Para permanecer no caminho dos apóstolos,
precisamos andar pelas veredas antigas, a mesma direção que peregrinaram os
santos que andaram com Cristo no primeiro século. Um dos desvios sérios ocorreu
quando pessoas com falsas pretensões começaram a surgir dentro da igreja já no
seu começo, como lobos devoradores, buscando
desviar a igreja da sã doutrina através
de novas teologias apresentadas pelo manto de uma falsa autoridade apostólica.
Na igreja de Éfeso, tal como relata o livro de Apocalipse Cristo denunciava essa invasão pseudo apostólica. Indivíduos que
ingressaram na igreja de Éfeso, apresentando-se como apóstolos de Cristo. Ora, no meio de tantos inimigos espirituais,
haviam também os gnósticos. Pessoas que afirmavam receber novas revelações e
terem um nível de conhecimento espiritual maior do que o revelado nas
escrituras. João dentro desse contexto espiritualista gnóstico, declarou: “Todo
aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo, não tem Deus”( I João 1:9). Essa é
a questão que se desdobra em quase todas as epístolas depois de Atos dos
apóstolos. Vimos como a maior parte da literatura de Paulo, Pedro e Judas tem
uma alto teor apologético. Paulo não cessava de denunciar as heresias e os
erros que se desenvolvia dentro das assembleias cristãs. Por isso mesmo,
permanecer na doutrina dos apóstolos do Cordeiro era uma batalha constante, e
creio que ainda hoje é assim.(Atos 2:42) Sabemos que a igreja verdadeira
precisa estar firmada nos ensinos dos apóstolos, não uma sucessão mas em uma
permanência. Parece que uma teoria cedo se desenvolveu na igreja e que se
constitui um grande desvio da forma do cristianismo original, seria crer numa
sucessão ao invés de uma permanência. Desse modo ao invés das sagradas
escrituras, cujas paginas guardam o pensamento do Espirito Santo serem o
fundamento da fé, a autoridade foi transferida para a tradição e para a ideia
daqueles que representavam a sucessão. Não há como concluir de forma diferente,
o resultado sempre será um desvio, um afastamento das doutrinas do Novo
Testamento. É verdade que bem cedo, o apostolo Paulo advertia que não podíamos
ultrapassar o que estava escrito (I Corintios 4:6) mais a frente, já no limite
do fechamento do cânon dos vinte e sete livros do Novo Testamento, essa ordem e
princípio parece ser repetido de forma clara em Apocalipse 22:18. Os marcos
antigos de uma forma geral devem ser entendidos nessa direção. Já ouvi
pregadores usarem a ideia do estabelecimento de marcos antigos para recuperar
doutrinas denominacionais, mas isso é um erro. Deus não está interessado em
doutrinas denominacionais, elementos do pensamento humano que muitas vezes
nublam o sol da revelação divina. A essência da fé cristã está na santificação
pela verdade da palavra de Deus (João 17:17) A palavra inspirada e útil deve
ser o suporte que sustenta toda a verdadeira fé, porém vimos de um modo geral
que a cristandade se afasta cada vez mais dese principio. Fazendo uso de minhas obervações e por
experiencia própria, vi muitas vezes, pessoas que professam a fé cristã,
rejeitar a pregação expositiva da palavra de Deus, por ser desagarrável ao
paladar do coração aquecido pelo fogo estranho do barulho do falso
avivamento. Vi diversas vezes isso! Não é
uma experiencia incomum, ela é comum nos meios pentecostais carismáticos, onde
de certa forma, uma revelação extra bíblica ganha mais enfase e autoridade do
que as palavras de Cristo ou dos santos apóstolos registradas no Novo
Testamento. O subjetivismo das revelações extra-bíblicas a valorização doentia
para o misticismo subjetivo é uma porta aberta para toda especie de espíritos enganadores,
não é de admirar que as coisas estão do jeito que estão! O caos dentro do
movimento carismático tem uma origem: o desprezo pela autoridade das Sagradas
Escrituras. Não estamos vendo hoje uma cristandade namorando o misticismo
oriental? Não estamos vendo uma igreja pós modema flertando apaixonadamente o
misticismo católico romano? O subjetivismo, a falta de fundamento doutrinário é
um caminho para aberto para apostasia. Não queremos só ficar com a palavra de
Deus, queremos comer o fruto do conhecimento do bem e do mal. Então o movimento
carismático aponta para a possibilidade de profecias contemporâneas, e com essa
abertura surgiu uma miríade de falsos profetas. Assim também com relação a
sinais e maravilhas e com isso uma abertura para uma miríade de charlatães,
abrindo para a possibilidade de revelações extra-bíblicas surgiu uma horda
incontável de falsos ensinos e heresias. Esse é o resultado. De fato sem contar
com o desequilíbrio psicológico que tais coisas produzem. Não é admirável que
eu conheça pessoas que advogam uma santidade pessoal tão doente, que o
resultado final é um orgulho asqueroso.
Ainda que no meio de toda essa confusão, permaneçam grupos de cristãos
que advoguem calorosamente uma ortodoxia, denuncie toda essa baderna religiosa
e oponha-se com tenacidade aos enganos e aos abusos que vemos hoje, tornou-se
muito difícil arvorar o estandarte da sã doutrina quando o evangelho virou a
moda do mundo.
Clavio juvenal Jacinto
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