“Ou
não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo , fomos
batizados em Sua morte?” (Rm 6:3)
Muitos filhos de Deus perguntam: Como posso obter livramento da escravidão do
pecado e do ego? Pode parecer impossível, mas não para Deus. Sua Palavra nos
diz: “Porque o amor de
Cristo nos constrange, julgando nós assim: que se um morreu por todos, logo
todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais
para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (II
Co 5:14-15).
Quando viemos a Cristo no início, com a carga e culpa dos nossos pecados, o
livramento parecia impossível. Mas crendo em Deus e em Sua Palavra e o
Espírito dando testemunho e nos provando que Ele podia realizar o impossível,
alcançamos o descanso.
Primeiro estágio da
nossa experiência com Deus
1. Fomos convencidos do pecado pelo Espírito Santo
2. Tentamos conseguir a paz em nós mesmo;
3. Na posição de desespero chegamos a ver que o livramento teria que vir de
fora de nós mesmos;
4. Finalmente olhamos para Cristo e O vimos sobre a Cruz no Calvário
carregando os nossos pecados;
5. Aí cessamos nossos esforços, descansamos em Sua obra de expiação e
encontramos paz no sangue da Sua cruz. O Espírito Santo aplicou o poder do
sangue e não tivemos mais “consciência
dos pecados” (Hb 10:2);
6. O impossível havia sido feito: tínhamos paz com Deus, justificados pela fé
(Rm 5:1);
7. Nossa vida nos foi comunicada pelo Espírito Santo, que deu testemunho com
nosso espírito que fomos feitos filhos de Deus (Rm 8:16).
Estes passos são claramente repetidos em outro estágio, quando Deus nos leva
a conhecer o livramento da escravidão do pecado e do ego:
1. O Espírito de Deus nos convence da escravidão do pecado e da repugnância
do egoísmo (I Co 3:1-3);
2. Lutamos para vencer os nossos pecados e nos livrar do nosso ego. O inimigo
nos diz: “esta vida não é para você” ou “não existe tal coisa”. Procuramos
nos submeter a Deus, mas fracassamos. A repugnância pelo pecado cresce e o
seu poder parece ainda maior. As circunstâncias revelam a nossa pior parte,
até que chegamos a nos odiar e então clamamos: “Miserável homem que sou!” (Rm 7:24);
3. Nessa altura do desespero e trevas o Espírito de Deus nos mostra que o
livramento deve vir de outra fonte e que o ego não pode vencer o pecado e o
ego;
4. Novamente o Espírito nos conduz ao Calvário e revela o significado da
morte do Senhor Jesus para nossa libertação. Ele nos conduz à Palavra (II Co
5:14-15) e vemos que o Senhor levou não só nossos pecados, mas também o
pecador. O velho homem foi crucificado juntamente com Ele. Aí concordamos em
nos “considerar” (Rm
6:11) mortos para o pecado e vivos para Deus e a viver a vida crucificada (II
Co 4:11);
5. Plantados juntamente com Ele na semelhança da Sua morte (Rm 6:5), cessamos
nossos esforços e entramos no “descanso” declarando em total dependência do
Espírito Santo: “Fui
crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl
2:20);
6. A vida de Deus então nos é comunicada em medida mais plena e o Espírito
Santo revela o Cristo vivo habitando em nós e nos capacitando a viver cada
momento só para Ele.
Não sinto nada disso!
Alguém pode dizer: eu não sinto nada disso! Mas esta é a mensagem do
Calvário e da ressurreição de Cristo. Precisamos chegar à posição correta à
vista de Deus, pela fé em Sua Palavra , antes que possamos provar isso na
experiência. Aí precisamos:
1. Voltar nosso olhar para o Calvário e ver nossos pecados e nós mesmos
crucificados (Gl 2:20; Rm 6:6);
2. Tomar posse do nosso lugar na Cruz e declarar que por escolha própria nós
morremos com Ele (Cl 3:3);
3. Submeter à Cruz, cada dia, qualquer vestígio da velha “vida natural”
reconhecendo que ela foi crucificada com Cristo (Rm 8:13);
4. Depender do Cristo que habita em nós, para manifestar Sua vida sempre
através de nós.
