segunda-feira, 19 de junho de 2017

Sucessão ou Permanência?



Para  permanecer no caminho dos apóstolos, precisamos andar pelas veredas antigas, a mesma direção que peregrinaram os santos que andaram com Cristo no primeiro século. Um dos desvios sérios ocorreu quando pessoas com falsas pretensões começaram a surgir dentro da igreja já no seu começo,  como lobos devoradores, buscando desviar a igreja da  sã doutrina através de novas teologias apresentadas pelo manto de uma falsa autoridade apostólica. Na igreja de Éfeso, tal como relata o livro de Apocalipse Cristo denunciava  essa invasão pseudo apostólica. Indivíduos que ingressaram na igreja de Éfeso, apresentando-se como apóstolos de Cristo.  Ora, no meio de tantos inimigos espirituais, haviam também os gnósticos. Pessoas que afirmavam receber novas revelações e terem um nível de conhecimento espiritual maior do que o revelado nas escrituras. João dentro desse contexto espiritualista gnóstico, declarou: “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo, não tem Deus”( I João 1:9). Essa é a questão que se desdobra em quase todas as epístolas depois de Atos dos apóstolos. Vimos como a maior parte da literatura de Paulo, Pedro e Judas tem uma alto teor apologético. Paulo não cessava de denunciar as heresias e os erros que se desenvolvia dentro das assembleias cristãs. Por isso mesmo, permanecer na doutrina dos apóstolos do Cordeiro era uma batalha constante, e creio que ainda hoje é assim.(Atos 2:42) Sabemos que a igreja verdadeira precisa estar firmada nos ensinos dos apóstolos, não uma sucessão mas em uma permanência. Parece que uma teoria cedo se desenvolveu na igreja e que se constitui um grande desvio da forma do cristianismo original, seria crer numa sucessão ao invés de uma permanência. Desse modo ao invés das sagradas escrituras, cujas paginas guardam o pensamento do Espirito Santo serem o fundamento da fé, a autoridade foi transferida para a tradição e para a ideia daqueles que representavam a sucessão. Não há como concluir de forma diferente, o resultado sempre será um desvio, um afastamento das doutrinas do Novo Testamento. É verdade que bem cedo, o apostolo Paulo advertia que não podíamos ultrapassar o que estava escrito (I Corintios 4:6) mais a frente, já no limite do fechamento do cânon dos vinte e sete livros do Novo Testamento, essa ordem e princípio parece ser repetido de forma clara em Apocalipse 22:18. Os marcos antigos de uma forma geral devem ser entendidos nessa direção. Já ouvi pregadores usarem a ideia do estabelecimento de marcos antigos para recuperar doutrinas denominacionais, mas isso é um erro. Deus não está interessado em doutrinas denominacionais, elementos do pensamento humano que muitas vezes nublam o sol da revelação divina. A essência da fé cristã está na santificação pela verdade da palavra de Deus (João 17:17) A palavra inspirada e útil deve ser o suporte que sustenta toda a verdadeira fé, porém vimos de um modo geral que a cristandade se afasta cada vez mais dese principio.  Fazendo uso de minhas obervações e por experiencia própria, vi muitas vezes, pessoas que professam a fé cristã, rejeitar a pregação expositiva da palavra de Deus, por ser desagarrável ao paladar do coração aquecido pelo fogo estranho do barulho do falso avivamento.  Vi diversas vezes isso! Não é uma experiencia incomum, ela é comum nos meios pentecostais carismáticos, onde de certa forma, uma revelação extra bíblica ganha mais enfase e autoridade do que as palavras de Cristo ou dos santos apóstolos registradas no Novo Testamento. O subjetivismo das revelações extra-bíblicas a valorização doentia para o misticismo subjetivo é uma porta aberta para toda especie de espíritos enganadores, não é de admirar que as coisas estão do jeito que estão! O caos dentro do movimento carismático tem uma origem: o desprezo pela autoridade das Sagradas Escrituras. Não estamos vendo hoje uma cristandade namorando o misticismo oriental? Não estamos vendo uma igreja pós modema flertando apaixonadamente o misticismo católico romano? O subjetivismo, a falta de fundamento doutrinário é um caminho para aberto para apostasia. Não queremos só ficar com a palavra de Deus, queremos comer o fruto do conhecimento do bem e do mal. Então o movimento carismático aponta para a possibilidade de profecias contemporâneas, e com essa abertura surgiu uma miríade de falsos profetas. Assim também com relação a sinais e maravilhas e com isso uma abertura para uma miríade de charlatães, abrindo para a possibilidade de revelações extra-bíblicas surgiu uma horda incontável de falsos ensinos e heresias. Esse é o resultado. De fato sem contar com o desequilíbrio psicológico que tais coisas produzem. Não é admirável que eu conheça pessoas que advogam uma santidade pessoal tão doente, que o resultado final é um orgulho asqueroso.  Ainda que no meio de toda essa confusão, permaneçam grupos de cristãos que advoguem calorosamente uma ortodoxia, denuncie toda essa baderna religiosa e oponha-se com tenacidade aos enganos e aos abusos que vemos hoje, tornou-se muito difícil arvorar o estandarte da sã doutrina quando o evangelho virou a moda do mundo.


Clavio juvenal Jacinto

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Footer Left Content