasileiro, que deu toda a ênfase aos dons, e ignorou quase que completamente o
fruto do Espírito Santo. O misticismo e a má teologia também cooperaram na consequência
dessa confusão religiosa. Assim, um erro evidente, ficou a tona: desde que alguém
manifeste qualquer tipo de experiência metafísica, isso é uma prova definitiva
de que é um verdadeiro cristão! Esse é um erro cujas consequências são enormes.
Como podemos ver hoje. Assim uma geração de insubmissos, carnais, promotores de
engano, mercantilistas, egocêntricos, irreconciliáveis, egoístas, incultos,
rebeldes, tem emergido do cenário da confusão, criando assim novos “ministérios”.
Criando um perfil definitivo para o evangélico da moda, este é um religioso excêntrico
em busca constante de experiências emocionais. (Mais amigos dos deleites do que
de Deus II Timóteo 3;4 e amigos do mundo I Joao 2;15) A ênfase seria unir o util ao agradável,
criar uma religião nova, que seja tanto cristã quanto mundana. Uma espécie de reformulação dos conceitos
cristãos antigos, um abandono à ética neotestamentaria, para criar uma religião
psicológica e emotiva, totalmente alicerçada no misticismo, não na teologia e
na sã doutrina, não nos ensinos de Cristo, mas na experiência de uma metafísica
doente, completamente alheia aos ensinos das escrituras. Alguns meses atrás, ouvi em alto e bom som,
um fundador de um desses “ministérios” neopentecostais modernos, ele afirmou,
que pessoalmente não estava interessado
em estudar a bíblia, mas em ser cheio do Espírito Santo, essa declaração mostra
as aberrações dessa nova religião, a moda do dia, uma rejeição as escrituras,
ora devemos entender que um cristão cheio do Espírito Santo, é antes de tudo um
cristão cheio da verdade das escrituras, porque a Bíblia declara que o Espírito
é a verdade (I João 5:6)
As ramificações multiplicadas
de forma tão desordenada no neopentecostalismo não deveria ser classificada
como crescimento da igreja cristã. Essas ramificações multiplicadas, tem por
evidencia causar divisões no corpo de Cristo, promover confusão doutrinaria,
promover o misticismo, o humanismo, a antropolatria (culto a personalidade) a
psicologia, o transe psicodélico,a hipnose, o que se oferece hoje é um espaço
para um pecador tornar-se um “evangélico” sem precisar passar pelos processos
exigidos nas escrituras: arrependimento dos pecados, conversão, regeneração,
santificação, separação do mundo, piedade com contentamento não conformismo com
esse século etc.(II Corintios 5:17, Efesios 4:17 a 32 etc) Ao invés disso,
usa-se um ardil religioso, estratagemas versáteis, pregações e musicas antropocêntricas,
misticismo experiencial, ritmos musicais e condições ambientais para produzir
hipnose, transe e sentimentos de bem estar. Tudo isso traça um perfil dessa nova moda
religiosa. Assim entendemos que do evangélico da moda, se exige apenas a fidelidade
as reuniões, dízimos e ofertas e submissão cega ao seu líder (Quase sempre sem
nenhum fundamento teológico e bíblico para exercer uma liderança espiritual). Um evangélico moderno, qualquer um pode ser,
tudo é permitido, você pode ter ídolos como cantores e pregadores, pode ser
sensual e promover o erotismo, pode banalizar o casamento, o evangélico da
moda, continua assistindo o Big Brother Brasil, continua comprando e não
pagando, joga no jogo do bicho, megasena e loterias e quer ficar rico, ainda
mente, trapaceia, imita atores de novelas, usa roupas apertadas e sexy, para
eles, não há nada de errado com o errado. O pecado é banalizado e o egoísmo é
promovido.transformaram a graça de Deus em dissolução(Judas 1:4)Para o evangélico
da moda, a fé cristã é uma festa, não uma batalha (Judas 1:3 com II Timoteo
