terça-feira, 27 de novembro de 2018

Esclarecendo Os Fundamentos ( I )


A que a fé é: É um assentimento intelectual ativo seguido de um entendimento claro e de uma confiança absoluta sobre tudo que envolvem esses fatos. A fé verdadeira  leva o cristão a submeter-se completamente a vontade de Deus e confiar completamente em toda a providencia e bondade divina. A fé uma certeza que estabelece a esperança e uma prova das coisas atemporais e invisíveis. (Hebreus 11:1) A fé é objetiva e não está centrada nos interesses pessoais, a fé verdadeira envolve ações objetivas que evidenciam nossa confiança completa em Deus e isso será sempre demonstrável por nossas ações e atitudes (Tiago 2:26)A fé em Deus tem como porta de entrada a criação (Romanos 1:18 a 20) mas deve nos levar até a providencia divina para a salvação de todo o homem: Jesus Cristo, pois Cristo é a revelação final (Hebreus 1:1) e o princípio da restauração de todas as coisas. A fé nos dá capacidade de ver outra realidade (II Coríntios 4:18 e 5:7) e esse é o caminho espiritual do homem abençoado (João 20:27 a 29)   
O que a fé não é: Não é um conjunto de crenças, os demônios creem, mas isso não faz deles seres melhores. (Tiago 2:19) Mas a fé conduz o cristão para um caminho mais excelente: adorar, amar e servir a Deus. A fé não é pensamento positivo,não é uma força mental capaz de mover as mãos de Deus ou manipular as forças da natureza ou ainda de convencer Deus a inclinar-se a nossas ordens e determinações.  A fé não é um poder mental, não é otimismo. Hoje em dia, muitas pessoas pensam que tem fé, mas na verdade não possuem uma fé bíblica. A fé não é confissão positiva, essa crença é comum nos meios evangélicos, trata-se  de uma crença metafísica que ensina que nós podemos criar a nossa realidade, que podemos dar ordens as circunstancias e elas podem ser criadas a partir de nossos decretos, dá uma ênfase ao suposto poder mágico das palavras. 
 O que a graça de Deus é:  A graça é o favor imerecido que Deus concede ao pobre homem pecador que não merece nada de Deus por causa se seu estado caído de constante rebeldia. A graça de Deus se manifestou trazendo salvação a toso os homens (Tito 2:11) e pela graça nós somos salvos, e osso é um dom de Deus (Efésios 2:8 e 9) entende-se que a graça abre o caminho para a fé, quando o Senhor deu seu único Filho para morrer por nós, isso significa que concedeu a fé para a salvação. Assim a justificação (o ato de tornar-se justo perante Deus) é gratuito para nós, mas custou o sacrifício de Cristo na Cruz, portanto a graça teve um custo infinito para Deus  para tornar-se realidade para os pecadores (Romanos 3:24).  A bíblia ensina que é pela graça e não pelas obras, devemos entender que não é pelas nossas obras, mas pela obra perfeita e consumada de Cristo na cruz, assim a obra perfeita de Deus em Cristo concede a graça, para que não custasse a nós qualquer mérito.(Romanos  11:6 com Efésios 2:8 e 9) Assim vamos para o passo seguinte, que a graça nos capacita a viver na pratica de boas obras, não para a salvação, mas por gratidão e como uma consequência lógica da transformação espiritual que Cristo nos concede pela regeneração através da graça quando somos perdoados através da obra da cruz. (II Corintios  9:8 com Efésios 2:8 a 10)
O que a graçade Deus  não é:  A graça não é antinomianismo. E jamais pode ser.  O antinomianismo é a crença de que estamos livres de qualquer tipo de ordenanças, mandamentos e  princípios.  A graça não isenta os salvos de responsabilidades, nos capacita a sermos responsáveis, isso porque é impossível ser fiel ao Senhor sem ser obediente a sua vontade, isso é muito claro e lógico e todo o Novo Testamento atesta isso (Tito 2:11 a 14) A graça não nos dá a liberdade de sermos carnais pelo contrario. Nos dá a libertação da carnalidade. Há certos  falsos doutores que acham que a graça nos dá a liberdade de viver sem regras mas isso é um engano, na igreja primitiva surgiu certos homens impios que converterem a graça de Deus em dissolução, esses achavam que podiam viver no mundo fictício do “pode tudo” vivendo desordenadamente, mas a graça não é um caminho para a dissolução pois isso significa ser escravo do pecado, masa graça é uma libertação do poder do pecado, pois Cristo associou a verdade do evangelho com a perfeita libertação do poder e da condenação do pecado. (João 8:32)
