sexta-feira, 20 de abril de 2018

INIMIGOS NO ENTENDIMENTO


INIMIGOS NO ENTENDIMENTO

Quando Paulo escreve aos Colossenses  para apresentar toda aquela  maravilhosa cristologia que lemos no primeiro capitulo dessa epístola, ele escreve, depois de sua colossal apresentação do Cristo triunfante, que os colossenses antes da  conversão eram inimigos no entendimento (Grego: διανοίᾳ) A palavra por entendimento, denota o exercício ou a faculdade de pensar e imaginar. Uma inimizade a partir do modo de pensar, contrario, anticristão, parece ser uma posição que caracteriza qualquer pessoa que rejeita ou desconhece a fé cristã. Em outra epístola, Paulo, Paulo afirma que o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos (II Corintios 4;4). Na passagem aos coríntios, não é usada a palavra grega dianeia, mas “νοήματα” nesse caso, trata-se do conjunto de idéias que sistematizam uma verdade. De qualquer forma entendemos que a tendência do homem natural é anticristã, sua vida espiritual está morta e sua vida mental está corrompida, é inimiga de Deus. A forma com que a libertação vem é pelo conhecimento da verdade (João 8:32)  Conhecer a verdade (grego: ἀλήθειαν ) é experimentar libertação. Nesse caso,  a palavra Aletheia, é uma profunda revelação da realidade, a realidade liberta a pessoa do engano. A mente do homem permanece blindada, esse construção espiritual feita pelo diabo, mantem o homem dentro de si mesmo prisioneiro, a blindagem da mente, e as faculdades do homem produzindo franca oposição a Cristo e ao evangelho, é o mecanismo pelo qual o diabo consegue manter o controle sobre as almas impenitentes.  Paulo ainda em outra epístola  revela que orava pelos Efésios, a fim de que os olhos do entendimento deles sejam iluminados. (Efesios 1:18)  percebemos então que Paulo tem um entendimento equilibrado sobre o assunto. Como um homem torna-se inimigo do evangelho no entendimento?  Isso ocorre não somente pela ação do diabo, também ocorre pela natureza rebelde do homem, pois por si mesmo ele é incapaz de receber a revelação da verdade, ela só ocorre pela iluminação que procede de outra fonte.  Pois se está obscurecido e é inimigo, o conhecimento humano só pode receber libertação se a iluminação vier de fora.  Quando o diabo engana, sua tática é imitar, então ele tem uma grande vantagem sobre as mentes que abraçam um falso evangelho, pois serão convencidas de que estarão com a verdade, e manterão firme a posição de preservar essa  suposta verdade dentro do coração. A mais sagaz enganação procede dentro do âmbito religioso, uma vez que uma mente abraça um conjunto de idéias falsas, tendo como verdadeiras, ela rejeitará as verdadeiras, supondo serem falsas, ainda que seja bíblicas, mesmo possuindo uma base instrumental pelo qual quer apoiar a sua fé,  nesse caso as Escrituras Inspiradas,  essa crença é subjetiva e não objetiva. A bíblia ganha uma interpretação mística, simbólica, descontextualizada e acima de tudo perde na sua essência a suficiência, e nos casos mais extremos, muitos confessa que crêem nas Escrituras somente, mas na realidade essa é uma declaração subjetiva e não absoluta,  e de fato mantém aberta as novas revelações ou a uma interpretação espiritualizada e mística da mesma.  Ao invés da bíblia interpretar a si mesma, ela é interpretada através de experiências  espirituais que levam a resultados ambíguos. Quando surge essa  tendência em um cristão, ele torna-se inimigo no entendimento , de Cristo e  do Evangelho. Muitos incrédulos crêem na bíblia, muitas religiões crêem em Cristo, mas são inimigas do Evangelho no entendimento, rejeita e opõe-se de forma tenaz a verdade. Atualmente muitos evangélicos também são inimigos da verdade, a reação de muitos cristãos ao liberalismo resultou no movimento fundamentalista, Quando Torrey  desenvolveu sua obra “Os Fundamentos” essa era a reação contra os evangélicos liberais que estavam abraçando o modernismo, negando os milagres, o nascimento virginal e a inerrancia das Escrituras entre outros desvios sérios. Atualmente muitos abraçam um evangelho não bíblico, mas um sincretismo que soma experiências psíquicas, místicas e espirituais, novas revelações e interpretações espiritualizadas das Escrituras, resultando numa religião evangélica sincretista. Isso é uma oposição clara ao evangelho verdadeiro. Parece que estão levantando um estandarte cristão, mas a essência não é, pois um desvio da sã doutrina tende sempre a afastar cada vez mais quem o abraça, para longe das verdades espirituais.  Inimigos do entendimento tendem a ser confessastes de uma religião e manterem elementos bíblicos fora das aplicações normais dentro da dispensação vigente (Veja Tito 1:10 a 16 por exemplo) Confessam, mas negam. Isso parece uma contradição, mas não é, pelo fato de entendermos que a fé cristã se ajusta perfeitamente com as ações, ser um confessor da fé cristã e não ser um praticante é uma contradição (Tiago 1:21 a 26) é um engano. A maneira com que a posição de um homem não seja um inimigo no entendimento é ter seu pensamento cativo a obediência de Cristo (  Mateus 6:10 ) fazer a vontade do Pai assim na terra como no céu (II Corintios 10:5  ) e viver de acordo com os princípios do evangelho, em nossos dias de tanta confusão, apegar -se a suficiência objetiva das Escrituras, aceitar sua inerrância, e tê-la como única norma de regra e fé,  é o meio pelo qual tornamo-nos  amigos do Senhor e da verdade.

CLAVIO J. JACINTO

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