4:7) o evangelico da moda é promotor dos artistas gospel , pregadores e
cantores de famas que cobram cachês enormes para fazerem seus shows,
transformando santuários em danceterias,e ambientes inspirados em casas
noturnas, o evangélico da moda quer pular e se emocionar, não se santificar e
obedecer, não quer se submeter a nenhum tipo de mortificação, não quer em hipótese
alguma ser considerado como um estrangeiro nesse mundo.(Hebreus 11:14,
Filipenses 3;20 e I Pedro 2:11) Na mística degenerada do evangélico da moda, é inaceitável
ser diferente do mundo, pois isso soa como algo terrivelmente antiquado e
radical. O grande engano esta em uma confiança cega, eles estão sentido uma experiência
metafísica e mística às vezes muito agradável, sinal que supostamente
comprovaria que o Deus das Escrituras,
opera no nível da mais extrema carnal idade, da mesma forma que opera em um ambiente dramaticamente consagrado. Estão
resolutos, de que o misticismo experiencial é uma prova que corrobora a
aprovação divina. Assim, usam o pragmatismo, os fins justificam os meios. O que
vale é a experiência, não a sã doutrina, o evangélico da moda foi atraído pelo
hedonismo, não sofrer mais, pelo materialismo, ficar rico, pela mágica de ter
todos os seus problemas resolvidos. Os defensores dessa nova religião,
argumentam que o evangélico da moda não deve abandonar todos os pecados, só
alguns. Não deve ser muito santo, para não tornarem-se fanáticos e legalistas,
basta serem um pouco santo e um pouco carnal. Assim, as mulheres, por exemplo,
não são incentivadas a imitarem as mulheres santas do passado, isso seria muito
radical e opressor, imagine, as evangélicas da moda imitando as esposas dos
grandes pregadores do passado! Imagine as evangélicas modernas imitando as irmãs
do movimento puritano! Imagine as evangélicas da moda imitando a modéstia da
Suzana Wesley, mãe de John Wesley! Isso nunca! Seria radical de mais! Preferem imitar
Marilyn Monroe, sexy, sensual e erótica. Com o rosto carregado de maquiagem
pesada, preferem imitar as atrizes de novelas diabólicas da globo, ou as
atrizes carnais de Hollywood, as santas mulheres do passado foram muito
legalistas,na concepção da nova religião evangélica, por isso para os evangélicos
da moda, a referencia moral são os cantores e as cantoras de funk, as atrizes e
os atores que promovem o adultério e banalizam o casamento, que usam roupas
extravagantes, sensuais, custas e apertadas, a referencia é o próprio mundo.(Romanos
12:1 e 2) Eu repito; o evangélico da moda é um religioso excêntrico em busca de
experiências emocionais. Não está interessado na verdade, nem em obedecer às
escrituras, ou é um escravo da sua própria opinião, ou é manipulado pela má
teologia dos outros. Vive e defende
cegamente uma religião que promova suas vaidades. O evangélico da moda nãoé
conduzido, para a obediência as
escrituras,mas para a permissividade produzida por uma graça estranha as paginas
das escrituras. (Judas 1:4 com Tito 2:11 a 15) Por isso há tantos apóstolos,
tantos pastores, tantos visionários, tantos artistas de púlpitos, tanta gente
brincando de religião, fazendo coisas espantosas e ridículas, a ignorância as
escrituras é a mãe de todas as heresias.Tudo isso fez emergir da cristandade
uma geração de religiosos que misturam a sensualidade com a espiritualidade, ao
invés de separar o sagrado do profano, misturaram ambos para vivenciarem de
forma extrema a religião do prazer de não negarem-se a si mesmos.(Oseias 11:7).
A força da carne portanto produz fortes sentimentos de uma espiritualidade espúria,
mas que é inegavelmente muito parecida com experiências espirituais autenticas.
