O PERDIDO ERRANTE
Meus caminhos...
A que ponto cheguei eu
Nesse caminho de triste pecado
Que feito em alma de rebeldia
Nascido na alma da tumba fria
Fui poeta tão descalço
Perdido nesse mundo de tantas ruas
Nessa vida de tantos caminhos
Tão errante quanto a noite nua
De luzes foragidas nas amarguras
Como se a madrugada fosse espinhos
A que ponto cheguei eu
Dentro das incertezas amei a tenda
Nos rios de choros fiz meu porto
Andei por desvios mui tortos
Cultivei ásperas sementes de ira
Pactuei com erros e outras mentiras
Eu e minha opinião obscira
Perdido como ébrio na noite escura
No breu colossal sem um lume
Falido como primavera sem perfumes
A que ponto teve o Senhor
Que do infinito claustro das amarguras
Mergulha na cruz intensa tortura
Pagando o preço inestimável
Com paciência e um dom tão amável
Pra da miséria tirar essa alma errante
Que pecava num vicio atroz e constante
Eu que comia feroz asco de engodo
Vieste Senhor me tirasse com mãos fortes
No charco desse lago de lodo
A que ponto chegastes meu Santo senhor
Que na perfuração sagaz de tuas mãos
Trouxesse aos pobres mortais, redenção
Onde não mais havia uma boa esperança
Nas hordas cruéis de brutal matança
Morresse ali naquele monte caveira
derramando o sangue expiatório por mim
As profecias diziam que era assim
Uma morte voraz para glorificar o amor
E vida me deste num campo de atroz terror
Aquela cruz....
(Clavio J. Jacinto)
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