terça-feira, 4 de junho de 2024

A NATUREZA DE UM VERDADEIRO ADORADOR



Texto bíblico: Lucas 7:36 a 50

 

 

Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele há quem pouco é perdoado pouco ama. E disse-lhe a ela: Os teus pecados te são perdoados. E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados? E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz. (Lucas 7:47 a 50)

 O contexto desta passagem é a mulher pecadora que unge e beija os pés de Jesus. É notável, nenhum dos apóstolos jamais fizeram tal coisa!  Mais notável ainda é observar como nosso amor ao Senhor é tão superficial, quando comparado com a atitude que ela tomou.  Mesmo que Cristo tenha ordenado que deveríamos amar a Deus de todo nosso coração alma e pensamento, ainda assim não conseguimos mergulhar num nível profundo de adoração tal como as Escrituras nos ensinam.  

 Nossos louvores são motivados por um antropocentrismo doentio, nossos púlpitos são muitas vezes plataformas de promoção pessoal, inclinado ao culto ao ego, não conseguimos manter nossa atenção, devoção, afeição e coração na reunião de adoração, até mesmo nossas motivações espirituais são inclinadas aos interesses puramente egoístas. Demonstramos um amor ao Senhor que não supera o amor pelo presente século mau e as coisas relacionadas a isso. Incrédulas amam mais seus ídolos pops, sues clubes de futebol, impenitentes são mais devotos aos seus pecados do que os cristãos á Cristo. O amor da maioria é só de boca, sem vida e sem inclinação a uma verdade absoluta, aquela que revela o Senhor como misericordioso e que por natureza das verdades espirituais no impõem a gratidão pura que nasce de uma visão real do preço da redenção que foi pago por Cristo na cruz, o resgate da nossa vã maneira de viver. (I Pedro 1:18)

 O que levou a mulher pecadora agir de forma tão dramática? O que a motivou a uma adoração tão desesperada? A resposta é simples: a visão da sua condição de miséria por causa da percepção que ela tinha sobre a natureza depravada e abominável de seus próprios pecados seguido do sentimento vivo de que não era merecedora da bendita graça de Deus. Foi isso que levou aquela mulher a agir de maneira tão radical. Mas, quanto a nós, nosso ego orgulhoso tende sempre a diminuir o tamanho da gravidade dos nossos pecados, o que miniminiza consideravelmente a importância e grandeza do perdão que recebemos, portanto também segue que isso diminui o nosso conceito do tamanho da ofensa dos nossos pecados perante Deus. Sem contar que isso nos induz também a diminuir o conceito de santidade de Deus. Por isso a adoração atual é tão superficial e fraca.

 Enquanto nossa noção de pecado for superficial, nossa ação de graças também será! Mas, agimos como pessoas inchadas pelo nosso orgulho, sempre nos inclinamos a medir os pecados dos outros com padrões diferentes com que medimos os nossos.

 Olhamos para nossos méritos e qualificações e nós orgulhamos disso, e o problema vai adiante, nas tendências mais depravadas, idolatramos a nós mesmos, mesmo no recôndito do nosso coração, um ego não mortificado tende a exaltar-se dentro de nós. Achamos que somos melhores do que os outros, então nossos méritos são nossa adoração, seria indigno de nossa parte nos humilharmos ao ponto de beijar de contínuo, os pés de Jesus. Isso seria um ato muito ridículo, “não somos tão ruins assim”, diz nosso coração a nós mesmos e acreditamos piamente nele. Além disso, precisamos considerar outro fator, uma teologia enferma permeia musicas e pregações modernas promovendo sempre um “deus” que exalta os cristãos, raramente ouvimos algo acerca de que somos ingratos, e a prova disso é irrefutável: o tipo superficial de adoração que honramos a Deus!

 Até mesmo os apóstolos parecem ter caído nessa armadilha do velho homem, eles testemunham uma extravagância desnecessária, Judas viu nesse tipo de atitude, um "desperdício”.  

 A nossa humildade será sempre verdadeira quando batemos no peito e clamamos "Ó Deus, tem misericórdia de mim pecador" (Lucas 18:13)  mas ao invés disso, não somos capazes de entender que a misericórdia de Deus é a causa de não sermos consumidos. (Lamentações 3:23) Nossos trapos de imundícia obscurecem a preciosa graça de Deus. Não queremos destronar os nossos méritos do altar do nosso coração, eles são valiosos demais, são a garantia de que somos espirituais, os temos como o selo da nossa santidade, mas se no céu, os anciãos tiram suas coroas e jogam aos pés do Senhor, aqui na terra queremos manter no palco mais alto os nossos méritos e virtudes. Esperamos dos outros, elogios, aplausos, reconhecimento, status, queremos ser o centro das atenções pelo caminho da aprovação, é isso que nos dá felicidade, a humilhação é um estigma a ser evitado a qualquer custo na religião glamourizada.

