Balaão e o Mistério do Engano Sutil
Série: Artigos de Impacto
Balcão é uma das figuras mais
misteriosas do antigo testamento. Podemos ler a sua história em Números
(Números 22:4 a 24:25). Estudando o texto com cuidado, descobrimos que de fato
Balaão era um profeta usado por Deus, ele mesmo profetizou sobre a vinda do
Messias, o que percebemos é que há um processo de declínio e apostasia na vida
do profeta. Pr causa das negociações feitas com o inimigo do povo de Deus,
Balaque, rei de Moabe.
Balaão por fim, levou o povo da aliança ao
pecado, uma vez que na sua visão espiritual, Israel estava protegido por Deus,
a única maneira de romper essa proteção era pela pratica do pecado. Foi através
desse processo sutil, minar as bases da proteção e da santidade por dentro,
levando os hebreus a praticarem a fornicação e a idolatria. Assim, nesse
processo de destruir o povo da aliança, Balaão desenvolveu um meio de
infiltração astuta, conseguiu fazer com que o juízo caísse sobre os filhos de
Israel. Foi agindo dessa forma, que Balaão tornou-se o símbolo de um profeta
falso e mercenário. Ainda que não conseguisse amaldiçoar o povo de Deus,
desenvolveu uma estratégia sinistra. As mulheres pagãs formosas se infiltrariam
entre os hebreus, seduziriam com suas artimanhas sensuais e eróticas e levariam
os homens a pratica de prostituição e idolatria.
Quero me deter na técnica de
Balaão, na sua astucia, pois nela encontramos lições preciosas, desde que
entendamos que se perpetuou a sua estratégia demoníaca, e vamos encontrar a
doutrina de Balaão na igreja de Pergamo, como lemos em Apocalipse 2:14:"entretanto, algumas coisas tenho contra
ti; porque tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de
Israel, introduzindo-os a comerem das coisas sacrificadas a ídolos e a se
prostituírem."
É necessário percebermos que temos no texto de Apocalipse a evidencia de
que a estratégia tornou-se em “doutrina”. Por isso, a igreja de Pergamo sofria
com o ensino falso, assim como também a igreja de Tiatira estava tolerando o
ensino falso pelo profetismo de uma Jezabel mística. Claro que dentro desse
contexto simbólico, encontramos o perigo dramático da astucia, é familiar
ouvirmos sobre as astutas ciladas do diabo, e que ele se transfigura em anjo de
luz. Todos esse s processos, ocorrem dentro da comunidade cristã e não fora. O
ataque estratégico do inimigo para os últimos dias será de dentro da igreja,
para minar as bases fundamentais da sã doutrina, e desviar as pessoas do
evangelho da graça, levando a cristandade a praticar o anátema de sustentar
outro evangelho.
Mas Balaão ensina, deixa um legado de advertência. Quando as coisas são
rompidas em seus fundamentos, o desastre é iminente. Quando o inimigo consegue
produzir uma beleza sedutora ao ponto de enganar os olhos incautos, quando a
visão espiritual é obscurecida, e não se vê o erro e o perigo escondido por
trás da beleza sedutora de um pecado ou de uma doutrina errada, então o diabo
consegue com facilidade fazer com que o povo de Deus caia na suas astutas
ciladas.
É através desse processo de infiltração, que muitas vezes o diabo nem
sequer assume seu papel mestre. Arma a confusão e assiste. Balaão conjeturou
consigo mesmo, pensou e chegou a uma conclusão obvia. Era entendido em assuntos
espirituais. Sabia que o povo não podia ser amaldiçoado por suas praga e
encantamentos, então teria que conseguir um meio de fazer com que a maldição
fosse produzida dentro da comunidade dos santos. Seria um trabalho oculto.
Balaão faria um trabalho secundário, seria um orientador, daria as ordens,
ensinaria a Balaque como a infiltração poderia destruir o povo de dentro para
fora, e a técnica seria simples. Se o povo de Israel tivesse com a vida
espiritual em dia, em oração, se tivesse profetas e se a comunhão com Deus e a
observância dos mandamentos estivessem em pauta, se o espiritual estivesse
acima do material, então talvez não desse certo seu plano. Um homem espiritual
consegue ter discernimento. Um homem que medita na lei do Senhor noite e dia,
um homem que pratica a fé que declara, tem visão espiritual, e dessa forma iria
enxergar a ameaça por trás de mulheres lindas, eróticas. Ao invés de serem
atraídos pelos perfumes, pelas roupas coladas em um corpo esbelto, ao invés de
serem cativados por rostos angelicais que convidam ao sexo por expressões
sensuais e palavras sedutoras, seriam esses homens espirituais, que temem a lei
e ao Senhor, evitado tal coisa e resistido a tentação, e expulsariam do seu
meio essas mulheres mundanas e sensuais que se vestiram e se maquiaram de tal
forma para seduzir com o poder da atração sexual esses homens. Para Balaão era
um risco, porém seria essa a única alternativa. Se os Israelitas estiverem com
o nível espiritual elevado, então as mulheres moabitas vão ser rejeitadas e
expulsas do meio deles, mas se a carnalidade estiver acima da espiritualidade,
então o plano pode dar certo. Eles cairão.
