A Autoridade das Escrituras e a Simplicidade de Sua Estrutura
Viva e eficaz como espada de dois gumes
“O Espírito jamais afrouxa onde a Palavra une; o Espírito jamais justifica onde a Palavra condena; o Espírito jamais aprova onde a Palavra desaprova; o Espírito jamais abençoa onde a Palavra amaldiçoa” (Thomas Brooks”
Comprometa-se com a Verdade, pois ela custou o sangue de Cristo, a graça é uma dádiva para o pecador, mas teve um custo incalculável para Cristo
Por que a Bíblia é “suficientemente clara” para salvar o simples e, ao mesmo
tempo, “espada de dois gumes” que desmonta a sabedoria deste século?
1. Introdução: clareza perigosa
A Escritura foi dada na linguagem dos pescadores, não na dos acadêmicos.
Isso não a torna fraca; torna-a acessível. Um analfabeto pode ouvir João 3.16 e
possuir em 30 segundos mais que todo o arsenal filosófico de Aristóteles.
Mas essa mesma clareza corta. Por isso todos os inimigos da fé atacam a
suficiência da Escritura: se a desacreditam, libertam-se do seu corte.
“Qualquer parte do corpo humano só pode ser explicada adequadamente em referência ao corpo inteiro. E qualquer parte da Bíblia só pode ser explicada adequadamente em referência à Bíblia inteira.” (FF Bruce)
2. A suficiência que edifica (perspicácia)
Definição: “A Bíblia é tão clara quanto aos fundamentos da salvação que, sem ajuda de magistério humano, qualquer pessoa pode entender e ser salva” (cf. Dt 30.11-14; Sl 19.7-8; 2 Tm 3.15-17).
Alvo: o simples, não o super-aprendiz (1 Co 1.26-29).
Limite: clareza soteriológica, não exaustiva. Ainda há “coisas difíceis” (2 Pe 3.16), mas nada essencial está escondido.
3. O sacerdócio universal ≠ anarquia doutrinária
1 Pedro 2.9 declara todos os crentes “sacerdotes”. Isso significa:
Acesso direto – nenhum sistema clerical com autoridade superior ou especial.
Responsabilidade mútua – “ensinai-vos uns aos outros” (Cl 3.16).
Dons de ensino – alguns especializam-se (Ef 4.11-14), mas sem poder coercitivo pelo contrario virtude serviçal.
“Compare as Escrituras com as Escrituras. As falsas doutrinas, assim como as falsas testemunhas, não concordam entre si.” (William Gurnall)
Conclusão: o professor biblico aconselha, não impõe; convence, não coage. A autoridade final é a Escritura; o agente final é o Espírito (1 Jo 2.27). O homem apenas servo!
“Cristo é a chave que abre as portas douradas do templo da verdade divina.” (A. W. Pink)
4. Quando a espada sai da bainha
Hebreus 4.12: “Viva e eficaz, mais cortante que espada de dois gumes”.
Função 1: separar articulação e medula (auto-engano vs. sinceridade).
Função 2: expor os réprobos – não pessoas somente, mas sistemas (2 Co 10.5).
Exemplo prático:
A espada corta a “verdade alternativa” do pastor-autocrata que diz: “Aceite porque eu disse”.
A espada expõe a “humildade performática” do crente que diz: “Sou só pó”.
5. A batalha que não é nossa – mas também do Espirito da Verdade
Não lutamos para converter (Jo 6.37-39) nem para proteger a Palavra (ela
se defende).
Lutamos para manter a Palavra inteira, inteiramente pregada, sem emenda de
boa-maneira. Todos os conselhos de Deus, integridade espiritual, a sã doutrina
que dá saúde espiritual e alimenta o redimido.
Armas inimigas: manipulação (sentimentalismo), difamação (rótulos:
“fundamentalista”), intimidação (cancelamento).
Nossa única arma: a Palavra viva e eficaz – falada, vivida,proclamada e sofrida,
se preciso.
A missão dos lideres da igreja é ensinar as Escrituras, de modo expositivo, temático e textual, com zelo e responsabilidade, sem pragmatismo e sem relativismo, tão somente a Palavra com o poder do Espirito Santo.
6. Passos de aplicação para hoje
Leia 1 Ts 2.13: “Recebestes não a palavra de homens, mas, como é realmente, a palavra de Deus”.
Avalie: Não há na fé cristã bíblica lugar para influencers, coachers, psicólogos, magnatas da fé, maquiavélicos, pragmáticos, espiritualistas, dentro da fé cristã genuína, a Biblia é a espada a ser manejada, a palavra da verdade manejada com responsabilidade.
Comprometa-se:
Ensinar – ensinar alguém corretamente, somente um redimido que tem visão espiritual pode guiar uma alma, pois o oposto, quando um cego guia outro cego, os dois cairão no abismo.
Encorajar – enviar uma mensagem de edificação e aconselhamento, procurar uma congregação onde o líder esteja comprometido com a sã doutrina.
7. Conclusão: clareza que liberta – e pode doer para muitos
A mesma clareza que salva o simples desmonta o sábio.
A mesma espada que alivia o pecador arrependido condena o réprobo obstinado.
Portanto:
Nunca diminua a Palavra para agradar.
Nunca aumente sua voz acima dela.
Nunca guie ninguém além do texto.
Resultado: “Ainda que a vitória pertença ao Senhor, o privilégio da luta pertence aos Seus fieis seguidores.”
Amém
C. J. Jacinto
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