quarta-feira, 11 de abril de 2018

IDOLATRIA ANTIGA E MODERNA.



Ezequiel 8 é uma das minhas passagens preferidas, quando tento entender a disposição dos corações religiosos á idolatria. É fato que temos grandes lições a partir dessa passagem singular. É notável como as coisas acontecem dentro do templo. O templo está infestado de idolatria, mas parece que tudo está sendo praticado por trás de sigilo, é meio oculto, o povo em geral parece que não vê. Ezequiel fala de imagens de ciúmes, de divindades em forma de repteis, o culto a Tamuz e a adoração ao sol. É eclética a descrição, ecumênica na postura e abominável na essência. Permita-me falar antes sobre Tamuz, essa era uma deusa da fertilidade, seu culto era infestado de sensualidade e prostituição cultual. A adoração ao sol seria a adoração a criação e os repteis a adoração a criaturas. Então temos um sincretismo religioso promovido por lideres, os anciãos da casa de Israel. Essa é a marca de uma religião em decadência, e de alguma forma se parece muito com nossos dias. Há em nossos dias uma tendência a idolatrar criaturas, e isso é feita de forma descarada, na maior pompa religiosa, com a sarcástica apologia de que os ídolos da igreja moderna são “ungidos” intocáveis, por isso podem extorquir, mentir, enganar, promover heresias, porque os idolatras ao sabor amargo de uma péssima exegese, vociferam “Não julgueis”. Os mais fantasiosos protestam “Não toqueis nos ungidos”. Pregadores e cantores “apóstolos” e “profetas” muitos desses, viraram figurinos de um show dessa idolatria. A guerra por títulos eclesiásticos e o postulado de possuir um bom titulo eclesiástico revela apenas que o altar do coração já consagrou o ego á divindade. A idolatria a lideres é um fato, em qualquer lugar, é certo que desses lideres modernos, poucos querem descer o caminho da servidão de Cristo, preferem subir o pedestal de Nabucodonosor, a maioria não está interessada na bacia e na toalha de Cristo, mas nas moedas de prata de Judas. Assim os ídolos modernos poluem os cultos, porque roubam a glória que pertence somente a Cristo, e a multidão de cegos, que adora fazer ídolos, como aqueles que vieram com touros e grinaldas para fazer sacrifícios em honra a Paulo e Barnabé, pois ambos já tinham sido consagrados pelos idolatras como divindades (Atos 14:11 a 15) hoje muita gente consagra meros mortais a ídolos ao custo de apresentarem como sacrifícios de devoção,a própria admiração e a obediência cega. E porque não falar sobre Tamuz, não era o culto a essa falsa divindade promovida com níveis decadentes de decadência e sensualidade e prostituição? Olhe para o tipo de roupas que muita gente se apresenta nos cultos, e você verá ali o espírito de Tamuz, a sensualidade presidindo o ambiente e poluindo a esfera espiritual. Todo o cenário que Ezequiel viu era aterrador para uma mente santificada, porém era normal para uma mente poluída pelo sincretismo ecumênico, os idólatras de Ezequiel 8 não viam nada de errado em tal situação. Ao cultivar um amor pela tolerância ao erro ao invés de um amor pela verdade, almas se apostatam usando como argumentação a pratica do amor. Não é admirável que muitos usam esse argumento hoje? Todo o cenário idolatra estava dentro do templo, e não fora, no recinto sagrado e não num ambiente secular. A questão essencial e a lição final é que não estavam adorando a Deus corretamente, não estavam apresentando um culto unicamente a Deus, não estavam se portando com temor e reverencia. O fastio pela verdade promove uma fome voraz pelo engano, a falta de fervor espiritual conduz as almas ao escurecimento do discernimento, e nessa condição espiritual, coração se endurece e a visão enfraquece, e como na percepção enfraquecida de Eli , a dificuldade de identificar a linha divisória que permite identificar onde está o que Deus não aprova e o que Deus abomina se apaga, e a idolatria prevalece. Que o Senhor possa abrir nossos olhos espirituais.

Clavio J. Jacinto

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