Deparei-me diante de dois
caminhos, quero falar do primeiro, pois é um caminho largo, é um caminho
popular, cheio de pompas. Lá no final do trajeto pude observar uma grande
quantidade de nevoas e fumaças coloridas, parecem que querem esconder algo, mas
são tão formosas, parecem um arco-íris em movimento, e os olhos são atraídos
para lá. Uma multidão incontável é atraído
para seguir esse caminho, e notei que era cativados por causa das novidades
durante o percurso, havia na entrada milhares de homens e mulheres, todos
formosos distribuindo grinaldas para os viajantes, haviam harpistas e
flautistas tocando canções épicas, também homens vestidos de branco e azul com
sapatos pretos, com cálices de incenso nas mãos. Havia o mercado dos bilhetes, nele os
peregrinos poderiam pegar ingressos para participar das festas que encontrariam
pelos percursos. Havia muitos tambores e danças, por todos os lados. Risos e
diversões. Um vendedor de vícios distribuía amostras grátis, garantia prazer
durante toda a viagem, também havia vários poços de adultério e fornicação onde
todos poderiam beber e saciar o coração. É verdade que havia algumas pessoas que caiam
entristecidas e doentes durante todo o trajeto. Elas recebiam dos vigilantes da
jornada uma apólice de seguros para garantir uma entrada no portal das nevoas e
fumaças coloridas e muitos transeuntes aplaudiam esses enfermos da vida. Uma grande imagem de chuva de ouro e moedas
era projetada aos céus, o povo ficava pasmo das maravilhas dessa visão, parece
que esse ouro caia após as nevoas e fumaças coloridas. Durante todo o percurso havia shows e
discursos filosóficos religiosos, livro de capas douradas e prateadas, com estórias
deslumbrantes dos que chegaram ao fim da jornada, essas estórias eram recebidas
através dos visionários que se encontrava com freqüência no caminho largo.
Interessante como havia com freqüência chuvas de amor que Caim pelo caminho, então
as almas amavam mais ainda todo aquele cenário, as arvores resplandeciam com as
folhas envernizadas e muitos tronos eram oferecidos para os que se cansavam do
trajeto, Havia também muitos bonecos mecânicos programados para aplaudir todos
os que percorriam esse caminho, na verdade havia muito barulho, era um cenário épico,
cativante aos aventureiros. O interessante é que quanto mais se aproximava das
nevoas coloridas mais o chão era escorregadio ao ponto de não precisarem mais
dar passos, pois já eram conduzidos em deslizes constantes para lá, e as
dificuldades de um retorno era ainda maiores. Do outro lado daquela nevoa tão
colorida, daquela fumaça tão florida, havia um abismo escuro e sem fim, um
abismo sem fundo e uma escuridão sinistra, oh que terrível cenário se abria
perante os olhos do que caíam...
O caminho Estreito
Era um caminho simples, seu portal de entrada
era uma cruz para começar o percurso, a entrada era feita por uma inclinação do
homem, prostrando-se para seguir após a pequena porta que ficava aos pés da
cruz, durante todo o trajeto havia pedras para
mortificação, para que todos os sentimentos ruins e vícios e desejos que
pesavam a jornada ficassem mortos ali. Havia relva verdejante durante todo o
percurso, um mapa era dado no portal
para o viajante. A estrada era quase
vazia, alguns poucos que caminhavam, cantavam.
Uma chuva de consolação, descia nos níveis mais elevados da
estrada, estrelas brilhavam no alto, e la
no fim da estrada a maior de todas as
estrelas brilhava num fulgor magnífico, era a Alva, que enviava
seu brilho aos corações que caminhavam em sua direção. Todo o caminho
era duro, feito de rocha, parecia ser toda feita de uma rocha só, ao seu lado
seguia um pequeno rio de águas cristalinas.
Alguns lírios vermelhos desabrochavam por todos os lados. Em vários pontos do trajeto havia arvores com
folhas vermelhas, típicas de um outono permanente, também havia colinas com rochas que fluíam leite e
mel, havia um santuário das virtudes, o monumento dos mártires, havia arvores
com variados frutos, misericórdia,perdão, graça, paz, temperança, paciência.
Frascos de bálsamos eram dados gratuitamente para os que tinham seus pés
feridos pela jornada, e muitos firmavam os passo por causa de um som de
trombeta que ecoava quando havia alguém desanimado. Tal caminho não era patético,
não era um caminho comum, mas especial, só os que Caminham por ele sabem o
quanto é um caminho de doçuras e consolos. E no final havia o portal da
ressurreição, degrau após degrau, uma elevação sublime até chegar à fonte de
tudo o que é verdadeiro, o próprio Cristo que é a verdade, nele o peregrino
encontrava todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento, o fim da jornada
era uma entrada para uma vida infinita na perfeição da glorificação, o ápice da
redenção, a vida eterna ao lado do Senhor... Novos Céus e Nova Terra...
(Clavio J. Jacinto)
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