A glória humana é consequência de se ser
considerado melhor, mais rápido, mais bonito, mais poderoso ou mais bem
sucedido do que os outros. A glória conferida pelas pessoas é uma glória que
dimana das comparações favoráveis com outras pessoas. Quanto mais alta for a
nossa cotação no quadro indicador dos resultados da vida, tanto maior será a
glória recebida. A glória tem um curso ascendente. Mas, como é a glória de
Deus? Como podemos vê-la e recebê-la? No seu Evangelho João mostra que Deus
escolhe revelar-nos a sua glória na sua humilhação. Esta é a boa, mas também
perturbante novidade. Deus, na sua infinita sabedoria, escolheu revelar-nos a
sua divindade não através da competição, mas sim da compaixão, ou seja,
sofrendo connosco. Deus preferiu o caminho do movimento descendente. Sempre que
Jesus fala de ser glorificado e dar glória refere-se sempre à sua humilhação e
à sua morte. É através do caminho da Cruz que Jesus dá glória a Deus, recebe
glória de Deus e nos dá a conhecer a glória divina. A glória da ressurreição
nunca pode ser separada da glória da cruz. O Senhor ressuscitado mostra-nos
sempre as suas feridas. As pessoas procuram a glória subindo. Deus revela a sua
glória descendo. Se queremos ver a verdadeira glória de Deus temos que descer
com Jesus…-
Henri Nouwen, em A Caminho de Daybreak”
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