“Ais “ colossais são
latentes gritos de dores
Pulsando nos leitos de inóspitos hospitais
Choros se ouvem nas estepes das necrópoles
Gemidos de laços de saudades que tanto apertam
As guerras parem as tantas viúvas
Nas batalhas desabrocham os mais tenros órfãos
Quantas dores a humanidade já sofreu!
Imagine todas reunidas num minuto só?
O homem ainda encontra alegria num bar
Outros festejam a brevidade dos bravos
As seqüelas podem perdurar pelos milênios
Assim o homem fecunda o seu próprio sofrimento
Fugindo da morte como um furacão sem destino
Deixa a memória e vive o esquecimento frio
Como os desesperados que se agarram a terra molhada
Esperando a alegria de possuir parte do mundo
Mas nos asilos os anciãos derramam a vida perdida
O mundo inteiro é um campo semeado de lagrimas
Século após século, as pelejas escrevem a historia
Quando o homem ressoa os seus bons “ais”
Já por entre espinhos beija a rosa alma
Viveu e morreu entre os viventes
A parodia da vida não tem fim
Se o homem não recebe
na luz da reflexão
A revelação de seus delitos e suas loucuras
Morre na vida inerte pensando
Que sem arrependimento alcança o reino das estações eternas.
Clavio J. Jacinto
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