As descrições da Grande Babilônia
de Apocalipse 17 e 18 são fantásticas, elas sugerem um sistema que cativa para
enganar. Aqui está uma marca distinta do grande enganador, sendo que a grande
babilônia tem a sua matriz no próprio satanás, é por si mesmo um sistema
corrupto que não apresenta qualquer perigo visível aos olhos mundanos, sejam
eles de cristãos ou não. Todo o processo de engano é oculto. O livro de
Apocalipse apresentam duas revelações
distintas, em suas paginas encontramos a glória e a santidade de Cristo em sua
plenitude, o poder de Deus é apresentado de forma colossal. Por outro lado
encontramos também as profundezas de satanás, a malignidade e o engano em suas
expressões mais extremas. A identidade da antiga serpente é desvelada: O diabo
engana todo mundo. Toda a arte do engano pode ser observada dentro de
Apocalipse 17 e 18. Todo o desempenho do engano pode ser visto nas suas
dimensões mais profundas. Há algo terrível do engano babilônico, ela cativa e
cega até mesmo o profundo do coração humano. Assim uma mistura de coisas certas
e erradas, todo o aparato de coisas boas e comercio, religião e esoterismo
estão dentro desse sistema.
A babilônia de Apocalipse é completamente
anticristã, não significa que ela será oposta a religião ou sistemas que se
aderem a ela. Ela será contra o cristianismo bíblico. Há uma particularidade da
Grande babilônia descrita por Benjamin Newton, descrita no livreto “O Sistema
Babilônico - A supremacia do comercio” que se encaixa perfeitamente na
cristandade atual, principalmente de origem carismática-pentecostal.
Em Apocalipse 17:6 João ficou
admirado ao ver esse sistema, a grande babilônia. A palavra grega traduzida por
admiração aqui é “thauma” e significa uma admiração por espanto. Essa é a
reação do cristão bíblico. Ele se espanta com o sistema que surge no cenário
mundial. A babilônia antiga era uma cidade, depois de destruída ela tornou-se
um sistema. Assim como Jezabel era uma mulher maligna e depois se tornou um
sistema maligno de falsos profetas ou ainda como Balaão, o profeta mercenário
misterioso que depois se tornou um sistema doutrinário como observamos em
Apocalipse 2:14 e 20. Há um discernimento no coração do cristão bíblico, e ele
olha e vê que o cenário onde se assenta o sistema babilônico causa espanto
admirável. Ele vê as pessoas hipnotizadas, manipuladas. O cenário é lindo,
encantador, as oportunidades e as riquezas amortecem o senso moral do mundo, a
feitiçaria e o engano são tentáculos invisíveis, as algemas não são vistas pela
percepção comum. O que a Babilônia oferece é um encantamento, e as pessoas, mesmo
aquelas que parecem ser tão piedosas, mas não são essencialmente bíblicas e
regeneradas, ficam atônitas e hipnotizadas por esses encantos maravilhosos. Há
uma série de coisas preciosas com simbologias sacramentais como azeite, vinho,
ungüentos, incensos e ovelhas dentro da babilônia. Uma cegueira religiosa é bem
mais terrível do que a incredulidade. Os inimigos mais ferrenhos de Cristo
foram pessoas estritamente religiosas.
Eram zelosos, apegados a letra da lei, porem foram opostos a mensagem de
Cristo. O Salvador bendito denunciou que eles eram como sepulcros caiados,
mantinham uma aparência externa, porem um interior corrompido. Assim também uma
falta de discernimento compromete toda a visão daqueles que olham para o atual
cenário religioso. Muitos presenciam desvios morais e escândalos, apostasia e
as mais devastadoras heresias, sem, contudo reagir com espanto. Não conseguem
ouvir a voz do bom pastor que diz. “Sai dela povo meu, para que não sejas
participante de seus pecados” (Apocalipse 18:4)
Não sabemos se de fato será
construída uma babilônia literal no vale de Sinear, uma interpretação literal
das escrituras nos leva a isso, porém a babilônia como um sistema é uma
realidade hoje. Entendemos que a força
propulsora, a mão que forja o sistema babilônica é a avareza. A idolatria pelo
dinheiro. Que as riquezas e o poder sempre cativaram o coração humano, não há
duvida disso. Mas que uma ênfase apaixonada pela prosperidade pé a alma do
negocio babilônico, não temos qualquer duvida. Seu centro gira em torno de duas
coisas, a prosperidade e o amor ao dinheiro, a idolatria materialista e o
êxtase místico. Sim, o materialismo místico.
Há uma abundância de delicias que a babilônia promove (Apocalipse 18:3),
mas também nos é revelado que todas as
nações foram enganadas por suas feitiçarias (Apocalipse 18:23). Uma mistura de
prosperidade promovendo idolatria ao
dinheiro, e um misticismo ocultista será comum na sociedade que dará a luz a
esse sistema vil e abominável. É exatamente isso que vimos hoje! Uma promoção
de hedonismo do humanismo e a ênfase a experiências ocultistas e
espiritualistas somado a isso, um amor ao dinheiro. O tema recorrente será
prosperidade, dinheiro, riquezas, e isso promoverão a vida regalada, a luxuria,
o egoísmo, a simonia etc. Essa característica não somente é predominante na
sociedade secular moderna, como também dentro da cristandade. Numa sociedade tecnológica onde a informação
corre a velocidade da luz, muitos pregadores usaram da tecnologia para
promoverem um evangelho materialista, usando do comercio religioso, uma
mensagem que mistura cristianismo, metafísica, ocultismo, espiritualismo. Em
pouco tempo toda a cristandade ocidental foi tomada por uma nova onda de ideais
puramente especulativos, terrenos e materialistas, culminando em novas
doutrinas como o reconstrucionismo cristão e o “Reino Agora”.
