sábado, 14 de abril de 2018

O Evangelho da Verdade em um Mundo Antigo - Sermão III




Muitos Comentaristas e teólogos defendem com acerto que Genesis 3:15 anuncia a vitória de Cristo, por esse motivo é chamado de “protoevangelho”, não discordo dessa posição, porém veja os primeiros lampejos do Evangelho em Genesis 3:8. Por quê? A resposta é simples, Adão e Eva já tinham caído, pecaram no ato da desobediência, ouvindo a voz do Diabo e seguindo seus conselhos malignos. As conseqüências foram imediatas, perceberam a nudez,  confeccionaram roupas inadequadas e se esconderam do Senhor, então Genesis 3:8 narra a descida do Senhor ao jardim, a passear pelo paraíso na virada do dia. Nessas alturas, aplica-se um princípio espiritual: nossas iniqüidades fazem separação entre nós e Deus(Isaias 59:2 a 4) Deus era onisciente, sabia do desastre, todo o dialogo envolve um teste, não significa que o Senhor não estava consciente da situação. Mas o Senhor desce, o criador volta, é um retorno, é uma visitação. Isso é evangelho! Deus conosco,   Genesis 3:8 é  Mateus 1:23, Emanuel, Deus conosco.  A misericórdia de Deus em ação diante de uma situação de precariedade espiritual, não há mais prazer no encontro e na comunhão com Deus, já não há mais amor. Não ouvimos uma declaração de amor por Deus no dialogo de Adão e Eva, não uma inclinação para um arrependimento, mas Deus desce, estava ali diante deles, perante eles, dialogando com eles. A sentença da morte sobre o primeiro Adão, mais adiante também cairia sobre o ultimo Adão, em ambos uma sentença, a primeira por causa do desobediência e no ultimo por causa da redenção. Essa descida do Senhor até a criação, em Genesis 3:8 é o principio do Evangelho, ela prefigura Cristo o verbo que se fez carne, ali no Éden era o princípio dos tempos, mas no caso de Cristo, a plenitude dos tempos.(Gálatas 4;4) entendemos perfeitamente que quando Senhor desce ao encontro de Adão essa era uma prefiguração de Cristo que vem tabernacular com os homens. A iniciativa é sempre divina, o ato de Adão era esconder-se, a do Senhor revelar-se, não podemos deixar de aceitar o fato de que Genesis 3 a ação é monergistica, naquela circunstância, Adão e Eva estão escondidos, e o Criador vem ao encontro de deles. Não há uma inclinação em Adão de procurar o socorro divino, a inclinação é para a justiça própria, portanto eles vão tomar folhas vegetais para tentar cobrir a nudez, e isso fala de justiça própria.  Não há invocação ao Altíssimo, não há traços de piedade em Adão, ao ser confrontado ele rejeita a misericórdia pelo arrependimento e prefere o orgulho próprio colocando a responsabilidade da tragédia na Mulher e em Deus, “A mulher que tu me destes” (Genesis 3:12) Como no caso de Cristo, veio para o que era seu mas os seus não o receberam(João 1:11).  Todo o cenário é adornado pela misericórdia e pela justiça  de Deus e nada mais,  não há injustiça da parte de Deus, veio a sentença, e então vem a  misericórdia, agora podemos aplicar Genesis 3:15. Mas nunca podemos tentar compreender esse texto sem olhar com atenção ao contexto. Porque a vinda de Cristo em humilhação (Colossenses 2:9) está figurada na vida do Pai ao Éden, depois de ter sido levantado o muro da separação por Adão . Ainda que o pecado tenha causado tantas misérias, note que a ação de Deus é apaziguar toda a situação imediata, cobrindo o casal com roupas protetoras e decentes, prometendo o triunfo sobre toda a malignidade, desde então a economia divina é adornada pelo propósito redentor dos pecadores.


Clavio J. Jacinto

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Footer Left Content