"E sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espirito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele"(Mateus 3:16) "E foram vistas por eles linguás repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles" (Atos 2:3)
Essas são duas descidas clássicas do Espirito Santo no Novo Testamento, a descrição de Mateus refere-se a Cristo. Nosso salvador é o padrão exato de uma pessoa cheia do Espirito Santo, nunca podemos fugir dessa base fundamental. Não há outra pessoa que passou por esse mundo, que seja mais cheia do Espirito Santo, mais plena e mais santa do Cristo. No dia de Pentecostes, houve uma manifestação diferente, pois primeiro veio do céu um som como de um vento impetuoso, veja bem, que não era um vento, mas um som como se fosse um vento. Logo em seguida há uma manifestação de um brilho, uma glória manifesta "como que de fogo" a descrição é novamente comparativa. "as quais pousaram sobre cada um deles". Esse fenômeno é exclusivo ao dia de pentecostes, ele não vai se repetir novamente em outras passagens das escrituras, parece ser um selo inaugural, de que a era da igreja começa pelo comando e a manifestação plena do Espirito Santo, que vai ficar para sempre com os verdadeiros crentes. "E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará o outro consolador, para que fique convosco para sempre"(João 14:16) note que a promessa é futura, (João 14:26) é o mesmo poder espiritual que Cristo, como um servo-homem vai receber para cumprir o seu ministério (atos 1:8)
esse brilho como uma chama de fogo que aparece e repousa sobre a cabeça dos que estavam no cenáculo é uma manifestação completamente diferente daquela descrita nos evangelhos, e que esta relacionada a descida do Espirito Consolador, por ocasião ao batismo de Cristo. Em cristo é a manifestação pura, no cenáculo a manifestação que purifica, porque Cristo é o imaculado que perdoa, e os seguidores de Cristo os pecadores que são perdoados. Essa chama representa a glória do evangelho, pois as Escrituras afirmam que o evangelho resplandece como uma luz (II Corintios 4:4)
As línguas como de fogo, não podem ser interpretadas como um batismo de fogo, porque Lucas fala sobre a promessa do batismo com o Espirito Santo (Atos 1:5) mas omite "E com fogo" de Mateus 3:11.Isso ocorre novamente em Atos 11:16 onde Pedro relembra a promessa feita do batismo com o Espirito Santo, mas omite "e com fogo" porque o fogo lá em Mateus 3:11 é o fogo do juízo( Idéias semelhantes foram reveladas nesses textos: I Corintios 3:13 a 15, Judas 1:7 e II Pedro 3:7 a 9) No texto evangélico, a interpretação segue o contexto imediato de Mateus 3, nunca de outra forma. O batismo do Espirito Santo segue uma linha doutrinaria fixa "Pois todos fomos batizados em um Espirito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um mesmo espirito"(I Corintios 12:13) Todo o verdadeiro salvo é batizado no Espirito Santo, e isso começou com uma manifestação e termina com uma fé genuína. Porque quando Paulo fala em beber, isso está fora do foco de Atos 2, no que diz respeito as manifestações de brilho, mas dentro da experiencia de conversão, porque o beber significa ter algo para dentro de nós, uma imersão do nosso Espirito e um saciar do nosso coração. Assim o batismo do Espirito Santo é a convicção de que somos salvos, consolados, perdoados e que temos Paz com Deus. Todo o verdadeiramente batizado com o Espirito Santo terá uma fé direcionada nesse sentido. "Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espirito" (Romanos 8:1) anda segundo o espirito quem tem ele dentro de si, e essa é a base da nossa confiança, porque bebemos dessa realidade e sendo batizados no Espirito Santo, teremos uma convicção santa pois que "O mesmo Espirito testifica com o nosso espirito que somos filhos de Deus"(Romanos 8:16). A conversão autentica nos coloca dentro dessa experiencia, e precisamos acreditar nesse fato, com a mais pura convicção. Pois se bebendo e repousando o Espirito Santo dentro do interior do homem, essa união que sela nossa vida cristã, dará seu fruto precioso e sublime: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança" (Galatas 5:22). Assim entremos na vida santa de nosso Salvador Bendito, e ele era um homem amoroso, cheio de alegria espiritual, pacifico, longânimo, benigno, bondoso, confiante, manso e tinha um temperamento muito equilibrado ao ponto de demostrar a mais elevada prudencia. Aqui temos um retrato de um homem cheio do Espirito Santo e de um cristão batizado com o Espirito Santo.
Após o pentecostes, a condição normal de um verdadeiro cristão teria que ser cheio do Espirito,essa era uma condição exigida para a realização da obra de Deus (Atos 4:31) por isso mesmo a condição de ser batizado no Espirito era o resultado da verdadeira conversão, pois a vida inclinada ao Espirito (Romanos 8:5) teriam caraterísticas distintas: Ser cheio de bondade (Romanos 15:14) Ser cheio da plenitude de Deus (Efésios 3:19) ser cheio de frutos de justiça (Filipenses 1:11)
A função do batismo no Espirito Santo era e ainda é "imergir" o salvo para dentro do corpo de Cristo "Porque todos vós sois um em Cristo"(Galatas 3:28) Como chegamos a essa unidade? I Corintios 12:13 é a resposta! Com relação ao Poder prometido em Atos 1:8, esse era um poder dinâmico para morrer se for possível pela causa do Evangelho, era um poder de ousadia e pregação dinâmica. Antes do Cenáculo e depois da crucificação, os seguidores de Cristo estão na retaguarda, como que retrocedendo, depois do pentecostes eles estão na vanguarda, superando os obstáculos e enfrentando a espada e a perseguição severa. Todos eles já tinham autoridade para fazer sinais e maravilhas antes disso. Cristo já tinha outorgado isso a eles como vimos claramente em Lucas 10:19 e Mateus 10:18 Mas todos os discípulos praticamente recuaram com medo e fugiram da presença de Cristo, durante o processo de crucificação, com a exceção de João, mas depois do pentecostes todos os discípulos vão sofrer o martírio, menos João. É importante que tenhamos em mente esses fatos, porque o poder recebido em Atos 2 era um poder espiritual que dinamizou o testemunho dos discípulos e dos seguidores de Cristo para enfrentar o martírio com uma fé dinâmica e vigorosa, não mais correr da cruz, mas proclamar a mensagem da cruz. Não mais se esconder do mundo, mas dinamizar a mensagem da cruz de Cristo e proclamar ao mundo, ao custo da própria vida se necessário. Essa visão é o fruto de uma exegese equilibrada de Atos 1:8, experimente estudar o texto, em relevância ao contexto geral do testemunho dos discípulos do período da crucificação até o pentecostes e depois do pentecostes. O sinal peculiar das línguas como de fogo sobre os discípulos, tinham como sinal demostrar que o Espirito Santo estava capacitando-os a viverem na intensidade do fogo da perseguição, para mostrar ao mundo a realidade do evangelho, pois há um fogo de teste, para que a realidade superior e indestrutível fique revelada de forma plena (I Corintios 3:15)
O Espirito estará para sempre conosco, essa era a promessa de Cristo e essa deve ser a realidade espiritual de cada regenerado, e esse fato foi consumado quando entramos dentro do corpo de Cristo, este é o Espirito de adoção (Romanos 8:15)
Clavio Juvenal Jacinto