SAVONAROLA (In Memoriam)
Eis um grito na noite
desesperada sem estrelas
Um clamor na noite
média sem aurora
Um sádico mundo que fere a voz do justo
Nuvens sem águas, vaus de nefasta sequidão.
Vozes mesquinhas arrojam sobre um santo
Os verdugos lhe deram
a forca, coroa dos corajosos
Réu que um crime cometeu, falar a verdade
Os baixos instintos de almas vis e turbulentas vaiam
Um monge, um herói que o sistema não merece.
Grita e denuncia, o orbe estremece.
A voz que desperta a ira dos piedosos hipócritas
Face alva de um coração sensível e inconformado
Tem seus ditos amarrados e a vida ceifada pelas cordas vis
Num cadafalso, silenciam o profeta vero e inocente
Queimaram seu corpo,
cinzas aos ventos, o mal indecente
Bebeu o rio Arno as justas cinzas de tal profeta
O mesmo que desejava a reforma do bem social
Ergueu-se pra defender a pureza e justiça moral
Caiu nas mãos de infames cruéis que devoraram seus ideais
Mataram o profeta, sua voz não ecoa mais
Oh mundo! Mundo vil! Que em disfarces belos
Tenta ser monumento, mas
tu és sepulcro caiado
Mata teus profetas de ideais mais refinados
Tu mesmo mundo sem dó,
serás queimado como a palha
Cinzas sem honras, indignos é teus filhos, e réus eternos
Poema em Homenagem a Jeronimo Savonarola,(1452-1498) Frade Dominicano que tornou-se um lider de reformas morais na idade média. Foi enforcado e queimado, suas cinzas foram lançadas no Rio Arno, por ter sido negado a ele um sepultamento
Autor do poema: Pr Clavio J. Jacinto
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