 É Simão quem recebe a revelação da santíssima misericórdia de Deus para com os pescadores. Na parábola dos dois credores, o que teve a dívida maior perdoada é quem disponibiliza uma afeição maior pelo seu senhor,  a parábola aplica-se ao modo como a mulher pecadora mostrou sua gratidão em forma de adoração, era a mais indigna,  objeto de repugnância aos olhos dos fariseus, uma abominação aos olhos do sistema farisaico.  Cristo afirmou que quem é perdoado pouco, pouco ama. A mulher enxergou o quanto eram asquerosos seus pecados, fétidos e repugnantes cada um deles,  percebeu quão terríveis eram cada pedaço de iniqüidade, entendeu que suas impiedades eram a causa da separação dela com Deus e acima de tudo , o selo da viagem da maldição eterna.  Aquela mulher que enxergou a abominação infinita de seus pecados ouviu: "Os teus pecados te são perdoados" (Lucas 7:48)  amados irmãos,  qual a causa de nossa adoração ser tão fraca e superficial hoje em dia? Quais as causas de nossa afeição, amor e devoção serem tão frouxos e supérfluos, infelizmente nossos conceitos são fracos a respeito de nossos pecados quando vistos pelo prisma da crucificação do Verbo de Deus. Avaliamos o sacrifício de Cristo na cruz como um pagamento barato dos nossos pecados. O cálculo é superficial e os resultados são evidentes: adoradores fracos motivados a buscarem suprimentos que possam manter nosso orgulho, todo o cristão que tem um eu forte, é fraco na maneira como adora a Deus. Não medimos o grau da depravação em que nós encontramos quando estávamos sem Cristo, pelo contrário, teólogos têm minimizado isso, não somos tão ruins assim, nosso conceito sobre nós mesmos é pautado numa visão extremamente religiosa farisaica, não é de se admirar que o comportamento seja ainda pior do que o deles. Nosso ego se ofende se o conceito de caráter repulsivo,  agravante, repugnante, abominável, pútrido e asqueroso for imputado sobre nossos pecados, isso pode ser até fácil de aplicar aos pecados dos outros, mas não aos nossos.  Então o que sentimos é que temos uma fagulha de humanismo esfregando nosso ego para que brilhe e ofusque a crucificação de Cristo e os sofrimentos que o Senhor padeceu por causa dos nossos pecados. Nossos cálculos são feitos por nosso orgulho, não somos tão ruins assim,  a vergonha da cruz e o preço de resgate feito através do sangue imaculado de Cristo não têm um valor inestimável sobre a nossa redenção. Se tivesse, nossa adoração seria tão radical quanto à adoração da mulher pecadora. Por causa disso, nossa adoração e devoção ao Deus Triuno é tão rasa e superficial. Bocejamos nas reuniões fizemos piada com as coisas do evangelho, não sentimos contrição pelas nossas impiedades, não gostamos de pregações que denunciam a gravidade do pecado, queremos uma religião confortável que tenha mensagens que nos exalte e não nos humilhe, que nos induza aos patamares mais elevados do sucesso e não a termos o mesmo sentimento que teve Cristo Jesus, que escolheu o caminho da humilhação e do vitupério da cruz.  Queremos uma ênfase, a nós, como o centro das atenções, queremos um cristianismo divertido, festivo, comemorativo,  tudo com base na sugestão do nosso imperativo de que não somos tão ruins, os outros podem ser, mas nós não!  A maioria dos leitores continuará sob a cobertura de uma religião que ameniza o peso do pecado, que diminui a seriedade da iniqüidade, que subtrai o fedor da impiedade,  e promove um sentimento agradável de orgulho e arrogância.  Muitos querem um palco, poucos querem descer aos pés de Cristo. Poucos reconhecerão o peso esmagador de seus pecados sob o Cordeiro crucificado, raros são os cristãos que perceberão a atrocidade violenta de suas iniqüidades sobre o Messias sofredor que foi crucificado! Uma minoria suponho, que você seja um deles,  enxergarão as misericórdias e benignidades do Salvador, tremerão desde as profundezas do coração, ao descobrirem o que Cristo teve que suportar no Calvário por nossa causa e então como aquela mulher pecadora, a vida será transformada por uma adoração plena de gratidão.  E o motivo é "É que, eu havendo sido cego, agora vejo" (João 9:25)

Se você estiver equivocado com relação ao preço da redenção, a sua devoção será supérflua, sua fidelidade estará comprometida e sua adoração equivocada.

 

Pr Clávio J. Jacinto

(48) 999616582

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