“Pois os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu
paladar é mais suave do que o azeite. Mas o seu fim é amargoso como o absinto,
agudo como a espada de dois gumes. Os seus pés descem para a morte, os seus
passos estão impregnados do inferno” (Provérbios 5:5 a 7).
A questão ficava agora a cargo dos Israelita. Balaão apresentou sua
armadilha ao inimigo do povo de Deus, e como mero assistente, ficaria
observando o andamento de seu plano astuto.
Então começa o processo de infiltração. As mulheres são as mais lindas
entre as moabitas, treinadas na arte de sedução. Podemos imaginar isso?
Palavras suaves, sorrisos cativantes, lábios sedutores, roupas eróticas, para
revelar as matizes do corpo feminino, um bom perfume, um andar sensual, onde
poderia reproduzir todas as nuances do corpo , com toda essa parafernália
sensual, a missão diabólica de conduzir os homens ao culto idolatria começa. A
melhor capa para esconder o mais sinistro intento: fazer com que o povo de Deus
desobedeça, prostre-se diante dos demônios e peque contra o Senhor. Essa
infiltração é a arma de Balaão, a arma secreta do inimigo, suas origens são os
ideais de um profeta mercenário, que não está preocupado com o povo de Deus,
mas somente na satisfação pessoal. Pode-se dizer que enquanto os filhos de
Israel praticavam a fornicação para em seguida cometer idolatria, Balaão
prostrava-se perante seu próprio ego e adorava o seu próprio instinto de
desejos egoístas, e não enxergava a mais refinada idolatria nisso.
Preocupa-me que essa sedução tão sutil tenha se perpetuado, a idéia
diabólica de Balaão foi tão boa, que séculos depois, vimos o mesmo principio
espiritual sendo usado dentro de uma igreja cristã: a igreja de Tiatira. Em sua
pequena epistola, Judas menciona Balaão no versículo 11, ele falou sobre o engano do premio de Balaão. Isso
mostra como um principio de engano pode atravessar os séculos, e continuar
devastando a partir do interior, com uma maneira sutil e quase imperceptível.
Veja bem, não tratava-se de uma invasão, mas de uma infiltração em processos.
Primeiros apareceram as mulheres, as mais lindas entre as moabitas. Quem sabe,
com faces bem inocentes. Extremamente sensuais. Os Hebreus se apaixonaram por
elas. Possivelmente foi um conversa, depois uma sedução, antes de levar os
hebreus a pratica do pecado, precisavam ganhar seus corações, por isso, vamos
aos sentimentos e a concupiscência dos olhos. A permissividade seria a porta
pelo qual o mundo moabita se misturaria com o mundo dos hebreus. Essa mistura
maligna ocorre hoje, quando o mundo entra sorrateiramente dentro da igreja, dessa
forma faz com que muitos se prostrem diante de Mamom e se prostituam com o
liberalismo teológico e com as vãs filosofias do presente século. A falta de
discernimento pode causar devastação e
destruição na vida espiritual de uma pessoa e a lição de Balaão serve tanto
para uma igreja no modo de expressão coletiva como também para um cristão
particular, pois que de uma forma bem estratégica, o diabo costuma enviar suas
moabitas aos corações não vigilantes e fracos, para seduzi-los e se prostituirem
e irem após outros deuses e cometerem toda a sorte de profanações e sacrilégios.
Balaão tinha um ministério voltado para interesses egoístas. Essa era
sua malignidade maior. A corda que satanás puxava balaão era mais apertada que
a corda que Balaão puxava sua mula. Seu
discernimento era tão precário quanto o discernimento dos hebreus. Pois que
trabalhando como mercenário para Balaque e quando se deixou cativar-se pelo
premio da iniqüidade, permitiu que o diabo se infiltrasse e se alojasse no seu
coração. Por isso um abismo chamou outro abismo. Esse era o problema de Balaão,
sua vista era terrena, sua filosofia era materialista e egoísta. Assim, a performance
desse profeta era de um sofisticado iníquo sob a capa de um homem misterioso
com certos traços de piedade disfarçada. Foi esse o legado espiritual foi terrível
dele e deixou uma séria advertência de como atua satanás em nossos dias, e como
uma liderança profética pode corromper-se e destruir as almas mais cegas.
Aplica-se esses princípios para a igreja moderna, de muita formas, as moabitas
prostitutas estão se infiltrando nas congregações. Os que permitem sua entrada,
argumentam que não há nada de mal em possuí-las e usá-las. Elas vem com uma aparência
de piedade, parecem inocentes e inofensivas, porém a sedução mais diabólica é
aquela que tendo uma aparência inocente, tem no seu intento mais sutil, a
semente da ação que afronta a lei de Deus e a sua Santidade.
Por isso, devemos ficar atentos, a maneira como satanás atua através de
seus profetas mercenários, é muita astuta para ignorarmos os ardis sinistros
dos inimigos do evangelho. É tempo de vigilância e atenção redobrada, de desbocarmos
diante das paginas da bíblia e conferir a nossa vida e o que recebemos de
ensinamentos provenientes dos púlpitos, analisar item por item, e ver se está
de acordo com as escrituras, devemos ser fortes o suficientes para resistir as
tentações sutis, as astutas ciladas do diabo e permanecermos firmes diante do
Senhor.
Clavio Juvenal Jacinto
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