O cristão fora da moda
Eu resolvi ser um evangélico
fora da moda, eu e minha esposa, e tenho lutado para que minha família seja também
de evangélicos fora da moda. Isso tem sido muito difícil, minha esposa tem
cabelos longos e roupas que caracterizam sua distinção (Não concordo com a moda andrógina) eu por
exemplo, não faço presença em ambientes de banhos públicos, porque lá é o meio
caminho da pornografia. (Apocalipse 16:15) Abandonei o sensacionalismo, resolvi
ser diferente do mundo, a levar a serio as exortações e os ensinos das
escrituras(Tito 2:1) como líder espiritual, resolvi fazer da minha ocupação, um
ministério sem qualquer fim lucrativo, também resolvi, que sempre que tivesse oportunidades em púlpitos(estão cada vez mais
raras) falar sobre o pecado e arrependimento, fazer exposição das sagradas
escrituras, e pregar sobre todo o conselho de Deus, (Atos20:27) tudo o que está
fora da moda, eu resolvi pregar; a doutrina da cruz, a abnegação, a modéstia, a
mortificação da carne, a vigilância integral, a piedade com contentamento, a
tribulação que produz um peso de glória, a ilusão do mundo, o pudor, tenho
pregado sobre outros assuntos de não menos importância, sem me importar com as consequências,
resolvi não ser um líder que olhasse para as pessoas, como se fossem
mercadorias, mas como almas preciosas, resolvi pregar o Cristo justo salvador,
hoje advogado,amanhã juiz, um Cristo que ama, mas que também não se associa nem
tampouco aprova o pecado. Isso tem sido
muito difícil, ser evangélico fora da moda, me fez um ser quase que alienígena na
sociedade, taxado de radical, quadrado, antiquado, legalista, fanático, duro,
puritano,etc. Mas de fato eu resolvi, mesmo a custa da solidão. Troquei meus hábitos
literários, não leio Benin Hinn, mas
Jonathan Edwards, não mais Mary Baxter, mas Spurgeon, não mais escritores da
geração “evangélicos da moda” mas J. C.
Ryle, Robert Culver, John Owen, não mais Hagin, mas Tozer, Richard Baxter,
Horatius Bonar, Steve Gallagher etc.
Resolvi ser evangélico fora da moda, sem assistir Big Brother, novelas
televisivas, estou sempre alheio a essas coisas, não sei quem é o campeão do
campeonato brasileiro de futebol, pouco me importei com Copa do mundo, porque
sei da politicagem mundana que envolve essas coisas. Não sei quais são os
temas, das atuais novelas, Sou evangélico fora da moda, sempre me lembro das
palavras de John Owen: “Se os cristãos fazem questão de imergir no mundo para
aprender seus modos e ser dirigido por suas opiniões, serão carregados com eles
para a perdição eterna” Sim, lembro-me sempre da exortação de Watchman Nee: “Se
alguém crê no coração, mas não tem nenhuma atitude exterior, o mundo ainda o
considerará parte dele”. Por estar fora de moda, as vezes tenho um sentimento
de ser rejeitado pela cristandade, não sou um pregador popular, tenho que
conviver com pessoas que não querem ouvir aquilo que Deus tem a dizer,(pelas
escrituras Proverbios 13:13) pois estão a procura daquilo que elas querem
ouvir. Tenho caminhado para uma vida de recolhimento intelectual, decepcionado
com direção que a igreja evangélica brasileira tomou. Resolvi amar mais a bíblia,
me apegar aos preceitos sagrados, estudar com mais dedicação, aplicar seus
ensinos na minha vida, praticar seus conselhos. Viver a minha, ter cuidado de
mim mesmo e da doutrina(I Timoteo 4:16)e ficar restrito ao púlpito da minha
igreja, com uma parcela reduzida de cristãos fora da moda, que ainda querem
ouvir algo substancial e real extraído das escrituras. Em um mundo religioso
onde ser fora da moda, é optar pela rejeição do mundo e dos que estão
associados a ele, até que o Senhor venha, o caminho é solitário. Porem,
prossigo para o alvo...
Uma palavra final: Sei que
existem homens de Deus sérios, igrejas serias e ministérios sérios, comprometidos
com as escrituras, mesmo nesse cenário de confusão, creio em fanais em meio a
cristandade apontando o caminho da cruz do Salvador, para levar as almas
perdidas ao Salvador crucificado e ressurreto. Creio que muitos ainda são vozes
solitárias em meio a esse turbilhão de vozes confusas e sem sentido. Creio no
poder do Espírito Santo em reconduzir tanta gente confusa para um aprisco
seguro, onde o evangelho não é negociado, mas proclamado, onde ainda há culto e
não shows, onde Deus é o centro da adoração, não o homem, onde ainda há a unção
de Deus e não técnicas psicológicas. Creio ma igreja do evangelho, e no
evangelho da verdadeira igreja.
De todas
as calamidades que têm visitado o mundo, a rendição do espírito humano a este
mundo presente e a seus caminhos são, sem sombra de dúvida, a pior de todas.
A. W. Tozer
A. W. Tozer
Pr Clavio Juvenal Jacinto
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