Se assim descansarmos tranqüilamente na Palavra de Deus (“estais mortos”) e
clamarmos pelo poder separador da morte de Cristo sobre cada manifestação da
velha vida adâmica ou os antigos grilhões do pecado, o Espírito Santo “fará morrer” (Cl 3:5)
os “feitos do corpo” (Rm
8:13) e andaremos na liberdade com a qual Cristo nos libertou. Quando Satanás
nos tentar, lançando sobre nós os antigos pecados ou obras da velha vida,
declaremos “pela palavra
do nosso testemunho” (Ap 12:11):
1) Estamos crucificados com Cristo
2) Clamamos pela vitória de Cristo na Cruz
3) Recusamos nos submeter ao seu poder.
Perguntas e Respostas:
1. A morte de Cristo pode se tornar real para mim num momento?
R: Tomar nosso lugar como crucificado com Cristo é num momento, mas, o
Espírito deve tratar com a “velha vida” dia a dia;
2. O Eu pode se levantar novamente depois disso?
R: Sim. O Espírito vai nos revelar manifestações do ego que nem imaginamos.
Algumas vezes o inimigo pode “imitar” o Eu para nos desanimar.
3. O que fazer quando isso acontecer?
R: Ficar firmes na palavra (“está escrito”). Leve ao Espírito cada indício do
Eu para ser tratado por Ele. Creia na libertação de Deus, ainda que a
aparência seja contrária. Confie no poder do sangue.
4. Comunhão com a morte de Cristo significa não ter “sentimento”?
Não. Não somos transformados em pedras. Somo livrados do egoísmo, de sermos
feridos pelos outros. Haverá lágrimas e sofrimento, mas não retribuiremos nem
ficaremos ressentidos.
5. Se “morremos” como podemos ainda ser tentados?
R: Se Cristo foi tentado em todos os pontos, nós também o seremos, O segredo
está em Gálatas 2:20; o eu está crucificado Cristo vive em mim.
6. E quanto ao morrer “diariamente”?
R: II Coríntios dá uma descrição da vida crucificada (4:10) quando o Espírito
de Deus nos leva diariamente a uma conformidade mais profunda com a morte do
Senhor Jesus.
7. O que acontece se caímos em pecado?
R: Esse é o ponto mais critico. Devemos confessar a Deus o pecado (I Jo 1:9)
e não dar ouvidos ao Diabo.
8. O que tudo isso tem a ver com nosso crescimento na graça?
R: Só quando entendemos nossa união com Cristo em Sua morte (Rm 6:6) é que
pode haver verdadeiro crescimento na graça. A vida divina em nós deve
crescer, enquanto que a vida terrena é continuamente reconhecida como
crucificada.
Advertência!
- Evite testemunhar “estou morto.” Não chame a atenção. Aceite as
criticas boas e más. Não seja dogmático nas verdades espirituais. Deixe Deus
testemunhar por você.
- Nunca busque “experiências.” Deixe Deus te guiar como Ele quiser.
- Nunca deixe o descanso em busca de mais benção. Deus não pode operar
enquanto estamos ansiosos.
- Não busquemos ter “consciência” da nossa morte com Cristo.
- Não coloque sua fé no seu “considerar” (Rm 6:11) e sim na Palavra infalível
de Deus.
- Evite tentear “agarrar” a verdade de Deus, pois isso é geralmente esforço
mental.
- O Senhor não disse que poderíamos olhar para dentro e comprovar que o Eu se
foi. Creia na Palavra, confie em Cristo e outros verão o Senhor manifesto em
sua vida.
- Não é preciso esforço para habitar em Cristo. Isso deve acontecer sem você
notar.
- Se cremos na Palavra de Deus, evitemos olhar para dentro de nós com a
finalidade de comprovar a obra que está sendo feita.
- À medida que descansamos na Palavra de Deus, a obra está sendo feita nas
profundezas do nosso ser. Se começamos a perguntar: “morremos ou não?” Ele
tem que esperar que nos afastemos de nós mesmos e retornemos ao descanso da
Sua Palavra. “Aquele que
começou em vós a boa obra, há de aperfeiçoá-la...” (Fl 1:6)
Autora: Jessie
Penn-Lewis
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