sábado, 13 de janeiro de 2018

O CAOS DA VIDA PERDIDA


Agora homem, quando em densa noite te encontras
Nas ilusões, feres tua esperança desgastada
Buscando em vãs veredas, uma vazia alegria
Mas que na mais terrível dor da tenra frieza
Acabas bebendo dos fluidos das mais temíveis  tristezas
Que embriaga a alma em sonhos baldios
Onde o velório todo o dia consome os mortos
Tu que busca um pedaço de vida além
Gasta toda essa vida com vícios e desalentos
Desconstruíndo os seculos em teus momentos
Numa fuga da luz que aponta a deslealdade
Tua alma faminta pede muito pão
Mas deste a ela, pobre e dilacerada, o pó
Prazeres que foram moídos em poluída mó
Asquerosos caminhos são teus vãos destinos
Como uma pedra bruta sem joalheiro
Quem dera-te comprar a eternidade com teu dinheiro
Mas pobre és quase sem tudo e nada
Nos subúrbios de uma vida passageira e devassa
Repousas no ninho e relento sem teto
Precisas com urgência de tão terna graça
Daquela que em prantos, o orgulho faz a discórdia
Não queres aceitar, mas tu mesmo perecerás
Se de Deus bondoso não aceitares toda a misericórdia.

Clavio J. Jacinto


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