quinta-feira, 18 de agosto de 2022

(Redenção Amarga)

 


(Redenção Amarga)



Palpita meu coração por entre as dores, daquele rude madeiro mortal que outrora foi árvore, que no principio era para ornamentar o Éden, mas tornou-se o opróbrio do martírio do Cordeiro de Deus


Eu olho trêmulo, tão fria sombra de um espetáculo de vergonhas, naquele momento do horrendo grito do consumado, pois se a morte rasgou o véu do templo o madeiro do berço natalício rasgou a cortina do tempo.


Meus pensamentos mergulham nessa cena tão cruel, a alma do fel que declama ondas sonoras de todas as aflições congeladas, imersas num caudaloso pantano de meus pecados


É Ele, o Imaculado que transporta o fardo das minhas transgressões, nesse naufrágio nas profundezas abissais da morte, três dias depois ergueu triunfante e glorioso


Dos grilhões quebrados solta minha alma na redenção, bradam os anjos e testemunham a ressurreição, não foi severo martírio, muito mais heróico, é épico: substituição


C. J. Jacinto 


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