sábado, 10 de novembro de 2018

A Ameaça Gnostica



A igreja desde cedo teve que enfrentar um movimento que encarava a matéria como má, eram os gnósticos. Na visão gnóstica a matéria seria um produto do demiurgo, o homem teria que salvar-se da matéria, pelo conhecimento, ou seja, pela compreensão da natureza das coisas materiais. Com essa visão distorcida da matéria, gnósticos como Marcion adotou uma versão docetica de Cristo, ele seria apenas um fantasma, não um ser de carne e osso, pois seria impossível para Deus enviar seu filho em carne, pois nesse fato seria uma contaminação com a matéria que era considerada maligna. A visão oriental da matéria como uma ilusão, parece que de alguma forma influenciou os gnósticos. Durante as ultimas cerimônias que presenciei, envolvendo a questão da morte, já que eram cultos fúnebres, notei essa tendência de considerar a matéria má, mesmo sendo um culto fúnebre evangélico, notei a ênfase sobre o espiritual e a total omissão sobre uma abordagem sobre o tema da ressurreição do corpo, que tem uma forte ênfase nas paginas das escrituras. Creio que de alguma forma, ali estava uma espécie de gnosticismo, a alma estava no céu e o corpo entraria num processo de decomposição na terra e se reduziria a nada. A ênfase de Marcion atribuindo á Cristo, um corpo fantasma foi o resultado de uma teologia distorcida, comparando a matéria como inerentemente má,  essa é a visão da matéria que prevalece nos movimentos gnósticos, e suas influencias e idéias nunca deixaram de ameaçar a igreja. Assim, agora em nosso tempo, conceitos orientais foram adotados para serem popularizados em filmes como matrix, e logo em seguida serem inseridos junto a teorias de conspiração para ganhar popularidade em nossos dias, sempre levando consigo aquela antiga imagem gnóstica de deturpar o verdadeiro sentido da matéria. Desde os primeiros capítulos de Genesis entendemos que Deus criou a matéria, e ela não era má, os primeiros capítulos de Genesis corroboram que tudo o que foi feito era bom e não ruim, era uma realidade e não uma ilusão. Embora pesquisadores modernos queiram associar a questão da mente com a matéria, achando que a matéria é apenas uma ilusão da mente, e que a mente pode criar uma realidade a parte da realidade, é apenas uma miragem de uma mente deformada e afetada pelo pecado e que pode ser iludida por agentes externos ou internos (Miragens  e imagens mentais produzidos por psicodélicos são exemplos) Ora a bíblia fala sobre uma matéria criada, e o próprio Cristo é o Verbo que se fez carne, nesse caso entrou em um estado de realidade e não de ilusão. Achar que a matéria é uma ilusão é cair no erro de Marcion, ou seja, do gnosticismo, é recorrer ao erro do docetismo, mas uma vez que o verbo se fez carne e a bíblia afirma isso (João 1:14) e que Tudo o que Deus fez era bom, e a bíblia também afirma isso (Gênesis 1:31) .   Ora a visão gnóstica e oriental que desmentem fatos bíblicos deveria ser completamente rejeitada por cristãos bíblicos, a matéria não é uma ilusão nem mesmo é má, ela está debaixo de uma condenação, gene a criação por causa disso, mas dizer que  ela é má, é ir contra as Escrituras, pois a criação é uma prova do criador, e os escritores bíblicos se deleitaram na imagem da criação(Veja Salmos 19:1 Isaias 35:1, Mateus 6:28 e 29 etc.) o sangue da expiação foi real, não foi uma ilusão e isso também atesta o falso conceito docetista, de que Cristo era um mero ser espiritual e não físico (Veja Hebreus 9:11 a 28) Que Cristo era o Verbo que se fez carne e era um ser físico de verdadeira carne e verdadeiro sangue e ossos, pode ser vista na descrição do Novo Testamento com relação a sua pessoa (Veja I João 1;1) que nosso sistema será renovado, não há duvida nenhuma, novos céus e nova terra serão feitos conforme descreve Apocalipse 21 e 22, e os santos ressuscitarão dos mortos e terão corpos gloriosos conforme o de Cristo como bem atesta a escatologia do Novo Testamento.(Veja João 11:25 e 26 I Tessalonicenses 4:14, I Corintios 15:21 a 44 etc) Essas são realidades factuais da Bíblia e foram reveladas pelo Espírito Santo. Enquanto que os orientais nutrem um conceito errôneo sobre a matéria, muitos cristãos acabam caindo na mesma armadilha, pensando que o espiritual é um oposto completo de material, porém isso é um engano, porque em Cristo, vimos como a carne trona-se tanto física como espiritual, a expressão exata da santidade ocupa-se de um corpo material, no âmbito das coisas físicas, dentro da dimensão da existência física, assim notamos como de fato, o verbo que se fez carne tem um nascimento físico, num lugar humilde, sob as estrelas que brilham no céu físico, o portal espiritual se abre e os anjos louvam a Deus, mas há um paralelo entre o físico e o espiritual de sorte que o material santificado se une com o espiritual puro. Na visão gnóstica e oriental, parece que se sustentam os opostos, na visão cristã elas estão unidas, a ressurreição de Cristo e a ressurreição dos mortos, os novos céus e a nova terra corroboram completamente a visão cristã.

Clavio J. Jacinto

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