segunda-feira, 8 de agosto de 2022

| Libertação do Domínio do Pecado |

 





“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo , fomos batizados em Sua morte?” (Rm 6:3)

Muitos filhos de Deus perguntam: Como posso obter livramento da escravidão do pecado e do ego? Pode parecer impossível, mas não para Deus. Sua Palavra nos diz: “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que se um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (II Co 5:14-15).

Quando viemos a Cristo no início, com a carga e culpa dos nossos pecados, o livramento parecia impossível. Mas crendo em Deus e em Sua Palavra e o Espírito dando testemunho e nos provando que Ele podia realizar o impossível, alcançamos o descanso.

Primeiro estágio da nossa experiência com Deus
1. Fomos convencidos do pecado pelo Espírito Santo
2. Tentamos conseguir a paz em nós mesmo;
3. Na posição de desespero chegamos a ver que o livramento teria que vir de fora de nós mesmos;
4. Finalmente olhamos para Cristo e O vimos sobre a Cruz no Calvário carregando os nossos pecados;
5. Aí cessamos nossos esforços, descansamos em Sua obra de expiação e encontramos paz no sangue da Sua cruz. O Espírito Santo aplicou o poder do sangue e não tivemos mais “consciência dos pecados” (Hb 10:2);
6. O impossível havia sido feito: tínhamos paz com Deus, justificados pela fé (Rm 5:1);
7. Nossa vida nos foi comunicada pelo Espírito Santo, que deu testemunho com nosso espírito que fomos feitos filhos de Deus (Rm 8:16).

Estes passos são claramente repetidos em outro estágio, quando Deus nos leva a conhecer o livramento da escravidão do pecado e do ego:

1. O Espírito de Deus nos convence da escravidão do pecado e da repugnância do egoísmo (I Co 3:1-3);
2. Lutamos para vencer os nossos pecados e nos livrar do nosso ego. O inimigo nos diz: “esta vida não é para você” ou “não existe tal coisa”. Procuramos nos submeter a Deus, mas fracassamos. A repugnância pelo pecado cresce e o seu poder parece ainda maior. As circunstâncias revelam a nossa pior parte, até que chegamos a nos odiar e então clamamos: “Miserável homem que sou!” (Rm 7:24);
3. Nessa altura do desespero e trevas o Espírito de Deus nos mostra que o livramento deve vir de outra fonte e que o ego não pode vencer o pecado e o ego;
4. Novamente o Espírito nos conduz ao Calvário e revela o significado da morte do Senhor Jesus para nossa libertação. Ele nos conduz à Palavra (II Co 5:14-15) e vemos que o Senhor levou não só nossos pecados, mas também o pecador. O velho homem foi crucificado juntamente com Ele. Aí concordamos em nos “considerar” (Rm 6:11) mortos para o pecado e vivos para Deus e a viver a vida crucificada (II Co 4:11);
5. Plantados juntamente com Ele na semelhança da Sua morte (Rm 6:5), cessamos nossos esforços e entramos no “descanso” declarando em total dependência do Espírito Santo: “Fui crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20);
6. A vida de Deus então nos é comunicada em medida mais plena e o Espírito Santo revela o Cristo vivo habitando em nós e nos capacitando a viver cada momento só para Ele.

Não sinto nada disso!
Alguém pode dizer: eu não sinto nada disso! Mas esta é a mensagem do Calvário e da ressurreição de Cristo. Precisamos chegar à posição correta à vista de Deus, pela fé em Sua Palavra , antes que possamos provar isso na experiência. Aí precisamos:

1. Voltar nosso olhar para o Calvário e ver nossos pecados e nós mesmos crucificados (Gl 2:20; Rm 6:6);
2. Tomar posse do nosso lugar na Cruz e declarar que por escolha própria nós morremos com Ele (Cl 3:3);
3. Submeter à Cruz, cada dia, qualquer vestígio da velha “vida natural” reconhecendo que ela foi crucificada com Cristo (Rm 8:13);
4. Depender do Cristo que habita em nós, para manifestar Sua vida sempre através de nós.

