sábado, 10 de novembro de 2018

Praias e Oceanos



Praias e Oceanos

Ei de te dizer, quem chora fere a face
Como as ondas ferem as areias
Crianças no leito de um ambulatório
Choram a dor da agonia da vida precoce
Nos tentáculos vorazes de uma moléstia
Ei de te dizer...

Falarei entre vossas angustias
Como a luz fere quem se acostuma com as trevas
Numa sepultura de um infante
As mães choram e vivem desconsoladas
Irrigadas pelas chuvas desse desespero
Falarei mais...

Vos digo em alta voz
Nas calunias das vozes soltas nas águas
Um amigo naufraga das garras do mar
Tais libélulas soltas em ânsias de saudades
Como um pai que olha a catapulta dos ais
Insisto nesse tosco discurso
E digo mais...

Grito o sussurro de um bem maior
A esperança do homem bom
Que nas flores da misericórdia desabrocha
Aqueles sentimentos lindos de compaixão
Pois bem sei que o amor ainda existe
Eis que vem meu silencio

Na terra em que reina tais misérias
Não há homens de corações despertos na ternura?
Que acolhe um mendigo nos campos da infância?
Que o sol do amor tão cedo se levanta
Nas densas nevoas desse tempo tão escuro
Entre harpas misticas digo eis me aqui,

Que os homens de bem
Ainda que nesses monturos de maldade
Possam semear em pequenas ações
As sementes mais nobres da bondade...

Clavio J. Jacinto

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