Há um velho jargão sustentado por
uma geração de crentes superficiais, que é irritante por causa de sua repetição
desproporcional quando o assunto é apologética: “não devemos julgar”. Esse
pensamento é fundamento no texto isolado e descontextualizado de Mateus 7:1. A
ideia de que alguém que se apresenta como pregador, pastor, profeta etc, seja
um homem escolhido por Deus e que não deve ser censurado, denunciado ou
criticado por que está promovendo coisas bizarras, mentiras e heresias, e que
Deus é quem deve tratar com ele, é um pensamento completamente estranho ao Novo
Testamento. Tanto Cristo, como também os apóstolos advertiram sobre o
surgimento de falsos Profetas e Falsos doutores (Mateus 7:15, II Coríntios 11:13 e 14, II Pedro 2:1 etc) E Paulo em uma
de suas epístolas denuncia Himeneu e Fileto, que corromperam a fé de muitos
porque pregavam a heresia de que a ressurreição já tinha sido consumado. Da
mesma forma a igreja de Éfeso rejeitou pessoas que afirmavam serem apóstolos.
Os cristãos dessa igreja colocou á prova
esses pretensos apóstolos, e os achou mentirosos (Apocalipse 2:2) veja o texto,
que Jesus Cristo elogia esses cristãos por tão nobre atitude de desmascarar os
falsos apóstolos. Naquela época já existia critérios básicos para autenticar um
ministério apostólico. Esse critério fundamental para autenticar um verdadeiro
apostolo está em Atos 1:22 e 23, ali descobrimos que havia princípios para
escolher um substituto para Judas Iscariotes. Com certeza, os irmãos da igreja
de Éfeso usaram essas normas para discernir se tais apóstolos eram autênticos ou
não. O resultado foi: “Pusestes a prova os que se dizem ser apóstolos e não o são,
e tu os achastes mentirosos”. Havia discernimento e princípios naqueles irmãos.
O jargão usado hoje, de que não devemos julgar porque não se pode “tocar em
escolhido de Deus” é uma falácia espiritual. Primeiro porque Deus não escolhe ninguém
para pregar heresias, Não escolhe ninguém para promover confusão e apostasia,
não escolhe ninguém para estabelecer falsas doutrinas e ensinos distorcidos
produtos de uma má exegese. Deus não escolhe
ninguém para opor-se a sã doutrina, Deus não escolhe ninguém para desmentir o
que já está escrito e estabelecido nas Sagradas Escrituras. Muitos falsos profetas e falsos doutores,
pregadores heréticos são sustentados por cristãos que de forma irresponsável pegam
um texto fora de contexto para defender o que Deus em sua própria Palavra
denuncia e adverte. Partindo do próprio contexto de Mateus 7, entendemos que
Jesus está se referindo ao julgamento hipócrita. No mesmo capitulo, Jesus dá as regras para se
estabelecer um julgamento correto: Pelos frutos se conhece uma arvore. O texto
de Mateus 7:1 deve ser lido dentro das normas de uma exegese correta. Vimos por
exemplo que em João 7:24 Jesus diz que devemos julgar, não segundo as aparências
mais segundo a reta justiça. Paulo também afirma que os cristãos vão julgar o
mundo e os anjos (I Coríntios 6:2) Os cristãos devem julgar questões
doutrinarias (I Coríntios 11:13) e também deveria julgar as profecias (I Coríntios
14:23). Fica claro pelas Escrituras que um verdadeiro cristão deve exercer o
discernimento espiritual e ter a responsabilidade de batalhar pela fé que uma
vez foi dada aos santos. Denunciando falsos profetas ele estará alertando
pessoas com menos percepção espiritual, a não caírem nos engôdos e nos enganos
dos que promovem heresias de destruição.
Clavio J. Jacinto
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