Hoje, a grande ênfase é sobre o
dinheiro, o amor ao dinheiro, a idolatria ao materialismo infectou a
cristandade atual. Essa é a cultura do consumismo desenfreado. Estamos vivendo
uma prosperidade no mundo ocidental como nunca.
As instituições religiosas cresceram muito e com esse crescimento a
demanda de dinheiro promovem os escândalos e os desvios morais mais
vergonhosos. A religião mercenária é idolatra e o dinheiro é a divindade de
seus ministros. Essa é uma característica distinta da Babilônia de Apocalipse
17 e 18, e parece ser uma força maior dentro das instituições da cristandade do
que em quaisquer outros setores da sociedade ocidental. Na mistura do comercio
com a falsa piedade, as estruturas se corrompem por dentro. Uma das coisas mais
difíceis de controlar são os instintos pecadores do homem, avareza,
sensualidade, orgulho etc. Tudo isso é promovido por uma sociedade consumista e
idolatra ao dinheiro. O sistema babilônio parece agora ganhar corpo, e será uma
realidade dominante em nossa cultura, e a maior parte da cristandade está
dentro dela, sorvendo das suas idéias, tradições, costumes e praticas. O
espetáculo religioso promovido é cativante, essa mistura mística materialista
embriaga e contagia. Não é por menos que o clamor aos filhos de Deus
verdadeiros é que saiam dela. Porque esse clamor? Porque muito da cristandade
foi engolido por esse sistema religioso mercenário.
A grande Babilônia não tem suas
raízes da religião, mas sugará as religiões para o seu sistema, e para isso,
com certeza usará o esoterismo, pois que o ocultismo, como já vimos faz parte
de sua estrutura comercial e espiritual. Benjamin Newton comenta: !O sistema
babilônico não será um sistema eclesiástico, mas será distintamente secular. Os
sistemas eclesiásticos poderão ser arrastados para suas fileiras, como
acontecerá com todo o sistema que não for guiado pelo Espirito de Jesus. Do
mesmo modo, todo aquele que não estiver disposto a sair ‘a Ele fora do arraial
levando o seu vitupério’ não será livrado da sua influencia.” A babilônia como
mistério terá uma influencia universal, como já vimos a sua atração será consumista
e espiritual, ela terá um poder de atração tão grande que sugará todos a si. Podemos
imaginar isso dentro de uma sociedade avançada tecnológica e cientificamente,
onde toda a sorte de parafernálias são criadas para entreter as pessoas e dar
novas experiencias sensoriais, psicologias e espirituais. Hoje a pratica de
certas coisas como “sexo virtual” já é uma realidade.
Por outro lado, as riquezas
adquiridas de modo fácil só pode ser possível quando toda a sociedade prospera
e ganha dinheiro fácil. O Sistema babilônico precisa funcionar de forma
cíclica, as pessoas ganham muito dinheiro para poder adquirir comprando o que a
mídia oferece. Todo o aparato colorido das novas tecnologias sempre atuam no
sentido de manipular a sociedade para fazer que mais e mais todos tornem-se
dependentes das coisas boas que sistema babilônico oferece. No âmbito religioso
também é assim, O dinheiro fácil possibilita a formação de impérios religiosos,
transformando instituições religiosas em empresas multibilionárias para oferecer
grandes vantagens a todos, a decadência da cristandade de uma vida puramente
peregrina para uma vida extremamente materialista é uma influencia nítida da
babilônia de Apocalipse 17 e 18. É dessa maneira que precisamos compreender
como funciona esse sistema.
A metafisica que vem após as
ideias muitos espiritualistas, como Phineas Quimby e outros escritores,
penetraram na igreja principalmente após o surgimento do movimento pentecostal e
levou parte da igreja a associar-se com o materialismo. A predominância de uma
teologia doentia que leva as pessoas a buscarem bens materiais e se prostrarem
diante das riquezas é a marca da igreja
contemporânea, cada vez mais distante de uma teologia bíblica e completamente
mistica e espiritualista. Isso é uma influencia clara do sistema idolatra
monetário que caracteriza a babilônia misteriosa do Apocalipse. Não é atoa que
ouvimos o brado: Sai dela povo meu. Porque os cristãos envolvidos com esse
sistema, devem abandona-lo para não recorrerem no mesmo juízo que cairá sobre
ela. Afetadas por esse sistema
abominável, uma doença moral chamada orgulho, adoeceu o discernimento de suas
vitimas. Então ao invés de rejeitarem todo esse sistema, eles se orgulham,
porque o luxo religioso, o poder politico religioso, o status, a fama, o show
religioso que impressiona, o incenso, o unguento, o balsamo, o vinho e as almas
humanas causam uma atração muito grande sobre seus coração. Eles não desejam
sair. O poder de atração que os impérios
religiosos e políticos impõem ao coração humana é muito grande, que a historia
comprove esse fato irrefutável!
Que o Senhor ilumine o nosso
coração, para não nos associarmos ao sistema babilônico, mas confrontá-lo e rejeita-lo.
Devemos ficar no caminho da humildade e na fé cristã autentica, vivendo o
evangelho genuíno em perfeita comunhão com nosso Salvador. Aprendendo a estar
contentes com aquilo que a providencia divina nos concede.
Amém
Clavio J. Jacinto
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