O que a cruz é: A morte no madeiro da cruz era uma desonra, uma vergonha e biblicamente era uma maldição, era objeto de insultos indignos, era um insulto contra  dignidade humana, era um ato vergonhoso morrer na cruz (Hebreus 12:2) era cercado por zombarias e insultos (Mateus 27:39-40) a cruz era um instrumento de tortura horrível, era uma maldição, como descreve Paulo em Galatas 3:13. Foi uma imolação (I Corintios 5:7)Foi vicaria e única , ou seja em favor dos outros e feita uma única vez somente (I Pedro 3:18) foi expiatória o que significa que trouxe satisfação á justiça divina ((Isaias 53:4 a 6) e foi substitutiva (I Pedro 2:24) cruento (Hebreus 9:22). A entrega voluntaria de Cristo é um ato de amor, a punição que Ele teve que sofrer em nosso lugar não.
O que a cruz não é: ela não simboliza o de amor de Deus, a cruz não foi um caso de amor, foi uma vergonha, uma maldição. O amor está no ato de Deus ter dado seu Filho (João 3:16) não na morte e no sofrimento vergonhoso da cruz. A cruz não é um caso de amor, mas de vergonha, punição, expiação, maldição e justiça. A encarnação humilde do Verbo sim, a morte vergonhosa do verbo não.  Precisamos entender isso, porque muitos romantizam o drama da cruz, ao invés de perceber a gravidade e a severidade da expiação, olham, para ela como se fosse um romance amoroso entre Deus e homens. A obra redentora de Cristo não é repetitiva, mas  remete-nos para o fato de que o sacrifício redentor é único e não pode ser repetido, como querem alguns (Hebreus 10:12) A cruz não é um lugar de martírio, portanto Cristo não foi um mártir, ele foi o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. (João 1:29)
O que o amor de Deus é: A base do amor de Deus é a sua justiça santa, portanto Ele pune e castiga suas criaturas, o amor de Deus se revela através de sua graça e sua misericórdia, e ganha plenitude completa na redenção, quando envia seu Filho para morrer por nós pobres pecadores. O amor de Deus também se revela na providencia e no cuidado com a criação e com as criaturas (Mateus 5:45) Deus é amor, disse João, e como o amor é rainha das virtudes do evangelho, Deus revela seu amor para conosco quando nos concede dádivas e proteção, supre nossas necessidades e deseja nos resgatar da maldição do pecado, Deus portanto é a essência do amor.
O que o amor de Deus não é: Quando a bíblia afirma que Deus é amor (I João 4:8)isso não significa que Ele tolera o pecado, não significa que Ele não se ira e que não tem repulsa contra blasfêmias e abominações. Somos chamados a considerar a bondade e a severidade de Deus (Romanos 11:22) Vimos nas Escrituras  que Cristo odeia falsas doutrinas (Apocalipse 2:6 e 15) Deus odeia o formalismo religioso (Amós 5:21) A bíblia fala sobre a ira do Cordeiro (Apocalipse 6:16) a ira de Deus faz parte de seu juízo santo (I Tessalonicenses 2:16) haverá um tempo em que a ira de Deus será consumada sobre esse mundo (Apocalipse 16:1 e 19:15) portanto o fato da bíblia declarar que Deus é amor, não significa que Ele é universalista e tolerante para com o pecado e com desobedientes e para com aqueles que rejeitam a Salvação pela graça em Jesus Cristo. Sendo sendo amor, os que rejeitam a salvação ouviram o brado de Cristo: “apartai-vos de mim malditos, para o fogo eterno...”(Mateus 25:41)

Clavio J. Jacinto

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