Se assim descansarmos tranqüilamente na Palavra de Deus (“estais mortos”) e clamarmos pelo poder separador da morte de Cristo sobre cada manifestação da velha vida adâmica ou os antigos grilhões do pecado, o Espírito Santo “fará morrer” (Cl 3:5) os “feitos do corpo” (Rm 8:13) e andaremos na liberdade com a qual Cristo nos libertou. Quando Satanás nos tentar, lançando sobre nós os antigos pecados ou obras da velha vida, declaremos “pela palavra do nosso testemunho” (Ap 12:11):
1) Estamos crucificados com Cristo
2) Clamamos pela vitória de Cristo na Cruz
3) Recusamos nos submeter ao seu poder.

Perguntas e Respostas:
1. A morte de Cristo pode se tornar real para mim num momento?
R: Tomar nosso lugar como crucificado com Cristo é num momento, mas, o Espírito deve tratar com a “velha vida” dia a dia;

2. O Eu pode se levantar novamente depois disso?
R: Sim. O Espírito vai nos revelar manifestações do ego que nem imaginamos. Algumas vezes o inimigo pode “imitar” o Eu para nos desanimar.

3. O que fazer quando isso acontecer?
R: Ficar firmes na palavra (“está escrito”). Leve ao Espírito cada indício do Eu para ser tratado por Ele. Creia na libertação de Deus, ainda que a aparência seja contrária. Confie no poder do sangue.

4. Comunhão com a morte de Cristo significa não ter “sentimento”?
Não. Não somos transformados em pedras. Somo livrados do egoísmo, de sermos feridos pelos outros. Haverá lágrimas e sofrimento, mas não retribuiremos nem ficaremos ressentidos.

5. Se “morremos” como podemos ainda ser tentados?
R: Se Cristo foi tentado em todos os pontos, nós também o seremos, O segredo está em Gálatas 2:20; o eu está crucificado Cristo vive em mim.

6. E quanto ao morrer “diariamente”?
R: II Coríntios dá uma descrição da vida crucificada (4:10) quando o Espírito de Deus nos leva diariamente a uma conformidade mais profunda com a morte do Senhor Jesus.

7. O que acontece se caímos em pecado?
R: Esse é o ponto mais critico. Devemos confessar a Deus o pecado (I Jo 1:9) e não dar ouvidos ao Diabo.

8. O que tudo isso tem a ver com nosso crescimento na graça?
R: Só quando entendemos nossa união com Cristo em Sua morte (Rm 6:6) é que pode haver verdadeiro crescimento na graça. A vida divina em nós deve crescer, enquanto que a vida terrena é continuamente reconhecida como crucificada.

Advertência!
- Evite testemunhar “estou morto.” Não chame a atenção. Aceite as criticas boas e más. Não seja dogmático nas verdades espirituais. Deixe Deus testemunhar por você.

- Nunca busque “experiências.” Deixe Deus te guiar como Ele quiser.

- Nunca deixe o descanso em busca de mais benção. Deus não pode operar enquanto estamos ansiosos.

- Não busquemos ter “consciência” da nossa morte com Cristo.

- Não coloque sua fé no seu “considerar” (Rm 6:11) e sim na Palavra infalível de Deus.

- Evite tentear “agarrar” a verdade de Deus, pois isso é geralmente esforço mental.

- O Senhor não disse que poderíamos olhar para dentro e comprovar que o Eu se foi. Creia na Palavra, confie em Cristo e outros verão o Senhor manifesto em sua vida.

- Não é preciso esforço para habitar em Cristo. Isso deve acontecer sem você notar.

- Se cremos na Palavra de Deus, evitemos olhar para dentro de nós com a finalidade de comprovar a obra que está sendo feita.

- À medida que descansamos na Palavra de Deus, a obra está sendo feita nas profundezas do nosso ser. Se começamos a perguntar: “morremos ou não?” Ele tem que esperar que nos afastemos de nós mesmos e retornemos ao descanso da Sua Palavra. “Aquele que começou em vós a boa obra, há de aperfeiçoá-la...” (Fl 1:6)

Autora: Jessie Penn-Lewis

 

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