quarta-feira, 17 de agosto de 2022

(Ventania) poema

 

(Ventania)

 

Sóis corsários da noite, oh pensamento vigarista

Pirata das desolações dentro de mim

Infausto casebre essa carne

Morada terrena do velho homem

Corpo retorcido nas chagas do pecado

No dolo incólume desses funerais passados

Aperta o coração esta saga sangrenta

Rebentos de ramos de videira brava

Nas alcovas de um cetro quebrado

Um cedro caído e abandonado

A ilusão desse pequeno Nephilim

Arrastado por restos de alparcas

Minha alma na ressonância da cruz

A espera agonizante da liberdade desta prisão

Aguarda ferida e em fadigas pesadas

Um renovo do corpo: a redenção



C. J. Jacinto

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